31/07/2013

Seu descanso será glorioso

“A Lamentação” (1603), Domenichino (Domenico Zampieri, 1581–1641)
“No lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim e, neste, um sepulcro novo, no qual ninguém tinha sido ainda posto. Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e, por estar perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus”. (S. João 18.41-42)

Este é um grande serviço: tomam conta do corpo de Jesus sem vida e não temem o poder de Pilatos. Vão e fecham o sepulcro. Cristo descansa, Deus tem de agir. Assim foi o sepultamento de Jesus.
Deus, nosso Senhor, certamente permite que se honrem os mortos e não simplesmente se joguem fora como se faz com os cachorros. Porque o corpo cuja alma se fundamenta na palavra de Deus terá de ressuscitar. Porque vivemos não só de pão, mas de toda a palavra de Deus. Nisso baseia-se a ressurreição.
Agora, não devemos nos esquecer disto: Todas as mulheres, sim, todos os apóstolos duvidaram de Cristo e ninguém acreditou que ele ressuscitaria. É o que também disseram aqueles dois que estavam a caminho de Emaús. Pois, se tivessem tido alguma esperança, não o teriam embalsamado e deitado num sepulcro. E se isso tivesse sido obra humana, Deus não o teria feito e na Escritura esse dia também não teria chamado o grande dia. Este artigo é muito mais grandioso do que o primeiro, que diz que Deus criou os céus e a terra. E, também, ninguém pode ser salvo a menos que creia que Deus ressuscitou Jesus Cristo. Esta fé não é obra humana, mas é operada por Deu, como Paulo e as Escrituras repetidas vezes afirmam.
Agora, aquela palavra sobre seu domínio precisa se cumprir.

- Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja.

Na pintura de “A Lamentação” (1603), de Domenichino (1581–1641), José de Arimateia é ilustrado com um turbante e com uma urna funerária. Os querubins apontam as chagas de Cristo e os pregos e coroa de espinhos.

São José de Arimateia, o Justo

“José de Arimateia perante Pilatos” (c. 1525-1530), Simon Bening (c. 1483-1561)

Evangelho segundo São Lucas 23.50-56

23.50-51   Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia, na região da Judeia. Ele era bom e correto e esperava a vinda do Reino de Deus. Fazia parte do Conselho Superior, mas não tinha concordado com o que o Conselho havia resolvido e feito.
23.52   José foi e pediu a Pilatos o corpo de Jesus.
23.53   Então tirou o corpo da cruz e o enrolou num lençol de linho. Depois o colocou num túmulo cavado na rocha, que nunca havia sido usado.
23.54   Isso foi na sexta-feira, e já estava para começar o sábado.
23.55   As mulheres que haviam seguido Jesus desde a Galileia foram com José e viram o túmulo e como Jesus tinha sido colocado ali.
23.56   Depois voltaram para casa e prepararam perfumes e óleos para passar no corpo dele. E no sábado elas descansaram, conforme a Lei manda.

Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

Comemoração de São José de Arimateia - 31 de julho

 “O Cristo Morto com José de Arimateia” (1525), Giovanni Girolamo Savoldo (c. 1480-1548)

Nesta data os cristãos luteranos e ortodoxos orientais rendem graças a Deus por São José de Arimateia e sua devoção a Cristo.

Este José, mencionado em todos os quatro Evangelhos, veio de uma pequena aldeia chamada Arimateia, na região montanhosa da Judeia. Era um respeitado membro do Sinédrio, o conselho religioso judaico em Jerusalém. Ele era provavelmente abastado, uma vez que era dono de seu próprio túmulo sem uso num horto não muito longe do local da crucificação de Jesus (S. Mateus 27.60). José, um homem que espera ansiosamente pelo reino de Deus, foi a Pôncio Pilatos após a morte de Jesus e pediu o corpo de Jesus (S. Marcos 15.43). Juntamente com Nicodemos, José retirou o corpo e o depositou no túmulo (S. João 19.39). Sua devoção pública contrasta grandemente com o medo dos discípulos que abandonaram Jesus.

LEITURAS:

† Provérbios 4.10-18
† Salmo 16.5-11 ou 112.1-9
† São Lucas 23.50-56

ORAMOS:

† Por coragem para agir corretamente
† Por generosidade material e espiritual
† Pelos que cuidam dos mortos e os preparam para o sepultamento
† Por esperança certa e segura da ressurreição

ORAÇÃO DO DIA: 

Misericordioso Deus, teu servo José de Arimateia preparou o corpo de nosso Senhor e Salvador para o sepultamento com reverência e temor a Deus e o depositou em seu próprio túmulo. Ao seguirmos o exemplo de José, concede a nós, teu povo fiel, a mesma graça e coragem para amar e servir a Jesus com devoção sincera todos os dias de nossas vidas; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 578-579)

30/07/2013

Comemoração de Robert Barnes, Confessor e Mártir - 30 de julho

"Robert Barnes e seus companheiros de prisão buscam o perdão", ilustração de Joseph Martin Kronheim no Livro dos Mártires de John Foxe (1887)

Lembrado como um discípulo de Martinho Lutero, Robert Barnes é considerado um dos primeiros mártires luteranos. Nascido em 1495, Barnes se tornou o prior do mosteiro agostiniano em Cambridge, na Inglaterra. Convertido ao ensino luterano, compartilhou suas percepções com muitos estudiosos ingleses através de escritos e contatos pessoais. Durante um período de exílio na Alemanha, tornou-se amigo de Lutero e mais tarde escreveu um resumo em latim das principais doutrinas da Confissão de Augsburgo intitulado “Sententiae”. Após seu retorno à Inglaterra, Barnes compartilhou pessoalmente suas doutrinas e ideias luteranas com o rei Henrique VIII e, inicialmente, teve uma recepção positiva. Em 1529, Barnes foi nomeado capelão real. No entanto, ele foi vitimado pelas reviravoltas no clima político e eclesiástico de seu país natal. Barnes foi queimado na fogueira em Smithfield, em 1540. Sua derradeira confissão de fé foi publicada por Lutero, que chamou seu amigo Barnes de “o nosso bom, piedoso companheiro de mesa e hóspede de nossa casa, este santo mártir, Santo Robertus”.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, Pai Celestial, tu concedeste coragem a teu servo Robert Barnes para renunciar sua vida para confessar a verdadeira fé durante a Reforma. Que possamos continuar firmes em nossa confissão da fé apostólica e tudo sofrer, até mesmo a morte, em vez de afastar-se dela; através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

29/07/2013

A ressurreição de Lázaro, irmão de Maria e Marta de Betânia

“A ressurreição de Lázaro” (1896), Eduard von Gebhardt (1838–1925)

Evangelho segundo S. João 11.1-46.

11.1   Um homem chamado Lázaro estava doente. Ele era do povoado de Betânia, onde Maria e a sua irmã Marta moravam.
11.2   (Esta Maria era a mesma que pôs perfume nos pés do Senhor Jesus e os enxugou com os seus cabelos. Era o irmão dela, Lázaro, que estava doente.)
11.3   As duas irmãs mandaram dizer a Jesus: — Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!
11.4   Quando Jesus recebeu a notícia, disse: — O resultado final dessa doença não será a morte de Lázaro. Isso está acontecendo para que Deus revele o seu poder glorioso; e assim, por causa dessa doença, a natureza divina do Filho de Deus será revelada.
11.5   Jesus amava muito Marta, e a sua irmã, e também Lázaro.
11.6   Porém quando soube que Lázaro estava doente, ainda ficou dois dias onde estava.
11.7   Então disse aos seus discípulos: — Vamos voltar para a Judéia.
11.8   Mas eles disseram: — Mestre, faz tão pouco tempo que o povo de lá queria matá-lo a pedradas, e o senhor quer voltar?
11.9   Jesus respondeu: — Por acaso o dia não tem doze horas? Se alguém anda de dia não tropeça porque vê a luz deste mundo.
11.10   Mas, se anda de noite, tropeça porque nele não existe luz.
11.11   Jesus disse isso e depois continuou: — O nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu vou lá acordá-lo.
11.12   — Senhor, se ele está dormindo, isso quer dizer que vai ficar bom! — disseram eles.
11.13   Mas o que Jesus queria dizer era que Lázaro estava morto. Porém eles pensavam que ele estivesse falando do sono natural.
11.14   Então Jesus disse claramente: — Lázaro morreu,
11.15   mas eu estou alegre por não ter estado lá com ele, pois assim vocês vão crer. Vamos até a casa dele.
11.16   Então Tomé, chamado “o Gêmeo”, disse aos outros discípulos: — Vamos nós também a fim de morrer com o Mestre!
11.17   Quando Jesus chegou, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado.
11.18   Betânia ficava a menos de três quilômetros de Jerusalém,
11.19   e muitas pessoas tinham vindo visitar Marta e Maria para as consolarem por causa da morte do irmão.
11.20   Quando Marta soube que Jesus estava chegando, foi encontrar-se com ele. Porém Maria ficou sentada em casa.
11.21   Então Marta disse a Jesus: — Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido!
11.22   Mas eu sei que, mesmo assim, Deus lhe dará tudo o que o senhor pedir a ele.
11.23   — O seu irmão vai ressuscitar! — disse Jesus.
11.24   Marta respondeu: — Eu sei que ele vai ressuscitar no último dia!
11.25   Então Jesus afirmou: — Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;
11.26   e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso?
11.27   — Sim, senhor! — disse ela. — Eu creio que o senhor é o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.
11.28   Depois de dizer isso, Marta foi, chamou Maria, a sua irmã, e lhe disse em particular: — O Mestre chegou e está chamando você.
11.29   Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi encontrar-se com Jesus.
11.30   Pois ele não tinha chegado ao povoado, mas ainda estava no lugar onde Marta o havia encontrado.
11.31   As pessoas que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram que ela se levantou e saiu depressa. Então foram atrás dela, pois pensavam que ela ia ao túmulo para chorar ali.
11.32   Maria chegou ao lugar onde Jesus estava e logo que o viu caiu aos pés dele e disse: — Se o senhor tivesse estado aqui, o meu irmão não teria morrido!
11.33   Jesus viu Maria chorando e viu as pessoas que estavam com ela chorando também. Então ficou muito comovido e aflito
11.34   e perguntou: — Onde foi que vocês o sepultaram? — Venha ver, senhor! — responderam.
11.35   Jesus chorou.
11.36   Então as pessoas disseram: — Vejam como ele amava Lázaro!
11.37   Mas algumas delas disseram: — Ele curou o cego. Será que não poderia ter feito alguma coisa para que Lázaro não morresse?
11.38   Jesus ficou outra vez muito comovido. Ele foi até o túmulo, que era uma gruta com uma pedra colocada na entrada,
11.39   e ordenou: — Tirem a pedra! Marta, a irmã do morto, disse: — Senhor, ele está cheirando mal, pois já faz quatro dias que foi sepultado!
11.40   Jesus respondeu: — Eu não lhe disse que, se você crer, você verá a revelação do poder glorioso de Deus?
11.41   Então tiraram a pedra. Jesus olhou para o céu e disse: — Pai, eu te agradeço porque me ouviste.
11.42   Eu sei que sempre me ouves; mas eu estou dizendo isso por causa de toda esta gente que está aqui, para que eles creiam que tu me enviaste.
11.43   Depois de dizer isso, gritou: — Lázaro, venha para fora!
11.44   E o morto saiu. Os seus pés e as suas mãos estavam enfaixados com tiras de pano, e o seu rosto estava enrolado com um pano. Então Jesus disse: — Desenrolem as faixas e deixem que ele vá.
11.45   Muitas pessoas que tinham ido visitar Maria viram o que Jesus tinha feito e creram nele.
11.46   Mas algumas pessoas voltaram e contaram aos fariseus o que ele havia feito.

Comemoração de Maria, Marta e Lázaro de Betânia - 29 de julho

“S. Lázaro entre Marta e Maria”, atribuído a Mestre Perea (em atividade entre 1480-1500, em Valencia), Museu Lázaro Galdiano, Madri.


Maria, Marta e Lázaro de Betânia eram discípulos com quem Jesus tinha uma ligação especial de amor e amizade. O Evangelho de São João registra que “amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro” (S. João 11.5). Em certa ocasião, Marta recebeu Jesus em sua casa para uma refeição. Enquanto ela fazia todo o trabalho, Maria sentou-se aos pés de Jesus ouvindo sua Palavra e foi elogiada por Jesus por ter escolhido a “a boa parte, e esta não lhe será tirada” (S. Lucas 10.38-42). Quando seu irmão Lázaro morreu, Jesus anunciou a Marta esta bonita promessa do Evangelho: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (S. João 11.25-27). Ironicamente, quando Jesus ressuscitou Lázaro da morte, isto tornou os inimigos de Jesus mais decididos do que nunca a matá-lo (S. João 11.39-54). Seis dias antes de Jesus ser crucificado, Maria ungiu-lhe os pés com um óleo perfumado muito caro e os enxugou com os seus cabelos, não sabendo na ocasião que ela estava fazendo isso como uma preparação para o sepultamento de Jesus (S. João 12.1-8; S. Mateus 26.6-13).

ORAÇÃO DO DIA:

Pai Celestial, teu amado Filho fez amizade com seres humanos frágeis como nós para torná-los teus amigos. Ensina-nos a ser como os queridos amigos de Jesus de Betânia, para que possamos servi-lo fielmente como Marta, aprendermos sinceramente com ele como Maria e, finalmente, sermos ressuscitados por ele como Lázaro. Através de Jesus Cristo, Senhor deles e nosso, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 571-572)

28/07/2013

Comemoração de J. S. Bach, Mestre de capela – 28 de julho

Johann Sebastian Bach (aos 61 anos) em um retrato de 1746, por Elias Gottlob Haussmann (1695-1774)

Hoje nos lembramos de seu “aniversário celestial”, pois foi em 28 de julho de 1750 que o Senhor trasladou Bach para a glória.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) é reconhecido como um dos mais famosos e talentosos de todos os compositores do passado e do presente em todo o mundo ocidental. Órfão aos dez anos de idade, Bach foi quase que inteiramente autodidata na música. Sua vida profissional como regente, cantor, compositor, professor e consultor de órgãos iniciou com a idade de 19 anos, na cidade de Arnstadt e terminou em Leipzig, onde durante os últimos 27 anos de sua vida, ele foi responsável por toda a música nas quatro igrejas luteranas da cidade. Além de ter sido um excelente artista do teclado, o gênio e o volume de composições vocais e instrumentais de Bach permanecem ainda hoje. Um devoto e dedicado luterano, Bach é especialmente honrado na cristandade por sua insistência ao longo da vida de que sua música fora escrita especialmente para a vida litúrgica da igreja, para glorificar a Deus e edificar o seu povo.

"Soli Deo Gloria - Somente a Deus a glória! Essas palavras aparecem na maioria dos manuscritos de composições de Bach como testemunho de sua fé e sua concepção do maior e mais nobre uso da música."

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, belo em majestade e majestoso em santidade, tu nos ensina na Sagrada Escritura a cantar teus louvores e concedeste graça a teu servo Johann Sebastian Bach para manifestar a tua glória através da música. Continua a conceder este dom de inspiração para todos os teus servos que escrevem e fazem música para o teu povo, para que com alegria, possamos vislumbrar na Terra a tua beleza e ao final conhecer a riqueza inesgotável da tua criação em Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive, e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 568-569)

27/07/2013

Evangelho Dominical – Nono Domingo após Trindade

Gravura de Jan Luyken (1649-1712) ilustrando Lucas 16.1-9, na Bíblia de Robert Bowyer (1758-1834), Bolton, Inglaterra.

Evangelho segundo S. Lucas 16.1-9 (10-13)

16.1 Jesus disse aos seus discípulos: — Havia um homem rico que tinha um administrador que cuidava dos seus bens. Foram dizer a esse homem que o administrador estava desperdiçando o dinheiro dele. 16.2 Por isso ele o chamou e disse: “Eu andei ouvindo umas coisas a respeito de você. Agora preste contas da sua administração porque você não pode mais continuar como meu administrador.” 16.3 — Aí o administrador pensou: “O patrão está me despedindo. E, agora, o que é que eu vou fazer? Não tenho forças para cavar a terra e tenho vergonha de pedir esmola. 16.4 Ah! Já sei o que vou fazer... Assim, quando for mandado embora, terei amigos que me receberão nas suas casas.” 16.5 — Então ele chamou todos os devedores do patrão e perguntou para o primeiro: “Quanto é que você está devendo para o meu patrão?” 16.6 — “Cem barris de azeite!” — respondeu ele. O administrador disse: — “Aqui está a sua conta. Sente-se e escreva cinqüenta.” 16.7 — Para o outro ele perguntou: “E você, quanto está devendo?” — “Mil medidas de trigo!” — respondeu ele. — “Escreva oitocentas!” — mandou o administrador. 16.8 — E o patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza. E Jesus continuou: — As pessoas deste mundo são muito mais espertas nos seus negócios do que as pessoas que pertencem à luz. 16.9 Por isso eu digo a vocês: usem as riquezas deste mundo para conseguir amigos a fim de que, quando as riquezas faltarem, eles recebam vocês no lar eterno. 16.10 Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes. 16.11 Pois, se vocês não forem honestos com as riquezas deste mundo, quem vai pôr vocês para tomar conta das riquezas verdadeiras? 16.12 E, se não forem honestos com o que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês? 16.13 — Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.

Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

26/07/2013

Nono Domingo após Trindade – 28 de julho de 2013

“Parábola do administrador infiel” (1540), Marinus van Reymerswaele (c.1490–c.1546), em Kunsthistorisches Museum (Viena).
A esperteza santificada do administrador

O patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza” (S. Lucas 16.1-9). A esperteza do administrador é louvável por duas razões. Primeiramente, ele sabia que o patrão seria misericordioso. Ele confiava que o patrão honraria as dívidas que ele perdoou em nome do patrão. Da mesma forma, embora tenhamos desperdiçado as posses de nosso Pai celestial no egoísmo e no pecado, Jesus é o administrador que cancelou a nossa dívida, sabendo que o seu perdão será honrado pelo Pai por causa da Santa Cruz. Em segundo lugar, o administrador foi esperto no uso do azeite e do trigo para prover seu bem-estar terreno. Assim também fazem esses elementos terrenos ao nos ajudar quando colocados em uso celestial na unção do Batismo e no trigo da Ceia do Senhor. Aqueles que têm os sacramentos terão um lar eterno quando sua morada terrena fracassar. Estes nos fornecem ajuda em momentos de tentação (1 Coríntios 10.6-13). Pois o Senhor é a nossa força e um escudo para todos os que nele confiam (2 Samuel 22.26-34).

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:
Lecionário Anual

Antigo Testamento: 2 Samuel 22.26-34
Salmo: 51.1-12 (antífona vers. 18 )
Epístola: 1 Coríntios 10.6-13
Santo Evangelho: S. Lucas 16.1-9 (10-13)

ORAÇÃO DO DIA:

Que os teus misericordiosos ouvidos, ó Senhor, estejam abertos às orações dos teus humildes servos; e, para que eles possam ser atendidos em suas petições, faze-os pedir as coisas que são agradáveis a ti; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre, Amém.

25/07/2013

Festa de São Tiago, o Maior, Apóstolo – 25 de julho

“São Tiago, o Maior” (c. 1635), Alonso Cano (1601-1667)

São Tiago e seu irmão João, filhos de Zebedeu e Salomé eram pescadores no mar da Galileia, que foram chamados juntamente com Pedro e seu irmão André para seguir a Jesus. Nas listas dos discípulos de Jesus nos Evangelhos, Tiago está listado seguindo Pedro e precedendo João. Juntos, esses três aparecem como líderes dos Doze. A razão de Tiago preceder João é porque Tiago é o mais velho dos irmãos. O Livro de Atos registra que Tiago foi decapitado por Herodes Agripa I, provavelmente entre os anos 42 e 44 d. C. (Atos 12.1-2). Assim, Tiago é o primeiro dos Doze a morrer como um mártir.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Atos dos Apóstolos 11.27-12.5
† Salmo: 56 (antífona vers. 4)
† Epístola: Romanos 8.28-39
† Santo Evangelho: S. Marcos 10.35-45

ORAÇÃO DO DIA:

Ó gracioso Deus, teu servo e apóstolo São Tiago foi o primeiro entre os Doze a sofrer o martírio em nome de Jesus Cristo. Derrama sobre os líderes da tua Igreja este espírito de serviço abnegado para que possamos abandonar todos os atrativos falsos e passageiros e passemos a seguir somente a Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

O espírito de martírio

Miniatura do Livro de Horas de Étienne Chevalier ilustrando o Martírio de São Tiago, o Maior (1452-60), Jean Fouquet (c. 1420 - c. 1480).

Hoje, a Santa Igreja festeja São Tiago, o Maior, irmão de São João, filho de Zebedeu e primeiro mártir entre os Doze. A primeira leitura narra sua história: Atos 11.27-12.05. A cor litúrgica vermelha para este dia nos lembra também a morte dos santos.

Na ordenação de um pastor seria oportuno dizer: “Bem-vindo ao martírio”. O Dia de São Tiago nos lembra isso quando rezamos na Coleta do dia:

“Teu servo e apóstolo São Tiago foi o primeiro entre os Doze a sofrer o martírio em nome de Jesus Cristo. Derrama sobre os líderes da tua Igreja este espírito de serviço abnegado para que possamos abandonar todos os atrativos falsos e passageiros e passemos a seguir somente a Cristo.”

O espírito de martírio - de não encontrar a nossa vida em nenhum lugar, mas na comunhão com Jesus Cristo - é o espírito que oramos por todos que ocupam o Santo Ministério na Igreja de Cristo.

Oração para o Dia de São Tiago, o Maior

Ó Senhor, te louvamos por Tiago, que caiu sob a espada de Herodes. Ele bebeu o cálice do sofrimento e assim cumpriu tua palavra. Senhor, refreia a nossa vã impaciência pela glória e fama, equipa-nos para tais sofrimentos para glória do teu nome. Amém.

Dia de São Tiago, o Maior - Evangelho segundo São Marcos 10.35-40:

35 Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir.
36 E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça?
37 Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.
38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?
39 Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado;
40 quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado.

“Apóstolo São Tiago, o Maior” (1610-14), El Greco (1541-1614)

Martírio de São Tiago, o Maior

“Martírio de São Tiago” (1722), Giovanni Battista Piazzetta (1682-1754)

Primeira Leitura do Dia de São Tiago: Atos dos Apóstolos 11.27-12

11.27 Naquele tempo alguns profetas foram de Jerusalém para Antioquia. 11.28 Um deles, chamado Ágabo, levantou-se e, pelo poder do Espírito Santo, anunciou: — Haverá uma grande falta de alimentos no mundo inteiro. Isso aconteceu quando Cláudio era o Imperador romano. 11.29 Então os cristãos resolveram mandar ajuda aos irmãos que moravam na região da Judéia, e cada um deu de acordo com o que tinha. 11.30 E mandaram o dinheiro por meio de Barnabé e Saulo, para que eles o entregassem aos presbíteros da igreja.
12.1 Por essa época o rei Herodes começou a perseguir algumas pessoas da igreja. 12.2 Ele mandou matar à espada Tiago, o irmão de João. 12.3 Quando viu que isso agradou os judeus, mandou também prender Pedro. Isso aconteceu durante a Festa dos Pães sem Fermento. 12.4 Depois que prendeu Pedro, Herodes o colocou na cadeia e pôs quatro grupos de soldados, com quatro em cada grupo, para guardá-lo. É que Herodes queria apresentá-lo ao povo depois do dia da Páscoa. 12.5 E assim Pedro estava preso e era vigiado pelos guardas; mas a igreja continuava a orar com fervor por ele.

24/07/2013

Advertência contra os falsos profetas de Cristo: o fundamento e a razão desta advertência

“Jó e seus falsos confortadores” (1452-60), Jean Fouquet (c. 1420 - c. 1480)

Assim como nos três capítulos anteriores, o 5º, 6º e 7º, o Senhor explica os mandamentos de Deus, ele finalmente conclui com estas palavras: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens façam a vocês, façam vós também a eles”, v. 12. Esta é uma doutrina cristã, e a totalidade e completude do cristianismo. Segue-se imediatamente esta leitura do Evangelho, em que o Senhor exerce o ofício de um bom pastor e mestre, e nos adverte para ter cuidado com os falsos profetas. Como se quisesse dizer: vocês já ouviram falar a verdade, portanto, de agora em diante, tenham cuidado com outras doutrinas. Pois é certo que os falsos mestres e falsos profetas surgirão sempre que esta Palavra for pregada.
Devemos considerar seriamente os dois tipos de doutrina, a verdadeira e boa, e a falsa e errônea, e que elas sempre acompanharão uma a outra, pois assim tem sido desde o princípio e assim continuará sendo até o fim do mundo. Por isso, não fará por nós para se arrastam em silêncio, e recorrer a uma forma segura e seguro de vida. Os maus ensinamentos dos homens e doutrinas de demônios e todos os nossos inimigos se opõem a nós sem cessar, e, portanto, não nos atrevamos a pensar que o problema está resolvido. Nós ainda não atravessamos o rio. Portanto, o Senhor diligentemente nos adverte e diz: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.

Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero para o Oitavo Domingo após Trindade, baseado no Evangelho de S. Mateus 7.15-23, publicado em sua Postila da Igreja (1522).

22/07/2013

Ó Senhor, concedei-me ser como Maria Madalena

Ó Senhor Jesus Cristo, olha para mim, um pobre pecador, com seus olhos de misericórdia, os mesmos olhos de misericórdia com o qual tu olhaste para Pedro no pátio do sinédrio, para Maria Madalena no banquete e para o malfeitor na cruz. Concedei-me também, ó, Deus todo-poderoso, que, com Pedro eu possa lamentar meu pecado do coração, com Maria Madalena eu possa amá-lo sinceramente e com o malfeitor na cruz possa viver eternamente contigo em teu reino. Amém.

-- Bem-aventurado Johann Gerhard (1582-1637), pastor e teólogo, em “An Explanation of the History of the Suffering and Death of Our Lord Jesus Christ” (Repristination Press, 2005), p. 123.

Festa de Santa Maria Madalena - 22 de julho

“Santa Maria Madalena” (1644-46), Carlo Dolci (1616-1686)

Neste dia a Igreja cristã rende graças a Deus por Maria Madalena e seu testemunho do Salvador.
Com apenas uma exceção (S. João 19.25), sempre que os Evangelhos do Novo Testamento citam as mulheres que estavam com Jesus, Santa Maria Madalena é a primeira da lista. Muitos especulam que a razão para isso é que Maria foi abençoada por ser a primeira pessoa a ver o Senhor Jesus ressuscitado (S. João 20.10-18).

De acordo com S. Lucas 8.2, Jesus tinha curado Maria da possessão de sete demônios. Através dos séculos, ela tem sido muitas vezes identificada com a arrependida “mulher da cidade” (prostituta) que ungiu os pés de Jesus, quando ele se sentou à mesa na casa do fariseu (S. Lucas 7.36-50). Essa identificação levou à inclusão da palavra “Penitente” em seu título oficial na Igreja da Idade Média, a única pessoa a ser assim designada. No entanto, não há nenhuma razão bíblica para associar as duas mulheres. Outra falha comum na identificação é pensar que Maria Madalena é a mesma Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro.

Agora você já deve ter percebido que “Maria” era um nome bastante comum na Judeia do primeiro século. O que sabemos, à parte de Jesus tê-la curado, é que Maria foi uma das numerosas mulheres que seguiam Jesus e ajudavam a sustentá-lo e a seus discípulos. Maria estava presente quando Jesus foi crucificado. Ela viu Jesus ser sepultado por Nicodemos e José de Arimateia. Na manhã do Domingo de Páscoa ela foi ao túmulo e o encontrou vazio. Depois que os outros a deixaram, ela ficou para trás e foi a primeira a ver Jesus ressuscitado, que a incumbiu de contar aos outros discípulos que ele tinha sido levantado dentre os mortos. A palavra “apóstolo” significa “enviado”. Porque Maria foi enviada para contar aos apóstolos sobre a ressurreição, Bernardo de Claraval (1090-1153) a chamava de “apóstola dos apóstolos”.

Santa Maria Madalena se destaca por sua profunda fé e devoção a Jesus, e como testemunha dos eventos fundadores da nossa fé cristã: a morte, sepultamento e ressurreição de nosso Senhor.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

Antigo Testamento: Provérbios 31.10-31
Salmo: 73.23-28 (antífona vers. 1)
Epístola: Atos 13.26-31
Santo Evangelho: S. João 20.1-2, 10-18

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, teu Filho Jesus Cristo restaurou Maria Madalena à saúde e chamou-a para ser a primeira testemunha de sua ressurreição. Cura-nos de todas as nossas enfermidades e chama-nos para conhecer a ti no poder da vida eterna do teu Filho; pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

21/07/2013

Comemoração do Santo Profeta Ezequiel – 21 de julho

“Ezequiel” (1510), Michelangelo Buonarroti (1475-1564)

Hoje lembramos, no nosso calendário litúrgico da Igreja Luterana, o profeta Ezequiel, filho de Buzi. Ele era um sacerdote chamado por Deus para ser um profeta para os exilados durante o cativeiro babilônico (Ezequiel 12.13). Em 597 a.C., o rei Nabucodonosor e o exército babilônico levaram o rei de Judá e milhares dos melhores cidadãos de Jerusalém - incluindo Ezequiel - para a Babilônia (2 Reis 24.8-16). De 593 a.C. até a destruição de Jerusalém e do templo em 586 a.C., Ezequiel profetizou a inevitabilidade do juízo divino sobre Jerusalém, sobre os exilados na Babilônia e em sete nações que cercavam Israel (Ezequiel 1-32). Jerusalém cairia e os exilados não voltariam rapidamente, como conseqüência de seu pecado. Uma vez que chegou a Ezequiel a notícia que Jerusalém e o templo foram destruídos, sua mensagem se tornou-se conforto e esperança. Através o profeta, Deus prometeu que seu povo iria experimentar a futura restauração, renovação e avivamento na vinda reino messiânico (Ezequiel 33-48). Grande parte do estranho simbolismo das profecias de Ezequiel foram mais tarde utilizada no Apocalipse de São João.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, por intermédio do Profeta Ezequiel, tu continuaste o modelo profético de ensinar seu povo na verdadeira fé e a demonstrar através dos milagres a tua presença na criação para curá-la de sua fragilidade. Concede que tua Igreja possa ver em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta dos últimos tempos cujos ensinamentos e milagres continuam na tua Igreja através da medicina curativa do Evangelho e dos Sacramentos, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Evangelho Dominical – Oitavo Domingo após Trindade

“Árvore da Fé, Amor e Boas Obras” (1525), xilogravura de Hans Sebald Beham (1500-1540)
Evangelho segundo S. Mateus 7.15-23

7.15   — Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. 7.16   Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. 7.17   Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. 7.18   A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. 7.19   Toda árvore que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo. 7.20   Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem. 7.21   — Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu. 7.22   Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: “Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!” 7.23   Então eu direi claramente a essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal!”

Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (SBB)

20/07/2013

Comemoração do Santo Profeta Elias – 20 de julho

Ícone com a representação da ascensão do Profeta Elias, sendo observado pelo Profeta Eliseu

O profeta Elias, cujo nome significa “Meu Deus é Yahweh [o SENHOR]”, profetizou no reino do norte de Israel, especialmente durante o reinado de Acabe (874-853 a.C.).
O rei Acabe, sob a influência de sua esposa Jezabel, havia incentivado o culto a Baal em todo o seu reino, até que Jezabel tentou acabar com a adoração a Yahweh. Elias foi chamado por Deus para denunciar a idolatria e chamar o povo de Israel de volta a adoração de Yahweh como o único Deus verdadeiro (como ele fez em 1 Reis 18.20-40).
Elias foi uma vigorosa e imponente figura, vivendo no deserto e se vestindo com roupa de pêlos de camelo e um cinto de couro (2 Reis 1.8). Ele foi um profeta poderoso em obras e palavras. Muitos milagres foram feitos por intermédio de Elias, incluindo a ressurreição de mortos (1 Reis 17.17-24) e a predição de uma longa seca em Israel (1 Reis 17.1).
Ao final de seu ministério, Elias foi levado para o céu enquanto Eliseu, seu sucessor, o contemplava (2 Reis 2.11). Mais tarde, o profeta Malaquias proclamou que Elias retornaria antes da vinda do Messias (Malaquias 4.5-6), uma profecia que se cumpriu no ministério profético de João Batista (S. Mateus 11.14).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, por intermédio do Profeta Elias, tu continuaste o modelo profético de ensinar seu povo na verdadeira fé e a demonstrar através dos milagres a tua presença na criação para curá-la de sua fragilidade. Concede que tua Igreja possa ver em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta dos últimos tempos cujos ensinamentos e milagres continuam na tua Igreja através da medicina curativa do Evangelho e dos Sacramentos, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

FonteTreasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 542-543)

19/07/2013

Oitavo Domingo após Trindade – 21 de julho de 2013

“O lobo em pele de cordeiro” (1687), xilogravura de Francis Barlow (1624–1704).

Acautelai-vos com os falsos profetas

Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (S. Mateus 7.15). O engano tem sua força na aparência da verdade. Os falsos profetas “falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR” (Jeremias 23.16-29). Eles negam o juízo do SENHOR, falando de paz para os impenitentes, quando na verdade há condenação e ira. “Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (S. Mateus 7.20). Os “frutos” de um verdadeiro profeta não são justiça ou sucesso aparente, mas a fidelidade na proclamação da Palavra do SENHOR. Esta é a vontade do Pai que está no céu, que os pastores cuidem do rebanho, daqueles adotados pelo Pai (Romanos 8.12-17), advertindo-os contra os lobos e as suas mentiras, e pastoreando a Igreja de Deus, a qual ele resgatou com seu próprio sangue (Atos 20.27-38). De fato, a cruz é esta árvore boa que dá bons frutos, a saber, o corpo e o sangue de Cristo, dado e derramado por vós para o perdão dos pecados.

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:
Lecionário Anual

Antigo Testamento: Jeremias 23.16-29
Epístola: Atos 20.27-38 ou Romanos 8.12-17
Santo Evangelho: S. Mateus 7.15-23

ORAÇÃO DO DIA:

Concede-nos, Senhor, o Espírito de pensar e fazer sempre as coisas que são certas, para que nós, que não podemos fazer nada que seja bom sem ti, possamos ser capacitados por ti para viver de acordo com tua vontade, através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

16/07/2013

Rute dá à luz Obede, avô de Davi (Rute 4.13-22)

"Rute e Noemi" (1859), Emile Levy (1826-1890)
13. Recebeu Boaz a Rute, e ela veio a ser sua mulher. Ele a conheceu, e Jeová concedeu-lhe a ela graça de conceber, e dar à luz um filho.
14. Disseram as mulheres a Noemi: Bendito seja Jeová, que não te deixou hoje sem um parente chegado; e torne-se o seu nome célebre em Israel.
15. Ele será restaurador da tua vida, e consolador da tua velhice, porque nasceu de tua nora, que te ama, e ela te é melhor do que sete filhos.
16. Noemi tomou o menino, pô-lo no seu regaço e fazia-lhe as vezes de ama.
17. As mulheres suas vizinhas deram-lhe nome, dizendo: Nasceu um filho a Noemi. Chamaram ao menino Obede. Ele é o pai de Jessé, pai de Davi.
18. Estas são as gerações de Perez: Perez gerou a Hezrom;
19. Hezrom gerou a Rão, e Rão gerou a Aminadabe;
20. Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom;
21. Salmom gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obede;
22. Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Boaz casa com Rute (Rute 4.1-12)

"Rute e Boaz", Gerbrand van den Eeckhout (1621-1674), Bert van Deun, Beerse
1. Subiu Boaz à porta, e sentou-se ali. Eis que estava passando o parente chegado, de quem Boaz falara, ao qual disse: Vem cá, homem, e senta-te aqui. Veio ele, e sentou-se.
2. Então Boaz tomou dez homens dos anciãos da cidade, e disse: Sentai-vos aqui. Eles se assentaram.
3. Disse ao parente chegado: Noemi, que voltou do país de Moabe, vendeu a parte da terra que pertencia ao nosso irmão Elimeleque.
4. Eu resolvi informar-te disto e dizer-te: Compra-a diante dos que estão sentados aqui e diante dos anciãos do meu povo. Se a quiseres redimir, redime-a; porém, se não o quiseres, dize-mo, para que eu saiba; pois para a redimir não há outro senão tu, e eu depois de ti. Respondeu ele: Eu a redimirei.
5. Então disse Boaz: No dia em que comprares o campo da mão de Noemi, também a comprarás de Rute, a moabita, que foi mulher do defunto, para suscitar o nome dele na sua herança.
6. Respondeu o parente chegado: Quanto a mim não o posso redimir, para que não prejudique a minha própria herança: toma tu sobre ti o meu direito de redimir, porque eu não o posso fazer.
7. Este era outrora o costume em Israel para confirmar todo o negócio relativamente à redenção e à permutação; tirava o homem o sapato e o dava ao seu vizinho. Esta era a maneira de dar documentos em Israel.
8. O parente chegado, pois, disse a Boaz: Compra-a para ti. E tirou o sapato.
9. Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Vós sois hoje testemunhas de que comprei da mão de Noemi tudo o que era de Elimeleque, e tudo o que era de Quiliom e de Malom.
10. Também a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, tomei-a por minha mulher, para fazer reviver o nome do defunto na sua herança, a fim de que o nome dele não seja extinguido dentre seus irmãos, e da porta da sua cidade. Vós hoje sois testemunhas disso.
11. Respondeu todo o povo que estava na porta, e os anciãos: Somos testemunhas. Jeová faça a esta mulher que entra em tua casa como a Raquel e como a Lia, que juntas fundaram a casa de Israel. Há-te dignamente em Efrata, a adquire um nome célebre em Belém.
12. Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar deu a Judá, pela posteridade que Jeová te der desta moça.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Rute vai deitar-se aos pés de Boaz (Rute 3.6-18)

"Rute e Boaz", Charles Lock Eastlake (1793-1865)

6. Tendo descido à eira, fez conforme tudo o que sua sogra lhe ordenara.
7. Depois que Boaz tinha comido e bebido, estando o seu coração alegre, foi deitar-se ao pé da meda: e vindo ela de mansinho, descobriu-lhe os pés, e deitou-se.
8. Pela meia noite o homem assustou-se, e se voltou; e eis que uma mulher estava deitada aos seus pés.
9. perguntou-lhe: Quem és tu? Respondeu-lhe ela: Sou Rute, tua serva. Estende a tua capa sobre a tua serva; porque tu és parente chegado.
10. Ele disse: Bendita sejas de Jeová, minha filha. Mostraste mais bondade agora do que em outro tempo, visto que não escolheste mancebos pobres ou ricos.
11. Agora, minha filha, não temas; eu farei tudo o que disseres, porque todo o povo da minha cidade sabe que és mulher virtuosa.
12. Ora é verdade que sou parente chegado: contudo há outro mais chegado do que eu.
13. Fica-te aqui esta noite, e pela manhã se ele cumprir fielmente os deveres dum parente para contigo, que o faça; mas se ele não o quiser, eu o farei tão certamente como Jeová vive: deita-te até pela manhã.
14. Ela se deitou aos pés dele até pela manhã; e levantou-se antes que se pudesse reconhecer um ao outro. Pois ele disse: Não se saiba que esta mulher veio à eira.
15. Acrescentou: Traze a capa com que te cobres, e segura-a. Ela a segurou, ele lhe mediu seis medidas de cevada, e lhas pôs em cima: e entrou na cidade.
16. Quando chegou à casa de sua sogra, esta lhe perguntou: Quem és tu, minha filha? Ela lhe referiu tudo o que o homem lhe fizera.
17. Acrescentou: Estas seis medidas de cevada ele mas deu; pois disse: Não voltes vazia para tua sogra.
18. Noemi disse-lhe: fica quieta, minha filha, até saberes como vai terminar o negócio; porque não descansará o homem até que o tenha concluído hoje.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

COMENTÁRIOS BÍBLICOS

COMENTÁRIO DE KEIL E DELITZSCH:



Naomi aconselha Rute (Rute 3.1-5)

"Naomi aconselha Rute" (1653), Jan Victors (c. 1619-1676)

1. Disse-lhe Noemi, sua sogra: Não te procurarei descanso, minha filha, para que te vá bem?
2. Não é Boaz, com cujas moças estiveste, nosso parente? Eis que esta noite vai joeirar a cevada na eira.
3. Lava-te, unge-te e, vestindo-te, desce a eira: porém não te dês a conhecer ao homem, antes que ele tenha acabado de comer e de beber.
4. Quando ele se deitar, notarás o lugar, entrarás, descobrir-lhe-ás os pés e deitar-te-ás; e ele te dirá o que deves fazer.
5. Respondeu-lhe Rute: Farei tudo quanto disseres.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Boaz fala a Rute benignamente (Rute 2.8-23)

“Rute nos campos de Boaz” (1828), Julius Schnorr von Carolsfeld (1794–1872)
8. Então disse Boaz a Rute: Ouve, minha filha? não vás a outro campo a rabiscar, nem te afastes daqui, mas ajunta-te às minhas moças.
9. Dirige os teus olhos para o campo que segarem, e vai após elas; não dei eu ordem aos moços que não te molestem? quando tiveres sede, vai aos vasos e bebe do que os moços tiverem tirado.
10. Ela, prostrando-se e inclinando-se com o rosto em terra, lhe perguntou: Por que é que achei graça diante de ti, ao ponto de fazeres tu caso de mim, sendo eu estrangeira?
11. Respondeu-lhe Boaz: Tem-se-me contado tudo o que tens feito a tua sogra, depois da morte de teu marido: como deixaste a teu pai e a tua mãe, e a terra em que nasceste, e és vinda a um povo que antes não conhecias.
12. Jeová te dê o galardão do que fizeste, e te seja concedida plena recompensa da parte de Jeová, Deus de Israel, debaixo de cujas asas vieste buscar refúgio.
13. Ela disse: Ache eu graça diante de ti, meu senhor: pois me consolaste, e falaste benignamente à tua serva, ainda que eu não seja como uma das tuas servas.
14. À hora de comer disse-lhe Boaz: Vem aqui, e come do pão e molha o teu bocado no vinagre. Ela se assentou ao lado dos segadores; e ele lhe ofereceu trigo tostado, e ela comeu e ficou satisfeita, e ainda lhe sobejou.
15. Tendo-se ela levantado para rabiscar, deu Boaz ordem aos seus moços, dizendo: Permiti-lhe rabiscar até entre as gavelas, e não a censureis.
16. Tirai também dos molhos algumas espigas, e deixai-as, para que ela as apanhe, e não a repreendais.
17. Esteve Rute apanhando no campo até a tarde; debulhou o que havia apanhado, e foi quase uma efa de cevada.
18. Então carregou com a cevada, e entrou na cidade; e viu sua sogra o que havia apanhado. Tirou também, e deu-lhe o que lhe sobejara depois de se ter fartado.
19. Perguntou-lhe sua sogra: Onde rabiscaste hoje? onde trabalhaste? Bendito seja aquele que fez caso de ti. Ela referiu a sua sogra com quem havia trabalhado e disse: O nome do homem com quem trabalhei hoje é Boaz.
20. Disse Noemi a sua nora: Bendito seja ele de Jeová, que não tem deixado de mostrar a sua bondade para com os vivos e para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: O homem é nosso parente, um dos nossos parentes chegados.
21. Respondeu Rute a moabita: Ele me disse ainda: Seguirás de perto aos meus moços, até que tenham acabado toda a minha sega.
22. Então disse Noemi a sua nora Rute: Bom é, minha filha, que saias com as suas moças, e que não te encontrem noutro campo.
23. Ela, pois, se ajuntou com as moças de Boaz para rabiscar até o fim da sega de cevada e de trigo; e morava com a sua sogra.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Rute rabisca espigas no campo (Rute 2.1-7)

“Rute nos Campos” (1876), Hugues Merle (1823–1881)

1. Ora tinha Noemi um parente de seu marido, homem ilustre em riquezas, da família de Elimeleque; ele se chamava Boaz.
2. Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo e rabiscar entre as espigas após aquele em cujos olhos eu achar graça. Ela lhe respondeu: Vai, minha filha.
3. Foi e chegou ao campo e apanhava as espigas atrás dos segadores; a sorte a levou à parte do campo que pertencia a Boaz, que era da família de Elimeleque.
4. Eis que Boaz veio de Belém, e disse aos segadores: Jeová seja convosco. Responderam-lhe eles: Jeová te abençoe.
5. Boaz perguntou ao servo que estava posto sobre os segadores: De quem é esta moça?
6. Respondeu-lhe o servo: Ela é a moça moabita que voltou com Noemi do país de Moabe;
7. pediu-me que a deixasse rabiscar e apanhar as espigas por entre as gavelas após os segadores. Veio e ficou desde a manhã até agora; só de pouco é que ela se assentou na choça.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

A chegada de Noemi e Rute a Belém (Rute 1.19-22)

“Rute decalara sua lealdade a Noemi” (1614), Pieter Lastman (1583-1633)

19. Assim caminharam ambas, até que chegaram a Belém. Aconteceu que, ao chegarem ali, se comoveu toda a cidade por causa delas, e perguntavam as mulheres: É esta, porventura, Noemi?
20. Respondeu-lhes ela: Não me chameis Noemi, chamai-me Mara, pois o Todo-poderoso me encheu de grande amargura.
21. Eu saí daqui cheia, e Jeová me fez voltar vazia. Por que me chamais Noemi, visto que Jeová deu testemunho contra mim, e o Todo-poderoso me afligiu?
22. Voltou Noemi com sua nora Rute, a moabita, que veio do país de Moabe; e chegaram a Belém no princípio da sega de cevadas.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Noemi regressa para casa (Rute 1.6-18)


“Rute e Naomi” (1744), Nicolaas Verkolje (1673-1746)
6. Então se levantou ela com as noras, para voltar do país de Moabe, porque tinha ouvido que Jeová havia visitado ao seu povo, dando-lhe pão.
7. Saiu do lugar em que estava com suas duas noras, e puseram-se a caminho de volta para a terra de Judá.
8. Noemi disse a suas duas noras: Ide, voltai cada uma para a casa de sua mãe; use Jeová convosco de misericórdia, como vós o fizestes com os que morreram e comigo.
9. Conceda-vos Jeová que acheis descanso, cada uma em casa de seu marido. Ela as beijou. Mas elas levantaram a voz e, chorando,
10. responderam-lhe: Voltaremos contigo para o teu povo.
11. Tornou-lhes Noemi: Voltai, minhas filhas; por que quereis ir comigo? Tenho eu ainda filhos no meu ventre, para que vos venham a ser maridos?
12. Voltai, filhas minhas, ide-vos; porque sou velha demais para me casar. Ainda quando eu dissesse: Tenho esperança; ainda quando esta noite tivesse marido, e viesse a gerar filhos;
13. esperá-los-íeis, porventura, até que fossem crescidos? abster-vos-íeis de terdes maridos? Não, minhas filhas, ainda que me é mais amargo a mim do que a vós, porque a mão de Jeová descarregou sobre mim.
14. Então levantando a voz, tornaram a chorar. Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela.
15. Disse Noemi: Eis que voltou tua cunhada para o seu povo, e para os seus deuses, volta também tu após tua cunhada.
16. Respondeu Rute: Não me instes que te abandone e deixe de te seguir: pois para onde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que tu pousares, pousarei eu: o teu povo será o meu povo, e o teu Deus o meu Deus.
17. Onde quer que tu morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Isto me faça Jeová, e ainda mais, se outra coisa que a morte me separar de ti.
18. Vendo Noemi que Rute estava tão firmemente resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Orfa e Rute (Rute 1.1-5)

"Rute, Naomi e Orfa", Samuel Pepys Cockerell (1754–1827)
1. Nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra. Um homem de Betlém-Judá saiu a peregrinar no país de Moabe com sua mulher e seus dois filhos.
2. Chamava-se o homem Elimeleque, e sua mulher Noemi, e chamavam-se seus dois filhos Malom e Quiliom; eram de Efrata de Betlém-Judá. Tendo entrado no país de Moabe, ficaram ali.
3. Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ela ficou com seus dois filhos.
4. Eles casaram com mulheres de Moabe, das quais uma se chamava Orfa, e a outra Rute; e ali moraram cerca de dez anos.
5. Morreram ambos, Malom e Quiliom, ficando a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.

Bíblia Sagrada - Tradução Brasileira

Rute e Belém

"Rute e Boaz" (c.1835-7), George Frederic Watts (1817‑1904)
Na Leitura do Evangelho do domingo que passou (Sétimo após Trindade, no Lecionário Anual) vemos Jesus multiplicar pães (São Marcos 8.1–9).
Hoje a Igreja Luterana comemora Rute, a moabita que foi viver em Belém. Belém (palavra hebraica que significa "A Casa do Pão") é mencionada pela primeira vez em Gênesis 35.19 como o lugar em que Raquel foi sepultada o que é repetido por Jacó em Gênesis 48.7. Ibsã, um dos juízes do povo de Israel, veio de Belém e lá também morreu e foi enterrado (Juízes 12.8,10). Elimeleque, marido de Noemi era de Belém (Rute 1.1). E foi para Belém que Noemi e Rute voltaram, e ali Rute casou-se com Boaz e tornou-se a avó de Jessé (Rute 1.19, 4.11).

16 de julho - Comemoração de Rute

Cenas da História de Rute:
Artista Desconhecido (Arsenal Old Testament, Paris, Bibliothèque de l'Arsenal MS 5211, 364v)

1) Naomi e Elimeleque deixam Belém com seus dois filhos;
2) Naomi fica com seus filhos e suas esposas moabitas após a morte de Elimeleque;
3) Rute promete ficar com Naomi, enquanto Orfa fica em Moabe;
4) Rute, colhendo no campo, chama a atenção de Boaz;
5) Rute vai deitar-se aos pés de Boaz, enquanto ele dorme ao lado dos cereais;
6) Boaz e Rute ficam com Naomi.

Comemoração de Rute de Moabe – 16 de julho

“Rute”, Antonio Cortina Farinós (1841-1890)

Hoje nosso Sínodo comemora e rende graças a Deus por Rute, uma estrangeira na genealogia de nosso Senhor Jesus Cristo.

Rute de Moabe, personagem do livro bíblico que leva seu nome, é um exemplo inspirador da graça de Deus. Embora ela fosse uma moça gentia, Deus fez dela a bisavó do Rei Davi (Rute 4.17) e, consequentemente, uma antepassada do próprio Jesus (S. Mateus 1.5). A fome em Israel levaram Elimeleque e Naomi a emigrar de Belém para o país vizinho de Moabe com seus dois filhos Malom e Quiliom. Os filhos casaram com mulheres moabitas, Orfa e Rute, mas após cerca de dez anos, Elimeleque e seus filhos morreram (Rute 1.1-5). Naomi então decidiu voltar para Belém e pediu que suas noras voltassem para suas famílias. Orfa atendeu a Naomi mas Rute se recusou, respondendo com as comoventes palavras: “para onde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que tu pousares, pousarei eu: o teu povo será o meu povo, e o teu Deus o meu Deus” (Rute 1.16). Após Rute chegar a Belém, Boaz, um parente próximo de Elimeleque, concordou em ser o “redentor” de Rute (Rute 3.7-13; 4.9-12). Ele a tomou como sua esposa, e Rute deu à luz Obede, avô de Davi (Rute 4.13-17), preservando, assim, a semente messiânica. A bondade de Rute e sua lealdade altruísta para com Naomi – e sua fé no Deus de Noemi – redundou para o louvor de Deus por sua misericordiosa escolha de um modo inesperado.

ORAÇÃO DO DIA:

Deus fiel, tu prometeste preservar o teu povo e salvar a tua herança, usando vasos pouco prováveis e inesperados na extensão da genealogia que traria o nascimento de teu bendito Filho. Dá-nos a lealdade de Rute e sua confiança no Deus único e verdadeiro, para que nós também possamos te honrar através de nossa submissão e respeito, e sermos contados entre teu povo escolhido, pela graça de Jesus Cristo, nosso Senhor, e do Espírito espírito, que reina contigo, agora e sempre. Amém.

15/07/2013

O Sacramento da Comunhão

“A Última Ceia” (1876), Carl Heinrich Bloch (1834–1890)
Cristo quer que o sacramento seja muito usado também para que nos lembremos dele e, seguindo o seu exemplo, nos exercitemos em tal comunhão. Pois se não mais fôssemos confrontados com o exemplo, também a comunhão cedo acabaria esquecida. É o que, infelizmente, vemos agora [...]. Isso é culpa dos pregadores que não pregam o Evangelho nem os sacramentos, mas suas invencionices humanas a respeito de toda espécie de obras e maneiras de viver corretamente. Outrora, porém, se praticava este sacramento tão corretamente e se ensinava o povo a entender essa comunhão tão bem, que chegavam a reunir também os alimentos e bens materiais na igreja para distribuí-los aos carentes, como escreve São Paulo em 1 Co 11.21. É daí que permaneceu na missa o termo collecta, isto é, uma coleta comum, como quando se junta um fundo comum para dar aos pobres. Naquela época também tantos tornaram-se mártires e santos. Então havia menos missas, mas muita força ou fruto proveniente delas. Então um cristão se preocupava com o outro, um ajudava o outro, um tinha compaixão do outro, um carregava o fardo e a desgraça do outro.
Não é difícil encontrar pessoas que [...] gostam de ouvir que neste sacramento lhes é prometido e dado auxilio, comunhão e assistência de todos os santos. Elas, entretanto, não querem retribuir a comunhão, não querem ajudar o pobre, tolerar os pecadores, cuidar dos miseráveis, solidarizar-se com os que sofrem, interceder pelos outros. [...] Nós, pelo contrário, precisamos deixar que os males dos outros também sejam nossos, se queremos que Cristo e seus santos assumam os nossos males; assim a comunhão se torna plena e se faz justiça ao sacramento.

-- Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Um Sermão sobre o Venerabilíssimo Sacramento do Santo e Verdadeiro Corpo de Cristo e sobre as irmandades, OSel I, 433)

14/07/2013

Ser Cristo para o próximo

“O Milagre dos Pães e Peixes”, Jacob de Backer (c. 1555 - c. 1585)
Cristo vem antes de pedir-lhe para vir ou fazer algo e diz aos seus discípulos: “Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não tem nada para comer e se eu os mandar em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho.”
Que Cristo simpático nós temos, que ainda provê alimento para os nossos pobres estômagos. Aqui, uma nova esperança é despertada e a pessoa é confortada pelas palavras de Cristo, como ele diz: Eles permanecem lá e esperam por mim até o terceiro dia. Devo dar-lhes também o que eles precisam. Aqui você vê que todos os que se apegam fielmente à Palavra de Deus serão alimentados pelo próprio Deus, pois essa é a natureza e o poder da fé, que brota somente da Palavra de Deus.
 Ora, assim como você aprendeu a fé, também aprendemos o amor, pois Cristo deseja colocar diante de nós uma dupla imagem, ou seja, uma imagem de fé, que não devemos ficar mais ansiosos, e também um retrato de amor, que, assim como ele faz por nós, muito preocupado com nosso bem-estar, nos alimenta e nos dá de beber e vestir, tão somente por livre amor, não por causa de seu próprio proveito ou por causa de nossa dignidade, assim também devemos fazer o bem ao nosso próximo, livremente e gratuitamente, por puro amor, por que, assim como ele é um Cristo para ti, você deve ser também um Cristo para o seu próximo.

-- Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero para o Sétimo Domingo após Trindade (São Marcos 8.1-9), publicado em sua Postila da Igreja de 1523.

13/07/2013

Evangelho Dominical - Sétimo Domingo após Trindade


Evangelho segundo S. Marcos 8.1-9

1   Pouco tempo depois, ajuntou-se outra vez uma grande multidão. Como eles não tinham nada para comer, Jesus chamou os discípulos e disse:
2   — Estou com pena dessa gente porque já faz três dias que eles estão comigo e não têm nada para comer.
3   Se eu os mandar para casa com fome, eles vão cair de fraqueza pelo caminho, pois alguns vieram de longe.
4   Os discípulos perguntaram: — Como vamos encontrar, neste lugar deserto, comida que dê para toda essa gente?
5   — Quantos pães vocês têm? — perguntou Jesus. — Sete! — responderam eles.
6   Aí Jesus mandou o povo sentar-se no chão. Depois pegou os sete pães e deu graças a Deus. Então os partiu e os entregou aos discípulos, e eles os distribuíram ao povo.
7   Eles tinham também alguns peixinhos. Jesus deu graças a Deus por eles e mandou que os discípulos os distribuíssem.
8   Todos comeram e ficaram satisfeitos; e os discípulos ainda encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
9   As pessoas que comeram eram mais ou menos quatro mil.

12/07/2013

A Eucaristia é alimento para pecadores

“A Última Ceia” (c. 1525), Mestre de Portillo

Para as pessoas que não sofrem desgraça, não experimentam medo ou não sentem seu infortúnio, este santo sacramento pouco ou nenhum proveito traz; é que foi dado exclusivamente àqueles que necessitam de consolo e força, que têm um coração pusilânime, que estão com a consciência amedrontada, que padecem tentação de pecados ou já caíram nela. O que haveria ele de efetuar nos espíritos livres e seguros que não necessitam dele nem o desejam? Pois a mãe de Deus diz: “Ele enche de bens apenas os famintos e conforta os amedrontados.” (Lc 1.53.1) [...] Jesus nos ensina que este sacramento é força e consolo para as pessoas entristecidas e amedrontadas pelo pecado e pelo mal. E o que também diz Santo Agostinho: “Este alimento procura somente uma alma faminta e de nada foge tanto quanto de uma alma saciada e repleta, que não precisa dele.”( Enarr. in psalm. XXI, in: Migne PL 36.178).

-- Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Um Sermão sobre o Venerabilíssimo Sacramento do Santo e Verdadeiro Corpo de Cristo e sobre as irmandades, OSel I, 432)