31/05/2019

A Festa da Visitação




Hoje celebramos a Festa da Visitação, o dia em que Maria foi visitar sua prima Isabel após tomar conhecimento que estava grávida, carregando o Filho de Deus em seu ventre, e saber que Isabel também estava grávida. A Igreja observa várias datas que estão relacionadas à Virgem Maria: Purificação de Maria e Apresentação do Senhor (2 de fevereiro), Anunciação de Nosso Senhor (25 de março), Visitação (31 de maio) e Santa Maria, Mãe de Nosso Senhor (15 de agosto). Nós lembramos e celebramos estas datas porque são festas da Encarnação. Nessas datas nós confessamos, de acordo com o Terceiro Concílio Ecumênico de Éfeso (431 d.C.), que Maria era a Theotokos, a portadora de Deus. Confessamos a realidade da encarnação – que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Além disso, Maria se destaca como um grande exemplo e modelo de fé na medida em que ela confiou na Palavra de Deus.

A Visitação de Nosso Senhor


"Para nós, na verdade, esta é uma ocasião para agradecer a Deus pela gloriosa revelação ocorrida neste dia, quando Isabel fica cheia do Espírito Santo. E embora até agora ela não saiba nada sobre Cristo e sua concepção, ela declara e abertamente confessa que Maria é, na verdade, a mãe de seu Senhor e Deus. E João salta no ventre de sua mãe, em testemunho de seu Senhor, enquanto Maria canta sua bela canção de louvor, o Magnificat, mostrando mais perfeitamente a profundidade de seu entendimento. Continuamos a repeti-lo depois dela. Isto exprime a razão para celebrar, para aprender e agradecer a Deus por isso. O propósito para a celebração do papa é invocar Maria, mas o nosso propósito é louvar e agradecer a Deus de acordo com o exemplo da amada Virgem, de modo que nós celebramos, assim como ela fez."

- Bem-aventurado Martinho Lutero (Sermão sobre a festa da Visitação, publicada em sua Hauspostille de 1523)

Imagem: A Visitação, por David Teniers, o Jovem (1610–1690)

31 de maio - A Visitação da Bem-aventurada Virgem Maria

Isaías 11.1-5
Salmo 138
Romanos 12.9-16
Lucas 1.39-45 (46-56)


São João Batista e Jesus, as duas grandes figuras da história da salvação, agora se encontram na visita da Virgem Maria a Santa Isabel (Lc 1.39-45), as quais conceberam seus filhos em circunstâncias milagrosas. Desta forma, João é trazido à presença de Jesus enquanto eles ainda estão no ventre de suas mães. Essa presença do Senhor provoca uma resposta por parte do menino João quando ele estremeceu no ventre de Isabel. A resposta de João com a presença de Jesus, o Messias, prenuncia o papel de João como Precursor. Desde já, uma nova criação está começando, e um bebê ainda no útero aclama o princípio da nova criação. No estremecimento de João são prenunciados os milagres de Jesus que fará toda a criação estremecer em sua presença: “os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt 11.5). A presença encarnada do Messias também evoca uma resposta de Isabel, que proclama a bem-aventurança de Maria. O Magnificat de Maria fornece o significado teológico desta visita, quando Maria resume o seu lugar na história da salvação. O Cântico de Maria é um hino a Deus por seus dons graciosos ao menor neste mundo, que Ele tem levantado da baixeza unicamente por causa da sua graça e misericórdia.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, tu escolheste a Virgem Maria para ser a mãe de teu Filho, e fizeste conhecer através dela a tua graciosa estima para com os pobres, humildes e desprezados. Concede que possamos receber a tua Palavra com humildade e fé, e assim sejamos feitos um com Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 486)

Imagem: A Visitação, por Camillo Procaccini (c.1602)

30/05/2019

A ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR


Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

O nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, após gloriosamente ser ressuscitado dentre os mortos, “se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus” (Atos dos Apóstolos 1.3). 

Quando foi elevado ás alturas e ascendeu à mão direita do Pai, ele não deixou seu povo órfão, abandonado ou esquecido. Pelo contrário, ele prometeu estar com os seus discípulos “todos os dias até o fim dos tempos” (São Mateus 28.20). 

Por causa desta graciosa Promessa, ainda hoje, através de sua Igreja na terra, ele continua "a fazer e a ensinar" (Atos dos Apóstolos 1.1), pregando o “arrependimento para remissão de pecados" (São Lucas 24.47) pelo poder do Espírito Santo “até aos confins da terra" (Atos dos Apóstolos 1.8). 


Embora a nuvem tenha ocultado Jesus da vista de seus discípulos naquele tempo, e continue oculto de nossa vista ainda hoje, ele permanece conosco através de seu Precioso Evangelho e dos Santos Sacramentos.

Isto significa que por meio da Palavra, do Batismo, da Absolvição e da Santa Ceia, aquela Promessa Graciosa de Jesus se cumpre em nossa história. E assim, nós temos o privilégio de ouvir Jesus, tocá-lo e ser tocado por ele, sentir a sua Presença e maravilhosamente o receber.

Através destes Meios da Graça, Jesus Cristo continua vindo ao nosso encontro e se fazendo real e verdadeiramente presente junto de nós, seres humanos que, pelo poder do Espírito Santo, são congregados em sua "Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas" (Efésios 1.23). 

Nesta Santa Igreja Cristã, nós o bendizemos, honramos e adoramos, pois, por causa de sua Ascensão ao Céu, Jesus Cristo está presente entre os seus, e nesta Igreja ele nos abençoa com o Perdão, nos eleva em suas Mãos e nos faz sentar com ele "nas regiões celestiais" (Efésios 1.20).

Em outras palavras, a Ascensão de Jesus não o levou para longe de nós, no Céu. Muito pelo contrário, a Ascensão de Jesus abriu o Céu para nós; e agora desfrutamos das bênçãos celestiais já neste mundo através da Presença Real de Cristo nos Meios da Graça. E desta forma, somos preparados para o dia em que esse Jesus “virá do mesmo modo que subiu” (Atos dos Apóstolos 1.11), e então, plenamente desfrutaremos da Vida Eterna que ele está preparando para nós!

Amém!

Rev. Helvécio José Batista Júnior
A Ascensão de nosso Senhor, 2019 AD


A Ascensão do Nosso Senhor (Ano C)


Atos 1.1–11
Salmo 47
Efésios 1.15–23
Lucas 24.44–53


Cristo ascendeu para estar sempre com você

Em sua ressurreição, o Senhor Jesus se apresentou vivo aos apóstolos, “aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus” (Atos 1.3). Então ele ascendeu à direita do Pai e não deixou órfã a sua Igreja, mas encheu todas as coisas no céu e na terra e concedeu dons a seus discípulos. Por isso, hoje ele continua pregando “arrependimento para o perdão dos pecados” (Lucas 24.47) através dos “apóstolos que tinha escolhido” (Atos 1.2), “até os confins da terra” (At 1.8). Jesus vem entre nós hoje por intermédio da sua Palavra e Espírito, o qual ele derrama sobre a “igreja, a qual é o seu corpo” (Efésios 1.22-23). Na sua Igreja, ele nos abençoa com o perdão, nos eleva em suas mãos e nos faz assentar com ele “nas regiões celestiais” (Efésios 1.20). — LCMS Lectionary Summaries

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, assim como teu unigênito Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, ascendeu aos céus, que também possamos ascender em coração e mente e continuamente habitar ali com ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: A Ascensão de Cristo, por John Singleton Copley (1775)

27/05/2019

Cristo habita somente em pecadores


"Cuidado com a aspiração por uma pureza tão grande que faça você não querer ser visto como um pecador ou ser um deles. Pois Cristo habita somente em pecadores". (AE 48:13)

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja

25/05/2019

Sexto Domingo de Páscoa (Ano C)


Atos 16.9–15
Salmo 67
Apocalipse 21.9–14, 21–27
João 16.23–33 ou João 5.1–9

Oramos ao Pai em nome de Jesus

“No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo” (João 16.33). Jesus abriu o caminho para o Pai, de forma que “se pedirem ao Pai alguma coisa” em nome de Jesus, “ele lhes concederá” (João 16.23). Oramos, portanto, na confiança de que seremos ouvidos e respondidos, a fim de que nossa “alegria seja completa” (João 16.24). Oramos porque o Evangelho nos foi anunciado e o Senhor abriu nossos corações para crer no Evangelho (Atos 16.10, 14). Oramos em nome de Jesus pois nele fomos batizados, assim como Lídia e sua casa foram batizados (Atos 16.15). Assim, fomos curados e começamos a andar em novidade de vida (João 5.8–9). Agora, estamos firmados sobre o firme fundamento “dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21.14) e nosso “santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso” (Apocalipse 21.22). — LCMS Lectionary Summaries

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Rei da Glória, Senhor dos exércitos, que estás elevado em triunfo acima de todos os céus, não nos deixes sem consolo mas, como prometeste, envia-nos o Espírito da verdade que vem do Pai; pois tu vives e reinas com ele e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: Cristo cura o Paralítico no Tanque de Betesda, por Bartolomé Esteban Murillo  (entre 1667-1670)

Venerável Beda: O dom do Espírito Santo


 
'Jesus o separou da multidão e, levando-o à parte, colou seus dedos em seus ouvidos'. O primeiro passo para a salvação é que o enfermo, guiado pelo Senhor, seja levado à parte, longe da multidão. Isto acontece quando o Senhor, iluminando a alma do enfermo – prostrada por seus pecados – com a presença do Seu amor, o tira do habitual modo de vida e o coloca sobre o caminho dos Seus Mandamentos.

Ele coloca os Seus dedos nos ouvidos quando, por meio dos dons do Espírito Santo, abre os ouvidos do coração para que compreenda e receba a Palavra de Salvação.

De fato, o próprio Senhor testemunha que o Espírito Santo é o dedo de Deus, quando afirma aos judeus: ‘Se Eu expulso os demônios com o dedo de Deus, seus filhos por quem os expulsam?’: Explicando estas Palavras outro evangelista diz: ‘Eu expulso os demônios com o Espírito Santo’.

Os próprios magos do Egito foram vencidos por Moisés por esse dedo, fato que eles reconheceram: ‘Aqui está o dedo de Deus’; e também a lei foi escrita sobre tábuas de pedra. E, por meio do dom do Espírito Santo, estamos protegidos contra as ciladas dos homens e dos espíritos malignos, e somos instruídos no conhecimento da vontade divina.

Portanto, os dedos de Deus, colocados nos ouvidos do enfermo que seria curado, são os dons do Espírito Santo que abre os corações que tinham se distanciado do caminho da verdade ao conhecimento da ciência da salvação...

- São Beda, o Venerável, teólogo e doutor da Igreja (Comentário sobre o Evangelho de São Marcos 2,7,32-33)

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical. Petrópolis: Vozes, 2013.

25 de maio - Beda, o Venerável, Teólogo


Beda (673-735) foi o último dos pais da igreja primitiva e o primeiro a compilar a história da igreja inglesa. Nascido na Nortúmbria, Beda foi enviado por seus pais a um mosteiro no norte da Inglaterra, com a idade de sete anos. Ele raramente deixava o mosteiro e dedicou a sua vida a ensinar e escrever. Como um homem erudito de seu tempo, foi também um prolífico escritor de história, cujo cuidadoso uso de fontes proporcionou um modelo para os historiadores da Idade Média. Mais conhecido por seu livro Historia ecclesiastica gentis Anglorum (A História Eclesiástica do Povo Inglês), também foi um profundo intérprete das Escrituras e seus comentários são um refrigério ainda hoje. Cutberto, seu mais famoso discípulo, conta que ao chegar a morte, Beda estava trabalhando em uma tradução do Evangelho de João para o inglês e dormiu no Senhor com as palavras do Gloria Patri em seus lábios. Ele recebeu o título de “Venerável” no curso de duas gerações após sua morte e foi sepultado na Catedral de Durham como um dos grandes santos da Inglaterra.

ORAÇÃO DO DIA:

Pai Celestial, que chamaste teu servo Beda ainda criança, para devotar a vida a teu serviço nas disciplinas de religião e da erudição, concede que, assim como ele labutou no Espírito para trazer as riquezas da tua verdade à sua geração, também nós, em nossas várias vocações, possamos nos empenhar para torná-lo conhecido em todo o mundo; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 376)

24/05/2019

24 de maio - Ester


Ester é a heroína do livro bíblico que leva seu nome. Seu nome hebraico era Hadassa, cujo significado é “murta”. Sua beleza, charme e coragem lhe foram úteis como rainha do rei Assuero. Nesse papel, ela foi capaz de salvar o seu povo do extermínio em massa que Hamã, principal conselheiro do rei, havia planejado (2.19 – 4.17). As proezas de Ester para expor a trama, resultaram no enforcamento de Hamã na mesma forca que ele havia construído para Mordecai, tio e tutor de Ester. O rei então nomeou Mordecai como ministro de estado no lugar de Hamã. Esta história é um exemplo de como Deus intervém em favor de seu povo para livrá-los do mal, tal como aqui, através de Ester ele preservou o povo do Antigo Testamento, por intermédio do qual viria o Messias.

ORAÇÃO DO DIA:


Ó Deus, que agraciaste tua serva Rainha Ester, não apenas com beleza e elegância, mas também com fé e sabedoria. Concede-nos, também, poder usar as qualidades que generosamente nos concedeste para a glória do teu poderoso nome e para o bem do teu povo, para que através da tua obra em nós, possamos ser protetores dos oprimidos e defensores dos fracos; através de teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 373)

Imagem: Rainha Ester, por Nicholas Lochoff (1872-1948)

22/05/2019

Igreja Nominal e Igreja Real



"Não sustentamos que existam duas igrejas, uma verdadeira, real e interior, e a outra nominal e exterior, mas dizemos que são a mesma igreja, ou seja, que toda a assembleia dos chamados é considerada de duas formas, isto é, interiormente e exteriormente. Em relação ao chamado e comunhão exterior consiste em profissão de fé e uso dos Sacramentos, e em relação à regeneração interior e comunhão interior consiste no vínculo do Espírito. Admitimos que, da mesma forma, que pessoas hipócritas e ímpias também fazem parte da igreja, mas sustentamos que, em última circunstância, pertencem a ela somente aqueles que são verdadeiramente crentes e santos."

Johannes Quenstedt (1617–1688), teólogo luterano

Fonte: Luther Poellot (Ed.). The Church (Theologica Didactico-Polemica, Part IV, Chapter XV: De ecclesia). Texas: Repristination Press, 1999. p. 37.

22 de maio - Johannes Quenstedt, Teólogo


Johannes Andreas Quenstedt (1617–1688), dogmático luterano alemão nascido em Quedlimburgo (Saxônia), era sobrinho do teólogo Johann Gerhard e sogro do teólogo Abraham Calovius. Estudou nas Universidades de Helmstedt e depois de Wittenberg. Em Wittenberg foi primeiramente professor de geografia, depois de filosofia (metafísica e lógica) e de teologia a partir de 1549. Quenstedt foi um teólogo arguto e piedoso, notável pelo espírito sereno e irênico. O título de sua obra principal é Theologia didactico-polemica, sive Systema theologicum (1685), considerado o tratado mais elaborado e sistematizado de teologia luterana.

ORAÇÃO DO DIA:


Ó Deus, que pelo teu Espírito Santo concede a alguns a palavra de sabedoria, a outros a palavra do conhecimento e para outros a palavra da fé. Louvamos-te pelos dons da graça concedidos a teu servo Johannes Quenstedt, e oramos para que através do teu ensinamento sejamos levados a um conhecimento mais profundo da verdade que temos visto em teu Filho Jesus Cristo nosso Senhor. Amém

Descrição adaptada do Dicionário Enciclopédico de Teologia (Arnaldo Schuler) e Lutheran Cyclopedia (Erwin L. Lueker) e Coleta adaptada de Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House).

21/05/2019

21 de maio - Imperador Constantino e sua mãe Helena


Constantino I serviu como o imperador romano de 306-337 d.C. Durante o seu reinado a perseguição aos cristãos foi proibida pelo Edito de Milão em 312, e por fim a fé cristã obteve total apoio imperial. Constantino participou ativamente na vida e nos ensinamentos da Igreja e convocou o Concílio de Niceia em 325, no qual o cristianismo ortodoxo foi definido e defendido. Constantino foi fortemente influenciado por sua mãe Helena (c. 255-329). Seu grande empenho em localizar os locais sagrados da fé cristã, fez de Helena uma das primeiras peregrinas cristãs à Terra Santa. Sua busca levou à identificação de locais bíblicos em Jerusalém, Belém e adjacências, que ainda hoje permanecem como locais de culto.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, através do teu servo Constantino a tua Igreja floresceu, e por intermédio de sua mãe Helena a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém tornou-se lugar santo para muitos peregrinos. Concede-nos esse mesmo zelo pela tua Igreja e caridade para com o teu povo, para que sejamos frutíferos em boas obras e firmes na fé. Conserva-nos sempre agradecidos pela tua abundante provisão, com os olhos fixos, assim como os de Helena estavam, no mais elevado e maior de todos os tesouros, a cruz de Cristo; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 364-365)

Imagem: Imperador Constantino e Santa Helena, por Jacopo Negretti (1520-1522)

18/05/2019

Quinto Domingo de Páscoa (Ano C)


Atos 11.1–18
Salmo 148
Apocalipse 21.1–7
João 16.12–22 ou João 13.31–35


Jesus transforma nossa tristeza em alegria


No mundo “vocês ficarão tristes, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria” (Jo 16.20). Desde já o Espírito concede a você paz e alegria através do perdão dos seus pecados. Por meio da cruz de Cristo, “Deus concedeu o arrependimento que conduz à vida” (At 11.18). Seu evangelho é uma mensagem de “palavras mediante as quais você e toda a sua casa serão salvos” (At 11:14). Ele concede “de graça da fonte da água da vida” (Ap 21.6), de uma forma que “já não existirá mais morte” (Ap 21.4). Ele habita com o seu povo, adornando a sua Igreja como uma noiva para o noivo, tornando “novas todas as coisas” (Ap 21.5). Portanto, assim como o Filho do Homem foi glorificado através da sua cruz “e Deus foi glorificado nele” (Jo 13.31), assim também ele é glorificado em nós pelo nosso "amor uns aos outros" (Jo 13.35), o qual seu Espírito opera em nós mediante sua graça. — LCMS Lectionary Summaries


ORAÇÃO DO DIA:


Ó Deus, que fazes as mentes dos teus fiéis terem a mesma vontade, concede que possamos amar o que ordenas e desejar o que prometes, a fim de que, em meio às muitas mudanças deste mundo, nossos corações possam estar fixados onde se encontram as verdadeiras alegrias; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.


Imagem: Cristo se despede dos apóstolos, por Duccio di Buoninsegna (1255–1319)

17/05/2019

Corra ao sepulcro!


Os discípulos Pedro e João correndo ao sepulcro na manhã da Ressurreição, por Eugene Burnand (c. 1898)
A Páscoa é o ponto alto do Ano Eclesiástico, pois a ressurreição de nosso Senhor Jesus é o acontecimento transformador da realidade humana. O Domingo de Páscoa foi apenas o começo! Para meditarmos mais demoradamente sobre o significado da Páscoa, o brilho da ressurreição é estendido por cinquenta dias até o Pentecostes.

É assim que o evangelista Lucas narra este acontecimento fundamental da fé cristã: “No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’“. Então se lembraram das suas palavras. Quando voltaram do sepulcro, elas contaram todas estas coisas aos Onze e a todos os outros. As que contaram estas coisas aos apóstolos foram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras que estavam com elas. Mas eles não acreditaram nas mulheres; as palavras delas lhes pareciam loucura. Pedro, todavia, levantou-se e correu ao sepulcro.” (Lc 24.1-12 NVI)

Talvez Pedro fosse o mais desconsolado entre os discípulos de Jesus, não só por haver negado seu Senhor, mas pela eternidade que as horas pareciam durar. As trevas daquela primeira Sexta-feira Santa eram tão densas e sombrias. O silêncio daquele Sábado Santo parecia interminável. A chama da esperança estava se extinguindo em seu coração ansioso. Os discípulos, ao ouvirem das mulheres o testemunho da Ressurreição, não acreditaram. Mas Pedro levantou-se e correu ao sepulcro.

Há momentos em nossas vidas em que nos encontramos como Pedro, aflitos pelo sentimento de culpa, pela solitude e pela ansiedade. Muitas vezes nos sentimos no escuro, sem saber onde ir ou a quem recorrer. Quantas vezes o silêncio perturbador foi tudo o que encontramos depois de nossas orações? Nestes momentos, tudo aquilo que acreditamos parece não fazer mais sentido. A esperança e a fé se apequenam diante de tantas tribulações. A vida cristã não é aquilo que esperávamos e nossas expectativas são frustradas! É nestes momentos que o Espírito de Deus nos convida para correr ao sepulcro. Não de forma literal, mas buscando em oração e fé confiante aquele que ressuscitou dentre os mortos.

Quando as mulheres e Pedro correram ao sepulcro, “então se lembraram das palavras de Jesus” (Lc 24.8). Em outro relato dos Evangelhos, o anjo disse às mulheres: “Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vocês...” (Mt 28.7). Sim! Jesus está sempre adiante, à nossa frente! Ele excede todas as nossas expectativas e entendimento e nos dá a paz de Deus (Fp 4.7). Talvez tudo o que precisamos fazer agora é também correr para o sepulcro. É nesta experiência que os primeiros discípulos e cristãos de todos tempos buscaram alento, esperança e fé para suas vidas cansadas e desorientadas. No sepulcro vazio você também vai lembrar das palavras de Jesus e das promessas de Deus. Então, dentro de você vai ressuscitar a fé e a esperança! Jesus está à nossa frente cuidando de cada detalhe de nossa vida atribulada neste vale de lágrimas. “Eis Jesus ressuscitado, ricos dons a conceder! Junto ao Pai não cessa nunca, de por nós interceder” (do hino de Philip P. Bliss).

16/05/2019

A presença real de Cristo no mundo turbulento



Não podemos desejar nada mais belo e grandioso para nossas casas de Deus do que elas serem lugares onde a Santa Ceia é celebrada de acordo com a instituição de Cristo, e onde os crentes se reúnem diante do altar para receber o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de nosso Senhor. Só assim a igreja do Evangelho, a igreja da doutrina pura, continuará em nosso meio. Só assim continuará e ela vai realmente continuar "e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" [Mt 16.18]. E em qualquer lugar que uma congregação é reunida diante do seu altar em profunda fé naquele que é seu Senhor e seu Cabeça, pois ele é seu Redentor, onde ela canta o Kyrie e o Gloria, eleva seu coração ao céu e, com os anjos e arcanjos e com toda a companhia celeste, canta "Santo, santo, santo" ao Deus Triúno - ali a sua igreja será uma verdadeira casa de Deus, um lugar da presença real de Cristo em meio a um mundo turbulento e profano. E este texto se aplicará a esta igreja: "O SENHOR está em seu santo templo; diante dele fique em silêncio toda a terra!" [Hb 2.20]

- Hermann Sasse (1895-1976)

Fonte: The Lonely Way: Selected Essays and Letters (1927-1939). Volume 1. St. Louis: Concordia Publishing House, 2002. p. 487-88.

12/05/2019

Quarto Domingo de Páscoa (Ano C)



Atos 20.17–35
Salmo 23
Apocalipse 7.9–17
João 10.22–30

O Bom Pastor cuida de suas ovelhas


Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio do Pai e se encarnou em nosso meio para resgatar a nós, suas ovelhas. Ele espontaneamente entregou a sua vida por nós e a retomou para nos dar a vida eterna. Através da pregação do seu Evangelho, ele chama suas ovelhas e as mantém junto dele para sempre. As ovelhas que ouvirem a sua voz e o seguirem, “jamais perecerão” (Jo 10.28), pois “da mão do Pai ninguém pode arrebatar” as ovelhas (Jo 10.29). Desta mesma forma, os pastores fiéis cuidam de si mesmos e “de todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28), testemunhando “o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”(At 20.21). Então, no Culto, o Bom Pastor reúne seu rebanho com toda a companhia celeste, os quais clamam: “Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7.10).  — LCMS Lectionary Summaries

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, Pai misericordioso, visto que despertaste da morte o Pastor de teu rebanho, concede-nos teu Espírito Santo para que, ao ouvirmos a voz de nosso Pastor, possamos reconhecer aquele que chama a cada um de nós pelo nome e segui-lo por onde ele nos levar; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

11/05/2019

11 de maio - Cirilo e Metódio, Missionários dos Povos Eslavos


Cirilo (826-869) e Metódio (c. 815-885) eram irmãos que vieram de uma família grega de Tessalônica. O irmão mais novo adotou o nome “Cirilo” ao se tornar monge em 868. Depois da ordenação, Cirilo tornou-se bibliotecário na igreja de Santa Sofia (Hagia Sophia), em Constantinopla. Em 862, os irmãos foram enviados pelo imperador como missionários para a região que hoje é a República Checa, onde ensinaram na língua eslava nativa. Cirilo inventou o alfabeto que hoje conhecemos como “cirílico”, o qual propiciou uma linguagem escrita para a liturgia e Bíblia dos povos eslavos. Este uso do vernáculo estabeleceu um princípio importante para missões evangélicas.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, pelo poder do Espírito Santo moveste teu servo Cirilo e seu irmão Metódio para levar a luz do Evangelho aos eslavos, um povo enfraquecido pela hostilidade e divisão. Pelo amor de Cristo, domina toda amargura e contenda em nosso meio, e nos una em uma única família que vive sob as misericórdias do Príncipe da Paz; que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1299-1300)

09/05/2019

09 de maio - Jó, Patriarca


Jó era um homem íntegro e reto que vivia na terra de Uz (Jó 1.1), perto de Canaã. O Livro de Jó examina as entranhas de sua fé, que foi duramente testada através de sofrimentos permitidos por Deus. Apesar da morte súbita de seus dez filhos e da perda de toda a sua riqueza e saúde, Jó se recusou a amaldiçoar a Deus: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!"(1.21). Ainda assim, no meio de suas tribulações, Jó questionou o significado e o propósito do sofrimento a ponto de defender sua própria justiça (34.5-6). Finalmente, o Senhor revelou que um homem não pode conhecer os mistérios de Deus (capítulos 38-41). A fé de Jó em seu Redentor e na ressurreição prevaleceram (19.25-27). No final, o Senhor restaurou sua riqueza e abençoou-o com outros sete filhos e três filhas.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, tu demonstraste que teu profeta sofredor, o justo Jó, era um homem íntegro, verdadeiro, temente a ti, reto e consagrado. Através dessa valorosa perseverança e longânima paciência, queira nos ensinar a viver neste mundo caído, debaixo de tua grandiosa misericórdia, libertando-nos de nossos pecados e resgatando-nos do castigo que merecemos, através do único e suficiente sacrifício do teu unigênito filho, que contigo e o Espírito Santo, vive e reina, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: Jó sentado no pó da terra, por Gonzalo Carrasco (1881)

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1298-99)

08/05/2019

Lei e Evangelho: 1ª Tese



O conteúdo doutrinário de toda a Escritura Sagrada, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, é constituído por duas doutrinas essencialmente distintas entre si: a lei e o evangelho.

Ambos são igualmente necessários. Sem a lei não se compreende o evangelho; sem o evangelho, de nada nos aproveita a lei.
...
Tanto a lei quanto o evangelho têm como finalidade última a salvação do homem; apenas que a lei, desde a queda, não mais nos pode conduzir à salvação; ela pode apenas preparar-nos para a mensagem do evangelho. Outrossim, é através do evangelho que recebemos a capacidade de cumprir a lei, até certo ponto.
...
Cada uma é distinta da outra, mas ambas estão na mais perfeita harmonia entre si.
...
A lei nos diz o que devemos fazer. O evangelho revela-nos apenas o que Deus está fazendo. A lei refere-se às nossas obras; o evangelho, às grandes obras de Deus. Na lei confronta-nos a intimidação que se repete dez vezes: “não...” O evangelho, por outro lado, não faz exigências de espécie alguma. A lei nada tem a dizer a respeito de perdão, graça. Ela apenas emite ordens e exigências. O evangelho, por seu turno, constitui-se puramente de promessas. O evangelho não contém outra coisa senão graça e verdade!
...
A pregação da lei se dirige a pecadores imperturbados, a do evangelho a pecadores atemorizados.
...
A pecadores miseráveis, abatidos – eu o repito – não se deve pregar nada da lei. Ai do pregador que insistisse em pregar a lei a um pecador desesperado! Tal pecador, ao contrário, precisa ouvir palavras como estas: “Venha! Ainda há lugar! Não importa quão pecador você seja, ainda há lugar para você. Mesmo que você seja um Judas ou um Caim, ainda há lugar. Venha, sim, venha a Jesus!” Indivíduos nesta situação são o alvo correto para a ação do evangelho.

Fonte: C. F. W. Walther. Lei e Evangelho (Condensado por Walter C. Pieper). Porto Alegre: Editora Concórdia, 1977.

A edição completa de "A Correta Distinção entre Lei e Evangelho" está disponível na Editora Concórdia.

07/05/2019

Cristãos convertidos

 
"Cristãos convertidos não são aqueles que pararam de pecar, mas, ao contrário, são aqueles que sabem, sentem e diariamente admitem a Deus que são grandes pecadores, e, justamente por esse motivo, eles têm o Salvador como seu pastor, pois encontram nele a graça de Deus e o perdão de todos os seus pecados. Eles também não são aqueles que meramente possuem tal conhecimento, mas são todos aqueles que conheceram o Senhor Jesus como seu Salvador, como diz no hino: “Oh, quando eu realmente aprendo e conheço Jesus corretamente, então eu tenho sabedoria e ganhei o galardão”. Eles também não são somente aqueles que têm uma fé grandiosa, forte e heroica, mas são todos aqueles que, por intermédio da mais fraca das fés, confiam tudo a Jesus, o pastor e bispo de nossas almas. Eles são aqueles que não escutam a voz de sua própria razão em matéria espiritual, mas apenas atendem a voz de Jesus, seu bom pastor."

- Carl F. W. Walther, em sermão do Domingo Misericordias Domini (1882)

Fonte: Joel R. Baseley (Ed.). Occasional Sermons and Addresses of Dr. C.F.W. Walther. 2. ed. Michigan: Mark V Publications, 2008. p. 175)

7 de maio - Carl F. W. Walther


Carl Ferdinand Wilhelm Walther (1811-1887) emigrou em 1839, junto com outros luteranos, da Saxônia (Alemanha) para o Missouri (EUA). Ali serviu como pastor em diversas congregações de St. Louis, fundou o Seminário Concórdia de St. Louis e contribuiu para a formação da Igreja Luterana - Sínodo de Missouri em 1847. Walther foi o primeiro presidente do Sínodo de 1847 a 1850 e novamente de 1864 a 1878. Walther trabalhou incansavelmente na promoção do ensino confessional luterano e da concórdia doutrinário entre os luteranos dos Estados Unidos. Foi um profícuo escritor e orador que deixou obras influentes, entre as quais se destacam "Igreja e Ministério" e "A Correta Distinção entre Lei e Evangelho".

ORAÇÃO DO DIA:


Deus Todo-Poderoso, tu concedes o dom de mestres à tua Igreja. Nós te louvamos pelos dons da graça manifestados em teu servo Carl F. W. Walther, e oramos para que a tua Igreja nunca seja destituída de tais dons; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Traduzido e adaptado de Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1298)

Imagem: Dr. C. F. W. Walther pregando sobre uma carroça na Conferência Inglesa de 1872 (Desenho de Wm. M. Lawson, Chicago, EUA)

04/05/2019

Terceiro Domingo de Páscoa (Ano C)


Atos 9.1–22
Salmo 30
Apocalipse 5.(1–7) 8–14
João 21.1–14 (15–19)


O Bom Pastor apascenta seus cordeirinhos

“Digno é o Cordeiro que foi morto” (Ap 5.12), que por sua cruz venceu o pecado e a morte. Com seu sangue, ele comprou “para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9). Este mesmo Senhor Jesus visita pessoas de todas as nações e as chama através do Evangelho, assim como ele “se manifestava aos seus discípulos depois de ressuscitado dentre os mortos” (Jo 21.14). Ele restaurou Simão Pedro à fé e à vida, e o comissionou para apascentar os seus cordeiros e pastorear suas ovelhas (Jo 21.15-17). Da mesma forma, Cristo se revelou a Saulo de Tarso levando-o ao arrependimento, para que o perseguidor de Jesus pudesse levar e confessar seu nome “diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel” (At 9.15). — LCMS Lectionary Summaries

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que através da humilhação de teu Filho levantaste o mundo caído, concede que teu povo fiel, resgatado dos perigos da morte eterna, viva em alegria perpétua; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: A Incumbência de Cristo a Pedro, por Peter Paul Rubens (c. 1616)

02/05/2019

2 de maio - Atanásio de Alexandria, Pastor e Confessor


Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 295 d. C. Serviu como líder da igreja num tempo de grande controvérsia e divergências eclesiásticas. No Concílio de Niceia, em 325, defendeu a ortodoxia cristã contra os proponentes da heresia ariana, a qual negava a divindade plena de Jesus Cristo. Durante os 45 anos como bispo em Alexandria, Atanásio escreveu numerosas obras que defendiam o ensino ortodoxo. Seus inimigos o exilaram cinco vezes; em duas ocasiões, quase foi assassinado. No entanto, Atanásio permaneceu firme e terminou seus dias completamente reintegrado em suas incumbências na igreja. O Credo Atanasiano, embora não seja composto por Atanásio, recebe este nome em sua honra, pois confessa a ortodoxia doutrinária que defendeu ao longo de sua vida.

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso, tu deste dons especiais da graça a teu servo Atanásio para compreender e ensinar a verdade de Jesus Cristo. Concede que por este ensinamento possamos conhecer a ti, o único Deus verdadeiro, e receber a vida eterna; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1293)

Imagem: Santo Atanásio, por Francesco Solimena (1657-1747)

01/05/2019

São Tiago Menor, Apóstolo

Trechos sobre a vida do apóstolo São Tiago Menor, no livro de John MacArthur (Doze homens extraordinariamente comuns):

Tiago, filho de Alfeu

O nome que ocupa o nono lugar na lista de apóstolos apresentada por Lucas (Lucas 16:14-16) é “Tiago, filho de Alfeu” (versículo 15). A única coisa que as Escrituras nos dizem sobre esse homem é o seu nome. Se, porventura, ele escreveu alguma coisa, ela perdeu-se na história. Se, porventura, ele alguma vez perguntou algo a Jesus ou fez alguma coisa que o destacasse do grupo, não há registro disso nas Escrituras. Em momento algum ele chegou a ter qualquer fama ou notoriedade. Não era o tipo de
pessoa que chamava a atenção. Era absolutamente obscuro. Até mesmo seu nome era comum.

Há vários homens com o nome de Tiago no Novo Testamento. Já falamos sobre Tiago, filho de Zebedeu. Havia outro Tiago que era filho de Maria e José e, portanto, meio-irmão de Cristo (Gálatas 1:19). Ao que parece, o Tiago que era meio-irmão de Cristo tornou-se um líder da igreja de Jerusalém. Ele foi o porta-voz que transmitiu a decisão do Concílio de Jerusalém em Atos 15:13-21. Acredita-se que ele também foi o Tiago que escreveu a epístola com seu nome. Não se trata, porém, do mesmo Tiago citado no terceiro grupo de quatro apóstolos.

Praticamente tudo o que sabemos sobre o Tiago em questão aqui é que ele era filho de Alfeu (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:15; Atos 1:13). Marcos 15:40 nos informa que a mãe de Tiago chamava-se Maria. Esse versículo, juntamente com Mateus 27:56 e Marcos 15:47, cita o nome de José, outro filho de Maria. José deve ter sido um seguidor bastante conhecido do Senhor (porém não um apóstolo), pois seu nome é mencionado repetidamente. Fica evidente que sua mãe, Maria, também era uma seguidora devota de Cristo. Ela presenciou a crucificação. Além disso, era uma das mulheres que foram preparar o corpo de Jesus para o sepultamento (Marcos 16:1). [...]

Grande parte da história da igreja primitiva também não diz nada sobre esse homem chamado Tiago. Algumas das lendas mais antigas sobre ele confundem-se com aquelas sobre Tiago, o irmão do Senhor. Há indícios de que Tiago, o menor, levou o evangelho à Síria e à Pérsia. Os relatos de sua morte diferem entre si. Alguns dizem que ele foi apedrejado; outros, que ele foi espancado até a morte; ainda outros dizem que ele foi crucificado como seu Senhor.

De qualquer modo, podemos ter certeza de que ele se tornou um poderoso pregador como os outros. Ele certamente apresentou “as credenciais do apostolado […] por sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Coríntios 12:12). Seu nome será gravado em um dos portões da cidade celestial.

Fonte: John MacArthur. Doze homens extraordinariamente comuns: como os apóstolos foram moldados para alcançar o sucesso em sua missão. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016.

São Filipe, Apóstolo



Registros sobre o apóstolo São Filipe na História Eclesiástica de Eusébio de Cesareia (265-339 d.C.):

LIVRO TERCEIRO

Os apóstolos que viveram no matrimônio
Clemente, contudo, cujas palavras acabamos de ler, enumera, na continuação do que foi dito, os apóstolos que foram casados, por causa dos que condenam as núpcias. “Por acaso eles reprovam também os apóstolos? Efetivamente, Pedro (Mc 1,30; 1Cor 9,5) e também Filipe tiveram filhos. Filipe até deu as filhas em casamento. 52 Igualmente Paulo não hesita em certa carta em saudar sua companheira (Fl 4,3) que ele não levara consigo (1Cor 9,5.12), para o bem de seu ministério.

A morte de João e de Filipe
Quanto a João, já dissemos o tocante ao tempo de sua morte; o lugar de sua sepultura é apontado na carta que Policrato, bispo da Igreja de Éfeso, escreveu a Vítor, bispo de Roma. Faz menção também do Apóstolo Filipe e de suas filhas nesses termos:

“Na Ásia, efetivamente, descambaram no poente vários astros que surgirão novamente no último dia, na parusia do Senhor, quando ele vier do céu na glória e procurar todos os santos: Filipe, um dos doze apóstolos que repousa em Hierápolis, assim como duas de suas filhas, virgens até a velhice, e outra que, depois de ter vivido segundo os impulsos do Espírito Santo, foi sepultada em Éfeso. Igualmente João, que reclinou sobre o peito do Senhor, foi sacerdote e usou a lâmina de ouro (pétalon), foi mártir e mestre; seu corpo repousa em Éfeso.” São essas as notícias sobre a morte deles.

No Diálogo de Caio, que citamos mais acima, Proclo, com quem ele disputa, está de acordo com o que acabamos de expor a respeito da morte de Filipe e de suas filhas, quando afirma: “Depois dele, houve quatro profetisas, filhas de Filipe, em Hierápolis na Ásia, onde se acha seu sepulcro e também o de seu pai.” São suas as expressões.

Quanto a Lucas, nos Atos dos Apóstolos, evoca as filhas de Filipe que então viviam em Cesareia da Judeia, juntamente com o pai e que eram dotadas do carisma profético. Diz textualmente: “Partimos para Cesareia e, entrando em casa do evangelista Filipe, que era um dos sete, lá ficamos. Ele tinha quatro filhas virgens que profetizavam” (At 21,8-9).

LIVRO QUINTO

Os bispos da Ásia, contudo, sob a direção de Policrato, insistiam em afirmar que se devia conservar o antigo e primitivo costume que lhes fora transmitido. Também Policrato, na carta dirigida a Vítor e à Igreja de Roma, explana nesses termos a tradição recebida: “Quanto a nós, celebramos exatamente o dia, sem nada cortar, nada acrescentar. Efetivamente, é na Ásia que repousam grandes astros, que hão de ressuscitar no dia da parusia do Senhor, quando ele virá glorioso dos céus e ao encontro de todos os santos: Filipe, um dos doze apóstolos, que repousa em Hierápolis com suas duas filhas que envelheceram na virgindade, e sua outra filha, que viveu no Espírito Santo, e repousa em Éfeso...".

Fonte: Eusébio de Cesareia: História eclesiástica (Coleção Patrística, 15). São Paulo: Paulus, 2000.

Os santos apóstolos Filipe e Tiago


No dia 1º de maio a Igreja Luterana celebra a festa de São Filipe e São Tiago. Esta data festiva  surge em 561, pois no 1º de maio daquele ano, os supostos restos dos dois apóstolos que estavam em Constantinopla, foram enterrados na igreja dos Santos Apóstolos, em Roma. Esta é a razão pela qual os dois apóstolos são comemorados na mesma data, apesar de haverem trilhado caminhos diferentes na evangelização.

Os santos apóstolos também eram lembrados nesta data na igreja romana, mas em 1955, o Papa Pio XII instituiu a festa de São José Operário em 1º de maio, com o intuito de neutralizar os efeitos da dedicação do 1º de maio para a classe trabalhadora, movendo a festa de Felipe e Tiago para 11 de maio. Atualmente, o novo calendário romano, em vigor deste 1969, comemora os dois apóstolos em 3 de maio.

No entanto, a Igreja Luterana e as igrejas da Comunhão Anglicana mantiveram a data tradicional da Festa de São Filipe e São Tiago em 1º de maio. Os cristãos ortodoxos orientais lembram São Tiago em 9 de outubro e São Filipe no dia 14 de novembro.

1º de maio - São Filipe e São Tiago, Apóstolos



Isaías 30.18-21
Salmo 36.5-12
Efésios 2.19-22
João 14.1-14

São Filipe era de Betsaida, na Galileia, e foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus depois de Pedro e André. Filipe também foi responsável por trazer Natanael a Jesus (Jo 1.43-51). Segundo a tradição, Filipe foi evangelizar na Frígia e ali foi sepultado.
 
São Tiago era filho de Alfeu e também era chamado de Tiago "o Menor" (para distingui-lo de Tiago "o Maior", filho de Zebedeu, cuja festa é 25 de julho). Tiago é mencionado nas mesmas listas apostólicas que Filipe, mas não há outra menção a ele no Novo Testamento. Também não há informações sobre seu campo de trabalho ou as circunstâncias de sua morte, exceto que ele pode ter sido martirizado ao ser atirado do pináculo do templo e depois serrado.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, o teu Filho se revelou a Filipe e Tiago e deu-lhes o conhecimento da vida eterna. Concede-nos reconhecer perfeitamente o teu Filho, Jesus Cristo, como o caminho, a verdade e a vida, e firmemente andar no caminho que conduz à vida eterna; mediante o mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1293-1294)

Imagem: São Filipe e São Tiago, iluminura atribuída a um seguidor de Martino di Bartolomeo (ativo entre 1389 e 1434)