"Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve compaixão deles e curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Este é um lugar deserto, e já está ficando tarde. Manda embora a multidão para que possam ir aos povoados comprar comida”. Respondeu Jesus: “Eles não precisam ir. Deem-lhes vocês algo para comer”. (Mateus 14.14-16 NVI)
A compaixão de Cristo e o discipulado compassivo são temas que emergem do Evangelho deste 9º Domingo após Pentecostes. Jesus sentiu compaixão da multidão. Como resultado de sua compaixão, o Senhor cura doentes e alimenta os famintos. Mas Jesus também envolve os discípulos no seu ato compassivo: "Deem-lhes vocês algo para comer". Depois de abençoar o alimento que os discípulos trouxeram, Jesus lhes entregou novamente para eles distribuírem ao povo.
Um paradigma da compaixão é o banquete que Cristo deixou para a sua Igreja, no qual ele abençoa o pão para ser o seu corpo encarnado e sacramental, que os discípulos que ele chamou e ordenou agora entregam para alimentar o seu corpo místico (a Igreja). Nesta Santa Ceia, Cristo é entregue para nós para que nos entreguemos num viver de ardente caridade para com o próximo.
No principal escrito de seu programa reformatório, Lutero escreveu que a pessoa cristã "vive em Cristo pela fé, no próximo, pelo amor. Pela fé [a pessoa cristã] é levada para o alto, acima de si mesma, em Deus; por outro lado, pelo amor desce abaixo de si, até o próximo, assim mesmo permanecendo sempre em Deus e seu amor, como diz Cristo em Jo 1.51.” (Da Liberdade Cristã, trad. do texto latino, in: Obras Selecionadas de Lutero, vol. 2, pág. 456)
Como fruto do Evangelho de Cristo, vidas que foram tocadas pela compaixão do Senhor, agora também são compassivas para com o próximo. Assim, o amor e o cuidado que os discípulos recebem do Senhor são graciosamente repartidos com outros necessitados.
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