Véspera de Ano Novo (31 de dezembro de 2020)

Isaías 30.(8-14) 15-17
Romanos 8.31b-39
Lucas 12.35-40

Por intermédio da cruz o Senhor vem nos servir em paz na sua mesa

Quando rejeitamos a Palavra do Senhor, confiamos “na opressão e na perversidade” e nos apoiamos sobre isso, a “queda vem de repente” (Is 30.12,13). Nossa idolatria é quebrada “como se quebra o vaso do oleiro” (Is 30.14), de modo que somos chamados ao arrependimento. Mas, “como um estandarte no topo da colina” (Is 30.17), o Senhor nos chama por intermédio da cruz a voltarmos a ele e descansarmos em sua salvação. Pois “aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou”, graciosamente nos dá todas as coisas boas junto dele (Rm 8.32). Visto que “é Cristo Jesus quem morreu”, quem ressuscitou dos mortos e está sentado à direita de Deus, donde “intercede por nós” (Rm 8.34), “somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37). É nessa esperança que vivemos “como os homens que esperam pelo seu senhor” (Lc 12.36). Nosso Deus nos desperta diariamente através da sua pregação de arrependimento, nos levanta através da sua Palavra de perdão e mantém nossas lamparinas acesas através do seu Evangelho da graça. Por meio da cruz o ele vem a nós para nos abençoar e nos servir em paz na sua mesa.

ORAÇÃO DO DIA:

Eterno Deus, nós confiamos à tua misericórdia e perdão o ano que agora termina e recomendamos à tua bênção e amor o tempo ainda por vir. No novo ano, habita entre nós com o teu Espírito Santo que possamos confiar sempre no nome salvador de nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Davi era santo e pecador

Hoje lembramos o Rei Davi no Calendário Luterano. A trajetória controversa de Davi demonstra que o filho de Deus é “simultaneamente justo e pecador” (simul iustus et peccator), no dizer de Lutero. Vamos meditar sobre isto nas ponderações do Rev. Dr. Daniel L. Gard abaixo:

“Davi era santo e pecador. Não há nada de surpreendente ou novo sobre sua pecaminosidade, como qualquer um que tenha frequentado a escola dominical pode atestar. As falhas do grande rei são conhecidas por qualquer pessoa com um conhecimento superficial do Antigo Testamento. No entanto, Crônicas, ao contrário de Samuel, apresenta Davi como o rei ideal cuja glória foi superada somente pela glória de seu filho Salomão. Na verdade, sem os livros de Samuel e Reis, a biografia de Davi seria a de um santo quase sem pecado. [...]

O que então pode ser dito sobre Davi como santo e pecador? Aqui estão quatro observações.

Primeiro, a graça de Deus que se estendeu ao pecador Davi é exatamente aquela conhecida da narrativa teológica contínua do cânon: a justificação objetiva do mundo. A justiça de Davi não é uma justiça que vem do próprio Davi. Davi não foi ouvido por causa da sua justiça, mas por causa da grandiosa misericórdia do SENHOR.

Segundo, o arrependimento requer o reconhecimento da responsabilidade pessoal. Não se pode alegar que um ato foi justificado porque outros concordaram com ele ou porque parecia ser um ato correto e necessário no momento em que foi cometido. Este foi o pecado de Davi ao contar o povo. Ele quis medir o poder de seu reinado através de um censo de seus súditos, em vez de apoiar-se apenas no poder de seu Deus. Os poderes externos, quer sejam dos exércitos circunvizinhos do antigo Israel ou do poder ameaçador de forças culturais que cercam o povo de Deus de todos os tempos, não podem aliviar a culpa de quem confia em sua própria força numérica, ao invés de confiar no poder de Deus. Sempre que o poder da lei é exercido, o objeto da acusação da lei precisa aceitar a responsabilidade pessoal pelos atos praticados.

Terceiro, o chamado ao arrependimento, embora seja um gracioso chamado para todas as pessoas, é especialmente um chamado para aqueles que foram colocados em posições de liderança entre o povo de Deus. Quando Davi pecou no exercício de seu cargo, o seu povo sofreu. Quando ele se arrependeu, ele não implorou por sua própria vida, mas por seu povo. O primeiro mandamento, “Não terás outros deuses”, e a explicação de Lutero: “Devemos temer e amar a Deus e confiar nele acima de todas as coisas”, foi um problema para Davi em seu censo. Isso continua valendo para todos os que ocupam cargos entre o povo de Deus. Quando alguma coisa ou alguém outro que não seja Deus se torna objeto de temor, amor e confiança na mente e no coração de quem foi chamado para liderar o povo de Deus, isso afeta não apenas o líder, mas a igreja.

Finalmente, sempre que o pecado é perdoado por Deus, ele é verdadeiramente perdoado. Ser justificado é ser tornado santo, justo e livre de condenação. O pecador Davi continuou sendo o santo Davi, aquele que recebeu a grande misericórdia de YHWH. A sua biografia é um exemplo visível da história de vida de cada crente.”

Fonte: Daniel L. Gard. The Chronicler's David: Saint and Sinner (CTQ (Concordia Theological Quarterly) Vol. 70:3/4 (jul-out 2006) p. 233, 251-252)

Primeiro Domingo após Natal – Ano B (27 de dezembro de 2020)

Isaías 61.10-62: 3
Gálatas 4.4-7
Lucas 2.22-40

Chegou a hora da redenção e purificação por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor

“Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho,  nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4-5). Portanto, “segundo a Lei de Moisés”, Maria e José “levaram o menino a Jerusalém para o apresentar ao Senhor” (Lc 2.22). Lá Jesus foi recebido e levado aos braços de Simeão, que “era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel” (Lc 2:25). Simeão louvou a Deus e abençoou os pais confessando a cruz que estava desiginada para o menino. “Naquela hora” veio a idosa e fiel Ana, que por muito tempo vigiava, orava e adorava no templo, e começou a dar “graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”(Lc 2:38). O Senhor Deus é quem faz “brotar a justiça e o louvor diante de todas as nações” (Is 61.11). Nós também temos “grande alegria no Senhor”, porque este menino Deus nos “cobriu de vestes de salvação”, nos “envolveu com o manto de justiça” e nos chamou “por um nome novo” (Is 61.10; 62.2).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, nosso Criador e Redentor, que nos criaste de forma maravilhosa e na encarnação de teu Filho de forma ainda mais maravilhosa restauraste nossa natureza humana, concede que possamos estar sempre vivos naquele que se tornou igual a nós; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Dia de Natal (25 de dezembro de 2020)

Isaías 52.7-10
Hebreus 1.1-6 (7-12)
João 1.1-14 (15-18)

A Palavra viva e vivificadora de Deus habita entre nós encarnada

O Senhor envia seus ministros do Evangelho para fazer discípulos “de todas as nações” e “todo os confins da terra verão a salvação de nosso Deus”. Na pessoa do Cristo encarnado, o Senhor “desnudou o seu santo braço” (Is 52.7, 10). A Criança na manjedoura, nascida da Virgem Maria, é a própria Palavra de Deus, o Filho unigênito do Pai, “a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também fez o universo” (Hb 1.2). Assim como “todas as coisas foram feitas por ele” (Jo 1.3), assim também todas as coisas são redimidas e renovadas Nele. Em seu corpo de carne e sangue, contemplamos “o resplendor da glória de Deus” (Hb 1.3), “glória como do unigênito do Pai”, “cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14) . Ele habita entre nós com paz para que possamos ter vida, luz e salvação Nele. Pois, por sua Palavra do Evangelho, nascemos de novo como filhos de Deus, levando seu nome e compartilhando sua vida eterna.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus,
concede que o nascimento de teu único Filho nos liberte da escravidão do pecado;
através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor,
que vive e reina contigo e o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre.
Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Alvorada de Natal (25 de dezembro de 2020)

Isaías 62.10-12
Tito 3.4-7
Lucas 2.1–14 (15–20)

Cristo Jesus se revela nos sinais que ele mesmo deu à sua igreja

O Senhor não nos abandonou. Ele veio até nós e nos chamou para sermos “Povo Santo”, “Remidos do Senhor” (Is 62.11-12), “a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.7). Em Cristo Jesus, concebido e nascido de Maria, “se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos” (Tt 3.4). Agora ele é levantado como “um estandarte para os povos” através do Evangelho (Is 62.10), chamando a todos para se alegrar na sua salvação. São Lucas enfatiza os sinais pelos quais os pastores encontraram a salvação: em Belém, a Cidade de Davi, “envolta em faixas e deitada em manjedoura” (Lc 2.12). O mesmo Senhor Jesus se revela a nós nos sinais seguros e infalíveis do seu Evangelho. Sua Igreja é uma verdadeira Belém (Casa do Pão), pois nela o Filho de Davi, “o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11), nos alimenta com o seu corpo e sangue na manjedoura do seu altar, envolto em, com e sob o pão e o vinho. Meditamos nestes mistérios conforme recebemos a Palavra de Deus e vivemos nossas vocações “glorificando e louvando a Deus” (Lc 2.19-20).

ORAÇÃO DO DIA:

Misericordioso Deus, que fizestes a tua Palavra eterna se encarnar através de Maria, concede graça ao teu povo para abandonar os desejos pecaminosos, a fim de que possa se preparar para a tua visitação; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Meia-noite de Natal (25 de dezembro de 2020)

Isaías 9.2–7
Tito 2.11–14
Lucas 2.1–14 (15–20)

A Luz de Cristo brilha nas trevas

Céus e terra se alegram nesta noite porque a glória da Santíssima Trindade se manifestou no nascimento humano do “nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13), por meio do qual a graça e a misericórdia e a paz do Pai permeiam o mundo. O silêncio da morte é quebrado por esta “boa-nova de grande alegria, que será para todo o povo” (Lc 2.10). E todos nós que nos desviamos como ovelhas perdidas e errantes, “que andava nas trevas” da dúvida, do medo e da incredulidade pecaminosa, contemplamos uma “grande luz” no nascimento de Jesus Cristo (Is 9.2). “A graça de Deus se manifestou” nele (Tt 2:11). Este Filho de Maria que nasceu para nós, este Filho amado de Deus que nos é dado, carregou o fardo de nossos pecados e da morte em seu próprio corpo na cruz. Iniciando sua jornada terrena no Nascimento e cumprindo-a na crucificação, Cristo estabelece um governo de paz, “com juízo e com justiça”, que não terá fim. Isso não será obra de homem nenhum, mas “o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 9.7).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que fizeste brilhar a verdadeira Luz nesta santa noite, concede que conheçamos os mistérios desta Luz aqui na terra e possamos alcançar todas as suas alegrias nos céus; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Véspera de Natal – Ano B (24 de dezembro de 2020)

Isaías 7.10-14

1 João 4.7-16

Mateus 1.18-25

A Palavra do Senhor se cumpre na encarnação de Jesus

No tempo do profeta Isaías, o rei Acaz não pediu nenhum sinal a Deus, mas o Senhor disse que daria um sinal para a Casa de Davi: “a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14). Com esta promessa o Senhor deixa claro que a salvação é somente pela sua graça e não uma obra ou realização humana, mas é um dom gratuito e obra própria do Senhor. A promessa se cumpriu quando o Filho de Deus foi concebido e nasceu da Virgem Maria, e pela fé o sinal foi recebido pela Casa de Davi, na pessoa de José (Mt 1.20-24.). O Salvador “desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo na Virgem Maria” (Credo Niceno). Deus está conosco (Emanuel) na encarnação de Jesus, o Filho de Maria. José creu nessa Palavra de Deus e deu um maravilhoso exemplo em sua obediência imediata e silenciosa, recebendo Maria como sua esposa e cuidando dela com fé e amor. Ele a ama porque o amor de Deus consiste nisto: “o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo”, “como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4.10-14).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que nos alegras a cada ano quando lembramos o nascimento de teu único Filho Jesus Cristo, concede que possamos recebê-lo alegremente como nosso Redentor e, nesta verdadeira confiança, estarmos prontos a olhar para ele quando vier como nosso Juiz; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Calendário do Ano da Igreja 2021 (Ano B)

O Ano da Igreja, também chamado de Ano Eclesiástico ou Ano Litúrgico, se constitui a partir das grandes celebrações do Natal, Páscoa e Pentecostes, nas quais também se estruturam os domingos e dias festivos. O Ano da Igreja começa quatro semanas antes do Natal e termina no Último Domingo do Ano da Igreja.

Quarto Domingo no Advento – Ano B (20 de dezembro de 2020)

2 Samuel 7.1-11, 16

Romanos 16.25-27

Lucas 1.26-38

O Senhor edifica uma casa para Davi: Jesus Cristo encarnado

“Quando o rei Davi já morava em seu palácio, pois o Senhor lhe tinha dado descanso de todos os seus inimigos ao redor”, ele supôs piamente que edificaria uma casa para Deus (2Sm 7.1-2). Mas o Senhor mudou isso: Ele estabeleceria uma casa para Davi e um trono eterno. E isso ele fez não apenas por Davi, mas também por todo o seu povo, através do Filho de Davi, Jesus Cristo, "o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria" (Credo Apostólico). Este santo Menino, "chamado Filho do Altíssimo" que se encarnou, recebe "o trono de Davi, seu pai”, e começa a reinar “para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 1.32-33). Tendo se entregado como sacrifício pelos pecados do mundo, seu corpo é o verdadeiro e eterno Templo de Deus, no qual o seu povo encontra um lugar de paz e descanso. Esse é o " mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos", mas agora “tornou-se manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno", a fim de que possamos ter fé e vida em Cristo (Rm 16.25-26).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus, pedimos que venhas com o teu poder e nos ajudes para que os pecados que nos fazem sofrer sejam logo retirados pela tua graça e misericórdia; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Terceiro Domingo no Advento – Ano B (13 de dezembro de 2020)

Isaías 61.1–4, 8-11

1 Tessalonicenses 5.16-24

João 1.6–8, 19–28

A vinda de Cristo traz verdadeira a alegria no seu perdão

Ao pregar o arrependimento, João Batista nos aponta para Cristo Jesus. João Batista foi enviado por Deus “como testemunha para testificar a respeito da luz, para que todos viessem a crer por meio dele” (Jo 1.7). Ele batiza com água para endireitar “o caminho do Senhor”, que redimirá seu povo de seus pecados (Jo 1.23). Este Senhor Jesus que “vem depois de” João está agora entre nós e se dá a conhecer a nós (Jo 1.26–27). Ele foi ungido pelo Espírito Santo “para pregar boas-novas aos pobres” e “curar os quebrantados de coração” (Is 61.1). Através do lavar regenerador com sua Palavra e Espírito, o Senhor cobre a sua Igreja com “vestes de salvação” e a adorna com o manto de sua justiça, “como noiva que se enfeita com as suas joias” (Is 61.10). Por isso, “estejam sempre alegres” no Senhor, “orem sem cessar” e “em tudo, deem graças” (1Ts 5.16-18). Pois o “Deus de paz”, que vos chamou pelo Evangelho, certamente irá santificá-los em tudo, para que “o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23–24).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus Cristo, pedimos que ouças as nossas orações e ilumines as trevas dos nossos corações pela tua graciosa visitação; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Bíblia moralisée, fol. 15r, séc. XIII (Vienna, Österreichische Nationalbibliothek, Codex Vindobonensis 2554)

Segundo Domingo no Advento – Ano B (6 de dezembro de 2020)

Isaías 40.1-11

2 Pedro 3.8-14

Marcos 1.1-8

O arrependimento nos prepara para a vinda do Senhor

O “Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1.1) teve início quando “João Batista apareceu no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados” (Mc 1.4). Assim como o profeta Isaías já havia escrito, João Batista é o mensageiro do Senhor, que o precedeu para preparar-lhe os caminhos. Até os dias de hoje o ministério do Precursor tem continuidade na pregação da Lei e Evangelho e no sacramento do Santo Batismo. Através desses meios “a glória do Senhor se manifestará, e toda a humanidade a verá” (Is 40.5), e o Bom Pastor “ recolherá os cordeirinhos e os carregará no colo “ (Is 40.11). O Senhor fala “ao coração de Jerusalém”, consolando seu povo ao perdoar a sua iniquidade (Is 40.1-2). Além disso, o Senhor promete “novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça” (2 Pe 3.13). Arrependei-vos, pois, e se humilhem enquanto esperam “sem culpa e em paz” a vinda do Senhor (2 Pe 3.14), porque “ ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe 3.9).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, age em nossos corações para prepararmos o caminho ao teu único Filho, para que pela sua vinda sejamos capacitados a te servir com a mente purificada; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Primeiro Domingo no Advento - Ano B (29 de novembro de 2020)

Isaías 64.1-9

1 Coríntios 1.3-9

Marcos 11.1–10 ou Marcos 13.24–37

O Senhor Jesus vem com humildade e mansidão para nos salvar

As vezes pedimos para Deus fender os céus e descer (Is 64.1) a fim de exercer vingança contra nossos inimigos, mas nós mesmos “somos como o imundo, e todas as nossas justiças são como trapo da imundícia”(Is 64.6). “Por muito tempo temos pecado; como, então, seremos salvos?” (Is 64.5). Mesmo assim, o Senhor não nos pune com sua ira. Ele vem com benevolente humildade e mansidão para nos salvar por sua graça. Da mesma forma como Jesus veio uma vez a Jerusalém para se sacrificar por nós na cruz (Mc 11.4-8), ele continua vindo à sua Igreja com os frutos da sua Paixão. Através de seu ministério do Evangelho, o crente é “enriquecido nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento”, e assim ele nos “confirmará até o fim” (1Co 1.5, 8). “Passará o céu e a terra”, mas as suas “palavras não passarão” (Mc 13.31). Assim como hoje ele envia discípulos para nos chamar para junto dele na comunhão da sua Igreja, assim também ele “enviará os anjos” para reunir a nós e a todos os seus escolhidos junto dele no céu para sempre (Mc 13.27).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus, rogamos que venhas com o teu poder para que sejamos libertados dos nossos pecados, que ameaçam nos separar de ti, e salvos por tua poderosa libertação, pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Último Domingo do Ano da Igreja - 22 de novembro de 2020 (Ano A - Próprio 29)

Ezequiel 34.11-16, 20-24
Salmo 95.1-7a
1 Coríntios 15.20-28
Mateus 25.31-46

Através da Cruz de Cristo entramos no reino de nosso Deus e Pai

Quando o Senhor Jesus crucificado e ressuscitado vier para julgar os vivos e os mortos, "ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas" (Mt 25.32). "Aos que estiverem à sua direita", que foram crucificados e ressuscitados com Ele através do arrependimento e fé em seu Evangelho, Ele concederá o bendito Reino de seu Pai (Mt 25.34). Tendo sido justificados pela sua graça, eles viveram para a justiça em Deus (Mt 25.35-40.). Mas "aos que estiverem à sua esquerda", que confiaram em si mesmos e desprezaram seu próximo, serão apartados "para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41). Até aquele dia, o Senhor procura por suas ovelhas, “como o pastor busca o seu rebanho" (Ez 34.11-12). Através de sua pregação de arrependimento, Ele disciplina cabritos e ovelhas soberbas, “a gorda e a forte", mas através da pregação do perdão Ele alimenta a "ovelha magra", resgata a perdida, cura a ferida e fortalece a enferma (Ez 34.16, 20). Desta forma nosso Senhor destrói o poder da morte nos filhos de Adão através da sua cruz, de modo que "todos serão vivificados em Cristo" através de sua ressurreição (1 Co 15.20-26).

ORAÇÃO DO DIA:

Eterno Deus, misericordioso Pai, que escolheste teu Filho como juiz dos vivos e dos mortos, capacita-nos a esperar pelo dia da sua volta com nossos olhos fixos no Reino preparado por ti mesmo desde a fundação do mundo; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Vigésimo Quarto Domingo após Pentecostes - 15 de novembro de 2020 (Ano A – Próprio 28)

Sofonias 1.7-16
Salmo 90.1-12
1 Tessalonicenses 5.1-11
Mateus 25.14-30

A dádiva do perdão divino nos leva a perdoar o próximo

O grande Dia do Senhor “está perto e vem chegando depressa” e aquele dia será um “dia de angústia e tribulação, dia de ruína e destruição” (Sf 1.14, 15). O Senhor e castigará aqueles que “dizem no seu coração: ‘O Senhor não faz bem nem faz mal.’” e todos aqueles que “enchem de violência e engano a casa dos seus senhores” (Sf 1.9, 12). Todas as suas obras e esforços serão em vão, pois “construirão casas, mas não habitarão nelas; plantarão vinhas, mas não beberão o vinho” (Sf 1.13). Mas aquele que teme, ama e confia no Senhor é seu “servo bom e fiel” (Mt 25.21). Os servos do Senhor vivem pela fé no dom gratuito do perdão divino e multiplicam os talentos do Senhor em amor e perdão para com ao próximo, de forma que o Senhor ajusta contas com estes servos fiéis através do gracioso acerto de seu Evangelho (Mt 25.19). Da mesma forma, “Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.9). Portanto, vamos nos revestir “da couraça da fé e do amor” em nossas relações uns com os outros (1 Ts 5.8).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso e sempre vivo, que fizeste promessas extraordinariamente grandes e preciosas àqueles que confiam em ti, afasta de nós as obras das trevas e concede-nos viver na luz de tu Filho Jesus Cristo, a fim de que nossa fé nunca esteja ausente; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Parábola dos Talentos (2013), por Andrei Nikolayevich Mironov (pintor russo, nascido em 1975)

A SAGRADA LITURGIA (Parte XV)

 

A BÊNÇÃO

           Tudo de melhor que poderia acontecer em nossa vida, aconteceu e continua acontecendo no Culto Divino, e para que a gente volte para casa na certeza de que tudo isso é real e que agora faz parte de nossa vida, Deus nos abençoa. E a Sagrada Liturgia faz com que essa Bênção chegue até nós da mesma forma como ocorreu para o povo de Israel, quando o próprio Deus disse a Moisés quais palavras o Sacerdote Arão deveria dizer o povo para abençoá-los e para que eles tivessem a certeza que o Nome do Senhor continuava sobre eles. (Números 6: 24-27).

          O Culto Divino iniciou com a lembrança de que o Nome do Senhor está sobre nós e que nós estamos reunidos em Nome do Senhor. Agora, voltamos aos nossos lares na certeza de que aquela Bênção, proferida pela boca de um sacerdote, é na verdade Deus concretamente nos abençoando e sempre de novo, colocando o seu Nome sobre nós!

Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

A SAGRADA LITURGIA (Parte XIV)

 

NUNC DIMITTIS

Após recebermos o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a Sagrada Liturgia nos lembra que participar deste Sacramento é o grande testemunho que um cristão pode dar. Por isso, são ditas as palavras do Apóstolo Paulo em 1Coríntios 11:26: “Todas as vezes que comerem este pão e beberem este cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha”. Assim, nos despedimos do Altar do Senhor em ação de graças por ele nos ter concedido este “tão precioso Dom da Salvação” entoando o chamado “Nunc Dimittis” – o Cântico de Simeão. Por que cantamos este cântico e não outro qualquer? Lembre-se que antes do momento de Comunhão na Santa Ceia, as palavras que São João Batista disse ao ver Jesus se aproximando são entoadas no “Agnus Dei”. Pois bem, na Santa Ceia Jesus chegou a nós, nós pudemos ver ele no pão e no vinho e até nos alimentarmos dele. No Cântico de Simeão nós confessamos justamente isso. Vejam que Simeão disse essas palavras, conforme o Evangelho segundo S. Lucas 2: 29-32, quando ele viu e reconheceu, por ação do Espírito Santo que aquele menino que estava nos braços da Virgem Maria era o Salvador. Então ele disse: “Agora Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua Palavra, porque os meus olhos já viram a tua Salvação”. O mesmo acontece agora na Santa Ceia! Nós vemos e reconhecemos, por ação do Espírito Santo, que o mesmo Cristo está verdadeiramente presente no pão e no vinho da mesma maneira que esteve nos braços de Maria, e por isso, nós também confessamos: “Agora Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua Palavra, porque os meus olhos já viram a tua Salvação”.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

A SAGRADA LITURGIA (Parte XIII)

 

A SANTA COMUNHÃO

            A Sagrada Liturgia para o Culto Divino chega, dessa forma, a Santa Comunhão. Este momento sempre foi visto pela Igreja como o apogeu do Culto Divino e o ponto alto de toda a Sagrada Liturgia. Isto se dá pelo fato de que quando se olha para o Novo Testamento e o início da Igreja Cristã organizada, percebe-se que a finalidade dos seguidores de Jesus quando reunidos no primeiro dia da semana – o Domingo – era celebrar a Santa Ceia (Atos 20:7). Assim, tudo o que acontecia no Culto Divino estava relacionado com este importante momento da Santa Ceia (Atos 2:42). De igual forma acontece hoje: tudo o que está acontecendo no Culto Divino nos direciona para o grande momento em que temos o privilégio de receber o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Cristo (S. Mateus 26: 26-28). Por exemplo: Somos batizados e lembramos desta Aliança que o Senhor fez conosco, colocando o seu nome sobre nós, porque somente os filhos de Deus participam do seu Banquete; mas os filhos de Deus, enquanto nesse mundo, continuam também sendo pecadores, e por isso, confessamos o nosso pecado e recebemos a Santa Absolvição também como preparação para participarmos da Santa Ceia, pois se não há arrependimento e Fé em nós, não recebemos os proveitos do Sacramento do Altar; e por falar em Fé, ouvimos as leituras e a pregação da Palavra de Deus porque é esta Palavra que constantemente nos quebranta e nos converte para crermos em Deus Pai todo poderoso... e em Jesus Cristo, seu único Filho... e no Espírito Santo. Em resumo, toda a Sagrada Liturgia é Deus agindo em nossas vidas e falando conosco para nos levar a participar deste momento íntimo e grandioso: a Ceia que ele mesmo preparou e serve para nós!

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

A SAGRADA LITURGIA (Parte XII)

 

O CONVITE

            Por uma questão de amor e cuidado para com aqueles que se aproximam do Altar, a Igreja Luterana procura preparar os participantes da Santa Ceia, conforme é a recomendação do Apóstolo Paulo em 1Coríntios 11. Para tanto, um curso preparatório onde se estudam as principais doutrinas bíblicas é realizado. Além disso, algumas perguntas são colocadas a disposição daqueles que anseiam por participar da Santa Ceia para que assim estejam conscientes do que está ocorrendo. São estas as perguntas, de acordo com a Bíblia de Estudos da Reforma:

1) Tenho eu confessado e me arrependido dos meus pecados?

2) Creio que na abençoada Ceia do Senhor recebo o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Cristo, sob o pão e o vinho, em minha boca, para o perdão dos meus pecados?
3) Partilho eu da mesma Confissão de Fé desta Igreja?

4) Irei eu, com a ajuda do Senhor, corrigir e melhorar minha vida?

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.

Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor

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A SAGRADA LITURGIA (Parte XI)

 

AGNUS DEI

Antes ainda de nos aproximarmos do Altar para receber a Ceia, a Igreja canta: “Oh! Cordeiro de Deus, que tiras o pecado do mundo, tem misericórdia de nós e dá-nos a Paz”. Estas são as mesmas palavras que São João Batista disse ao ver Jesus se aproximando dele (S. João 1:29), e nós dissemos elas antes de receber a Ceia porquê da mesma forma que Jesus chegou até São João Batista, agora ele também chega até nós através do pão e do vinho consagrados.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

Vigésimo Terceiro Domingo após Pentecostes - 8 de novembro de 2020 (Ano A – Próprio 27)

Amós 5.18-24
Salmo 70
1 Tessalonicenses 4.13-18
Mateus 25.1-13

O Evangelho nos prepara para a vinda do nosso Noivo celestial

“O dia do Senhor será um dia de trevas e não de luz” (Am 5.18, 20) para aqueles que confiam em sua própria justiça e piedade. O Senhor não aceitará seus “holocaustos e ofertas de cereais”, nem olhará para suas “ofertas pacíficas” (Am 5.22). Em vez disso, o Senhor deseja um coração de fé que confia nele, que deixa correr “o juízo como as águas, e a justiça, como um ribeiro perene” (Am 5.24) de amor ao próximo. Para que as “lamparinas” de nossa vida brilhem com este amor, devemos estar cheios do “óleo” do perdão por intermédio da fé em nosso Noivo, Jesus Cristo (Mt 25.1–4). Por isso, enquanto aguardamos a vinda do Noivo, a prudência nos encaminha aos ministros de seu Evangelho, a fim de que estejamos preparados através da pregação do arrependimento e do perdão dos pecados (Mt 25.9). Desta forma, esperamos no Senhor e consolamos “uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18). Acordados ou dormindo, estamos preparados para encontrar o Noivo quando for “dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo e ressoada a trombeta de Deus”, e então “estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.16, 17).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, envia teu Filho para levar para casa sua noiva, a Igreja, a fim de que, com toda a companhia dos redimidos, possamos finalmente entrar em tua festa eterna de casamento; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Ludwig Vogel, As virgens sábias e as virgens tolas (c. 1868)

A SAGRADA LITURGIA (Parte X)

 

OFERTÓRIO

O ofertório é o início da Celebração da Santa Ceia. E com ele, não estamos diante de mais um momento para nós ofertarmos, pelo contrário, aqui somos lembrados de uma oferta que somente Deus pode nos dar e, por isso, pedimos a ele! Mas, qual é essa oferta que apenas Deus pode conceder? Olhando para o Hinário Luterano, percebe-se que o texto bíblico indicado para este momento é o Salmo 51: 10-12 – uma oração onde Davi confessa que, por si mesmo, seu coração é impuro e sua vida desagradável. Por isso, ele clama por um puro coração. E nós, com este mesmo reconhecimento também clamamos: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me lances fora da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito”. Estas bênçãos são dádivas que apenas o Senhor pode conceder, e agora, na celebração da Santa Ceia, ele graciosamente e de uma forma muito íntima e especial, as ofertam para nós.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
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A SAGRADA LITURGIA (Parte IX)

 

OFERTAS e ORAÇÃO GERAL

            Entre o Ofício da Palavra e o Ofício do Sacramento temos dois momentos especiais na Sagrada Liturgia: as ofertas e a oração geral da Igreja. Sobre as ofertas é importante ressaltar que, apesar de que toda a nossa vida – com nossos dons e talentos – seja oferta ao Senhor, ele também aconselha e se agrada de nossas ofertas financeiras e de suporte, pois são elas que mantém o trabalho da sua Igreja neste mundo, auxiliando para que a sua Palavra continue sendo pregada e ensinada – pois é isso que faz a diferença real e concreta na vida das pessoas. Portanto, o ensino da Igreja sobre esse tópico é: oferte com alegria, porque isso agrada a Deus (2Corintios 9:7); e é somente este Deus que suprirá todas as suas necessidades (Filipenses 4:19). Ofertar é fruto da Fé. Portanto, independente de valor, quantidade ou forma; aquele que oferta de maneira honesta e não injusta (Malaquias 3: 8-10) é aquele que confia no SENHOR! (Salmo 37:5). E no SENHOR você pode confiar sempre! 

        Atrelado a este mesmo espírito de confiança plena no Senhor e amor ao próximo, a Sagrada Liturgia leva a Igreja a orar por ela, pelos que estão ao seu redor, pelo país e todos os seus governantes, pela paz e por todo o mundo. Desse modo, a Igreja reunida em Culto Divino olha com amor e cuidado para todas as necessidades da criação.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
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Dia de Todos os Santos – 1º de Novembro

Apocalipse 7.(2-8) 9-17
Salmo 149
1 João 3.1-3
Mateus 5.1-12

Os santos são bem-aventurados na presença eterna de Cristo

"Uma grande multidão... de todas as nações, tribos, povos e línguas" clama: "Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação" (Ap 7.9-10). Os santos cheios de fé de cada lugar e tempo com vozes unidas magnificam eternamente o Cordeiro de Deus. Como seus filhos amados, nós também "haveremos de vê-lo como Ele é" (1 Jo 3.2). Vamos nos juntar com a multidão de anjos e uma miríade de santos que "servem de dia e de noite no seu santuário" (Ap 7.15). Em nossa tensão terrena vacilando entre santo e pecador, fé e dúvida, sagrado e profano, nós buscamos sinceramente a Jesus para acalmar nossos medos, confortar os nossos espíritos e perdoa os nossos pecados. O Espírito Santo, por meio da fé em Cristo, nos impulsiona para a frente em direção ao nosso eterno lar, fortalecendo-nos na Palavra e Sacramentos. Em meio à nossa luta constante como crentes, necessitamos ser abençoados. E assim somos. Os pobres de espírito, os mansos, os famintos, os sedentos, os misericordiosos, os puros de coração e os perseguidos são todos abençoados, e todos nós certamente vamos herdar o reino dos céus (Mt 5.1-12).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, tu uniste teu povo fiel de todos os tempos e lugares numa santa comunhão, o corpo místico de teu Filho Jesus Cristo. Concede-nos seguir teus bem-aventurados santos em toda virtude e vida piedosa, para que juntamente com eles possamos alcançar as indescritíveis alegrias que tu tens preparado para aqueles que te amam; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Dia da Reforma - 31 de outubro

Apocalipse 14.6–7
Salmo 46
Romanos 3.19–28
João 8.31–36 ou Mateus 11.12–19

Em 31 de outubro de 1517, um monge agostiniano postou noventa e cinco declarações para discussão na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. O Dr. Martinho Lutero esperava que a publicação de suas teses trouxesse um debate acadêmico sobre o arrependimento, a venda de indulgências e outros assuntos de interesse dentro da Igreja Católica Romana. No entanto, Roma acabou excomungando Lutero, julgando-o um herege. As reformas de Lutero, centradas no ensino de que o crente é justificado pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, desencadearam reformas religiosas não apenas nos estados germânicos, mas também em muitos países europeus. Em 1667, o eleitor João Jorge II da Saxônia oficializou o costume de comemorar a postagem das Noventa e Cinco Teses de Lutero em 31 de outubro.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e gracioso Senhor,
derrama o teu Espírito Santo sobre o teu povo fiel.
Mantém-nos firmes em tua graça e verdade,
protege e livra-nos em momentos de tentação,
defende-nos contra todos os inimigos
e concede à tua Igreja a tua paz salvadora;
através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor,
que vive e reina contigo e o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre.
Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 868)

Imagem: Lutero afixa as 95 Teses, por Julius Hübner (1806–1882)

31 de Outubro – Dia da Reforma Luterana

LEITURA BÍBLICA

Então Jesus disse para os que creram nele: — Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. (João 8.31-32 NTLH)

HINO: Castelo Forte (Hinário Luterano 165)

Castelo forte é nosso Deus,

defesa e boa espada;

da angústia livra desde os céus

nossa alma atribulada.

Investe Satã

com hábil afã

e sabe lutar

com força e ardil sem par;

igual não há na terra.

Sem força para combater,

teríamos perdido.

Por nós batalha e irá vencer

quem Deus tem escolhido.

Quem é vencedor?

Jesus Redentor,

o próprio Jeová,

pois outro Deus não há;

triunfará na luta.

O mundo venham assaltar

demônios mil, furiosos,

jamais nos podem assombrar,

seremos vitoriosos.

Do mundo o opressor,

com todo rigor

julgado ele está;

vencido cairá

por uma só palavra.

O Verbo eterno ficará,

sabemos com certeza,

e nada nos perturbará

com Cristo por defesa.

Se vierem roubar

os bens, vida e o lar —

que tudo se vá!

Proveito não lhes dá.

O céu é nossa herança.

A SAGRADA LITURGIA (Parte VIII)

 

CREDO

            Agora que ouvimos a Palavra de Deus, que a Voz do Senhor foi proclamada aos nossos ouvidos e corações, agora que ele próprio, através da leitura e da pregação das Sagradas Escrituras, nos quebrantou e nos converteu, nós podemos dizer: “Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra... E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus... E no Espírito Santo, Senhor e Doador da vida, o qual procede do Pai e do Filho, que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado” (Credo Niceno). Com os Credos Ecumênicos, usados pela Igreja a quase 2.000 anos, nós temos o privilégio de confessar e testemunhar a Fé que o próprio Deus colocou em nossos corações. Além disso, seguimos o ensinamento do próprio Jesus, conforme registrado no Evangelho segundo S. Mateus 10:32: “todo aquele que me confessar diante dos outros, também eu o confessarei diante do meu Pai, que está nos céus”.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
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A SAGRADA LITURGIA (Parte VII)

 

AS SAGRADAS ESCRITURAS

            A Sagrada Liturgia para o Culto Divino é repleta de citações, paráfrases e versículos bíblicos. Mesmo assim, ela reserva um momento muito especial para a Leitura e a Reflexão de textos bíblicos, tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento, revelando para nós a plenitude da Palavra de Deus. Em meio a este verdadeiro banquete das Sagradas Escrituras, que segue com o Santo Evangelho para o dia e a Santa Pregação, o povo de Deus entoa “aleluias”, que nada mais é do que uma declaração de alegria e adoração ao Senhor. Afinal, no Culto Divino estamos tão felizes e agradecidos por Deus estar conosco e falando conosco através de sua Palavra que só podemos exaltar: “O Senhor é tremendo, Louvado seja o Senhor, Aleluia!” (Salmo 111:1). 

        Aqui também é importante ressaltar que, pelo fato de a Igreja seguir leituras previamente indicadas nos Lecionários “Trienal” e “Anual”, ela consegue transmitir o todo dos ensinamentos das Sagradas Escrituras a cada ano aos seus fiéis.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
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A SAGRADA LITURGIA (Parte VI)

 

KYRIE ELEISON e GLORIA IN EXCELSIS DEO

            As ruas do mundo antigo estavam cheias de mendigos que abordavam aqueles que passavam. Esses mendigos eram totalmente desfavorecidos e, por isso, dependiam da misericórdia de alguém ou alguns que se compadecessem deles. Para isso, havia uma arte de mendigar: ao invés de serem agressivos ou exigente, aqueles mendigos apelavam para aqueles que passavam, clamando: “Kyrie Eleison!” – “Senhor, Misericórdia!”. 

                Quando a Sagrada Liturgia nos leva a clamar dessa mesma maneira, ela nos auxilia a jamais esquecermos que enquanto estamos nesta vida continuamos a ser simultaneamente justos e pecadores. Isto significa que, mesmo após termos sido abençoados com o Perdão de Deus e, por causa disso, o glorificado pela Santa Comunhão com ele que o Culto Divino está proporcionando, continuamos no “mundo”, ainda vivemos neste “vale de lágrimas”, permanecemos totalmente dependentes da ajuda graciosa de nosso Senhor. E sendo assim, não podemos perder de vista esta realidade e, então, como fez aquele cego e mendigo, ao ouvir que Jesus estava próximo – conforme o Evangelho segundo S. Marcos 10:47 – clamar: “Senhor, Misericórdia!”. O Hinário Luterano indica este texto bíblico especialmente neste momento para que através destas palavras possamos olhar para nós mesmos e vermos que, enquanto estamos nesta vida, sofremos, choramos, nos angustiamos e dia-após-dia nos damos conta que não somos tão fortes quanto imaginávamos e é assim que, então, reconhecemos que sempre precisamos de ajuda, que em todos os momentos precisamos de alguém que possa agir misericordiosamente para conosco. 

                A Sagrada Liturgia não somente nos ensina isso, mas também revela a resposta para este clamor: Da mesma forma como Jesus chegou até aquele homem e teve misericórdia dele, nós também podemos ter a certeza que o mesmo ele faz para conosco. E isto é revelado para nós com as palavras dos anjos de Deus por ocasião do nascimento de Jesus: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (S. Lucas 2.14). Essas mesmas palavras agora são ditas na Sagradas Liturgias para termos a tranquilidade e a certeza que este mesmo Deus, este mesmo Emanuel, de fato, também está conosco misericordiosamente. Jesus não apenas esteve aqui nesse mundo e foi misericordioso somente para com as pessoas há 2.000 anos atrás. Hoje ele também está com a gente! Hoje ele continua agindo misericordiosamente para com todos nós! Por tudo isso, o “Gloria in Excelsis”, conforme aponta o Hinário Luterano ainda lembra as palavras de São João Batista, ao ver Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (S. João 1.29).

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