O Natal é e sempre será uma boa notícia, pois a encarnação de Deus indica que ele não pode ser encontrado nas supostas "revelações divinas" alardeadas por aí, tampouco nos elevados sacrifícios e prodigiosas manifestações que necessitam do impulso midiático. O Natal será sempre novidade a nossos ouvidos, pois Deus se manifestou assim mesmo como está escrito e ouvimos nas celebrações do Natal: na miséria de uma curral de animais e na loucura de uma rude cruz de madeira. Deus é encontrado na manjedoura e na cruz! Por mais que a sabedoria deste mundo procure algo mais elevado e sublime, é assim que Deus escolheu se revelar aos seres humanos. E a transmissão desta revelação Deus apresenta a você de forma tão singela e simples nas Escrituras. Ali você ouve Deus falar com você, ali "
você tem as fraldas e a manjedoura onde Cristo estava deitado" no dizer de Lutero.
É por isso também que Lutero é e sempre será atual contra "fanáticos", "entusiastas" (
schwärmer) e "profetas celestiais" (
himmlischen Propheten) que não deixam a Palavra de Deus ser verdade, com suas palavras enganosas de "sábios" e "escribas" (1 Co 1.20).
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Retábulo de Clumber (O Batismo de Cristo; A Crucificação; A Natividade), pintado entre 1430-1499, por Escola Italiana (Marchigiana) da 1ª metade do séc. XIV |
Nada se pode crer a respeito de Deus, descobrir ou saber a não ser aquilo que foi revelado a respeito dele. Aqui temos que nos ater ao que diz o ditado: Aquilo que está acima de nós não nos afeta! São totalmente diabólicas essas formas de conhecimento que veem coisas muito elevadas além e fora da revelação de Deus. De nada servem a não ser para lançar-nos na perdição, pois ocupam-se com um assunto que não pode ser investigado, a saber, o Deus oculto. Se Deus oculta suas decisões e mistérios, por que então nos esforçamos tanto assim para que nos sejam revelados? Desde o início, Deus sempre se opôs a esse tipo de curiosidade. Sua vontade e decisão é esta:
“Deixarei de ser um Deus oculto para ser um Deus revelado, sem deixar, todavia, de ser o mesmo Deus. Vou fazer-me carne e enviar meu Filho. Esse vai morrer pelos seus pecados e ressuscitar dos mortos. E assim vou satisfazer o seu desejo que é saber se é predestinado ou não. Veja, aqui você tem meu Filho. Escute o que ele tem a dizer, olhe para ele, como está deitado na manjedoura, no colo da mãe, pendurado na cruz. Atente para o que ele faz e diz. Ali, você, certamente, me encontrará. Se você dá ouvidos à voz de Cristo, é batizado em seu nome e ama a sua palavra, então você certamente é predestinado e pode ter certeza de sua salvação”. (Martinho Lutero)
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