ABRAÃO
Nascido em Ur dos caldeus por volta de 2.000 AC, Abrão – como seu nome originalmente
era, recebeu um chamado do Senhor: “Saia da sua terra, e
da casa de seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei” (Gênesis 12:1).
Junto deste chamado, Deus também fez a seguinte promessa a Abrão: “Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o
seu nome. Abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o
amaldiçoar” (Gênesis
12: 2-3a). Além disso, o Eterno
ainda legou a Abrão a maior de todas as promessas, aquela que inclui ele, sua
família e toda a terra: “Abrão, em você – em sua semente
– serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3b).
Aos 75 anos, Abrão ouviu e guardou a Palavra do Senhor, e assim começou
sua jornada. Ele parou por um tempo em Harã, mas finalmente chegou em Canaã.
Com ele estava Sarai, sua mulher e também Ló, seu sobrinho.
A princípio, Abrão chegou a pensar que seu Ló seria seu herdeiro prometido,
mas o Senhor deixou claro que nem Ló e nem seu servo Eliezer seriam seus herdeiros.
Em vez disso, Deus explicou a Abrão: “Aquele que será
gerado por você, esse será o seu herdeiro” (Gênesis 15:4). E para fortalece Abrão,
completou o Altíssimo: “Olhe para os céus e conte as
estrelas, se puder contá-las. Assim será a sua posteridade” (Gênesis 15:5).
Diz as Sagradas Escrituras: “Abrão creu no
Senhor, e isso lhe foi atribuído para Justiça” (Gênesis 15:6).
Abrão, no entanto, é um ser humano,
e como todos, possui fragilidades. E vendo o tempo passar e nada acontecer, se
cansou de esperar pela promessa do Senhor e em acordo com sua mulher, decidiu
cuidar do assunto à sua maneira: Sarai
deu sua serva, Agar, nos braços de Abrão, ele “teve relações com Agar, e ela ficou grávida” (Gênesis 16:3).
E desta relação, que depois provocou muitas intrigas e conflitos entre Abrão e
sua mulher, nasceu Ismael.
O Senhor, porém, deixou bem claro que Ismael não era aquele que havia sido prometido, pois de Sarai e Abrão
é que nasceria o filho. E para mais uma vez reafirmar sua promessa, ele mudou o
nome de Abrão: “Esta é a minha aliança com você: você
será pai de muitas nações. E o seu nome não será mais Abrão, e sim Abraão,
porque eu o constituí pai de uma multidão” (Gênesis 17:5). Do mesmo modo, Deus também
mudou o nome de Sarai para Sara, que significa “Princesa”.
Abraão, diante de todas estas Palavras, prostrou-se em terra e riu,
dizendo consigo mesmo: “Pode nascer um filho a um homem
de cem anos? E será que Sara, com seus noventa anos, ainda poderá dar à luz?” (Gênesis 17:17).
O Senhor, porém, é o Deus do impossível. E quando toda a engenhosidade
humana falhou, ele visitou o velho Abraão e disse a ele: “Certamente voltarei a você daqui um ano; e Sara, a sua mulher,
dará à luz um filho” (Gênesis 18:10). Ouvindo isso à porta de sua tenda, Sara também riu
em seu íntimo, como antes havia feito Abraão. E por isso, o Senhor decretou que
a criança se chamaria Isaac, que quer dizer “Riso”. E assim aconteceu,
exatamente como o Eterno havia prometido.
Alguns anos depois, o Senhor veio novamente a Abraão e lhe disse algo
terrível: “Abraão, pegue o seu filho, seu único filho,
Isaac, a quem você ama, e vá a terra de Moriá. Ali, ofereça-o em holocausto,
sobre um dos montes, que eu lhe mostrar” (Gênesis 22:2). Como assim? Depois de tudo, as
promessas de Deus falharão? Como ele pede o sacrifício de Isaac se ele havia
prometido que Abraão será o pai de uma multidão através de Isaac? Abraão,
surpreendentemente, age de forma totalmente obediente: Ele pega Isaac bem cedo
e vai para o lugar indicado por Deus. Mas, Isaac percebeu que faltava alguma
coisa naquela jornada: “Meu pai! Eis aqui o fogo e a
lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gênesis 22:7).
Abraão, com uma firmeza incrível, o responde: “Meu filho, Deus proverá para si o cordeiro” (Gênesis 22:8).
Embora Abraão, em obediência ao Altíssimo, estivesse realmente preparado
para sacrificar a criança, ele também confiava plenamente em seu coração que
Deus ressuscitaria o menino dos mortos para cumprir suas promessas. Sem dúvida,
uma Fé que é exemplo para toda a humanidade.
No último instante, com Isaac já amarrado e deitado no altar para ser sacrificado, algo extraordinário acontece: o Anjo do Senhor – o Filho de Deus pré encarnado, lhe diz: “Abraão! Não estenda a mão sobre o menino e não faça nada a ele, pois agora sei que você teme a Deus, porque não me negou o seu filho” (Gênesis 22:12). Isaac foi poupado e um carneiro, preso pelo chifre entre os arbustos, foi oferecido em seu lugar.
Hoje, quase 4.000 anos depois de todas estas histórias, podemos olhar para
a vida de Abraão e aprender com suas falhas; como por exemplo, em tentar
resolver as coisas por conta própria, ou em achar que é possível fazer as
promessas de Deus acontecerem da nossa forma. Não! Deus não pode ser
domesticado!
Mas acima de tudo isso, podemos aprender com Abraão a respeito da
importância em obedecer e crer no Eterno, mesmo quando humanamente e
racionalmente falando, tudo pareça ser ou apontar para o contrário.
Por fim, a vida e a Fé de Abraão nos dão um consolo extraordinário: Deus
age na vida dos seus, Deus acompanha os seus e, como se isso já fosse o ápice
de tudo, da semente de Abraão, de sua linhagem, Deus fez nascer o seu Filho
Unigênito – Jesus Cristo – que um dia, naquela mesma região, subiu um monte
para ser o Cordeiro oferecido em sacrifício por todos nós; o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo!
Amém!
Rev. Helvécio José
Batista Júnior
Igreja Luterana em Naviraí/MS
09 de Outubro, 2021 AD
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