A doutrina do Ministério nas Confissões Luteranas

Os pastores luteranos são chamados para estarem sempre prontos para aplicar a pomada do sangue de Cristo nas consciências doloridas e nas almas aflitas. A pastores chamados lhes é dada a responsabilidade de aplicar, às almas quebrantadas pela proclamação e pelo impacto da lei de Deus, o poder sarador e restaurador de vida do evangelho de Jesus Cristo. As tentações se levantam de todos os lados, convidando pastores a abandonar o modelo de ministério estabelecido pelos autores do Livro de Concórdia. O mundo tenta o pastor a entrar no seu jogo, servindo como gerente de negócio, como diretor social, como “terapeuta mais barato” na cidade. Dentro da igreja surge a tentação de organizar, instituir e usar o poder no mesmo estilo do mundo. Inevitavelmente, a lei precisa governar a relação das pessoas na vida institucional da igreja. Mas os pastores devem lembrar que o chamado deles tem a ver com o evangelho. Quaisquer que sejam outros deveres que pastores devem ou possam assumir, seu povo conta com eles para fazerem o que Deus designou para ser feito através do seu chamado: “pregar o evangelho, perdoar pecados, julgar doutrina e rejeitar doutrina que é contrária ao evangelho, e excluir da congregação cristã os ímpios cuja vida ímpia seja manifesta, sem o emprego de poder humano, mas apenas pela palavra de Deus.” (Confissão de Augsburgo 28:21, texto alemão).

Robert Kolb é professor emérito de Teologia Sistemática no Seminário Concórdia de St. Louis (EUA).

Fonte: Robert Kolb. The Doctrine of Ministry in Martin Luther and the Lutheran Confessions. In: Todd W. Nichol, Marc Kolden (Ed.). Called and Ordained: Lutheran Perspectives on the Office of the Ministry. Eugene: Wipf and Stock Publishers, 2004. pág. 64.

Terceiro Domingo de Páscoa - 26 de abril de 2020 (Ano A)

Atos 2.14a, 36–41
Salmo 116.1-14
1 Pedro 1.17–25
Lucas 24.13–35

O Senhor Jesus Ressurreto está conosco no Santo Batismo e no “partir do pão”

Desde “antes da fundação do mundo” até que o céu e a terra passem, “a palavra do Senhor permanece para sempre” (1Pe 1.20, 25). Essa “palavra de Deus, a qual vive e é permanente”, é a pregação de Jesus Cristo, a saber, que Deus “o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória” (1Pe 1.21, 23). Por intermédio dessa palavra viva, fomos regenerados para a vida eterna (1Pe 1.23) e resgatados da nossa vida pecaminosa e mortal “pelo precioso sangue de Cristo” (1Pe 1.18-19). Esta palavra viva chama pecadores ao arrependimento e à morte e ressurreição do Santo Batismo “em nome de Jesus Cristo para remissão dos seus pecados” (At 2.38). O Santo Batismo concede o dom do Espírito Santo “para vocês e para os seus filhos, e para todos os que ainda estão longe” (At 2.39). Através da pregação de sua morte e ressurreição, Jesus se aproxima de nós para que possamos “entrar na sua glória” (Lc 24.26). Ele abre as Escrituras e o nosso entendimento para compreender “a respeito dele” (Lc 24.27) e nos faz reconhecê-lo “no partir do pão” (Lc 24.35).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que através da humilhação de teu Filho levantaste o mundo caído, concede que teu povo fiel, resgatado dos perigos da morte eterna, viva em alegria perpétua; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: "Road to Emmaus" (He Qi)

São Marcos, Evangelista (25 de abril)

Isaías 52.7–10
2 Timóteo 4.5–18
Marcos 16.14–20

O Senhor envia seus mensageiros “como cordeiros para o meio de lobos”, levando a mensagem: “Paz seja nesta casa!” (Lc 10.3–5). São Marcos fez “o trabalho de um evangelista” (2Tm 4.5) “que anuncia boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação” (Is 52.7). São Marcos é simbolizado por um leão, um dos quatro seres viventes de Ezequiel 1 e Apocalipse 4, com os quais se costuma identificar os Evangelistas. O Evangelista Marcos é frequentemente identificado com o João Marcos de Atos, primo de Barnabé, com quem trabalhou em Chipre proclamando “o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Apesar de duas antigas divergências, Marcos se reconciliou com São Paulo, que o considerou muito “útil para o ministério” (2Tm 4.11). Mais tarde, Marcos trabalhou em Roma (1Pe 5.13), onde a tradição diz que ele escreveu seu Evangelho, antes de fundar a igreja em Alexandria e enfrentar o martírio.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, tu enriqueceste tua Igreja com a proclamação do Evangelho através do evangelista Marcos. Concede que possamos crer firmemente nestas boas novas e diariamente andar de acordo com a tua Palavra; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (Feasts, Festivals and Occasions) editado pelo Rev. Sean Daenzer e publicado por LCMS Worship. Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Anselmo de Cantuária, Teólogo (21 de abril)

“A misericórdia de Deus, que te parecia negada quando aprofundávamos a justiça divina e o pecado do homem, reencontramo-la agora tão grande e tão harmonizada com a justiça, que não se a pode pensar maior e mais justa.

De fato, qual conduta pode ser mais misericordiosa do que aquela do Pai que diz ao pecador condenado a tormentos eternos e privado do que poderia salvá-lo: “Toma o meu Unigênito e oferece-o por ti”; enquanto o Filho, por sua vez, lhe diz: “Toma-me e salva-te”?

É isso que eles nos dizem quando nos chamam e atraem à fé Cristã.

Que coisa, de fato, mais justa da parte daquele a quem é dado um pagamento maior que todo débito, senão que ele perdoou todo débito, posto que o dom lhe seja dado com os sentimentos devidos?”

- Anselmo de Cantuária (1033-1109), Cur Deus homo (Por que Deus se fez homem?), cap. 20.

Fonte: Paul Gilbert. Introdução à Teologia Medieval. São Paulo: Loyola, 1999. pág. 85

Johannes Bugenhagen, Pastor (20 de abril)

 

No dia 20 de abril a Igreja Luterana lembra Johannes Bugenhagen (1485–1558), amigo e pastor de Martinho Lutero.

Além de servir como pastor em Wittenberg, Bugenhagen também foi fundamental na Reforma do norte da Alemanha e da Escandinávia. Abaixo, um pedacinho do sermão que Bugenhagen pregou no funeral de Lutero, seu amigo e paroquiano:

Com Cristo estão os santos patriarcas, profetas, apóstolos, todos os santos anjos, Lázaro no seio de Abraão, isto é, na alegria eterna de todos os crentes. Nós experimentaremos como é esse período intermediário até o Dia do Julgamento, conforme Paulo diz em Filipenses, cap. 1: “Tenho o desejo de partir e estar com Cristo”; e conforme Estevão também diz em Atos: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”; e Jesus ao ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso”.

Não há dúvida de que, assim como o espírito de Cristo estava nas mãos do Pai até a ressurreição na Páscoa, quando ele disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, assim também nosso espírito estará nas mãos de Cristo até a nossa ressurreição. Pois esse é o significado das palavras que falam de Lázaro: “Agora, porém, ele está consolado, e tu, em tormentos”.

com base nas Escrituras, não podemos afirmar tão precisamente que tipo de paz ou consolo os crentes têm e que tipo de angústia ou tormento os incrédulos têm neste ínterim até o dia do julgamento. As Escrituras dizem que estão dormindo, conforme Paulo diz em Tessalonicenses, “a respeito dos que dormem”. Contudo, tal como no sono natural, uma pessoa sadia descansa, é revigorada e fica mais fortalecida e mais saudável através de um bom sono, enquanto uma pessoa doente, aflita, que sente terror ou medo da morte, dorme com dificuldade, com sonhos horríveis e agitados, de forma que o sono, ao invés de descanso é uma perturbação mais terrível e mais assoladora do que ficar acordado, da mesma forma há uma diferença entre o sono dos crentes e o sono dos ímpios. Mas sobre isso, não podemos falar mais ou inferir além do que as palavras das Escrituras dizem...

A morte do corpo é para nós um começo de vida eterna através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que se tornou para nós um sacrifício nobre e precioso.

Ainda me lembro que, ao ver muitos partirem alegremente na confissão de Cristo, nosso honorável e querido pai Dr. Martinho Lutero disse: “Que Deus permita que eu também possa descansar tão alegremente no seio de Cristo e que o corpo não seja atormentado com lentas dores de morte. Mas que seja feita a vontade de Deus.”

Fonte: Johann Bugenhagen Pomeranus: The Sermon at Martin Luther's Funeral (1546). In: Owen Collins (Ed.). Speeches that Changed the World. Louisville: Westminster John Knox Press, 1999. pág. 52-52.

Martinho Lutero: Eu me consolo com a obra de Cristo

"Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos, com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio, e disse-lhe: Paz seja convosco". (João 20. 19)

Mensagem de Lutero para o Segundo Domingo de Páscoa:

De que é que os discípulos têm medo? Têm medo da morte. Sim, estavam em meio à morte. Agora, qual é a origem desse medo da morte? Tem sua origem no pecado. Porque se não tivessem pecado, não teriam ficado com medo. A morte também não lhes poderia fazer mal algum, pois o aguilhão da morte, com o qual ela mata, é o pecado. Mas o que lhes faltava, como falta a nós todos, é o correto conhecimento de Deus, pois se tivessem levado Deus a sério, não teriam ficado com medo e estariam confiantes.

Mas quem não crê em Deus, esse tem de ficar com medo da morte e não pode, jamais, ter uma consciência feliz e confiante.

Quando, pois, alguém está com esse medo e pede ajuda a Deus, Deus não pode senão ajudar, assim como nesse caso em que Cristo não ficou muito tempo afastado dos discípulos amedrontados, mas logo estava ali, confortando e dizendo: "Paz seja com vocês! Tenham bom ânimo, sou eu, não tenham medo". Assim sucede também quando nós estamos com medo: Deus nos levanta do chão e nos prega o evangelho, por meio do qual nos devolve uma consciência feliz e confiante.

Onde está Cristo, ali o Pai e o Espírito certamente também se fazem presentes. Ali deve haver graça pura, nada de lei; pura misericórdia, nada de pecado; vida pura, nada de morte; puro céu, nada de inferno. Aqui eu me consolo com a obra de Cristo como se eu mesmo a tivesse realizado.

- O texto, extraído de Castelo Forte: Devoções Diárias 1983 (São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1983), é parte de um sermão que Lutero pregou sobre João 20.19–31, em 1522, na cidade de Borna (Alemanha), num Domingo Quasimodogeniti, após a Páscoa (atual Segundo Domingo de Páscoa).

Segundo Domingo de Páscoa - 19 de abril de 2020 (Ano A)

Atos 5.29–42
Salmo 148
1 Pedro 1.3–9
João 20.19–31

Cristo Jesus sopra o seu Espírito e vida em nós através do ministério do Evangelho

A fim de conceder o Espírito Santo doador da vida e a Paz à sua Igreja, o Senhor Crucificado e Ressurreto instituiu o ministério do Evangelho. Jesus entrega a Santa Absolvição de todos os pecados aos que são chamados e ordenados para este ofício e também aos que estes servem em nome de Cristo (Jo 20.23). Pelos frutos da sua cruz, Cristo substitui o medo e a dúvida pela paz e alegria, concedendo “a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31). Jesus envia seus ministros e através do ofício da pregação chama as pessoas para crerem que Ele “é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham vida em seu nome” (Jo 20.21, 31). “Mediante a ressurreição de Jesus Cristo”, nascemos de novo para “uma viva esperança”, pela qual somos guardados “para a salvação preparada para ser revelada no último tempo” (1Pe 1.3, 5). “Mesmo sem tê-lo visto”, amamos nosso Senhor Jesus Cristo, e pela grande misericórdia de Deus cremos e exultamos nele “com uma alegria indescritível e cheia de glória” (1Pe 1.8).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, concede que nós, que celebramos a ressurreição do Senhor, possamos por tua graça confessar em nossa vida e por nosso falar que Jesus é Senhor e Deus; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: A incredulidade de Tomé (1634), por Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669)

Quarta-feira de Páscoa (15 de abril de 2020)

Atos 3.13–15, 17–19
Salmo 61
Colossenses 3.1–7 ou 1 Coríntios 11.23–26
João 21.1–14

O Senhor Jesus Crucificado e Ressurreto alimenta seus discípulos e lhes concede vida com Deus

O Senhor nosso Deus cumpriu suas promessas entregando Cristo Jesus ao sofrimento e morte de cruz e ressuscitando-o dentre os mortos (At 3.15, 18). Nosso Deus e Pai “glorificou o seu Servo Jesus” e agora também te chama ao arrependimento, “para que sejam cancelados os seus pecados” por meio da fé nele (At 3.13, 19). Jesus se manifestou “aos seus discípulos depois de ressuscitado dentre os mortos” (Jo 21.14), chamando-os ao arrependimento e restaurando a fé e a vida nele. Retomando sinais de sua glória, Jesus concede aos discípulos outra pesca milagrosa e depois lhes alimenta com pão e peixe que Ele mesmo preparou (Jo 21.6, 9, 12–13). O mesmo Senhor Jesus continua a alimentar a sua Igreja através do ministério de seus servos, de maneira que o que eles “receberam do Senhor” (seu corpo, que é dado; e seu sangue, que é derramado), eles continuam entregando aos discípulos de Cristo, em memória dele (1 Co 11.23–24). Portanto, coloquem o coração em “Cristo, que é a vida de vocês” e “busquem as coisas lá do alto” nos seus santos Sacramentos (Cl 3.1–4).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que pela gloriosa ressurreição de teu Filho Jesus Cristo destruíste a morte e trouxeste à luz a vida e a imortalidade, concede que nós, que ressuscitamos com ele, possamos habitar em sua presença e exultar na esperança da glória eterna; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Terça-feira de Páscoa (14 de abril de 2020)

Daniel 3.8–28
Salmo 2
Atos 13.26–33
Lucas 24.36–49
No nome do Senhor Jesus Ressurreto é pregado o arrependimento para remissão de pecados

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego confiaram no Senhor, seu Deus, e com essa fé “não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo a servir e adorar um deus que não era o Deus deles” (Dn 3.28). E quando foram lançados “dentro da fornalha de fogo ardente”, o Senhor estava com eles para lhes preservar o corpo e a vida de todos os danos (Dn 3.23–27). A saída daqueles jovens do fogo é um tipo da ressurreição de Cristo Jesus, que também confiou em seu Pai e foi para a morte para que se cumprisse a “Lei de Moisés, dos Profetas e dos Salmos” e o que está escrito: “que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados” (Lc 24.44–47). “A promessa feita aos nossos pais”, “Deus a cumpriu plenamente a nós”, ressuscitando Jesus dentre os mortos (At 13.32–33). Agora, Jesus envia seus ministros com “a palavra desta salvação” (At 13.26). Eles são “as mãos e os pés” de Jesus no mundo, portando o Espírito da promessa e nos concedendo a paz do Senhor (Lc 24.36, 40, 49).

ORAÇÃO DO DIA:
Todo-poderoso Deus, que pela ressurreição de teu Filho garantiste paz para as consciências atribuladas, concede-nos sempre esta paz para que, confiando nos méritos de teu Filho, possamos alcançar afinal a paz perfeita dos céus; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Jesus aparece aos seus discípulos, por Poul Steffensen (1866-1923)

A Ressurreição do Senhor - Segunda-feira de Páscoa

Êxodo 15.1–18 ou Daniel 12.1c – 3
Salmo 100
Atos 10.34–43 ou 1 Coríntios 5.6b – 8
Lucas 24.13–35 (36–49)

O Cordeiro Pascal é reconhecido no partir do pão

A celebração da Páscoa é uma festa sem fim, pois “Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado” (1 Co 5.7). “Por isso, celebremos a festa” (1 Co 5.8) e cantemos “ao Senhor, porque triunfou gloriosamente” (Êx 15.1). Ele é nossa força, o nosso cântico e se tornou a nossa salvação (Êx 15.2). Homens pecadores mataram Jesus de Nazaré, “pendurando-o num madeiro”, “mas Deus o ressuscitou no terceiro dia” (At 10.39). As testemunhas escolhidas, “nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos” (At 10.41), agora pregam a “remissão dos pecados” por meio do seu nome (At 10.43). Através dessa pregação, o próprio Jesus se aproxima dos seus e os leva à sua santa morada. Jesus abre as Escrituras e o entendimento dos seus para compreenderem “o que constava a respeito dele” (Lc 24.27). Jesus abre os olhos dos seus para verem as suas chagas e o reconhecerem “no partir do pão” (Lc 24.31;35). Ele derrama o Espírito do Pai sobre os que estão com ele à mesa, para que sejam salvos e ressuscitados do pó da terra, não “para vergonha e horror eterno”, mas “para a vida eterna” (Dn 12.2).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que na festa da Páscoa restauraste toda a criação, continua a enviar teus dons celestiais sobre o teu povo para que possamos caminhar em perfeita liberdade e receber vida eterna; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Cristo e os discípulos de Emaús, por Jacob Andries Beschey (1710–1786)

A Ressurreição do Senhor – Domingo de Páscoa (Ano A)

Atos 10.34–43 ou Jeremias 31.1–6
Colossenses 3.1–4
Mateus 28.1–10

A vitória do Cristo crucificado é dada a você na pregação da sua ressurreição

Todo domingo, “passado o sábado, no começo do primeiro dia da semana”, é o Dia do Senhor, o dia de sua ressurreição (Mt 28.1). No Culto Divino, a Igreja entra no eterno “oitavo dia”. O Senhor Jesus, “que foi crucificado” mas “ressuscitou, como tinha dito” (Mt 28.5-6), é o primogênito dentre os mortos e as primícias da nova criação. “Porque vocês morreram” com Ele no Santo Batismo, “vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo” e “a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.1, 3). O Senhor Jesus se tornou nosso Deus, tão certo quanto Ele é “o Deus de todas as tribos de Israel”, agora também somos o seu povo (Jr 31.1). Desta forma, “Deus não trata as pessoas com parcialidade” (At 10.34), mas “todo o que nele crê recebe remissão dos pecados” por meio do seu nome (At 10.43). Assim “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder” e “o ressuscitou no terceiro dia”, assim também Ele nos ressuscita e derrama seu Espírito sobre nós através do Evangelho (At 10.38, 40).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus e Pai, que através de teu único Filho Jesus Cristo venceste a morte e abriste para nós o portão da vida eterna, faze com que nós, ao celebrarmos com alegria o dia da ressurreição do Senhor, possamos ser ressuscitados da morte do pecado pelo teu Espírito doador da vida; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: As Santas Mulheres no túmulo de Cristo, por Annibale Carracci (1560-1609)

A Ressurreição do Senhor - Aurora de Páscoa (Ano A)

Êxodo 14.10 — 15.1
1 Coríntios 15.1–11
João 20.1–18

O Senhor Jesus nos livra da morte nos leva para a vida com seu Deus e Pai Celestial

Em Adão, todas as pessoas morrem porque todas pecam. A descendência daquele primeiro jardineiro foi expulsa do Paraíso e voltou ao pó de onde fomos formados. Mas agora chegou outro Jardineiro (Jo 20.15), que dormiu no pó da terra e que, ao ressuscitar, restituiu o Paraíso a todos os filhos dos homens. Jesus nos chama pelo nome com sua voz do Evangelho e por meio da fé abre os nossos olhos para contemplá-lo. Conforme a sua Palavra, entramos no seu sepulcro através do Batismo na sua morte, para que também possamos ressuscitar, assim como Ele ressuscitou “dentre os mortos” (Jo 20.9). Por isso, “cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente” (Êx 15.1). Ele lutou por nós contra nossos inimigos, e com sua ressurreição nenhum inimigo resistiu. “Não tenham medo” e “e vejam o livramento que o Senhor” (Êx 14.13) entrega a nós pela pregação do seu Evangelho (1 Co 15.3). Assim, somos ressuscitados com Cristo “segundo as Escrituras” (1 Co 15.4), e continuamos firmes porque somos salvos “por meio dele” (1 Co 15.1–2).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que através de teu único Filho Jesus Cristo venceste a morte e abriste para nós o portão da vida eterna, oramos com humildade para que possamos viver diante de ti em justiça e pureza para sempre; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Noli Me Tangere, por Abraham Janssens (1575-1632)

Santo Sábado (11 de abril de 2020)

Daniel 6.1–24
Salmo 16
1 Pedro 4.1–8
Mateus 27.57–66
 

Vivemos e amamos na paz e na promessa da Ressurreição de Cristo

São José de Arimateia e outros discípulos de Jesus tiveram um cuidado amoroso com o corpo de Cristo, na inabalável certeza da ressurreição (Mt 27.57–60). Tanto os discípulos quanto os opositores de Jesus lembravam que Ele havia dito que ressuscitaria depois de três dias, mas os inimigos conspiraram contra Ele e tentaram frustrar a promessa de ressurreição (Mt 27.63-64). Já no profeta Daniel encontramos um tipo e promessa de ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Daniel era inocente e fiel, e “nele havia um espírito excelente” (Dn 6.3-4, 22). Apesar de Daniel ter sido acusado e entregue à morte, o Senhor preservou sua vida e o levantou em justiça, “porque havia confiado em seu Deus” (Dn 6.23). Portanto, oremos e demos graças a Deus (Dn 6.10), buscando a paz e o repouso sabático (nosso descanso definitivo) em Jesus Cristo. E sabendo que “o fim de todas as coisas está próximo”, sejamos “criteriosos e sóbrios” e tenhamos “muito amor uns para com os outros” (1 Pe 4.7–8).

ORAÇÃO DO DIA:
Ó Deus, Criador dos céus e da terra, concede que assim como o corpo crucificado de teu amado Filho foi colocado na tumba e descansou neste santo sábado, da mesma forma possamos aguardar com ele a vinda do terceiro dia e ressuscitar para uma nova vida com Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Sepultamento de Cristo, por Josef Führich (c. 1836)

Sexta-feira Santa (10 de abril de 2020)

Isaías 52.13—53.12

Hebreus 4.14-16; 5.7–9

João 18.1–19.42 ou João 19.17–30

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo

Jesus, o Cordeiro de Deus, foi levado ao matadouro da cruz como sacrifício expiatório pelos pecados do mundo. Ele foi “desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3). Jesus é o “Servo, o Justo”, que leva as iniquidades do mundo e justifica a muitos com sua inocente paixão e morte (Is 53.11). “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”, “foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades”, sofreu o nosso castigo, “e pelas suas feridas fomos sarados” (Is 53.4-5). Como Filho de Deus, Jesus cumpre a Lei em nosso lugar “para que se cumprisse a Escritura” (Jo 19.7, 24). Em perfeita fé e fidelidade, Jesus sentiu as mesmas fraquezas e foi tentado como nós, “mas sem pecado” (Hb 4.15). Como nosso misericordioso Sumo Sacerdote, Jesus nos leva em paz diante do Pai, intercede “pelos transgressores” (Is 53.12) e junta nossas “orações e súplicas” às suas, de forma que somos ouvidos “por causa de sua reverência” (Hb 5.7). Na cruz Ele nos entregou seu Espírito (Jo 19.30), nos lavou com a água do seu lado e nos cobriu com seu sangue (Jo 19.34).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, graciosamente mantém esta tua família, por quem nosso Senhor Jesus Cristo aceitou ser traído e entregue nas mãos de homens pecadores para sofrer a morte sobre a cruz; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Crucificação, por Benvenuto di Giovanni (1491)

Quinta-feira Santa - 9 de abril de 2020 (Ano A)

Êxodo 24.3-11 ou Êxodo 12.1-14
Salmo 116.12-19
Hebreus 9.11–22 ou 1 Coríntios 11.23–32
Mateus 26.17–30 ou João 13.1–17, 31b – 35

Amemos uns aos outros, assim como Cristo Jesus nos amou até o fim

“A Páscoa do Senhor” (Êx 12.11) e “o sangue da aliança” no Monte Sinai (Êx 24.8) prefiguram a Ceia do Senhor. O sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, agora nos cobre e celebramos sua Ceia “como festa ao Senhor” (Êx 12.14). Em Cristo vemos “o Deus de Israel” (Êx 24.10), e mesmo assim Ele não estende a mão sobre nós para nos punir, mas de suas mãos comemos e bebemos em paz. Como nosso Sumo Sacerdote, Ele “ele entrou no Santuário, uma vez por todas, e obteve uma eterna redenção” conquistada para nós “pelo seu próprio sangue” (Hb 9.12). Ele derramou o seu próprio sangue para purificar “a nossa consciência” e nos apresentar “sem mácula” perante seu Deus e Pai (Hb 9.14). Os santos apóstolos receberam do próprio Senhor Jesus esta nova aliança no seu sangue “na noite em que foi traído” e a entregaram à sua Igreja, a qual nós agora também recebemos em nome e em memória de Cristo (1Co 11.23–26; Mt 26.26–28). “Tendo amado os seus que estavam no mundo”, Jesus continua a nos amar “até o fim” (Jo 13.1) e ordena que seus discípulos também “amem uns aos outros” (Jo 13.34).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Senhor, que neste maravilhoso sacramento nos deixaste uma lembrança do teu sofrimento, concede que possamos receber o sagrado mistério do teu corpo e sangue para que os frutos de tua redenção possam continuamente ser manifestos em nós; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Nosso Senhor abençoando o Pão e o Vinho, por Carlo Dolci (1616-1687).

Quarta-feira na Semana Santa (8 de abril de 2020)

Isaías 62.11—63.7
Salmo 70
Romanos 5.6-11
Lucas 22.1–23.56 ou João 13.16–38

O Filho de Deus é glorificado por seu amor sacrificial pelos pecadores

“Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Rm 5.8). Nesse amor divino sacrificial é “glorificado o Filho do Homem” e Deus é “glorificado nele” (Jo 13.31). Por conta própria Jesus pisou sozinho o lagar de sua cruz e paixão, “segundo a multidão das suas misericórdias” para com seu povo rebelde (Is 63.3, 7). Com Jesus está o galardão pela salvação dos pecadores que Ele procurou e não abandonou (Is 62.11–12). Por isso, “nos gloriamos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo”, uma vez que “fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho” e somos “salvos pela sua vida” (Rm 5.10–11). Assim como Jesus orou por Simão Pedro contra os ataques de Satanás, para que ele fosse restaurado após sua negação e fortalecesse seus irmãos (Lc 22.31–32), da mesmo forma Jesus continua a enviar seus ministros para servir e fortalecer todos que se reclinam ao lado de Jesus à mesa (Jo 13.20, 23). Visto que somos discípulos a quem Jesus ama, Ele também ordena que tenhamos “amor uns aos outros” (Jo 13.34–35).

ORAÇÃO DO DIA:

Misericordioso e eterno Deus, que não poupaste a teu único Filho, mas o entregaste por todos nós para carregar nossos pecados na cruz, concede que nossos corações possam estar de tal forma fixados com fé nele que não tenhamos medo do poder do pecado, da morte e do diabo; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: “Cristo coroado com espinhos” (c. 1510), de Lucas Cranach, o Velho (1472-1553)

Terça-feira na Semana Santa (7 de abril de 2020)

Isaías 49.1–7
Salmo 71.1-14
1 Coríntios 1.18–25 (26–31)
Marcos 14.1–15.47 ou João 12.23–50

É chegada a hora da cruz de Cristo, através da qual Ele trará todos ao Pai

O Filho de Deus, formado no ventre humano, veio como servo de seu Deus e Pai, não só para “trazer de volta o remanescente de Israel”, mas para ser também “uma luz para os gentios” (Is 49.5–6). Ele é “glorificado diante do Senhor” e o Pai é glorificado nele, pois anuncia o que o Pai ordenou (Is 49.3, 5; Jo 12.28, 49). É chegada a hora da cruz daquele que veio “como luz para o mundo” para atrair todas as pessoas a Ele (Jo 12.23, 27, 32, 46). Aqueles creem em Jesus não permanecem nas trevas, mas andam na luz e seguem a ele através da morte para a vida, para que possam ficar com Ele onde Ele estiver (Jo 12.26, 35, 46). Crucificado e ressuscitado dentre os mortos, Cristo Jesus é nossa vida e sua salvação, “o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção” (1 Co 1.30). E “por meio da loucura da pregação” da cruz de Cristo, que “é o poder de Deus e a sabedoria de Deus”, somos salvos mediante a fé (1 Co 1.21–24).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, concede que por tua graça possamos passar por este santo tempo da paixão do Senhor e obtermos o perdão dos nossos pecados; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Segunda-feira na Semana Santa (6 de abril de 2020)

Isaías 50.5–10
Salmo 36.5-10
Hebreus 9.11–15
Mateus 26.1–27.66 ou João 12.1–23
Nosso misericordioso Sumo Sacerdote é ungido para nossa redenção eterna

Jesus queria tornar evidente a sua própria morte e ressurreição ao ressuscitar seu amigo Lázaro dentre os mortos. Era chegada a sua hora e a sua paixão estava próxima. Foi em preparação a seu sepultamento que Maria, irmã de Lázaro, “ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos” (Jo 12.3, 7). Jesus é o Cristo, um “sumo sacerdote dos bens já realizados”, que “a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus”, para nos redimir “pelo seu próprio sangue” (Hb 9.11–12, 14). Como verdadeiro homem ele fez isso com a confiança de que não seria envergonhado, pois seu Deus e Pai estaria perto para ajudá-lo e sustentá-lo mesmo diante da morte (Is 50.7–8). Com sua carne e sangue “ele entrou no Santuário”, “a fim de que os que foram chamados” pudessem entrar com Ele na posse “da herança eterna” da nova aliança (Hb 9.12, 15). Toda a Igreja se enche com o perfume agradável do sacrifício de Jesus, e todos aqueles que Ele ressuscita dentre os mortos através do seu Evangelho são convidados a reclinar-se “à mesa com Jesus” (Jo 12.1–3).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, concede que, em meio a todas as nossas falhas e deficiências, possamos ser restaurados pelo sofrimento e intercessão de teu unigênito Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Jesus em Betânia, por Firs Zhuravlev (1836–1901)

Domingo de Ramos – Domingo da Paixão - 5 de abril de 2020 (Ano A)

Isaías 50.4–9a
Filipenses 2.5–11
João 12.12–19 [Procissão de Ramos]
Mateus 26.1 – 27.66 ou Mateus 27.11–66 ou João 12.20–43

É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem

“Não tema, filha de Sião, eis que o seu Rei está vindo”. Ele vem de forma humilde “montado num filho de jumenta”, mas também “vem em nome do Senhor” como Rei de Israel (Jo 12.13, 15). Sua glória real está no seu amor sacrificial e fiel obediência “até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8). O amor de Deus se manifesta na cruz e paixão de seu Filho para a salvação dos pecadores. Jesus Cristo carregou os nossos pecados e sofreu a nossa morte e “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9), com isso, Jesus também nos exaltou através da sua Ressurreição. Nosso Senhor não escondeu o rosto dos que o “afrontavam e cuspiam” nele (Is 50.6), mas confiou em seu Deus e Pai, que o ressuscitou da morte, o levantou da sepultura e o exaltou à sua mão direita. Este mesmo Rei Jesus agora vem a nós de forma humilde na sua Santa Ceia, para nos alimentar com o seu corpo, nos purificar e nos cobrir com seu sangue, de modo que “depois da ressurreição de Jesus” também havemos de entrar “na cidade santa” junto com todos os santos (Mt 27.52-53).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e terno Deus, que enviaste teu Filho, nosso Salvador Jesus Cristo, para tomar sobre si nossa natureza pecaminosa e sofrer a morte sobre a cruz, concede que possamos seguir o exemplo de sua grande humilhação e paciência e sermos feitos participantes de sua ressurreição; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: A Entrada de Jesus em Jerusalém, por Willem van Herp, o Velho (1614-1677)