Nesta semana, em que lembramos e honramos a memória de Lucas Cranach e Albrecht Dürer com ação de graças pelo legado artístico que nos deixaram, listo uma bibliografia básica (apenas em inglês, infelizmente) sobre estes dois artistas importantes no movimento da Reforma, além de Hans Holbein, também um artista de destaque e que tenho apreciado com particular interesse:
- Lucas Cranach the Elder: Art and Devotion of the German Reformation (University Press of America, 2009) escrito pela especialista em arte germânica do século XVI e professora e professora de História da Arte da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, Bonnie Noble, observa o papel da Lei e Evangelho na retórica pictorial do artista, analisa os retábulos pintados por Cranach e dedica um capítulo - que mais apreciei - sobre os painéis de Madona, temática da arte sacra cristã representando a Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, muito popular no Renascimento e na iconografia deste pintor luterano.
- The serpent and the lamb: Cranach, Luther, and the making of the reformation (Yale University Press, 2013), escrito pelo professor de História da Universidade de Harvard, Steven Ozment, lança um olhar histórico do Renascimento alemão e da Reforma através das vidas do pintor Lucas Cranach (a serpente) e do monge Martinho Lutero (o cordeiro). Cranach e Lutero foram contemporâneos e amigos (cada um era padrinho de filhos do outro), que apesar de possuírem gênios diferentes, juntaram arte e oratória de uma forma jamais vista, o que impulsionou o movimento da Reforma, difundindo os ideais de liberdade no mundo ocidental.
- Albrecht Dürer's Renaissance: Humanism, Reformation, and the Art of Faith (University of Michigan Press, 2003), escrito por David Hotchkiss Price, especialista em cultura renascentista e história eclesiástica, apresenta uma avaliação abrangente da inserção de Dürer no movimento reformista e sua arte religiosa.
- Translating Nature Into Art: Holbein, the Reformation, and Renaissance Rhetoric (Penn State Press, 2011), escrito pela pesquisadora e professora de artes da Universidade de York, Jeanne Nuechterlein, aborda a história de Hans Holbein, este propagandista da reforma, muitas vezes ofuscado pela visibilidade de Cranach e Dürer. A autora analisa o estilo que Holbein adotou, sobretudo nos temas religiosos, reproduzindo algo observável da natureza, que o inseriu também no debate da Reforma sobre o mundo visível.
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