O Menino Jesus tinha apenas 40 dias, e assim
havia chegado “o dia de Maria e José
cumprirem a cerimônia de purificação, conforme a Lei de Moisés. Então eles
levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor” (São
Lucas 2.22). É óbvio que Jesus não precisava de nenhum rito, cerimônia ou
dedicação, afinal, ele é Filho de Deus. No entanto, Maria e José sempre foram
pessoas fiéis o observavam as Leis cerimoniais. “Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois
pombinhos, conforme a Lei do Senhor” (São Lucas 2.24).
Informações
interessantes. No entanto, o que chama a atenção é o que segue, afinal, no dia
da Apresentação de Jesus ocorreu algo extraordinário. “Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e
esperava a salvação do povo de Israel” (São Lucas 2.25a). E este
homem, que jamais havia visto aquele Menino, ao ver ele no colo de Maria, “pega-o em seus braços e louva a Deus” (São
Lucas 2.28):
“Agora, Senhor, cumpriste a promessa que
fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi com os
meus próprios olhos a tua Salvação, que preparaste na presença de todos os
povos: uma Luz para mostrar o teu caminho e para a glória do teu povo Israel”
(São Lucas 2. 29-32).
As
palavras de Simeão, sem dúvida alguma, compõem um dos mais belos hinos que
temos registrado em toda a Sagrada Escritura. Porém, precisamos nos perguntar:
Como foi possível, Simeão reconhecer que aquele bebezinho nos braços de Maria
era Jesus, o Cristo, o Messias há tanto tempo prometido? A resposta se encontra
um pouco antes de suas palavras: “O
Espírito Santo estava com Simeão” (São Lucas 2.25b); ou seja, o
próprio Deus, através de sua Palavra, por ação do Espírito Santo “guiou Simeão até o Templo” (São Lucas
2.27) e até o Menino de Jesus.
Hoje,
quando celebramos este dia especial e extraordinário, lembramos também que o
mesmo que ocorreu na vida de Simeão continua acontecendo em nossas vidas:
Afinal, somos guiados pelo Espírito Santo, conforme as promessas da Palavra de
Deus, até Jesus Cristo, o qual podemos enxergar, tocar, receber em nossas mãos
e em nossas vidas.
O
“Nunc Dimittis” – o Hino de Simeão (São
Lucas 2. 29-32) – encontra-se, na Liturgia Luterana, após a distribuição da
Santa Ceia não por acaso ou porque alguém acho que ficaria bonito cantá-lo
naquele momento. Ele se encontra ali para nos lembrar que fomos conduzidos pelo
Espírito Santo até aquele momento de Comunhão, confiando na promessa de
Salvação. E agora, da mesma forma como Simeão enxergou esta Salvação na pessoa
do Menino Jesus que estava nos braços de Maria, nós também a enxergamos no
verdadeiro Corpo e no verdadeiro Sangue de Cristo que nos são dados num pedaço
de pão e num cálice de vinho.
Simeão,
por si mesmo, jamais poderia perceber que diante dele estava a Salvação de toda
a humanidade e nem ao menos se aproximaria daquele Menino. Assim também, por
nós mesmo ou por nossa capacidade, não podemos nos aproximar de Jesus,
reconhece-lo e muito menos recebe-lo. Isso só pode realizado por ação do
Espírito Santo em nossas vidas, que através do Batismo e da Palavra cria em nós
a Fé e dia-após-dia nos conduz até Jesus Cristo, nosso Salvador.
Por
isso, não apenas com Simeão há quase 2.000 anos atrás, mas em cada oportunidade
que o Espírito Santo nos concede de participarmos da Ceia do Senhor, algo
especial e extraordinário está acontecendo: “os nossos olhos estão enxergando a Salvação que Deus preparou”;
afinal, os nossos pecados estão sendo perdoados e em consequência disso, a
confiança na Palavra do Senhor é fortalecida.
Em
virtude deste acontecimento tão maravilhoso, nada mais nos resta do que louvar
o Senhor, conforme a Liturgia Luterana nos conclama: “Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito, como era no princípio,
agora é e por todo o sempre há de ser”.
Amém!
Rev.
Helvécio José Batista Júnior
Ministro
do SENHOR nas Igrejas “Bom Pastor” e “Cristo Rei” em Cariacica/ES
No dia
da Apresentação de nosso Senhor, 2016 AD
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