27/04/2017

Martyrologium: o calendário de santos de Wilhelm Löhe



O "Martyrologium:  Zur  Erklärung  der  herkömmlichen  Kalendernamen" é um calendário de santos (santoral) publicado em 1868 por Johann Konrad Wilhelm Löhe (1808-1872), pastor em Neuendettelsau (Alemanha). Martirológios são livros hagiográficos, também chamados de calendários de santos (Calendarium sanctorum, Heiligenkalender) ou calendários de nomes (Namenkalender), que registram a lista de mártires (ou santos) notáveis, cujas vidas foram testemunhos de fé e da graça divina.

JANEIRO

01 -   Circuncisão do Senhor e Nome de Jesus.
02 -   Abel (Gn 4.1, 2, 8)
          Sete (Gn 4.25)
03 -   Enoque (Gn 5.18-24)
04 -   Abednego (Dn 1.7)
          Tito, Discípulo de São Paulo, Bispo de Creta († 105)
05 -   Simeão, profeta (Lc 2.25-36
06 -   Epifania do Senhor (Mt 2.1ss)
07 -   Luciano, o Mártir, Presbítero de Antioquia († 312)
08 -   Severino, Apóstolo da Nórica († 481)
09 -   Julião, o Hospitaleiro e Basilissa sua esposa, Mártires († 313)
10 -   Paulo de Tebas, primeiro eremita († 340)
11 -   Higino, Bispo de Rome e Mártir († 139-142)
12 -   Arcádio de Cesárea da Mauritânia, Mártir (séc. III)
13 -   Hilário, Bispo de Poitiers († 368)
14 -   Félix de Nola, Presbítero e Confessor († 256)
15 -   Mauro, Abade de Glanfeuil († 584)
16 -   Marcelo, Bispo de Roma e Mártir († 310)
17 -   Antão, o Grande, eremita em Tebaida († 356)
18 -   Prisca (ou Priscila) de Roma, Virgem e Mártir († 275)
19 -   Sara (2000 a.C)
20 -   Fabiano, Bispo em Roma e Mártir († 249)
          Sebastião, Capitão e Mártir em Roma († 288)
21 -   Inês (ou Agnes) de Roma, Virgem Mártir († 304)
22 -   Vicente de Saragoça, Diácono e Mártir († 304)
23 -   Emerenciana de Roma, Virgem e Mártir († 304)
24 -   Timóteo, Discípulo de São Paulo, Bispo de Éfeso e Mártir († 97)
25 -   Conversão de São Paulo (34 d.C., At 6-9)
26 -   Policarpo, Bispo de Esmirna e Mártir († 166)
          Paula, Viúva de Roma († 404)
27 -   João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla e Mártir († 407)
28 -   Carlos Magno, Rei dos Francos († 814)
29 -   Valério, Bispo de Treviri e Discípulo de São Pedro
          Francisco de Sales, Bispo de Genebra († 1622)
30 -   Aldegundes (ou Aldegunda), Virgem e Abadessa em Maubeuge († 608)
31 -   Vigílio, Bispo de Trento e Mártir († 410)


FEVEREIRO

01  -   Brígida de Kildare, Virgem, Abadessa na Irlanda (séc. VI)
02  -   Purificação de Maria
03  -   Brás, Bispo de Sebaste, Mártir († 316)
           Ansgário (ou Oscar), Bispo de Bremen († 865)
04  -   Rábano Mauro, Arcebispo de Mainz († 856)
05  -   Águeda da Sicília, Virgem e Mártir em Catanea († 251)
06  -   Doroteia, Virgem e Mártir em Cesareia, na Capadócia († 287)



MARÇO


ABRIL


MAIO



JUNHO




JULHO




AGOSTO



SETEMBRO



OUTUBRO



NOVEMBRO


DEZEMBRO





Fonte: LOEHE, Wilhelm. Martyrologium. Zur Erklärung der herkömmlichen Kalendernamen. (Nürnberg: Verlag von Gottfr. Löhe, 1868. p. 13-24)

A ordenação é sacramental se entendida como o ministério da Palavra

A ordenação é sacramental se entendida como o ministério da Palavra e administração dos sacramentos
Ordenação de pastores na Igreja Luterana da Tanzânia (2015)

“Sacerdotes são chamados não para realizar quaisquer sacrifícios pelo povo, como na lei, a fim de através deles merecerem remissão de pecados para o povo, senão que são chamados para ensinar o evangelho e administrar os sacramentos ao povo. Não temos outro sacerdócio, semelhante ao levítico, conforme ensina suficientemente a Carta aos Hebreus. Se, porém, se entender a ordem como dizendo respeito ao ministério da Palavra, não relutemos em chamar de sacramento a ordem. Pois o ministério da Palavra tem mandamento divino e magníficas promessas. Romanos 1: “O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” Da mesma forma em Isaías 55: “A palavra que saiu da minha boca não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, etc.”. Se se entender a ordem dessa maneira, não nos recusaremos a chamar de sacramento a imposição de mãos. Pois a igreja tem a ordem de constituir ministros, o que nos deve ser gratíssimo, porque sabemos que Deus aprova esse ministério e nele está presente [de modo que Deus prega e opera através de homens e daqueles que foram escolhidos por homens]. E convém ornar o ministério da Palavra o quanto possível com todo gênero de louvor contra os fanáticos que sonham ser o Espírito Santo dado não pela Palavra, mas em vista de certas preparações deles, quando se assentam, ociosos e silenciosos, em lugares escuros, esperando iluminação.”

Apologia da Confissão de Augsburgo, Artigo XIII: Do número e uso dos sacramentos, 9-13

A bendita primazia da verdade evangélica


“A Confissão de Augsburgo deixa perfeitamente claro o que é primário e o que é secundário: “Porque para a verdadeira unidade da igreja cristã é suficiente que o evangelho seja pregado unanimemente de acordo com a reta compreensão dele e os sacramentos sejam administrados em conformidade com a palavra de Deus. E para a verdadeira unidade da igreja cristã não é necessário que em toda a parte se observem cerimônias uniformes instituídas pelos homens.” (CA VII, 2,3, texto alemão)
A bendita primazia da verdade evangélica, da doutrina dada por Deus, doctrina divina, é enfatizada pela Igreja da Confissão de Augsburgo como como nenhuma outra. Ritual e constituição são fundamentais para Roma e para a Ortodoxia Oriental - e talvez a ética para o Calvinismo - de uma forma que essas coisas jamais podem ser fundamentais para a Igreja Luterana, cuja forma distintiva moderna foi concebida em Teses, nasceu de uma Confissão e desmamou em uma Fórmula!”

- Rev. Dr. Kurt Erik Marquart (1934-2006), em “Liturgy and Dogmatics” (Concordia Theological Quarterly​ 67:2 (abr. 2003), p. 188)

25/04/2017

Festa de São Marcos, Evangelista – 25 de abril

"São Marcos, evangelista" (1655-1660), Carlo Maratta (1625–1713)
São Marcos é o autor do segundo Evangelho. Também conhecido como João Marcos, era natural de Jerusalém, onde a casa de sua mãe foi centro da igreja primitiva (Atos 12.12). Paulo e Barnabé levaram Marcos a Antioquia (Atos 12.25) e da li partiram na primeira viagem missionária. Marcos os deixou durante a viagem (Atos 13.13) e mais tarde foi a causa da separação ocorrida entre Paulo e Barnabé quando este queria levar Marcos na segunda viagem missionária (Atos 15.37-40). Mais tarde, Paulo e Marcos se reconciliaram (Colossenses 4.10; Filemon 24; 2 Timóteo 4.11). Marcos também trabalhou mais tarde com Pedro (1 Pedro 5.13). A tradição sugere que Marcos ajudou a fundar a igreja no Egito (Alexandria) e sofreu o martírio ali.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:
† Isaías 52.7-10
† Salmo 146 (antífona. v. 5)
† 2 Timóteo 4.4-18
† Marcos 16.14-20

ORAÇÃO DO DIA:
Todo-poderoso Deus, tu enriqueceste tua Igreja com a proclamação do Evangelho através do evangelista Marcos. Concede que possamos crer firmemente nestas boas novas e diariamente andar de acordo com a tua Palavra; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

24/04/2017

Johann Walter: o primeiro Kantor da Igreja Luterana


Johann Walter (1496-1570) ocupa um posição singular na história musical da Reforma. Como primeiro Kantor Luterano, amigo e conselheiro de Martinho Lutero e como compositor de uma grande variedade de música litúrgica para a igreja da Reforma e suas escolas latinas, Walter ocupa um lugar central no início do desenvolvimento da música da Igreja Luterana, um desenvolvimento que culminaria de forma extraordinária na música de Johann Sebastian Bach uns duzentos anos depois.

Embora Walter não seja contado entre compositores de primeira ordem na história, contudo era um mestre da técnica polifônica em seu tempo. Ele foi o primeiro a usar a tradução de Lutero da Bíblia na língua vernácula em sua música. Sua abordagem era completamente litúrgica e ele compôs música eclesiástica na qual o coral era o centro da grande maioria de suas obras… Seu trabalho estava claramente relacionado com a teologia da igreja e seu entendimento - que ele recebeu de Lutero - de que o papel da música na igreja era proclamar a Palavra, do que propriamente interpretá-la.

Na obra de Walter podem ser vistas as primeiras ideias das duas direções em que a música da igreja luterana seguirá nas próximas décadas. Estas duas direções foram o desenvolvimento do estilo moteto polifônico e, simultaneamente, o desenvolvimento do estilo homofônico canônico simplificado. Ao colocar a música da igreja luterana nesses dois caminhos, ambos intimamente ligados ao canto coral, Walter apontou uma direção que continuaria a orientar o trabalho dos compositores luteranos que o seguiriam.

Fonte: SCHALK, Carl F. Johann Walter: First Cantor of the Lutheran Church (St. Louis: Concordia Publishing House, 1992) p. 3,13.

Comemoração de Johann Walter, Kantor e Compositor - 24 de abril


Johann Walter (1496-1570) começou sua carreira como compositor e cantor baixo na capela da corte de Frederico, o Sábio, com 21 anos de idade. Em 1524, publicou uma coleção de hinos arranjados de acordo com o Ano da Igreja. Além de servir por 30 anos como Kantor (músico responsável pelo canto litúrgico na igreja) nas cidades de Torgau e Dresden, também auxiliou Martinho Lutero na preparação da Missa Alemã (Deutsche Messe) de 1526. Walter é lembrado como o primeiro Kantor e compositor luterano de música da igreja.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Senhor Deus, através da vida, morte e ressurreição de teu Filho Jesus Cristo e pelo poder do Espírito Santo, a revelação de teu mistério da salvação é agora revelado e dado a conhecer a todas as nações. Concede que este mistério da salvação, assim como confessado por Johann Walter e todos aqueles que agora descansam de seus labores, continue a guiar a tua Igreja na terra, enquanto aguardamos pelo dia em que virás do céu uma última vez e antecipará a nova criação; através Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

20/04/2017

Oração de uma pessoa que deseja ir ao confessor buscar a Santa Absolvição


Senhor Jesus Cristo, meu Redentor! Tu deste o Santo Ofício das Chaves à tua amada igreja aqui na terra e aos teus servos fiéis junto com a promessa de que, no poder deste ofício, o que eles desligarem ou ligarem também será desligado ou ligado no céu. Por causa deste tão gracioso meio e instrumento de teu Espírito, proclamo teu eterno louvor, glória e exaltação. Peço-te do fundo do meu coração, pois eu necessito, como pecador pobre e amarrado, desta confortante chave libertadora, e para que eu não seja preso nos grilhões do carcereiro do inferno, vem a mim através do meu confessor cristão, e liberta-me graciosamente e absolve-me de todos os meus pecados, por causa do teu sangue e morte. Dá-me o teu Santo Espírito com a Santa Absolvição, para que que eu possa viver em verdadeiro arrependimento, confiança inabalável, boas intenções, amor fraternal e gratidão, e finalmente alcançar a bem-aventurança eterna no céu. Amém.

– Sigismund Scherertz (1584-1639), superintendente eclesiástico em Lüneburg (Alemanha). Esta oração foi publicada em seu livro “Seelen-Artzney und Spiegel der geistlichen Anfechtungen”.

Fonte: Evangelisch-Lutherischer Gebets-Schatz (St. Louis, 1865. pág. 218)

Comemoração de Johannes Bugenhagen, Pastor - 20 de abril


Hoje nos lembramos e rendemos graças por Johannes Bugenhagen, Pastor. 
 
Bugenhagen (1485-1558), natural da Pomerânia, no norte da Alemanha, foi nomeado pastor de Wittenberg em 1523, servindo como pastor e confessor de Lutero. Bugenhagen foi um dos maiores intelectuais da era da Reforma, tendo auxiliado na tradução do Novo Testamento em baixo-alemão (Plattdeutsch) e escrito um comentário sobre os Salmos. Também trabalhou na organização da Igreja Luterana no norte da Alemanha e Dinamarca, sendo que, numa viagem para Copenhague, coroou o Rei Cristiano III e a Rainha-consorte Doroteia e consagrou sete homens para os ofícios de superintendente e bispo.

ORAÇÃO DO DIA:
 
Ó Deus, nosso Pai celestial, que levantaste o teu servo fiel Johannes Bugenhagen, para ser pastor na tua Igreja e apascentar o teu rebanho. Concede com abundância os dons do teu Espírito Santo a todos os pastores, para que possam ministrar em tua casa como verdadeiros servos de Cristo e mordomos de teus mistérios divinos; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

19/04/2017

Todos os dias é Páscoa

 
O mercado e todos que o idolatram já esqueceram a sua "páscoa". Mas a Páscoa de Jesus ainda continua sendo festejada na cristandade. A igreja cristã está vivendo o período da Oitava Pascal, isto é, oito dias que vão desde o Domingo de Páscoa até o Segundo Domingo de Páscoa. Pascoela (pequena Páscoa) é um nome que se dá a este 2º Domingo de Páscoa para ressaltar a importância do 1º Domingo na Oitava de Páscoa. Nestes dias, nossos corações permanecem voltados para os eventos daquele glorioso Domingo, quando Cristo ressurgiu dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.

Lembremos ainda que até a Festa de Pentecostes temos 50 dias que a Igreja chama de Período de Páscoa. Tudo na igreja e na liturgia ainda lembra a Ressurreição do Salvador: os paramentos brancos, a proclamação do Evangelho, os cânticos de Aleluia, etc.

E não para por aí. Para os antigos cristãos, todo Domingo era uma celebração da Ressurreição de Cristo, antes mesmo da Páscoa ser celebrada anualmente a partir do século I. Mas, em nossas vidas diárias, todos os dias é Páscoa, pois a vitória de Cristo sobre a morte não foi só dele. É um benefício que se estende a todos aqueles que, crendo, têm vida por meio dele (Jo 20.31).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que pela ressurreição de teu Filho garantiste paz para as consciências atribuladas, concede-nos sempre esta paz para que, confiando nos méritos de teu Filho, possamos alcançar afinal a paz perfeita dos céus; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

16/04/2017

Páscoa que nunca termina


"Assim como em sua ressurreição, Cristo levou tudo consigo, de sorte que tanto céu como terra, sol e lua e todas as criaturas têm de ressurgir e ser renovados, ele também nos trará a nós em sua companhia. O mesmo Deus que ressuscitou a Cristo dos mortos também vivificará nossos corpos mortais, bem como o de todas as criaturas. Estas, agora, estão sujeitas à vaidade e com ardente expectativa aguardam a nossa glorificação, para, também, serem redimidas desta existência passageira e alcançarem a glória. No nosso caso, mais da metade da ressurreição já é fato consumado, pois a cabeça e o coração já estão lá no alto, restando apenas a menor parte, ou seja, que o corpo seja enterrado, para que também este seja renovado.
Ninguém nega que o corpo de uma pessoa morta não tem lá muito valor. Agora, a fé me dá uma compreensão mais nítida do que aquela que me vem através dos olhos e dos sentidos. Pois aí temos o texto que diz: Ele ressuscitou. Ele não ficou no túmulo nem tampouco sepultado na terra, mas ressuscitou dos mortos. E isto não em benefício próprio, mas por nossa causa, para que sua ressurreição seja nossa e para que nele também nós ressuscitemos e não fiquemos no túmulo e na morte, mas celebremos com ele, em nossos corpos, uma Páscoa que nunca termina."

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO



EU VIVO E VOCÊS TAMBÉM VIVERÃO
O Evangelho segundo São João 10. 27-28

            Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

            Era uma vez um lobo insaciável. Sempre que tinha fome, saia de sua caverna escura a procura de alguma ovelha que pastava ali perto para abocanhar. As indefesas ovelhas tremiam de medo só de ouvir o seu uivo, e por isso, tentavam fugir a qualquer custo, porém muitas não conseguiam e acabavam nos dentes daquele lobo.

O lobo tinha um nome, um nome que deixava as ovelhas aterrorizadas – ele se chamava Morte, e a Morte estava sempre com fome e nunca satisfeita. Infelizmente, para aquelas ovelhas, a Morte tinha a Palavra final.

            Certo dia, no entanto, o lobo colocou sua cabeça para fora da caverna para escolher sua refeição. E ali, bem próximo, ele enxergou a ovelha mais perfeita que já tinha visto. O lobo, então, reuniu todo o ar em seus pulmões e soltou um uivo alto e horripilante. Muitas ovelhas começaram a correr amedrontadas – mas, não aquela ovelha especial – ela continuava a pastar tranquilamente. Aquela reação deixou o lobo furioso, e por isso, se aproximou e novamente soltou um grande uivo – respirando bem no rosto da ovelha. Mas, isso também não a deixou com medo.

O lobo, muito nervoso esbravejou: “você não sabe quem eu sou?”. A ovelha, calmamente, levantou a cabeça e respondeu: “sim, eu sei!”. “E você não tem medo?” Rosnou o lobo. A ovelha olhou fundo nos olhos daquele velho lobo, a Morte e lhe respondeu: “Medo de você? Você só pode estar brincando ou então está delirando”. Agora, a Morte não se aguentava de raiva e começou a ameaçar a ovelha: “eu vou levar você para fora desse pasto, você sofrerá amargamente em minhas mãos”. A ovelha, com um leve sorriso, apenas disse: “Eu sei disso!”.


            As outras ovelhas estavam admiradas e surpresas com aquela cena, nunca haviam visto ou ouvido algo assim. No entanto, antes esboçarem qualquer reação, algo terrível aconteceu. A Morte cumpriu sua ameaça e levou a ovelha para longe. As outras ovelhas quando viram aquele lobo voltando com seus dentes ensanguentados se entristeceram profundamente e o lobo foi para sua caverna feliz da vida se gabando de mais esta refeição.

            Quando amanheceu, o lobo não se sentia bem – algo que nunca havia acontecido após uma grande refeição – todos os dias ele estava bem disposto para abocanhar mais e mais ovelhas. Mas, não nesta manhã! Ao meio-dia seu estômago resmungava e ele sentia mais desconforto. Aquele velho lobo, chamado Morte, que tinha provocado tanta dor em tantas ovelhas, agora estava sentindo o seu gosto desagradável. Ele, então, começou a pensar se aquela ovelha tão saborosa poderia tê-lo envenenado, pois a dor era tão grande que o fazia rolar pelo chão e uivar extremamente alto.

Foi já no escuro da noite para a madrugada que o lobo deixou escapar um uivo trêmulo. Algo parecia estar vivo e se movendo dentro de seu estômago. Algo que empurrava e empurrava até que abriu um buraco e começou a sair de dentro dele. A Morte sentia como se estivesse morrendo.

            A figura que saiu do estômago do lobo era diferente, parecia um Pastor – um cuidador de ovelhas – mas ele ainda não tinha certeza de quem ou que era. Aquela figura começou a caminhar pela caverna e parou diante do lobo fraco e caído no chão. Olhando fundo nos seus olhos, disse: “então você não me conhece, velho inimigo? Eu sou aquela ovelha que pastava a três dias, eu sou aquela que você ameaçou e cumpriu sua ameaça. Mas agora, olhe para mim, eu sou o Pastor – aquele que cuida das ovelhas – o que pretende fazer?

            “Você?” O lobo ofegou. “Como isso é possível?”. O Pastor sorriu e disse: “acho que agora você é um lobo bem inofensivo – tente agarrar alguma de minhas ovelhas – eu te digo que da mesma forma que engolir uma delas eu a arrancarei pelo buraco que deixei em seu estômago. Morte, ouça bem: você não tem mais a palavra final sobre as minhas ovelhas!”

            O lobo, agora, uivava de medo, dor e raiva, mas não havia nada que pudesse fazer. Enquanto isso, o Pastor saiu da caverna e chamou suas ovelhas – e elas conheceram sua voz – então, todas se colocaram diante daquela ovelha que se tornara Pastor e ouviram dele as seguintes palavras: “Minhas ovelhas, vocês também serão perseguidas, também sofrerão e também irão morrer. Em alguns dias, o lobo estará um pouco melhor e ainda com mais fome – ele até conseguirá engolir vocês – mas, não tenham medo! Não se preocupem! Eu deixei um buraco no estômago dele e por isso, vocês não ficarão lá para sempre – eu trarei vocês de volta para fora. Eu vivo e por isso vocês também viverão!”

            Era uma vez, e o tempo é cerca de 2.000 anos atrás, mas a Promessa ainda se mantém: “Eu sou o Bom Pastor, as minhas ovelhas escutam a minha Voz; eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão!” (São João 10. 27-28). Deixe aquele lobo – a Morte – uivar e rosnar à vontade. Nós sabemos sobre o buraco em seu estômago. Nós conhecemos aquele Pastor que se fez ovelha – que morreu e ressuscitou – e que é nosso Bom Pastor!

A mensagem da Páscoa, a mensagem que este Bom Pastor quer deixar gravado em nossos corações é esta: “Eu vivo, e vocês também viverão!” (São João 14.19).

            Amém!

Rev. Helvécio José Batista Júnior
Ministro do SENHOR nas Igrejas Luteranas “Bom Pastor” e “Cristo Rei” em Cariacica/ES

Domingo da Ressurreição, 2017 AD

No dia da santa Páscoa


"Tudo depende de nós confiarmos em nosso amado Senhor Cristo e aceitarmos como verdade a sua palavra que, mesmo que nos afetem desgraça e tentação, isso é de nenhuma importância. Assim nos consolamos no sofrimento. Pois não se pode gozar de alegrias quando antes não se passou por dor e sofrimento.
É maravilhoso como o Senhor revela a seus discípulos a alegria que os aguarda. “Outra vez vos verei”, diz ele. Isso aconteceu no dia da santa Páscoa, quando o viram em vida nova, eterna. Da mesma forma Cristo vê também a nós, e o nosso coração se alegra quando nos apropriamos de sua ressurreição e vemos como ele venceu por nós pecado, a morte e o diabo, para que, por meio dele, vivamos também nós eternamente. Essa é a verdadeira alegria permanente e eterna, alegria que transforma tristeza em alegria e que jamais nos será tirada. Por isso não devemos ser impacientes e desanimados quando estamos sob a cruz. Pois Cristo ressuscitou e está sentado à direita de seu Pai, para nos defender contra o diabo e todo o sofrimento e nos tornar eternamente bem-aventurado. Conceda-nos isso o fiel Deus e Pai, por meio de seu Filho e nosso Salvador, Jesus Cristo. Amém."

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja

Sexta-feira Santa e Páscoa


"Creia firmemente que Cristo tomou sobre si o pecado que você cometeu e a morte que você merece. É assim que esta obra da ressurreição é dada a mim, a você e a todos os que creem em Cristo. Se eu não fizer assim, estarei cometendo uma grande injustiça contra meu Senhor Jesus Cristo, deixando de me valer de seu triunfo e sua vitória. Esta não deve ser uma vitória inútil, pois ele, certamente, quer realizar muitas coisas por meio dela, a saber, que em todas as tentações, pecados e temores eu não veja outra coisa senão a feliz ressurreição de Cristo.
Quem pode, dessa forma, apropriar-se da vitória de Cristo, esse já está salvo. Quem não tem a Sexta-feira Santa e o dia de Páscoa, para esse, nenhum dia do ano pode ser um bom dia, isto é: quem não crê que Cristo padeceu e ressuscitou por ele, esse está perdido. Pois o que nos torna cristãos é o fato de podermos olhar para Cristo e dizer: Querido Senhor, você tomou sobre si o meu pecado e se fez Martim, Pedro e Paulo, e assim destruiu e afogou meu pecado. É ali que devo e quero ir procurar meu pecado, pois foi para lá que você me mandou ir. Na Sexta-feira Santa, certamente ainda posso ver meu pecado, mas no dia da Páscoa surgiu um novo homem e uma mão totalmente nova, e, ali, não se vê mais pecado algum. Tudo isso você me deu de presente, e me tem prometido que triunfou sobre meu pecado, minha morte e meu diabo."

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja

Vigília Pascal realizada na Congregação Evangélica Luterana Paz de Ponta Grossa/ Paraná



VIGÍLIA PASCAL[1]
A vigília pascal consiste de quatro ofícios: o Ofício da Luz, o Ofício da leitura; ofício do Santo Batismo e o Ofício da Santa Comunhão.

Ofício da Luz
P Meus irmãos Meus irmãos e minhas irmãs. Nesta noite santa, em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida, nós nos reunimos em vigília e oração. Esta é a Páscoa do Senhor, na qual, ao ouvir a sua palavra e celebrar os sacramentos, participamos da sua vitória sobre a morte.
Bênção do fogo
P Oremos: Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes àqueles que creem o clarão da vossa luz, santificai T este fogo novo. Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chegar purificados à festa da luz eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Círio Pascal é acesso
P A Cristo ontem e hoje – Princípio e o Fim – Alfa e Ômega – a Ele o tempo – e a eternidade – a glória e o poder – pelos séculos sem fim. Amém. Que a luz de Cristo, o nosso Salvador que ressurgiu em glória, dissipe as trevas de nosso coração e nossa mente. Amém.

Processional com o círio pascal
1.                        P Luz de Cristo.                       C Demos graças a Deus.
2.                        P Luz de Cristo.                       C Demos graças a Deus.
3.                        P Luz de Cristo.                       C Demos graças a Deus.

Exultet[2]

P Exulte de alegria a multidão dos anjos, / Exultem de Deus os ministros; / soe a triunfal trombeta, / Esta vitória de um tão grande Rei!/ Alegra-te também, ó terra nossa / Que em tantas luzes agora resplandeces, / Vê como foge do universo a treva, / Enquanto fulge a luz do eterno Rei! Alegra-te também, ó Igreja, / Ornada inteira de esplendor divino, / Escuta como vibra neste templo / A aclamação do povo!
P O Senhor seja convosco                           
C E com o teu espírito.
P Levantai os vossos corações.                    
C Levantemo-los ao Senhor.
P Demos graças ao Senhor nosso Deus.  
C Assim fazê-lo é digno e justo.
P É verdadeiramente nosso dever / proclamar, com todo o fervor da nossa alma, / louvores a Ti, Deus invisível, Pai todo-poderoso, / e a teu único Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, / que nos resgatou pela sua morte / e por nós pagou a divida do pecado de Adão.
C Porque esta é a Páscoa do verdadeiro Cordeiro de Deus, por cujo sangue todos os fiéis são santificados e salvos.
P Esta é a noite em que outrora salvaste os nossos pais, libertando da escravatura o povo de Israel, fazendo-o atravessar o mar a pé enxuto.
C Esta é a noite em que Jesus Cristo venceu o inferno e Se ergueu do túmulo, triunfante.
P Esta é a noite que liberta do pecado todos os que n'Ele crerem e os restitui à graça e à santidade. Esta é a noite bendita entre todas as noites, quando a maldade é posta em fuga, os pecados são remidos, a inocência perdida é recuperada e a alegria é devolvida aos tristes,
C Ó noite verdadeiramente feliz, em que Céu e Terra se unem e o mundo é reconciliado com Deus.
P Por isso, Pai santo, em noite de tanta alegria, aceita este nosso sacrifício de louvor., solene oblação da tua Igreja. E concede que este círio pascal, faça das nossas trevas luz, porque Cristo, a Estrela da Manhã, ressuscitou e jamais conhecerá ocaso, Ele que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Ofício da leitura
Hino: HL 100/ Ls 38;
P_Meus irmãos tendo iniciado solenemente esta vigília, ouçamos no recolhimento desta noite a Palavra de Deus. Vejamos como Deus salvou outrora o seu povo e nestes últimos tempos enviou seu Filho como Redentor. Peçamos que o nosso Deus leve à plenitude a salvação inaugurada na Páscoa.

Primeira Leitura do Antigo Testamento: Gênesis 1.-2; 26-31ª
P_Narra-se a criação de Adão por Deus. Nesta noite celebramos a nossa nova  criação em Jesus Cristo, o Qual sobre nós sopra o Espírito Santo.
1 No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2 A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. 26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra./ 27   Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou./ 28   E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra. / 29   E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento./ 30   E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez./ 31   Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.
P_Deus todo-poderoso, criaste o homem de modo maravilhoso, e ainda mais maravilhosamente o redimiste: conduz-nos às alegrias eternas que para nós preparaste mediante o sacrifício de Cristo, nossa Páscoa, o qual vive e reina contigo e com o Espírito Santo,  um só Deus, para todo o sempre. Amém.

Segunda Leitura do Antigo Testamento: Gênesis 22
P Deus fez uma grande promessa para Abraão e lhe prometeu uma grande descendência. Mas como ter uma grande descendência sem filhos. Deus concedeu um filho e agora pede que este filho seja sacrificado. Ouçamos a leitura de como Deus providenciou um substituto:
1 Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!/ 2   Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei./ Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? / 8   Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. / 9 Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; / 10   e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. / 11   Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!/ 12   Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. / 13   Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho. / 15   Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão / 16   e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, / 17   que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos,/ 18   nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz./
P Oremos:  Ó Deus, Pai de todos os fiéis, vós multiplicais por toda a terra os filhos da vossa promessa, derramando sobre eles a graça da filiação e, pelo mistério pascal, tornais vosso servo Abraão pai de todos os povos, como lhe tínheis prometido. Concedei, portanto, a todos os povos a graça de corresponder ao vosso chamado. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Terceira Leitura do Antigo Testamento: Êxodo 14.11-16; 21-22
P Por ocasião da fuga do Egito empreendida pelos israelitas, Deus conduziu-os através das águas do Mar Vermelho, no qual os seus perseguidores egípcios foram aniquilados; é uma prefiguração da nossa própria libertação através das águas do batismo.
Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? / 12   Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto. / 13   Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. / 14   O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis. / 15   Disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. / 16   E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. 21 Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o SENHOR, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas. / 22   Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda.
P_Oremos: Ó Deus, assim como livraste o teu povo Israel da servidão de Faraó, guiando teus Filhos com segurança através das águas do mar, fazendo disso um símbolo do batismo, concede que sejamos fiéis à tua promessa batismal, e que vivamos na graça sacramental, para que te amemos perfeitamente, e magnifiquemos o Teu Santo nome. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Quarta leitura do Antigo Testamento: Êxodo 24.3-8
P No Monte Sinai, Deus estabeleceu os israelitas como seu povo escolhido, fazendo com ele uma aliança.  Esta primeira aliança foi selada com o sangue do sacrifício de animais. A nova aliança viria a ser selada no sangue do Cordeiro de Deus.
3 Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos; então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que falou o SENHOR faremos./ 4 Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR e, tendo-se levantado pela manhã de madrugada, erigiu um altar ao pé do monte e doze colunas, segundo as doze tribos de Israel. / 5 E enviou alguns jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram ao SENHOR holocaustos e sacrifícios pacíficos de novilhos. / 6 Moisés tomou metade do sangue e o pôs em bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar. / 7 E tomou o livro da aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o SENHOR faremos e obedeceremos. / 8 Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras.
P_Pai onipotente, sem a tua graça não podemos obedecer a tua Lei; enche os nossos corações de amor por Ti, para que possamos guardar os teus mandamentos e fazer sempre a tua vontade. Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Quinta leitura do Antigo Testamento: Ezequiel 36.24-28
P Deus prometeu purificar o povo de Israel, renovar o seu coração e o seu espírito, e constituí-lo seu próprio povo. Não fez isso unicamente por amor dele, mas para que, mediante esse povo, o mundo chegasse ao conhecimento de Deus.
24 Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra.  / 25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. / 26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. / 27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. / 28 Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.
P Oremos: Deus todo-poderoso, já que nos escolheste para ser o teu próprio povo, arranca os nossos corações de pedra, e dá-nos corações de carne, para que em nós se revele a tua santidade.  Mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Gloria in Excelsis
P Nesta santíssima noite nosso Salvador Jesus Cristo, o Senhor, quebrou o poder da morte, e trouxe à luz a vida e a salvação para toda a criação pela sua ressurreição. Louvemos ao Senhor, que em verdade cumpre a sua Palavra. O sol da justiça brilha sobre nós que estávamos nas trevas e na sombra da morte.
P Glória de Deus nas alturas;
C_E na terra paz, boa vontade para com os homens. Nós te louvamos, bendizemos, adoramos, nós de glorificamos e te damos graças por tua grande glória, ó Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai onipotente. Ó Senhor, unigênito Filho, Jesus Cristo;  ó Senhor, Cordeiro de Deus, Filho do Pai, que tiras os pecados do mundo, tem compaixão de nós. Tu que tiras os pecados do mundo, recebe a nossa deprecação. Tu, que estás sentado à mão direita de Deus Pai, tem compaixão de nós. Porque só tu és santo, só tu és o Senhor. Só tu, ó Cristo, juntamente com o Espírito Santo, és o Altíssimo na glória de Deus Pai. Amém.
P O Senhor seja convosco                                      
C E com o Teu Espírito.
Ó Deus, que iluminais esta noite santa com a glória da ressurreição do Senhor, despertai na vossa Igreja o espírito filial, para que, inteiramente renovados, vos sirvamos de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Sexta leitura do Novo Testamento: A Epístola
P Amados no Senhor, nesta santíssima noite a igreja do nosso Senhor Jesus Cristo transborda de alegria pelo Evangelho da sua gloriosa e poderosa ressurreição dos mortos. Diz o apóstolo Paulo na carta aos Romanos 6.3-11
Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?/ 4   Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida./ 5   Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, 6   sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;/ 7   porquanto quem morreu está justificado do pecado./ 8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,/ 9   sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele./ 10   Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus./ 11   Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Sétima Leitura do Novo Testamento: O Evangelho

C Aleluia! Aleluia! Aleluia!
P Aleluia! Cristo acabou com o poder da morte e, por meio do evangelho, revelou a vida que dura para sempre. Aleluia!
C Aleluia! Aleluia! Aleluia!
P Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
C Glorias a ti, Senhor
No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. / 2 E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. / 3 O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. / 4 E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. / 5 Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. / 6 Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. / 7 Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo! / 8 E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. / 9 E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. / 10 Então, Jesus lhes disse: Não temais! Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me verão.
C Glorias a ti, ó Cristo.
C Aleluia! Aleluia! Aleluia!
P Aleluia! Cristo acabou com o poder da morte e, por meio do evangelho, revelou a vida que dura para sempre. Aleluia!
C Aleluia! Aleluia! Aleluia!

HINO HL 110                                                                         

SERMÃO 

P Aleluia! Cristo ressuscitou!    C Ele verdadeiramente ressuscitou! Aleluia!

Ofício Batismal

Hino: HL 318: a primeira estrofe;
P No santo batismo recebemos o perdão dos pecados e uma nova vida com Jesus Cristo, o Senhor. Renunciamos solenemente o diabo e todas as suas obras e todo o seu procedimento, e confessamos o dom da fé em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Reafirmemos esta nossa fé e confessemos a nossa fé no Deus Triúno.
P Renuncias ao diabo, todas as suas obras e todo o seu procedimento? C Sim, renunciamos.
P Credes em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo? Confessemos a nossa fé com palavras do Credo Apostólico.
P É vosso sincero e firme propósito de continuar firmemente nesta fé e na promessa do vosso batismo, e como membro da igreja fazer uso abundante dos meios da graça?
C Sim, com a graça de Deus.
P Deus onipotente e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos regenerou pela água e pelo Espírito Santo, e vos perdoou todos os vossos pecados, vos fortaleça com sua graça para a vida eterna.

Quinto momento: Santa Ceia

P O Senhor seja convosco.
C E com teu Espírito
P Levantai os vossos corações.
C Levantemo-lo ao Senhor
P Demos graças ao Senhor nosso Deus
C Assim fazê-lo é digno e justo.
P É verdadeiramente digno, cantando:
Sanctus
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos. Os céus e a terra estão cheios de sua glória. Hosana, hosanas, hosanas nas alturas! T Bendito, T bendito, T bendito aquele que vem em nome do Senhor. Hosana, hosanas, hosanas nas alturas!
Pai Nosso
                                
Palavras da Instituição (Verba Testamenti)
Pax Domini:
P A Paz do Senhor seja convosco para sempre!        C Amém
Agnus Dei:
C Cordeiro Divino, morto pelo pecador, sê compassivo. / Cordeiro Divino, morto pelo pecador, sê compassivo. / Cordeiro Divino, morto pelo pecador, a paz concede. Amém. /
Distribuição                                               
Hino de pós-comunhão (HL 264)
A Deus louvemos e lhe bendigamos/ por nos ter alimentado/ com o seu corpo e sangue, confiamos/ nesse dom abençoado/ Kyrie eleison! / O Jesus, teu corpo sagrado, / pela Virgem mãe à luz dado, / e o teu sangue também/ livrem-nos do mal. Amém. Kyrie eleison!
Ação de graças
P Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice:
C Anunciais a morte do Senhor até que venha.
P Demos: ..., mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor.
C Amém
Saudação
P O Senhor seja convosco                          
C E com teu Espírito.
Benedicamus
P Bendigamos ao Senhor
C Demos graças a Deus.
Bênção





[1] Uma outra fonte de pesquisa é: http://www.luteranos.com.br/textos/vigilia-pascal
[2] http://justus.anglican.org/resources/bcp/Portugal/easter_vigil.htm