Coelestis Formam Gloriae
Letra: Anônimo latino, século XV; tradução
J. Costa, 1969
Através da tradução inglesa O Wondrous
Type de John M. Neale, 1854
Música: Suiça, 1826.
Letra e música: Domínio público. Tradução:
Copyright de João Wilson Faustini, 1969.
O hino 74, Visão de
Glória Singular, do Hinário Luterano, publicado pela Editora Concórdia, é o
hino do culto da transfiguração de nosso Senhor Jesus Cristo. Esse hino, em 4
estrofes, tenta imprimir em nossas mentes e corações o que São Pedro define
como suprema glória ou gloria excelsa (2 Pedro 1.17).
1. Visão
de glória singular
A igreja pode contemplar
Em Cristo quando Ele acendeu
Ao monte e ali resplandeceu.
a. Visão
de glória singular:
A Escritura
Sagrada está repleta da glória de Deus e a sua manifestação (Epifania). É um
erro vincular a glória de Deus somente a coisas miraculosas e grandiosas, pois a glória
de Deus está onde Deus está. É possível ver a glória de Deus no Monte Sinal, na
entrega dos mandamentos, mas também é possível ver a gloria de Deus no Gólgota,
onde cancelou o escrito de dívida que era contra nós, cravando-o na cruz.
(Colossenses 2.14) Faço essa comparação entre esses dois montes, pois é fácil
identificar a glória de Deus em eventos com visível demonstração de poder, e
esquecemos que o próprio Cristo fala na morte como sua glorificação (João
12.23-24).
Glória
de Deus na liturgia: ao se vincular a glória de Deus com
grandes eventos poderosos, deixa de lado o doce sussurrar da glória de Deus nos
eventos corriqueiros de um culto. A glória de Deus já está presente e
vivenciada em nossa vida quando o pastor, em nome de Cristo, perdoa os pecados
dos pecadores penitentes. A glória de Deus já está presente e vivenciada em
nossa vida quando somos expostos à Palavra de Deus. A glória de Deus já está
presente e vivenciadas em nossas vidas quando somos batizados no nome do Deus
Triúno. A glória de Deus já está presente e vivenciada em nossa vida quando
participamos do Verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo em, com, sob pão e vinho.
b. Local e convidados:
Cristo convida Pedro, Tiago e João para subirem a um monte, conforme o relato
de Mateus, Marcos, Lucas e 2 Pedro. Por
que eles sobrem? O relato de Lucas deixa claro que eles subiram para
orar. Que monte é esse? Os
relatos bíblicos não apontam qual seria esse monte, segundo a tradição, o monte
da transfiguração é o Monte Tabor. Apesar que isso não seja uniformidade entre
estudiosos.
c. O que aconteceu? O rosto e a roupa
de Jesus sofrem uma metamorfose, mudança, transfiguram. O hino descreve toda a
glória da transfiguração na palavra resplandecer.
2. Com
sua face a reluzir
Quis ele a glória do porvir
Aos homens todos demonstrar
Chamando-os ao celeste lar.
a. Na
segunda estrofe do poema, a mudança na face de Cristo é enfatizada. O relato de
Mateus afirma que o rosto de Jesus resplandecia como o sol. Diferente de
Mateus, Lucas não apresenta detalhes e comparações da mudança do rosto de
Cristo, mas deixa claro que houve a mudança tanto no rosto como na roupa. Já o
relato de Marcos, a ênfase do evangelista está na roupa e não no rosto.
b. Objetivo:
Segundo o poema, a transfiguração tinha como objetivo demonstrar a glória do
porvir.
c. Convite:
o aspecto missional da transfiguração é ressaltado na transfiguração, pois
Cristo está chamando todos os homens ao celeste lar. Da transfiguração podemos
destacar dois objetivos da vida cristã: 1) Desfrutar da glória de Deus,
desfrutar da sua presença; 2) Ser filhos de Deus. A forma como alcançar esses
objetivos é dado pelo próprio Deus: “A
Ele ouvi.” Um ouvir confiante garante alcançar esses objetivos.
3. As
almas crentes subirão-
Mistério dado na visão
Por isso alegres com fervor
Cantamos hinos ao Senhor.
a. Deus
não é Deus de mortos e sim de vivos e a presença de Moisés e Elias comprovam
essa verdade.
b. As
almas crentes subirão assim como Moisés e Elias estavam diante de Jesus
envolvidos em sua glória.
c. Os
cristãos também subiram, pois a nossa pátria está no céu. A glória de Deus, sua
presença, é o nosso destino final conforme Filipenses 3.20-21: “Pois a nossa pátria está nos céus, de
onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o
nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a
eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.”
4. A
Deus o Filho, a Deus o Pai
E a Deus o espírito exaltai
O Deus que a graça nos quis dar
De sua glória contemplar.
a. Trindade:
A Santíssima Trindade está presente neste relato: 1) Cristo transfigurado; 2)
DEUS PAI: A voz de Deus afirmando a filiação de Jesus e a orientação que
devemos a Cristo ouvir; DEUS ESPÍRITO SANTO: a nuvem luminosa
b.
Graça
de Deus: Por graça e misericórdia, Cristo permite
aos três discípulos e a toda a Cristandade vislumbrar a glória da vida eterna.
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