27/07/2017

Nosso dízimo a Deus

“Abraão e Melquisedeque” (1602), Maarten de Vos (1532 - 1603)
“Melquisedeque aceitou a décima parte de Abraão. Ó Senhor Jesus, tu também queres a décima parte (ou dízimo) de mim. O dízimo que tu desejas é um coração quebrantado e contrito que está arrependido pelo pecado de haver quebrado os Dez Mandamentos divinos e que chorou dez vezes pelos Dez Mandamentos, um por um, mas com uma fé alegre, busca consolo em teus dez benefícios: que tu (1) foste concebido e (2) nascido para meu consolo, (3) sofreu para o meu bem, (4) foi crucificado, (5) morreu, (6) foi sepultado, (7) desceu ao inferno, (8) ressuscitou, (9) subiu ao céu e (10) está sentado à direita do Pai celestial para a minha consolação...

Depois disso, tu requeres de mim uma nova obediência. Devo servir a Deus segundo a instrução dos Dez Mandamentos sagrados de acordo com a capacidade que Deus concede. Ó Senhor Jesus, governa-me pelo teu Espírito Santo, para que eu possa dar o seu dízimo alegremente e voluntariamente, confessando os meus pecados contra os Dez Mandamentos sagrados, jubilando em tuas dez boas obras consoladoras, e começar de novo a te servir de acordo com os Dez Mandamentos, não para ter vergonha da santa cruz que está retratada na forma do numeral dez, mas para te servir como me convém, em justiça e piedosa devoção. Amém.”

- Valerius Herberger, sobre o cap. 14 de Gênesis, em Magnalia Dei (As Grandes Obras de Deus)

O bem-aventurado Valerius Herberger (1562-1627) serviu como pastor por quase quarenta anos na igreja paroquial de Santa Maria em Fraustadt (atual Wschowa​, Polônia) e testemunhou os dias mais difíceis da Contra Reforma quando sua congregação foi expulsa de seu templo em 1604 através de um decreto real. Sua interpretação bíblica e devoção piedosa permanecem como um legado e exemplo para cristãos da atualidade.

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