Palmarum
Sermão de Martinho Lutero sobre São Mateus 21.1-9 (Postila da Igreja de 1521)
Ao convidar a filha de Sião e a filha de Jerusalém para jubilar e alegrar, o profeta nos dá a entender copiosamente que a vinda deste Rei é mais confortante para cada consciência sobrecarregada pelo pecado, uma vez que Ele remove todo o medo e tremor, para que as pessoas não fujam dele e não o vejam como um juiz severo, que vai pressioná-los com a Lei de Moisés, de modo que não poderiam ter uma alegre confiança em Deus, visto que o conhecimento e a compreensão do pecado procedem naturalmente da Lei. Mas Ele quer estimulá-los com essa primeira palavra a esperar dele toda a graça e bondade. Por que outra razão Ele convidaria a exultar e os ordenaria até mesmo a gritar e estarem muito alegres! Ele diz esse mandado de Deus a todos os que estão em sofrimento e com medo de Deus. Ele também mostra que esta é a vontade e intenção plena de Deus e pede que eles nutram jubilosa confiança nele contra o medo e o susto natural. E esta é a voz natural do Evangelho que o profeta aqui começa a pregar, assim como Cristo também fala no Evangelho e os apóstolos sempre admoestam a alegrar-se em Cristo, como ouviremos mais adiante.
Está igualmente cheia de significado o fato de que Ele vem do Monte das Oliveiras. Devemos perceber que esta graça, por causa de sua grandeza, se poderia chamar uma montanha de graça, uma graça que não é apenas uma gota ou punhado, mas a graça abundante e amontoada como uma montanha.
The Sermons of Martin Luther. Volume I:17-58 (Grand Rapids: Baker Book House) p. 30.
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