“O Bom Samaritano” (c. 1676), Johann Karl Loth (1632-1698) |
O nosso samaritano, Cristo, ergueu um homem semimorto, um doente seu, levou-o à hospedaria para que recebesse cuidados e começou a curá-lo depois de lhe prometer- a mais perfeita saúde na vida eterna. Ele não lhe imputa seus pecados, isto é, seus desejos cobiçosos, para a morte, mas, nesse meio tempo, na esperança da saúde prometida, ele lhe proíbe de fazer ou deixar de fazer coisas pelas quais aquela saúde poderia ser impedida e seu pecado, isto é, sua concupiscência, pudesse aumentar. Por acaso, [este homem] será completamente justo? Não, mas é simultaneamente pecador e justo; na verdade, pecador, mas justo a partir da consideração e da promessa certa de Deus de que ele o libertará do pecado até tê-lo curado por completo. E assim ele está perfeitamente são na esperança, mas, de fato, ainda é um pecador; todavia, ele possui o princípio da justiça, de sorte que continua sempre a buscá-la mais e mais, sabendo-se sempre injusto. Mas, se agora esse enfermo, amando sua fraqueza, não quiser cura nenhuma para sua doença? Acaso ele então não morrerá? Assim acontece com aqueles que seguem seus desejos cobiçosos no mundo. Ou se alguém não se considera enfermo, mas pensa estar bem e assim rejeita o médico? Isso é o mesmo que querer ser justificado e ficar são por suas próprias obras!
-- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (A Epístola do Bem-aventurado Apóstolo Paulo aos Romanos, 1515-1516, OSel 8:276-7)
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