28/10/2012

Verdadeiramente livres: uma mensagem que se tornou viral

Imagem: Michael Hampshire-National Geographic Stock
Em tempos de redes sociais, estamos nos acostumando a fenômenos virais. São aqueles assuntos ou coisas que atingem um alto grau de circulação na internet, alcançando grande popularidade. De acordo com o Wikipedia, um assunto se torna viral quando seu conteúdo induz à replicação, resultando que muitas cópias são produzidas ou espalhadas, tornando-se até mesmo difícil de controlar. Este fenômeno não é novo. E a história já nos ensina que não há nada de novo debaixo do sol.

Cinco séculos antes do Facebook a mídia social fomentou o movimento da Reforma. É o que afirma um artigo da revista The Economist de dezembro/2011, concluindo que as mídias sociais hoje não apenas nos conectam uns aos outros: elas também nos ligam ao passado. O fato é que um ‘post’ de Lutero na porta da igreja de Wittenberg em 31.10.1517 deflagrou uma reação sem precedentes, de forma que dentro de 4 semanas quase toda a cristandade estava familiarizada com a mensagem. Assim como acontece com likes e retweets hoje, o número de reimpressões também era um indicador da popularidade de um determinado item. E os panfletos de Lutero eram os mais procurados, a ponto de serem proibidos de publicar. Mas já era tarde demais, pois os ‘posts’ de Lutero já tinham ultrapassado as fronteiras da Alemanha e estavam fora de controle. Para usar a linguagem moderna, a mensagem de Lutero tinha se tornado viral.

Olhando apenas desse viés, diríamos que Lutero foi agraciado com uma mídia social que tornaram seus posts virais, rendendo-lhe milhares de followers em questão de semanas. Mas quando olhamos para o outro lado, o lado onde Deus está no controle dos acontecimentos e cuja palavra não volta vazia sem fazer o que lhe agrada (Is 55.11), enxergamos a obra do Espírito Santo em todos estes eventos e circunstâncias. Afinal aquelas mensagens de Lutero só se tornaram virais porque continham algo de muito valoroso e descortinava uma novidade que fora oculta em meio às mazelas da igreja e sociedade da época.

No século XVI o povo tinha muitas dificuldades para ganhar a liberdade da culpa que só podia ser remida através de orações, jejuns, peregrinações e indulgências. Ainda hoje muitas pessoas pensem que dependem de frequência à igreja, contribuições financeiras, trabalho na igreja e atos de caridade para se sentiram aceitáveis diante de Deus.

Por isso, no mês da Reforma celebramos o dom gracioso de Deus para com a sua igreja, através de seu servo Lutero que nos lembrou da nossa liberdade da Lei por meio do Evangelho de Jesus Cristo. Lutero e seus colegas entenderam a partir das Escrituras que se nós pecadores tivéssemos de ganhar a salvação por nossos próprios méritos e boas obras, estaríamos perdidos e completamente sem esperança. Mas, pela obra do Espírito Santo, os reformadores também redescobriram o evangelho: a maravilhosa notícia de que Jesus Cristo viveu, morreu e ressuscitou para nos redimir e justificar, nos dar vida em abundância.

Com alegria aceitamos isso: o Filho me faz livre! Jesus Cristo tomou sobre si a escravidão da Lei e morreu para pagar os pecados do mundo. Deus declara o mundo justo por causa de Jesus. “Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres” (Jo 8.36). Quando Lutero descobriu esta liberdade através da fé em Cristo, ele escreveu que os portões do paraíso se abriram para ele. Estão abertos também para nós. Por isso, alegremo-nos com o nosso movimento da escravidão para a liberdade. Alegremo-nos em poder viver de fato essa liberdade. Oremos para que Deus nos mantenha fiéis ao verdadeiro evangelho e ajude-nos a proclamá-lo com alegria e torna-lo viral num mundo tão carente do amor de Jesus.

Mensagem publicada no Informativo Bom Pastor (Outubro/2012) da Comunidade Bom Pastor (Lapa, São Paulo/SP)

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