29/09/2016

Festa de São Miguel e Todos os Anjos – 29 de setembro





 
"São Miguel e a queda dos anjos", pintura de Johann Georg Unruhe (1793) na Pfarrkirche St. Michael in Untergriesbach (Alemanha)

† Daniel 10.10-14; Daniel 12.1-3 
† Salmo 91 (antífona vers. 11 ) 
† Apocalipse 12.7-12 
† Mateus 18.1-11 ou Lucas 10.17-20

Cor litúrgica: Branca

O nome do arcanjo São Miguel significa “Quem é como Deus?” Miguel é mencionado no Livro de Daniel (12.1), bem como em Judas (v. 9) e Apocalipse (12.7). Daniel retrata Miguel como o angélico ajudador de Israel que lidera a batalha contra as forças do mal. Em Apocalipse, Miguel e seus anjos combatem e derrotam Satanás e os anjos maus, lançando-os do céu. Sua vitória é possível graças a vitória de Cristo sobre Satanás na sua morte e ressurreição, uma vitória anunciada pela voz no céu: “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo” (Ap 12.10). Miguel é muitas vezes associado com Gabriel e Rafael, os outros anjos principais ou arcanjos que circundam o trono de Deus. A tradição designa Miguel como o patrono e protetor da Igreja, o Novo Israel de Deus, especialmente como o protetor dos cristãos na hora da morte.


ORAÇÃO DO DIA: 

Deus eterno, tu ordenaste e constituíste o serviço dos anjos e dos homens numa ordem maravilhosa. Concede misericordiosamente que, assim como teus santos anjos sempre servem e adoram a ti no céu, igualmente, por tua ordem eles também possam ajudar e nos defender aqui na terra; através de teu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 768)

São Miguel e todos os anjos/ 29 de setembro 2016



 Hoje, dia 29 de setembro, a igreja cristã celebra o dia de São Miguel e todos os anjos. Honremos a Deus pelos santos anjos, estudando os próprios deste dia. Além das leituras, também contemplaremos o introito, a oração do dia, o gradual e o verso.

Introito do dia é o Salmo 103.20-22 e a antífona é o Salmo 103.1.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.

Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas ordens e lhe obedeceis à palavra.
Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que fazeis a sua vontade.
Bendizei ao SENHOR, vós, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito, como era no princípio, agora é, e por toso sempre há de ser. Amém

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.

Coleta (oração) do dia
Deus eterno, que ordenaste e constituíste o serviço dos anjos e dos homens de modo maravilhoso, concede misericordiosamente que, assim como teus santos anjos sempre te servem e adoram nos céus, da mesma maneira eles possam nos ajudar e defender aqui na terra, de acordo com tua orientação; através de teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e rena contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Primeira leitura: Antigo Testamento: Daniel 10.10-14 e 12.1-3
Daniel 10.10-14: 10 Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. / 11 Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. / 12 Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. /13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. / 14 Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere a dias ainda distantes.
Daniel 12.1-3: 1 Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro. / 2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. / 3 Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.

Gradual com base no Salmo 91.11; 103.1
Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.

Segunda leitura: Apocalipse 12.7-12
7 Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; / 8 todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. / 9 E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. / 10 Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. / 11 Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. / 12 Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.

Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
1.      Opção A: Mateus 18.1-11
Glórias a ti, Senhor
Mateus 18.1-11: 1 Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus? / 2 E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. / 3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. / 4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. / 5 E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe. / 6 Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. / 7 Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo! / 8 Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. / 9 Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo. / 10 Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai celeste. / 11 [Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido.]
Glórias a ti, ó Cristo.

2.      Opção B: Lucas 10.17-20
Glórias a ti, Senhor
Lucas 10.17-20: 17 Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! / 18 Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. / 19 Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. / 20 Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.

Glórias a ti, ó Cristo.

28/09/2016

Somos tão ricos tanto quanto Lázaro!

O homem rico e o Lázaro (De rijke man en de arme Lazarus), 1661, Barent Fabritius (1624-1673)

Não importa se somos ricos ou pobres, ao morrermos cada um de nós estará como um mendigo diante de Deus. A boa nova é que, em Cristo, Deus torna mendigos em ricos. Como São Paulo escreve: "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2 Co 8.9). Nenhum de nós é digno de pedir ou herdar alguma coisa diante de Deus - nem o homem rico, nem Lázaro, nem você ou eu. Há somente um que é digno de algo diante de Deus: "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Ap 5.12). E Jesus, o único que é digno, partilha desta herança com todos os pobres, mendigos pecaminosos que olham para ele com fé.
Na igreja cristã, Jesus faz com que mendigos se tornem ricos. Não é no banco, nem no shopping, mas é na casa de Deus que encontramos a nossa verdadeira prosperidade. Aqui o Salvador crucificado se dirige a nós na palavra e sacramento: Você tem um lugar ao meu lado para sempre. Quando você tiver necessidade, se afligir, temer e derramar lágrimas, olhe para o alto. Volta os seus olhos para cima. Toda a minha riqueza é sua. Adquiri para você um reino sempiterno com o meu sangue. Então venham, queridos mendigos, ao meu altar, e se regalem esplendidamente no meu perdão. Venham vestir-se da púrpura e  do linho finíssimo da minha justiça! Os dias de dor e fome estão quase terminando. O regalo e amizade do meu reino vindouro estão bem perto daqui. Continue orando, mantendo a vigília, meus amados mendigos. Ame seu próximo rico; cuide de seu próximo pobre. Eu vou te ajudar - sempre.
Assim ele nos convida, e assim nos achegamos. Semana após semana, nos achegamos... e somos tão ricos tanto quanto Lázaro!

Rev. Thomas J. Egger, professor assistente de teologia exegética no Concordia Seminary, St. Louis (EUA). Excerto traduzido de "Homiletical Helpes: Proper 21 • Luke 16:19–31 • September 25, 2016", no Concordia Journal (Summer 2016, v. 42, n.º 3, p. 247-248)

21/09/2016

Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista – 21 de setembro

“São Mateus Evangelista”, Juan Sánchez Salmerón (ativo em 1666-1688)
† Ezequiel 2.8 – 3.11
† Salmo 119.33-40 (antífona vers. 35)
† Efésios 4.7-16
† Mateus 9.9-13

Cor litúrgica: Vermelha

São Mateus, também conhecido como Levi, se identifica como um cobrador de impostos, sendo, portanto, considerado impuro, um pecador manifesto, excluído do povo judeu. No entanto, foi uma pessoa como esta que o Senhor Jesus chamou para deixar sua profissão e riqueza e se tornar um discípulo (Mt 9.9-13). Mateus não apenas se tornou um discípulo de Jesus, como também foi chamado e enviado como um dos doze apóstolos do Senhor (Mt 10.2-4). Com o tempo, se tornou o evangelista cujo registro inspirado do Evangelho obteve o primeiro lugar no ordenamento do Novo Testamento. Dentre os quatro Evangelhos, Mateus retrata Cristo, especialmente como o novo e maior Moisés, que graciosamente cumpre a Lei e os Profetas (Mt 5.17) e estabelece uma nova aliança de salvação em e com seu próprio sangue.

ORAÇÃO DO DIA:
 
Ó Filho de Deus, nosso bendito Salvador Jesus Cristo, tu chamaste Mateus, o cobrador de impostos para ser apóstolo e evangelista. Por meio de seu fiel e inspirado testemunho, concede que também possamos te seguir, deixando para trás todos os desejos de cobiça e amor às riquezas; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 743-44)

17/09/2016

Somente Cristo conquistou para nós a nossa entrada no céu

Parábola do mordomo desonesto, em Auslegung der Episteln vnd Euangelien, von Ostern bis auff das Aduent (Martinho Lutero)
18º Domingo após Pentecostes (Ano A)

"Somente Cristo conquistou para nós a nossa entrada no céu, mas nenhuma pessoa será acolhida a menos que tenha testemunhas de que realmente creu nele. Essas testemunhas estão entre os nossos irmãos a quem temos servido com nossos bens e dons na terra."

-- C. F. W. Walther (1811-1887), doutor e pastor (“God grant it: daily devotions from C.F.W. Walther”, pág. 621)

Comemoração de Hildegarda de Bingen - 17 de setembro


Hildegarda nasceu em Bermersheim, no vale do Reno (atual Renânia-Palatinado, Alemanha), no verão de 1098. Ainda criança foi entregue aos cuidados do convento das monjas de Disibodenberg, conforme costume da época. Em 1136 a direção do mosteiro passou para as mãos de Hildegarda que fundou outros dois: em Bingen (1147) e em Eibingen (1165), também na Alemanha. Apesar de não ser letrada, Hildegarda escreveu textos teológicos, botânicos e medicinais, bem como cartas, canções litúrgicas e poemas. Seu conhecimento de medicina e ciências naturais tornaram seus escritos reconhecidos cientificamente. Escreveu belos textos sobre a boa criação de Deus. No entanto, seu talento foi expresso principalmente no canto e na música, tornando-a uma das primeiras mulheres musicistas da igreja. O final de sua vida foi muito sofrido e amargurado, sendo acometida de doenças e injustiças, vindo a falecer aos 82 anos, no dia 17 de setembro de 1179, em Bingen.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, por cuja graça tua serva Hildegarda, inflamada com o fogo do teu amor, tornou-se uma ardente e brilhante luz na tua Igreja. Concede que também possamos ser aquecidos com o espírito de amor e disciplina, e andar diante de ti como filhos da luz; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

16/09/2016

Comemoração de Cipriano de Cartago, Pastor e Mártir – 16 de setembro


Cipriano (c. 200-258 d. C.) foi aclamado bispo da cidade de Cartago, no norte da África, por volta do ano 248. Durante a perseguição do imperador romano Décio, Cipriano fugiu de Cartago, mas retornou dois anos depois. Ele foi, então, obrigado a lidar com o problema dos cristãos que renegaram a sua fé diante da perseguição e queriam voltar para a Igreja. Estes cristãos foram chamados de lapsi (decaídos). Foi decidido que esses cristãos decaídos poderiam ser restaurados, ao ser concedida absolvição aos penitentes que demonstraram a sua fidelidade. Durante a perseguição do imperador Valeriano, Cipriano inicialmente se escondeu, mas depois se entregou às autoridades. Ele foi decapitado por causa da fé em Cartago, em setembro de 258.

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso, tu deste a teu servo Cipriano ousadia para confessar o nome de nosso Salvador, Jesus Cristo, diante dos governantes deste mundo e coragem para morrer por causa da fé que ele proclamou. Concede-nos vigor para sempre estarmos prontos a dar a razão da esperança que há em nós e sofrer de bom grado pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House, 2008. p. 728)

14/09/2016

O Dia da Santa Cruz

Hoje a igreja celebra a Santa Cruz, o lenho do qual pendeu a salvação do mundo. Neste dia somos convidados pelo próprio Jesus a contemplar a salvação que conquistou para nós no Calvário, conforme ele diz no capítulo 3 do Evangelho de João: "E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.".
Por ocasião deste dia, publico minha tradução do artigo muito esclarecedor e edificante do Rev. Rick Stuckwisch (Emmaus Lutheran Church, em South Bend), publicado originalmente em Higher Things em 16/09/2008. Deus abençoe sua reflexão!

“Crucificação” (painel central do retábulo da Stadtkirche Sankt Peter und Paul, Weimar, 1555), por Lucas Cranach, o Jovem (1515-1586)

O Dia da Santa Cruz
Rev. Dr. Rick Stuckwisch

A Festa do Dia da Santa Cruz (14 de setembro) é um acréscimo relativamente recente no calendário da igreja para a maioria dos luteranos. A data festiva foi introduzida em 1982 na Igreja Luterana-Sínodo de Missouri com o hinário Lutheran Worship. Talvez ainda nem seja familiar para muitos luteranos em nossos dias. No entanto, o dia de Santa Cruz é realmente uma observação bastante antiga na história da Igreja Cristã e muitos luteranos mantiveram a sua observância nos séculos seguintes à Reforma.

As origens deste dia festivo são encontradas nas primeiras décadas do quarto século, quando Santa Helena, mãe do imperador Constantino, realizou uma pesquisa arqueológica no berço do cristianismo dentro da cidade de Jerusalém. Essa cidade santa havia sido reconstruída sob o Império Romano após a sua destruição no primeiro século (como nosso Senhor Jesus havia profetizado). Embora alguns dos detalhes, como a natureza e o grau de envolvimento de Santa Helena, não possam ser estabelecidos com absoluta certeza, existem várias testemunhas confiáveis sobre os fatos básicos do ocorrido. Os supostos locais de crucificação e sepultamento de nosso Senhor foram descobertos, desenterrados dos escombros da destruição e da reconstrução de Jerusalém. A tradição diz que três cruzes foram descobertas e uma delas foi considerada a cruz na qual o próprio Cristo Jesus havia sido crucificado. Isso foi em setembro de 320 d. C. Quando basílicas foram erguidas e dedicadas 15 anos mais tarde sobre estes locais sagrados, em meados de setembro de 335 d. C., os remanescentes daquela “verdadeira cruz” foram alojados dentro da Basílica do Santo Sepulcro. Nos anos subsequentes, esses remanescentes da cruz foram usados cerimonialmente na comemoração anual desses vários eventos, ou seja, a descoberta dos locais sagrados da morte e sepultamento de nosso Senhor, a descoberta da cruz e a dedicação das igrejas.

Centenas de anos mais tarde, após a cruz ter sido levada para a Pérsia e mais tarde recuperada sob o imperador Heráclio, a Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de setembro celebrava a sua restauração, bem como todos os eventos históricos anteriores. Esta data festiva era inicialmente do Oriente, mas foi adotada no Ocidente em tempo oportuno. Na prática ocidental, o Dia de Santa Cruz determinou as “Têmporas” do outono [primavera no hemisfério sul, n.d.t.], a Quarta-feira, Sexta-feira e o Sábado seguintes à festividade, ocasião em que eram oferecidas orações pelos frutos da terra. Desta forma, a Cruz de Cristo, pela qual ele redimiu sua criação da maldição do pecado e da morte, era levantada em em defesa da aproximação do inverno.

A Festa de Santa Cruz guarda semelhanças com a Sexta-feira Santa no seu foco sobre a Paixão de Cristo e sua morte pela crucificação. Porém, ao ser celebrado fora da solenidade penitencial da Semana Santa, o foco deste dia festivo é mais exuberante na sua exaltação da Cruz como o instrumento pelo qual o Senhor alcançou sua vitória sobre todos os inimigos de Deus e seu povo. Aqui ele é levantado como a insígnia das nações, pela qual ele atrai todos os povos para si (como ele declara no Santo Evangelho do dia). Um dos hinos do dia designados para esta festa, “Sing, My Tongue, the Glorious Battle” [“Canta, minha língua, o glorioso combate”] (Lutheran Service Book, 454), é também usado na Sexta-feira Santa, mas neste dia é contido pela reverente sobriedade com a qual lamentamos e deploramos profundamente os nossos pecados e iniquidades, pelos quais o Senhor da Glória foi crucificado. Aqui no Dia da Santa Cruz, o mesmo hino nos possibilita cantar o tom fundamental desta festa: Aclamamos a “cruz fiel” como “verdadeiro sinal de triunfo”. Ela é “a árvore mais nobre”, sobrepujando todos as outras em ramagem, flor e o fruto abundante de Cristo (estrofe 4). Assim é que exortamos a nós mesmos e aos outros: “diante do troféu da Cruz, proclama o nobre triunfo: a vitória conseguida pelo Redentor, vítima imolada para o mundo” (estrofe 1).

Apesar de que sempre haverá alguma desconfiança sobre as origens do Dia da Santa Cruz, esta data festiva pede um apropriado e salutar enfoque na Cruz como o meio pelo qual nosso Senhor Jesus Cristo expiou os pecados do mundo, venceu a morte e o diabo, reconciliou o mundo para Deus, obteve a nossa salvação e glorificou o nome do Pai. Apesar de sua Cruz ser um absurdo escândalo para o mundo, para nós, que estamos sendo salvos, é o poder e a sabedoria de Deus, para a salvação. Deste modo, com São Paulo, nada sabemos, senão a Cruz, nada pregamos, senão a Cruz, em nada nos gloriamos, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois é pela sua Cruz que estamos crucificados, mortos e sepultados com ele no Santo Batismo e em arrependimento diário, e da mesma cruz recebemos a absolvição ou perdão de todos os nossos pecados, pelo qual também ressuscitaremos com Cristo para a novidade de vida. Esta cruz é erguida e exaltada em nossas vidas por meio do amor abnegado para com o próximo, assim como é, antes de tudo, erguida para nós pela pregação do Evangelho, pelo qual somos atraídos a Cristo em fé e por meio dele, nosso grande Sumo Sacerdote, somos levados para o santo dos santos não feito por mãos, ao nosso Pai no céu.

O Dia da Santa Cruz é mais uma oportunidade para a Cruz de Cristo ser retratada diante de nossos olhos, pregada em nossos ouvidos, plantada em nossos corações e proclamada com os mesmos lábios que receberam o seu Corpo e seu Sangue, sacrificado por nós sobre a Cruz, dado e derramado por nós nesta Festa em que que sua santa vivificante Cruz é comemorada e pela qual este santo dia é celebrado.

O Rev. Dr. Richard D. Stuckwisch é pastor na Emmaus Lutheran Church, em South Bend (EUA). Ele e sua esposa Larena têm nove filhos. O Pastor Stuckwisch fala e escreve frequentemente para Higher Things.

Os próprios do dia da Santa Cruz


Como foi dito no post anterior, temos festas maiores e festas menores e todas elas estão ligadas a obra de Cristo. Cada festa tem uma coleção de textos, orações que chamamos de “Próprios do dia”. Ou seja, é o que especifico daquele dia. Este texto enfatizará os seguintes próprios: Coleta, gradual, verso, prefácio próprio. Além destes próprios ainda temos as leituras específicas do dia e que não serão contempladas neste texto.

Oração/ Coleta
Um dos primeiros próprios do dia é uma pequena oração chamada de coleta. Na Igreja Luterana ou na Igreja Católica Romana é uma das primeiras orações. Normalmente ela vem acompanha pela seguinte saudação: O Senhor seja convosco/ E com o teu Espírito.
Misericordioso Deus, teu Filho, Jesus Cristo, foi levantado na cruz para que pudesse levar os pecados do mundo e atrair todas as pessoas a ti. Concede que nós, que gloriamos na sua morte para a nossa redenção, possamos atender fielmente ao teu chamado para suportar a cruz e seguir a Ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.
Esta é a oração mais temática do culto. O primeiro ponto é para quem está oração está sendo dirigida: Misericordioso Deus. Qual é verdade que tal oração destaca? Cristo foi levantado na cruz para levar os pecados do mundo e atrair todas as pessoas. Qual sera a nossa petição? A nossa petição fala em “nós”, mas quem seria este nós? Este nós é respondido dentro da propria oração: “que gloriamos na sua morte para a nossa redenção” Já temos a definição do nós, e temos o pedido: possamos atender fielmente ao teu chamado para suportar a cruz e seguir a Ele. E concluir em nome de Jesus dentro de um context trinitário. Por Jesus já ter sido mencionado no começo da oração, substitui o nome pelo respectivo pronome: Ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Gradual
Aprouve a Deus que em Cristo Jesus residisse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, quer sobre a terra, quer no céu, fazendo a paz pelo sangue da sua CRUZ. Assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. (Colossenses 1.19-20 e João 3.14b-15)

Verso do dia
O orgulho foi sempre combatido na Bíblia, mas existe um orgulho bom e salutar conforme nos aponta São Paulo em Gálatas 6.14: “Aleluia. Mas eu me orgulharei somente da CRUZ do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da CRUZ, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo. Aleluia.”

Prefácio próprio
O prefácio próprio é uma oração dentro da celebração da Santa Ceia e começa com a seguinte frase: “É verdadeiramente digno....” O próprio não é uma citação direta da Bíblia, mas com certeza tem verdades importantes. O primeiro é ação de graças a Deus mediante Jesus Cristo: “É verdadeiramente digno, justo e do nosso dever, que em todos os tempos e em todos os lugares te demos graças, ó Senhor, santo Pai, onipotente, eterno Deus, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor,”
Logo em seguida, temos a temática do dia e no dia da Santa Cruz duas temáticas são destacadas:
1.      Cristo conquista a salvação para a humanidade e no lugar onde morte reinava, a salvação conquistada na cruz traz vida: “que no lenho da cruz deu salvação à humanidade, para que que haja novamente vida onde havia morte,”
2.      Comparação entre duas árvores: árvore do jardim e árvore da cruz. Considero, depois dos textos bíblicos, o melhor texto dentro dos própios do dia da Santa Cruz: “e para que a serpente que venceu pela árvore do jardim seja da mesma forma vencida pela árvore da cruz.”
Conclusão: “Portanto, com os anjos e arcanjos e com toda a companhia celeste, louvamos e glorificamos o teu glorioso nome, dizendo” Esta conclusão é maravilhosa e nos coloca dentro do céu, pois, nós juntamos as nossas vozes ao coro celestial (aos anjos, arcanjos e com todos os santos de nosso Senhor Jesus Cristo)  para cantar: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos....”
Texto do prefácio próprio na integra: “É verdadeiramente digno, justo e do nosso dever, que em todos os tempos e em todos os lugares te demos graças, ó Senhor, santo Pai, onipotente, eterno Deus, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que no lenho da cruz deu salvação à humanidade, para que que haja novamente vida onde havia morte, e para que a serpente que venceu pela árvore do jardim seja da mesma forma vencida pela árvore da cruz. Portanto, com os anjos e arcanjos e com toda a companhia celeste, louvamos e glorificamos o teu glorioso nome, dizendo:

Estes textos, próprios do dia, juntamente com as leituras específicas do dia, hinos, sermão e demais orações, distinguem um culto de outro. Para concluir, cito novamente o orgulho bom e salutar apontado por São Paulo: Mas eu me orgulharei somente da CRUZ do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da CRUZ, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.

Dia da Santa Cruz: 14 de Setembro



O nome de nossa igreja é Igreja Evangélica Luterana do Brasil. E a maioria das pessoas quando pensa numa igreja evangélica, imediatamente, cria um modelo em sua mente. Mas quando chega em muitas igrejas luteranas, aquilo que imaginou se desfaz. O que vê é o pastor usando roupas clericais; no templo cruz ou um crucifixo, velas, etc. Sem contar que outra pergunta pode ser feita: Por que o pastor e alguns membros fazem o sinal da cruz? Não parece muito católico? Estou numa igreja evangélica ou numa igreja católica? Estas são as muitas perguntas que povoam a mente de alguém que vai pela primeira vez numa igreja luterana.

 Por que celebrar o dia da Santa Cruz? 
Esta comemoração começa no ano 320 com a descoberta da verdadeira cruz na qual Jesus foi crucificado. Se isto é verdade ou não, isto não tem a menor importância, pois, celebramos aquilo que Jesus Cristo fez por ti e por mim na cruz. Todos nós já ouvimos falar dos carnavais fora de época. Na verdade, estes carnavais são simplesmente desculpas para ter o carnaval deslocado do seu tempo. Creio que a mesma ideia poder ser aplicado para a celebração do dia da Santa Cruz, pois, este dia é uma bonita desculpa para ser celebrar a sexta-feira santa deslocada do seu tempo certo.

Por que chamar Santa Cruz? 
A resposta é simples e começo a resposta com uma pergunta: Por que chamamos a sexta-feira antes da Páscoa de Sexta-feira Santa? Alguns tem o costume de chamar de sexta-feira maior. A resposta para estas duas perguntas segue a mesma lógica. Se isolarmos o que aconteceu na sexta-feira santa, simplesmente a terrível morte de um homem, diríamos que foi uma sexta-feira trágica, mas não estamos falando de uma pessoa qualquer, mas sim de Jesus, verdadeiro filho de Deus e verdadeiro homem, que morreu para dar o perdão dos pecados, salvação e vida eterna. É sexta-feira santa porque lembramos que Cristo morreu para te salvar e para me salvar.
A Cruz é lugar de maldição e instrumento de tortura. No entanto, quando Cristo usou a cruz, ele ganhou para nós todas as bênçãos. A cruz tornou-se o objeto pelo qual Cristo trouxe salvação. E não foi o único objeto que Deus usou para trazer salvação. Em Números, Moisés construiu uma serpente de bronze para que povo fosse curado. Estes objetos que Deus usa para trazer a salvação não as coisas mais importantes, mas sim o que Deus disse, a sua promessa atrelada a estes objetos. A serpente tinha uma promessa feita por Deus: olhe e será sarado.
No Evangelho de João 3.14-15 cita Moisés levantando esta serpente no deserto e Jesus sendo levantado na cruz: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.”

Alguns podem alegar, mas pastor o crucifixo é algo da Igreja Católica Apostólica Romana e que as igrejas evangélicas não deveriam usar.
Sério, este é o argumento? Eu não acredito nesta explicação, porque Paulo diz que nós pregamos a Cristo crucificado. Em Gálatas 3.1, Paulo está chamando atenção do povo daquela cidade que estava deixando de confiar na obra de Jesus para confiar nas suas obras, confiar neles mesmos. E apóstolo Paulo, na tentativa de fortalecer a fé, diz que pregou tanto sobre a crucificação de Jesus que vai afirmar que eles viram Jesus na cruz: “Ó gálatas sem juízo! Quem foi que enfeitiçou vocês? Na minha pregação a vocês eu fiz uma descrição perfeita da morte de Jesus Cristo na cruz; por assim dizer, vocês viram Jesus na cruz.
Em Gálatas 6.14, Paulo diz para eles: além de vocês se afastarem da fé em Jesus e confiarem em vocês mesmos, vocês querem se orgulhar disso? Existe um orgulho santo, justo, bom e necessário e o São Paulo aponta para a cruz de Cristo: “ Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.”A cruz, mas especialmente o crucifixo, apontam para o aspecto visual de nossa salvação. A única função destes objetos é trazer a nossa memória aquilo que Jesus fez por nós

Quando o crucifixo ou cruz torna-se um problema
O único problema do crucifixo e da cruz não está nestes objetos em si, mas o próprio ser humano que podem transformar estes objetos em um amuleto mágico. A cruz ou crucifixo fora da obra de Cristo não é nada. Eles não têm poder algum.

A negação do crucifixo: onde está o problema
Mas tem um problema bem mais grave do que simplesmente negar estes objetos por ser uma prática Católica Romana. Creio que o principal problema de negar a cruz, especialmente o crucifixo, é não entender a obra de Cristo na cruz. Assim como o povo na época de Jesus queria um Messias todo poderoso com exércitos, assim também querem um Jesus que eles mesmo criaram. Querem um Jesus que dê muita prosperidade, pois sou filho do rei. Quero um Jesus todo poderoso que me dê tudo: Deus eu exijo cura; eu ministro a prospreridade; eu exijo.... exijo. E para concluir toda está lista de exigências, coloca o abracada evangélico: Em nome de Jesus. Alguns criam amuletos com a cruz ou com crucifixo. Já outros usam o nome de Jesus como palavra mágica ou como amuleto.
Olhar para cruz, especialmente o crucifixo, e ver Jesus com semblante de dor, ah isto não, definitivamente, não, isto não é para mim. Este não é o Jesus todo-poderoso que desejo. Tem uma canção que apresenta muito bem está negação dos sofrimentos de Cristo: Ao ver as gravuras dos quadros pintados/ Daquilo que dizem ser o meu Senhor / Meu ser não aceita o que está na tela / É falsa inspiração do pintor / Não creio, não creio num Cristo vencido / Cheio de amargura, semblante de dor/ Eu creio num Cristo de rosto alegre / Eu creio no Cristo que é vencedor.
Cristo teve momentos alegres, momentos tristes, momentos que chorou. E na crucificação, foi um homem de dores, não somente pela dor física, mas porque pesava sobre ele os pecados de todos nós. Não creio, não creio num Cristo vencido. Eu também não creio num Cristo vencido. Creio num Cristo que em todo momento foi vencedor, seja quando fazia grandes milagres, quando curava, quando ressuscitava, quando multiplicava os pães. Mas Cristo continuou vitorioso quando aguentou toda dor e sofrimento na cruz. O nosso salvador na cruz não foi derrotado, mas foi vencedor. E no evangelho de hoje, o próprio Cristo aponta a cruz como momento de sua glorificação: 23 É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. 24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. 32 E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. 33 Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer. (João 12.20-33)

Por que celebrar o dia Santa Cruz? 
Celebrar este dia por aquilo que Cristo fez por ti e por mim na Cruz. Concluo esta mensagem com a primeira e a terceira estrofe do Hino 80 de nosso hinário: 1) Eu vejo aquela cruz/ na qual o meu Jesus/ por mim foi pendurado, / levando o meu pecado. / Sua angustiosa morte/ mudou a minha sorte.  3) Eu vejo aquela cruz, / envolta em grande luz, / pois nela, vitorioso, / Jesus o Herói glorioso, / venceu pecado inferno e deu-me o lar eterno. Amém.


Dia da Santa Cruz – 14 de setembro

“Crucificação” (1636-38), Alonso Cano (1601-1667)

Uma das mais antigas celebrações anuais da Igreja, o Dia da Santa Cruz, comemora tradicionalmente a descoberta em 14 de setembro de 320, em Jerusalém, da cruz que Jesus foi executado. A cruz foi encontrada por Helena, mãe do imperador romano Constantino, o Grande. Juntamente com a dedicação de uma basílica no local da crucificação e ressurreição de Jesus, Constantino também oficializou este dia festivo em 335 d. C. Sendo uma cristã piedosa, Helena ajudou a localizar e autenticar muitos locais relacionados à vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus nas terras bíblicas. O Dia da Santa Cruz continua sendo digno de estima e lembrança tanto no cristianismo oriental quanto ocidental. Muitas paróquias luteranas utilizam a denominação “Santa Cruz” como nome para suas congregações.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:
 
† Números 21.4-9
† Salmo 40.1-11 (antífona vers. 13 )
† 1 Coríntios 1.18-25
† João 12.20-33

ORAÇÃO DO DIA:
 
Misericordioso Deus, teu Filho, Jesus Cristo, foi levantado na cruz para que pudesse levar os pecados do mundo e atrair todas as pessoas a ti. Concede que nós, que gloriamos na sua morte para a nossa redenção, possamos atender fielmente ao teu chamado para suportar a cruz e seguir a Ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 721-22)

12/09/2016

Independência do Brasil: três orientações bíblicas


Hoje desfrutamos o feriado da Independência do Brasil. Relembrando um pouco de nossa história, o Brasil, desde que foi oficialmente descoberto até 1821, era colônia de Portugal. Apesar da Independência do Brasil não ter ocorrido num único dia, mas ter sido um processo de alguns anos, nós celebramos a independência no dia 7 de setembro pois foi quando tudo começou, com o "Grito do Ipiranga".

Em virtude desta celebração da Independência, queremos trazer três orientações bíblicas específicas para melhorarmos o nosso país. A Bíblia tem uma mensagem principal que aponta-nos a fonte de nossa salvação, a saber, Jesus Cristo e a sua obra por ti e por mim. Mas além de apontar para Cristo, a Bíblia também traz orientações para a sociedade, na qual vivem justos e ímpios.

A primeira orientação desta mensagem vai aos políticos de nossa nação. A segunda orientação é aos eleitores. E a terceira orientação é para todos nós.

I.

A primeira orientação é para os políticos. Creio que o sonho de todo político é ser amado pelo seu povo. E para conseguir isto não é necessário contratar grandes empresas de publicidade, basta seguir os conselhos da Bíblia. E um dos conselhos vem de Provérbio que diz o seguinte: “Quando o governo é honesto, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba em desgraça!” (Pv 29.4). Honestidade, transparência e impostos justos é tudo o que precisamos e é também orientação bíblica.

II. 

A segunda orientação é para os eleitores e vem de uma carta escrita por Paulo a Timóteo: "Em primeiro lugar peço que sejam feitos orações, pedidos, súplicas e ações de graças a Deus em favor de todas as pessoas. Orem pelos reis e por todos os outros que têm autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica, com dedicação a Deus e respeito aos outros. Isso é bom, e Deus, o nosso Salvador, gosta disso" (1 Tm 2.1-3). Nestes versículos, somos orientados a orar por todas as pessoas, inclusive pelos reis e por todas as autoridades. Mas o objetivo desta orientação não é simplesmente orar porque eles são autoridades. O texto é bem claro em apontar para três objetivos de nossa oração: 1º) para que possamos viver uma vida calma e pacífica; 2º) dedicação a Deus; e 3º) respeito aos outros.

Primeiro objetivo: ter vida calma e pacífica. Todos nós queremos ter vida calma e pacífica recebendo por aquilo que pagamos. A grande questão não é quantidade de impostos que pagamos, mas sim a baixa qualidade dos serviços prestados para sociedade.

O segundo propósito das nossas orações pelas autoridades seria a dedicação a Deus. E neste ponto, temos que agradecer a Deus por vivermos num país onde existe liberdade religiosa. Precisamos orar para que esta liberdade nunca seja cassada, a exemplo do que acontece em muitos países orientais.

O terceiro propósito das nossas orações vem do amor ao próximo, respeitando as sua liberdade, mas também exortando em amor quando estiver cometendo iniquidades.

III. 

A terceira e última orientação envolve a todos nós, ou seja, todos os cidadãos de nosso país. O Salmista Davi escreve: “Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR” (Sl 33.12). Em outras palavras, feliz é uma nação cujos membros desta nação têm a Deus como seu Senhor. E o que é ter Deus como Senhor? É nada mais e nada menos que confiar nele acima de todas as coisas. O próprio Jesus afirma: “Em verdade, em verdade vos asseguro: quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (Jo 5.24). Feliz é nação cujo povo confia em Deus.

Neste dia em que lembramos a Independência do Brasil, tenhamos sempre em mente estas três orientações bíblicas para o nosso bem e felicidade:

- Aos políticos: seja honesto e não cobre muito imposto;
- Aos eleitores: orem pelas autoridades a fim de que você tenha uma vida calma, possa se dedicar a Deus e que haja respeito ao próximo;
- A todo povo brasileiro: depositemos a nossa confiança e esperança no Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo. Dele vem toda esperança e salvação.

Oremos por nossa Pátria:

Divino Salvador, contempla com favor nosso país. Dá-nos justiça e paz, governo bom, capaz, pátria em que nos apraz viver feliz. Olhamos para ti; oh! vem reinar aqui, tu, Rei dos reis. Amém.
Rev. Elissandro R. Silva

08/09/2016

Os passarinhos são mais piedosos e crentes

Maria com Menino Jesus e passarinho, “Madonna del cardellino” (1767-70), Giambattista Tiepolo (1696-1770)

“Cedo de manhã ele se levanta, senta-se sobre um galho e canta uma canção que aprendeu, enquanto não sabe onde conseguir seu alimento e ainda assim não está preocupado em onde buscar seu desjejum. Mais tarde, quando tem fome, ele voa longe e procura um grão de milho, no lugar onde Deus uma vez depositou para ele, do qual ele jamais cogitou enquanto cantava, embora tivesse motivo suficiente para estar ansiosos por sua comida. Sim, causa vergonha agora em ti, o fato de que os passarinhos são mais piedosos e crentes do que tu; eles estão contentes e cantam com alegria e sequer sabem se têm qualquer coisa para comer.”

- Bem-aventurado Martinho Lutero, no sermão para o 15º Domingo após Trindade, em sua Postila da Igreja (Sermons of Martin Luther, vol. V, John Nicholas Lenker (Ed.). Grand Rapids: Baker Book House, 1983. p. 114)