Trindade, iluminura em Guiard des Moulins, Bible historiale do Duque de Berry (séc. XV) |
Nesse texto, encontra-se escrita e citada, de novo, toda a Santa Trindade ou todas as três pessoas da essência e majestade divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E aqui se deve notar, em primeiro lugar e principalmente, como Cristo descreve o Espírito Santo como consolo contra o espírito mau que reina no mundo e o chama de Consolador e Espírito da Verdade. Essas palavras testemunham e provam que o Espírito Santo não é um mero espírito (como uma criatura, por exemplo, ou algo à parte de Deus e, no entanto, dado às pessoas por ele, ou, simplesmente, a obra de Deus que ele realiza em nosso coração), mas que é um Espírito que é ele próprio, Deus em essência, que tem sua essência do Pai e não foi criado ou feito, mas procede do Pai e é enviado por Cristo. E Cristo dá-lhe nomes que são nomes pessoais ou indicam e nomeiam uma pessoa distinta. Ele o chama de Consolador, por exemplo. Também menciona obras pessoais, como, por exemplo, quando declara que o Espírito vai testemunhar a respeito de Cristo. Igualmente: “Esse vos ensinará todas as coisas”.
Aqui também há evidência suficiente de que o Espírito Santo é uma Pessoa distinta, separada do Pai e do Filho. Pois Cristo diz: “O Consolador que eu vos enviarei”, e, igualmente, “que procede do Pai”. E, no entanto, ele é o mesmo Deus verdadeiro e único, pois deve realizar obras que somente Deus realiza, tais como iluminar os corações interiormente e levá-los ao verdadeiro conhecimento de Deus, acender, criar e fortalecer neles a fé. (São João 15.26)
– Bem-aventurado Martinho Lutero, doutor e reformador da igreja (Obras Selecionadas 11:315-316,322)
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