25/06/2024

Artigo da Justificação na Confissão de Augsburgo

Hoje a Igreja Luterana comemora a apresentação da Confissão de Augsburgo ao imperador Carlos V na Dieta de Augsburgo, em 1530. Rendemos graças a Deus pelo labor destes fiéis reformadores e confessores da fé!

Ilustração de Debra L. Swearingen (Christ the Life of All the Living / Like the Golden Sun Ascending. Ernst C. Homburg , Thomas H. Kingo. Kloria Publishing)


Confissão de Augsburgo (Artigo IV: Da Justificação)

Ensina-se também [em nossas igrejas] que não podemos alcançar remissão do pecado e justiça diante de Deus por mérito, obra e satisfação nossos, porém que recebemos remissão do pecado e nos tornamos justos diante de Deus pela graça, por causa de Cristo, mediante a fé, quando cremos que Cristo padeceu por nós e que por sua causa os pecados nos são perdoados e nos são dadas justiça e vida eterna. Pois Deus quer considerar e atribuir essa fé como justiça diante de si, conforme diz São Paulo em Romanos 3 e 4. (Tradução do Texto Alemão)


Confissão de Augsburgo: nada contra a Sagrada Escritura ou a igreja cristã universal

A Dieta de Augsburgo em 1530, gravura de 1630, por Johann Dürr (1650–1667)


"Entre nós nada se recebeu que seja contra a Sagrada Escritura ou a igreja cristã universal"

Conclusão da Confissão de Augsburgo (Tradução do Texto Alemão)

"Estes são os artigos principais que são considerados como controvertidos. Embora se pudesse haver falado de número muito maior de abusos e erros, contudo, para evitar prolixidade e extensão, citamos apenas os precípuos, a partir dos quais facilmente se pode ajuizar quanto aos outros. Pois em tempos passados houve muita queixa sobre as indulgências, sobre peregrinações, abuso em matéria de excomunhão. Os pastores tinham infinitas contendas com os monges quanto a ouvir confissões, a respeito de sepultamento, no tocante a prédicas em ocasiões extraordinárias e relativamente a inúmeras outras coisas. Com as melhores intenções e por amor da cortesia passamos tudo isso por alto, a fim de que tanto melhor se pudessem notar os pontos principais nessa questão. Não se deve julgar que qualquer coisa haja sido dita ou mencionada por ódio ou para infamar. Relatamos apenas aquilo que julgamos necessário aduzir e mencionar, a fim de que daí se pudesse tanto melhor perceber que, em doutrina e cerimônias, entre nós nada se recebeu que seja contra a Sagrada Escritura ou a igreja cristã universal. Porque deveras é público e manifesto havermos evitado, diligentissimamente e com a ajuda de Deus (para falar sem vanglória), que se introduzisse, alastrasse e prevalecesse em nossas igrejas qualquer doutrina nova e ímpia. Seguindo o edito, quisemos apresentar os artigos supramencionados, como declaração de nossa confissão e da doutrina dos nossos. E caso alguém entenda que fala algo, estamos prontos a dar-lhe informação mais ampla, com base na divina Escritura Sagrada."

Comemoração da Apresentação da Confissão de Augsburgo - 25 de junho

Vitral da Augustana Confessio, com o teólogo Philipp Melanchthon e o chanceler saxão Christian Beyer, na Igreja Memorial (Gedächtniskirche) em Speyer, Alemanha.

Neemias 8.1–2, 5–6, 9–12
Salmo 138
1 Timóteo 6.11–16
Mateus 10.26–33

Quando os confessores se apresentaram corajosamente diante do imperador em Augsburgo, estavam preparados para morrer em vez de deixarem que a Palavra de Deus lhes fosse tirada. “Não temam os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; pelo contrário, temam aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10.28). Somente a Palavra do Senhor dura para sempre. Assim como nos dias de Esdras e Neemias, as Escrituras estavam mais uma vez sendo declaradas e compreendidas (Neemias 8.12). Estes cristãos arriscaram as suas vidas com júbilo para permanecerem firmes na verdade, sobretudo na declaração de que os nossos pecados são perdoados gratuitamente por causa de Cristo. Jesus promete que “todo aquele que me confessar diante dos outros, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10.32). Ele mesmo “na presença de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão” (1 Timóteo 6.13); assim, temos a missão de fazer a “a boa confissão diante de muitas testemunhas” sobre a “vida eterna" para a qual fomos chamados (1 Timóteo 6.12), esquecendo todos os temores terrenos. “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?” (Salmo 56.4).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, tu preservaste o ensino da Igreja apostólica através da confissão da verdadeira fé em Augsburgo. Continue a lançar os brilhantes raios de tua luz sobre a tua Igreja a fim de que nós, sendo instruídos na doutrina dos bem-aventurados apóstolos, possamos andar na luz da tua verdade e, finalmente, alcançar a luz da vida eterna; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summary for the Presentation of the Augsburg Confession, editado pelo Rev. Sean Daenzer e publicado por LCMS Worship. Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008).

22/06/2024

O navio da Igreja navegará com segurança sobre o mar tempestuoso do mundo

Santa Arca da Igreja Cristã (Edward Riojas) 

Citação do pastor C. F. W. Walther para refletirmos o Evangelho (Marcos 4.35-41) deste Quinto Domingo após Pentecostes (Próprio 7B)

Não se desespere, mesmo nestes últimos tempos difíceis. Não abandonem o navio da Igreja, pensando que ele poderá afundar em breve. Caso contrário você se arrependerá eternamente, porque fora deste navio não há salvação, assim como fora da arca de Noé não houve libertação. E assim como a arca de Noé navegou com sucesso sobre as ondas do dilúvio e finalmente, sã e salva, pousou nas montanhas de Ararate, assim também o navio da Igreja navegará com segurança sobre o mar tempestuoso do mundo e pousará nas montanhas eternas do graça divina. Lá, se você permaneceu na fé, você também clamará com espanto: “Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” e se alegrará eternamente.

- C. F. W. Walther (1811-1887), pastor e teólogo (Amerikanisch-Lutherische Evangelien Postille)

18/06/2024

O reino de Deus opera de maneira pequena


O reino de Deus opera de maneira pequena e aparentemente insignificante. É assim que sempre foi e sempre será até que o céu seja nosso lar permanente. Os primeiros discípulos eram um bando de pescadores, ex-cobradores de impostos e zelotes. Havia ex-prostitutas convivendo com fariseus desonrados. Na maioria das vezes, as pessoas que Jesus curou não eram de grande influência cultural, mas eram incomuns, estranhas e párias. E até mesmo o nosso próprio Senhor não tinha nada formoso em sua natureza que nos atraísse a ele (Isaías 53.2). […] Mas é assim que o reino de Deus funciona. E, no entanto, por mais inexpressivo que possa parecer, o reino de Deus está crescendo.

- Pastor Erick Sorensen

Fonte: Daniel Emery Price e Erick Sorensen. Scandalous Stories: A Sort of Commentary on Parables. Irvine: 1517 Publishing, 2018)

12/06/2024

O Cristo da igreja da Reforma é o Cristo dos credos ecumênicos e das Escrituras

Representação do Concílio de Niceia nas Crônicas de Nuremberg (1493), folio 130.

O Cristo da igreja da Reforma é o Cristo dos credos ecumênicos e o Cristo das Escrituras. Poderíamos até dizer que a preocupação central e fundamental da reforma de Martinho Lutero era especificar, definir e situar aquele Deus que justifica o pecador e o santifica para a Vida eterna. A questão central da Reforma era “Quem é o Deus que redime a mim, um pobre pecador?” “Quem é o Deus que dá vida aos que estão condenados à morte?” “Quem é o Deus que quer entregar-se ao homem, para que o homem viva a Vida de Deus?”

Em seu famoso hino de Natal “Eu venho a vós dos altos céus”, Lutero deu a resposta da Reforma a esta questão: “É Cristo, Deus, nosso Senhor”. E este Cristo é o Cristo crucificado. Lutero especifica e define o único e verdadeiro Deus que redime a vida do homem: este Deus é conhecido e presente no filho de Maria; ainda mais concretamente: este Deus é o filho de Maria. Esta identificação de Deus como o homem na cruz permaneceu como o único tema motivador de todos os escritos de Lutero. Quer seja o tópico específico do seu discurso a nova vida de obediência, ou o livre arbítrio, ou a obra da justificação, a realidade subjacente de todo o seu discurso foi o Deus crucificado. Afastar-se deste conhecimento de Deus era entrar em especulações e falsas espiritualidades. Nesta ênfase, Lutero segue a tese central dos bispos no Concílio de Niceia. Os arianos não acreditavam que as “humildes” palavras e obras das histórias do evangelho pudessem ser as palavras e obras do próprio Deus. Deus era demasiado exaltado e majestoso para ser objeto de tal humildade e baixeza. A palavra encarnada, portanto, deveria ser uma criatura, isto é, alguém que é por natureza caracterizado pela mudança, pela luta e até pela morte. Que o verdadeiro Deus pudesse sofrer e morrer era, a rigor, uma impossibilidade.

Também aqui, no século IV, a questão era “quem é aquele que está na cruz?” De quem falam as histórias da Paixão? Os bispos de Niceia responderam: “verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo na virgem Maria e foi feito homem”. O verdadeiro Deus era de tal forma que podia comunicar ao homem o seu próprio amor e a sua própria vida. O filho de Maria não era outro senão esta comunicação do amor divino e da vida divina na realidade humana. O homem, Jesus de Nazaré, não é outro senão a forma humana da vida de Deus. Esta é ao menos uma parte importante do que isto significa quando confessamos que ele “se encarnou pelo Espírito Santo na virgem Maria e foi feito homem”. Jesus é a forma humana da vida do Espírito Santo; Jesus é a forma daquela santificação que Deus deseja dar a nós, os ímpios. Jesus é precisamente a forma humana de Deus. Em termos dogmáticos, na unidade da sua pessoa, Jesus é ao mesmo tempo Deus e Homem.

- Dr. William C. Weinrich é professor de Teologia Histórica com especialização em História da Igreja Primitiva e Estudos Patrísticos.

Este trecho faz parte de seu discurso inaugural como novo Reitor da Academia de Lutero em Riga, Letônia, em 5 de fevereiro de 2009.

Fonte: William C. Weinrich. The Doctrine of Christ in Theological Education. In: Concordia Theological Quarterly, Volume 73:2. Abr. 2009. pp. 179-180.

O Concílio de Niceia


Ilustração do Concílio de Niceia em Military and religious life in the Middle Ages and at the period of the Renaissance (1870)

O concílio afinal se reuniu na cidade de Niceia, na Ásia Menor, perto de Constantinopla, em 325. A posteridade conhece esta assembleia como o primeiro concílio ecumênico, isto é, universal.

Não sabemos o número exato de bispos que assistiram ao concílio, mas ao que parece foram uns trezentos. Para compreendermos a importância do que estava acontecendo, recordemos que vários dos presentes tinham sofrido prisões, torturas ou exílio pouco antes, e que alguns levavam em seu corpo as marcas físicas da sua fidelidade. E agora, poucos anos depois daqueles dias de provações, todos estes bispos eram convidados a se reunir na cidade de Niceia, e o imperador cobria todos os seus gastos. Muitos dos presentes se conheciam de ouvir falar, ou por correspondência. Agora, pela primeira vez na história da igreja, eles podiam ter uma visão física da universalidade da sua fé. Eusébio de Cesareia nos descreve a cena, em sua Vida de Constantino:

Ali se reuniram os mais distintos ministros de Deus, da Europa, Líbia (isto é, África) e Ásia. Uma só casa de oração, como que ampliada por obra de Deus, abrigava sírios e cilícios, fenícios e árabes, delegados da Palestina e do Egito, tebanos e líbios, junto com os que vinham da Mesopotâmia. Havia também um bispo persa, e tampouco faltava um cita na assembleia. Ponto, Galácia, Panfília, Capadócia, Ásia e Frígia enviaram seus bispos mais distintos, bem como os que moravam nas regiões mais remotas da Trácia, Macedônia, Acaia e Epiro. Até mesmo da Espanha um de grande fama (Ósio de Córdoba) se sentou como membro da assembleia. O bispo da cidade imperial (Roma) não pôde participar por causa da sua idade avançada, mas seus presbíteros o representaram. Constantino é o primeiro príncipe de todas as épocas que juntou semelhante grinalda mediante o vínculo da paz, e a apresentou a seu Salvador como oferta de gratidão pelas vitórias que conseguiu sobre seus inimigos.

Fonte: Justo L. González. Uma história ilustrada do Cristianismo. Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995.p. 93–94.

11/06/2024

Em Cristo temos a mesma consolação que consolou os apóstolos

 Ilustração de Kelly Klages em We All Believe in One True God (Tobias Clausnitzer, Kloria Publishing, 2018)

Hoje nosso calendário santoral lembra Barnabé, mencionado especialmente nos capítulos 4 (vv. 36-37), 9 (vv. 26-30), 11 (vv. 19-30), 13 e 15 (vv. 36-40) de Atos dos Apóstolos,

Uma bela e inspiradora canção de Guilherme Kerr tornou a história de Barnabé bem conhecida no meio cristão evangélico. O refrão dizia assim:

"Era o seu nome Barnabé, natural de Chipre,

Também chamado de José da Consolação,

Homem bom e piedoso, cheio de temor e fé,

Homem de Deus."

Sim! Barnabé foi um homem de Deus. Nós também somos homens e mulheres de Deus. E, assim como Barnabé, e todos os santos na glória, também somos pecadores, falhos e necessitados da misericórdia e perdão divino, como escreveu o reformador Lutero neste trecho destacado do volume 10 das Obras Selecionadas:

"Não devemos atribuir aos apóstolos tamanha santidade como se não pudessem pecar. Lucas relata no cap. 15 de Atos que entre Paulo e Barnabé houve uma desavença tão violenta que vieram a separar-se, depois de terem sido separados para o ministério do Evangelho entre os gentios e já terem percorrido muitas regiões em que anunciaram o Evangelho. Aqui, ou Paulo ou Barnabé, se excedeu. Essa discórdia que separou esses companheiros, antes, tão unidos, deve ter sido muito veemente. É o que o texto também sugere. Tais exemplos foram escritos para o nosso conforto, pois somos plenamente consolados quando ouvimos que também tão grandes santos pecam. Esse consolo nos querem arrebatar aqueles que negam que os santos possam pecar. [...] A tais exemplos, as fracas e tímidas consciências devem dar a máxima importância, para que, por intermédio deles, aprendam a compreender melhor o que oram, quando dizem: "Perdoa-nos", etc., e entendam melhor o artigo da remissão dos pecados em que os apóstolos e todos os santos creram. E, juntamente, conosco oraram: "Pai nosso", etc. Os apóstolos não tinham nenhuma vantagem sobre nós, exceto o apostolado. Nós possuímos os mesmos bens que eles, a saber, o mesmo Cristo, o mesmo Batismo, a mesma Palavra, a mesma remissão dos pecados. De todos esses bens, também eles careciam e por eles foram santificados e salvos, como nós."

(Comentário da Epístola aos Gálatas, 1935, em Obras Selecionadas de Lutero, vol. 10, págs. 120-121)

Um Barnabé em nossas vidas

Paulo, Barnabé e João Marcos



A vida da igreja é trabalho em equipe. Ninguém vive sozinho (Rm 14.7), por isso não podemos esquecer o quão importante é trabalhar juntos. O caso da insistência de Barnabé em levar João Marcos consigo numa visita missionária à Ásia Menor seria um exemplo contrário desta exigência de trabalho em equipe (Atos 15.35-40)? Paulo, que estava descontente com o fato de Marcos ter voltado para casa durante a primeira viagem missionária (Atos 13.13), posteriormente recusou-se a levá-lo em uma segunda viagem. Em que pese sua instabilidade anterior, esta deve ter sido uma repreensão contundente para aquele ávido jovem. Barnabé acudiu Marcos, formando uma equipe missionária com ele, deixando Paulo e Silas por conta própria. A princípio, isso parece ser um desastre organizacional. No entanto, nada poderia estar mais longe da verdade. Paulo e Barnabé tiveram uma discussão sobre a melhor forma de cumprir a missão de visitar as congregações da Ásia Menor e proclamar Cristo em Chipre, e a conclusão foi que deveriam dobrar as equipes de visitação. Dobrar a força de trabalho dificilmente será um resultado negativo. Paulo resolveu sua questão com Marcos à sua maneira e Barnabé também fez do seu jeito.

Barnabé, cuja festa é hoje, foi um verdadeiro filho da consolação (Atos 4.36) para o coração quebrantado de Marcos, encorajando-o no trabalho de atender às necessidades das igrejas. Marcos deveria lhes prover consolo do Senhor com o mesmo consolo que ele havia recebido do Senhor por meio de Barnabé (2Co 1.4). Tanto Paulo quanto Barnabé tiveram seus papéis a desempenhar na vida de João Marcos. Paulo era a lei e Barnabé o evangelho para aquele jovem. Barnabé evitou que a tristeza excessiva dominasse um jovem com quem, na época, Paulo se recusou a trabalhar. Observe também que este não foi o fim da colaboração entre Paulo e Marcos. Mais tarde, Paulo descreveu Marcos como “muito útil para mim no ministério” (2Tm 4.11). Haviam questões muito maiores do que uma diferença de opinião que resultara no caminho separado de Barnabé e Paulo. Eles ainda tinham a unidade que compartilhavam em Cristo Jesus. Eles tinham uma comunhão que uma separação de caminhos jamais poderia quebrar. Marcos necessitava de Paulo e Barnabé e seu amadurecimento como líder cristão foi devido ao envolvimento de ambos na sua vida. A unidade em Cristo permitiu que Paulo e Barnabé, cada um do seu jeito, provessem o que o Senhor desejava para Marcos e o que Marcos queria para si. Jesus enviou os dois para a vida de Marcos para cumprir seus propósitos.

Jesus nos envia líderes que são como Paulo e Barnabé. Alguns estão prontos com a repreensão de que necessitamos. Outros estão prontos com uma palavra de conforto e encorajamento. Ambos são importantes. Devemos agradecer a Deus por ambos. Ambos nos capacitam para pregar a Palavra de Deus e evangelizar aqueles que precisam ouvir sobre Cristo como seu Salvador. Assim como agradecemos a Deus por Paulo, também damos graças por Barnabé na consolação que ele oferece. Nós precisamos de um Paulo e de um Barnabé em nossas vidas.

Rev. Dr. Scott R. Murray
Memorial Lutheran Church (Houston, Texas, EUA)

Traduzido do original: A Barnabas in Our Lives


06/06/2024

Terceiro Domingo após Pentecostes (Próprio 5B)

Edward Riojas (Dear Christians, One and All, Rejoice, Kloria Publishing, 2020)


Gênesis 3.8-15
Salmo 130
2 Coríntios 4.13 — 5.1
Marcos 3.20-35

Jesus triunfou sobre o diabo e nos libertou da escravidão do pecado e da morte

O diabo nos ludibriou, seduzindo-nos a desprezar e desobedecer a Palavra de Deus e nos levando a se esconder “da presença do Senhor Deus”. Mas em sua misericórdia, o Senhor prometeu um Salvador que enfrentaria o diabo por nós (Gn 3.8-15). Assim veio o Filho do Homem, o Filho de Deus encarnado, concebido e nascido de mulher. Em primeiro lugar, Jesus amarrou o "valente" (Satanás) ao se tornar propiciação pelos pecados do mundo, removendo assim a condenação da Lei e o medo da morte (Mc 3.27). Depois ele saqueia a casa do diabo ao chamar todos os seres humanos ao arrependimento. Embora pareça estar “fora de si” (Mc 3.21), Jesus cumpre a vontade de Deus e nos torna seus próprios irmãos e irmãs. “Por isso não desanimamos”, mesmo diante do sofrimento, pecado e morte que experimentamos neste mundo caído. “Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus”. Por sua graça, nossa vida “se renova dia a dia”. Pois o Evangelho nos leva diariamente à presença de Cristo, não para punição, mas para “um eterno peso de glória” (2Co 4.14-17).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, teu Filho Jesus triunfou sobre o príncipe dos demônios e nos libertou da escravidão do pecado. Ajuda-nos a ficar firmes contra cada assalto de Satanás e capacita-nos sempre a fazermos a tua vontade; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

02/06/2024

Santidade é uma dádiva

Ilustração de Debra L. Swearingen (Before the Ending of the Day, Ambrose. Kloria Publishing, 2022)


“Lembre-se do dia de sábado, para o santificar.” (Êxodo 20.8)

O único dia na criação que Deus chamou de santo é aquele em que ele nos ordenou que descansássemos e não fizéssemos nada. Está implícito nesse mandamento que a santidade é uma dádiva, não uma conquista. Aquele dia nos lembra que o fato de sermos humanos não significa que precisamos fazer coisas grandiosas para Deus e assim nos tornarmos santos. Significa descansar na grande obra de Cristo, que nos torna santos, que é a nossa santificação (1Co 1.30). Ele fez todo o trabalho para a nossa salvação, travou e venceu as nossas batalhas por nós. Nós, que não conquistamos nada por conta própria, nos tornamos mais que vencedores nele (Rm 8.37).

- Chad Bird (Your God Is Too Glorious: Finding God in the Most Unexpected. 2 ed. 1517 Publishing, 2022.)