30/09/2020

Jerônimo, Tradutor das Sagradas Escrituras (30 de setembro)

 

Hoje, no Calendário Luterano é lembrado Jerônimo, tradutor da Bíblia no século IV. Martin Chemnitz (1522-1586), o Segundo Martinho, assim escreveu sobre Jerônimo:

“A genialidade de Jerônimo foi muitíssimo marcante. Sua obra ímpar lhe confere direito a louvor eterno, porque traduziu a Bíblia a partir de suas línguas originais [...] E por ser também um homem de muita leitura, muitas perguntas difíceis foram sabiamente explicadas por ele. Assim, nesta área e, especialmente, em seus comentários, ele é valioso e digno de ser lido.” (Chemnitz, Loci I:32).

As Confissões Luteranas citam Jerônimo em vários momentos, mas é especial a referência sobre a justificação, no artigo IV:173 da Confissão de Augsburgo:

“Por conseguinte, somos justificados quando nos confessamos pecadores, e nossa justiça consiste na misericórdia de Deus, não em mérito próprio.” (Jerônimo, Diálogo contra os Pelagianos)

Jerônimo também é citado nas Confissões Luteranas por causa de seu ensino bíblico sobre a igualdade dos ministros na igreja:

“Jerônimo ensina abertamente que nas cartas apostólicas todos os que presidem às igrejas são tanto bispos como presbíteros, e cita de Tito: “Por esta causa te deixei em Creta, para que constituas presbíteros nas cidades”. [...] E então acrescenta: “Mas que depois foi escolhido um para ser posto sobre os demais, isso foi feito como remédio contra cisma, a fim de não acontecer que, com cada qual atraindo para si, a igreja de Cristo se despedaçasse. Pois também em Alexandria, desde Marcos evangelista até o tempo dos bispos Esdras e Dionísio, os presbíteros sempre elegiam um dentre eles e o colocavam em lugar mais elevado, chamando-o bispo. Assim como um exército estabelece um comandante para si, os diáconos, por sua vez, elejam dentre eles um do qual saibam que é ativo e o nomeiem arcediácono. Pois, excetuada a ordenação, que faz o bispo que o presbítero não faça?” [Epístola a Evágrio]. Ensina, portanto, Jerônimo que os graus de bispo e presbítero ou pastor são distintos por autoridade humana. [...] Onde quer que esteja a igreja, aí existe o direito de administrar o evangelho. Razão por que é necessário que a igreja retenha o direito de chamar, eleger e ordenar ministros.” (Tractatus de potestate papae 60-67)

Imagem: São Jerônimo (ou Filósofo Lendo), por Giuseppe Antonio Petrini (1677−c. 1755/1759), National Gallery of Slovenia, Ljubljana.

29/09/2020

Anjo da Guarda


Agora sei que, de fato, o Senhor mandou o seu anjo e me livrou do poder de Herodes. (At l2.ll)

Era com um sabor satânico que Herodes perseguia, prendia, maltratava e matava alguns integrantes da Igreja de Cristo. Já havia decapitado o apóstolo Tiago, agora Pedro é jogado no cárcere e escoltado por 16 soldados romanos. Enquanto Pedro esteve preso, houve oração incessante a Deus por parte da Igreja em favor do apóstolo. Tanto Pedro, preso e algemado, como a congregação, reunida na casa da mãe do evangelista Marcos, dirigiam fervorosas orações aos Céus, suplicando por auxílio e libertação: A Igreja continuava a orar com fervor por ele.

Deus ouve e atende as orações daqueles que o invocam no dia da angústia, em espírito e em verdade. É claro, Deus não desce pessoalmente até a prisão, mas envia um anjo seu para libertar aquele que há dias havia confessado: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!

O anjo que o Senhor enviou, desceu até o cárcere, acordou Pedro e disse: Levanta-te depressa! Pedro, vendo as cadeias caírem-lhe das mãos, passando por duas sentinelas, vendo o portão de ferro abrir-se automaticamente, não sabia que era real o que estava acontecendo por meio do anjo. O apóstolo apenas reconheceu a intervenção de Deus no momento em que, na rua, o anjo se apartava dele. Então exclamou:

- Agora sei que de fato o Senhor mandou o seu anjo e me livrou do poder de Herodes e de tudo o que os judeus tinham a intenção de me fazer.

É assim mesmo. Por vezes, custa reconhecer que Deus enviou um anjo para nos livrar de um acidente, de uma enfermidade, de uma angústia.

O anjo da guarda não é lenda. O anjo da guarda está ao nosso redor. Os anjos são aqueles santos e poderosos mensageiros que louvam e cumprem as ordens de Deus e servem a nós homens. Os anjos são espíritos ministradores enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação. É o que dizem o salmista e o autor de Hebreus:

- O anjo do Senhor fica em volta daqueles que o temem e os protege do perigo.

- Todos os anjos são espíritos que servem a Deus, os quais ele envia para ajudar os que vão receber a salvação.


Essa verdade bíblica nos fortalece, consola e estimula a confiarmos no Redentor Jesus e a orarmos:

- Esteja comigo o teu santo anjo, para que o inimigo maligno não tenha poder algum sobre mim!

Senhor, manda o teu santo anjo acampar ao meu redor. Amém.


- Leopoldo Heimann (1933 - 2017), pastor e teólogo luterano.

São Miguel e Todos os Anjos (29 de setembro)

Daniel 10.10–14; 12.1-3
Apocalipse 12.7-12
Mateus 18.1-11 ou Lucas 10.17-20


Nosso Pai Celestial protege seus filhos enviando seus santos anjos para cuidar deles

Vivemos em “tempo de angústia” (Dn 12.1), em meio a grande tribulação; pois Satanás e seus anjos iníquos foram expulsos do céu e desceram à terra “cheio de fúria”, com abomináveis “pedras de tropeço” e com constantes acusações (Ap 12.8–12; Mt 18.7). Mesmo assim, somos encorajados pela presença e proteção de São Miguel e dos santos anjos que Deus envia para nos ajudar na peleja (Dn 10.11-13). Pela “autoridade do seu Cristo” o nosso Deus envia os seus santos anjos para nos guardar e preservar de corpo e alma. Esses servos celestiais de Deus preservam seus mensageiros humanos na Terra, os ministros do “sangue do Cordeiro”, contra todo o poder do inimigo; pois pela “palavra do testemunho que deram” a Igreja é salva e o poder do inimigo é derrotado (Ap 12.10–11; Lc 10.18–19). Através da pregação dos ministros de Deus e do batismo de arrependimento, o velho Adão e o velho inimigo maligno é “afogado na profundeza do mar” (Mt 18.6); e assim como Deus ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos, assim também seu povo será libertado e ressuscitado do pó da terra por meio do perdão de seus pecados (Dn 12.1-3).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus eterno, tu ordenaste e constituíste o serviço dos anjos e dos homens numa ordem maravilhosa. Concede misericordiosamente que, assim como teus santos anjos sempre servem e adoram a ti no céu, igualmente, por tua ordem eles também possam ajudar e nos defender aqui na terra; através de teu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (Feasts, Festivals and Occasions) editado pelo Rev. Sean Daenzer e publicado por LCMS Worship. Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: O Arcanjo Miguel derrota os anjos rebeldes, por Peter Paul Rubens (1577 – 1640)

26/09/2020

Décimo Sétimo Domingo após Pentecostes - 27 de setembro de 2020 (Ano A - Próprio 21)


Ezequiel 18.1-4, 25-32
Salmo 25.1-10
Filipenses 2.1–4 (5–13) 14–18
Mateus 21.23–27 (28–32)


A Cruz de Cristo abriu o caminho do arrependimento para vivermos com Deus

O caminho do Senhor é reto e justo: “a pessoa que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). No entanto, o Senhor chama os pecadores ao arrependimento e à fé em seu gracioso perdão dos pecados, pois ele não tem “prazer na morte de ninguém” (Ez 18.32). O homem que “se converte de todas as transgressões que cometeu, certamente viverá; não será morto”, que de agora em diante vive pela graça de Deus, “certamente viverá; não será morto” (Ez 18.28). Este caminho de arrependimento foi aberto para nós pela cruz de Cristo. Na justiça da fé e do amor, “ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte” (Fp 2.8), e foi honrado em sua ressurreição dentre os mortos. Na verdade, “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9). E Deus nos deu esse nome em nosso Batismo em Cristo, em quem os crentes agora “brilham como luzeiros no mundo” (Fp 2.15). Jesus Cristo usa a autoridade que recebeu de seu Pai (Mt 21.23-27) para pregar um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados, pelo qual até “os publicanos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus” (Mt 21.31–32).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que exaltaste teu Filho a um lugar de honra e autoridade, ilumina nossas mentes pelo teu Espírito Santo para que, confessando Jesus como Senhor, sejamos levados a toda a verdade; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Cristo entre os fariseus, por Jacob Jordaens (1593 – 1678)

22/09/2020

Profeta Jonas (22 setembro)

Hoje o Calendário Luterano lembra o Profeta Jonas. No luteranismo, o nome deste profeta está associado ao teólogo e reformador alemão Justus Jonas (1493-1555). O brasão do reformador apresenta a cena do Antigo Testamento do Profeta Jonas saindo da boca do grande peixe (Jn 2) e também a cena tipológica do Novo Testamento, na qual Jesus prediz sua ressurreição: “assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra” (Mt 12.40).

Brasão de Justus Jonas

A leitura devocional para este dia vem do teólogo e hinólogo Efrém da Síria (306-373 d.C):

“Depois de todos os sinais que Nosso Senhor tinha dado, estes cegos diziam-lhe: “Queremos ver um sinal teu.” Nosso Senhor deixou de lado os reis e os profetas, Suas testemunhas, e apelou aos ninivitas. […] Jonas tinha anunciado a destruição aos ninivitas, inspirando-lhes temor e semeando neles o estupor; e eles apresentaram-lhe a colheita da contrição da alma e os frutos da penitência. As nações foram, pois, eleitas e os incircuncisos aproximaram-se de Deus. Os pagãos receberam a vida, e os pecadores converteram-se. […]

“Eles reclamam um sinal do céu”, por exemplo um trovão, como no caso de Samuel (cf. 1Sm 7.10). […] Tinham ouvido uma pregação proveniente do alto, e não tinham acreditado nela; então a pregação subiria das profundezas. […] “O Filho do Homem estará no coração da terra como Jonas esteve dentro da baleia.” […] Jonas emergiu do mar e pregou aos ninivitas, que fizeram penitência e foram salvos; assim também Nosso Senhor, depois de ter ressuscitado o Seu corpo do Sheol, enviou os Seus apóstolos para o meio das nações, que se converteram e receberam a plenitude da vida.” (O sinal de Jonas - Diatessarum, XI, 1-3)

21/09/2020

São Mateus, Apóstolo e Evangelista (21 de setembro)

Ezequiel 2.8–3: 11
Efésios 4.7-16
Mateus 9.9–13

O Nosso Senhor, que subiu às alturas, concedeu dons à sua Igreja. De forma especial, Ele concedeu apóstolos e evangelistas como São Mateus, profetas como Ezequiel, e ainda concede pastores e mestres (Ef 4.8, 11). Todos eles visam um fim proveitoso e são capacitados pelo mesmo Espírito (1Co 12.7, 11). Quando agimos como crianças, sendo “arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina”, os pastores e mestres falam a verdade de Cristo em amor, para que os santos possam ser aperfeiçoados e edificados como o corpo de Cristo (Ef 4.12-15). Cristo não é apenas a Cabeça deste corpo, ele é também o seu Bom Médico (Mt 9.9–13). Ele não veio para os sãos, mas para os doentes, não para os justos, mas para os pecadores - até mesmo para notórios cobradores de impostos como Mateus. A equipe de médicos espirituais de Cristo deve servir com fidelidade e o instrumento que eles usam é “Assim diz o Senhor Deus”, que deve ser falado “quer ouçam quer deixem de ouvir” (Ez 3.11). Para aqueles enfermos teimosos e rebeldes que acham que não precisam de médico, a Palavra de “lamentações, gemidos e ais” deve ser dita sem medo: é a Lei de Deus chamando ao arrependimento (Ez 2.10). Para aqueles enfermos que reconhecem seus problemas e enfermidades, o bálsamo do Evangelho deve ser aplicado. É assim que Cristo opera para nos salvar, conforme registra o Evangelho de Mateus.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Filho de Deus, nosso bendito Salvador Jesus Cristo, tu chamaste Mateus, o cobrador de impostos para ser apóstolo e evangelista. Por meio de seu fiel e inspirado testemunho, concede que também possamos te seguir, deixando para trás todos os desejos de cobiça e amor às riquezas; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (Feasts, Festivals and Occasions) editado pelo Rev. Sean Daenzer e publicado por LCMS Worship. Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: O Chamado do Apóstolo Mateus (2010), por Andrei Nikolayevich Mironov (1975-  )

18/09/2020

Décimo Sexto Domingo após Pentecostes - 20 de setembro de 2020 (Ano A - Próprio 20)


Isaías 55.6-9
Salmo 27.1-9
Filipenses 1.12–14, 19–30
Mateus 20.1-16


Os discípulos vivem nas suas vocações pela graça mediante a fé em Cristo

Aqueles que são enviados como “trabalhadores para a sua vinha” (Mt 20.1) representam a grande diversidade de vocações para quais os discípulos de Cristo Jesus são chamados. Seja qual for o trabalho que temos nesta vida, somos chamados a viver e servir pela fé nas promessas de Cristo. Nosso trabalho não nos torna dignos de nada diante de Cristo, pois ele já é generoso para com cada um e para com todas as pessoas, sem parcialidade. Em sua misericórdia, Jesus Cristo escolheu suportar “a fadiga e o calor do dia” por nós, a fim de nos igualar a ele e nos dar o que é dele: o reino dos céus (Mt 20.12-15). Esta maneira de Deus agir é loucura para o mundo e estranha à nossa forma de pensar, mas ele vem para perto de nós, para “ser encontrado” (Is 55.6) e para se compadecer de nós, “porque é rico em perdoar” (Is 55.7). É assim que somos encontrados em Cristo Jesus e ele é engrandecido em nosso corpo, “quer pela vida, quer pela morte” (Fp 1.20), através do “trabalho frutífero” (Fp 1.22) ou através do sofrimento. É pela fé no perdão de Cristo que nosso viver é “digno do Evangelho” (Fp 1.27).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, visto que não podemos ficar diante de ti confiando em algo que fizemos, ajuda-nos a confiar em tua graça permanente e a viver de acordo com a tua Palavra; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Parábola da Vinha (2011), por Andrey N. Mironov (Rússia)

14/09/2020

O santo orgulho que Deus ama

 Martinho Lutero: Pregador da Cruz “Um... - Teologia Luterana | Facebook

Encontramos na Escritura Sagrada o testemunho claro que Deus se aborrece dos orgulhosos. Provérbios 16.18 afirma: “A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda.” Essa posição contra o orgulhoso é confirmada também em 1 Pedro 5.5-6: “Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte.”

Além do testemunho do Antigo Testamento, o testemunho de uma epístola, temos o testemunho do próprio Cristo contra o orgulho. Nessa passagem de Lucas temos uma pessoa que não se humilhou e aquele que se humilhou diante de Deus. Ou seja, o orgulhoso e o humilde: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. (Lucas 18.14).”

Esta claro que Deus se aborrece dos orgulhosos, mas existe um orgulho que é santo e bom. Sim, existe um orgulho que Deus ama. Este orgulho está descrito em Gálatas 6.14: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.

Este mesmo texto na versão da NTLH fica ainda mais claro o santo orgulho: “Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.”

Neste dia que se se celebra o dia da Santa Cruz, dia 14 de setembro, vamos nos orgulhar daquilo que Cristo fez na cruz. Vamos nos orgulhar da cruz de Cristo, pois por meio da cruz nós estamos mortos para o mundo, mas vivos e perfeitos para Deus.

 

Feliz dia da Santa Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo


Eu vejo aquela cruz

 Crucificação por Lucas Cranach The Younger (1515-1586, Germany) |  Reproduções De Arte Lucas Cranach The Younger | WahooArt.com

 


Letra: Martinho Lutero Hasse, 1980

Música: Martinho Lutero Hasse, 1979

Letra e música Copyright da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (Admmin. Editora Concórdia), 1986

 

No dia da Santa Cruz é mais que apropriado refletir sobre a cruz de Cristo através dessa linda canção composta pelo Reverendo Martinho Lutero Hasse. Esse hino está localizado no Hinário Luterano, hino número 80.

 

Eu vejo aquela cruz

na qual o meu Jesus

por mim foi pendurado

levando o meu pecado

sua angustiosa morte

mudou a minha sorte.

 

Eu vejo aquela cruz

e lembro meu Jesus

ao ser desamparado

por Deus,seu Pai amado

pois deste seu tormento

me vem tão grande alento.

 

Eu vejo aquela cruz

envolta em grande luz

pois nela vitorioso

Jesus o Herói glorioso

venceu pecado e inferno

e deu-me o lar eterno.

 

Eu vejo aquela cruz

e sei que o meu Jesus

ali me está chamando

pois quer me ouvir falando

do seu amor profundo

enquanto estou no mundo.


Eu vejo aquela cruz - link do hino

Dia da Santa Cruz (14 de setembro)

Números 21. 4–9
1 Coríntios 1.18–25
João 12.20–33


A Exaltação da Santa Cruz

Senhor, queremos ver Jesus” (Jo 12.21). Então olhe para a sua Santa Cruz. Pois, assim como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, assim também Jesus, “quando for levantado da terra”, atrairá todas as pessoas para ele (Jo 12.32). Jesus “se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”, para nos salvar (Fp 2.8). Todo aquele que é contaminado pelo veneno do pecado da antiga serpente, viverá quando olhar para Cristo (Nm 21.8). A verdadeira Santa Cruz, na qual Jesus foi crucificado, se perdeu na história, e não podemos voltar àquele Calvário para encontrar nossa salvação, mas Cristo traz para nós no presente o Novo Testamento do seu Sangue. “Nós pregamos o Cristo crucificado... o poder de Deus e a sabedoria de Deus”, mesmo que seja loucura para o mundo incrédulo (1Co 1.23–24). Deus achou por bem salvar os que creem por meio da loucura da cruz que nós pregamos (1Co 1.21). O fruto e o benefício desta Santa Cruz são derramados no Santo Batismo, são falados na pregação da Santa Absolvição e são entregues no Corpo e Sangue dado e derramado lá na cruz por nós. Assim, santificados pela cruz de Cristo, somos fortalecidos ao tomar nossas cruzes aqui (Jo 12.25–26).

ORAÇÃO DO DIA:

Misericordioso Deus, teu Filho, Jesus Cristo, foi levantado na cruz para que pudesse levar os pecados do mundo e atrair todas as pessoas a ti. Concede que nós, que gloriamos na sua morte para a nossa redenção, possamos atender fielmente ao teu chamado para suportar a cruz e seguir a Ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (Feasts, Festivals and Occasions) editado pelo Rev. Sean Daenzer e publicado por LCMS Worship. Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

12/09/2020

Décimo Quinto Domingo após Pentecostes - 13 de setembro de 2020 (Ano A – Próprio 19)


Gênesis 50.15-21
Salmo 103.1-12
Romanos 14.1-12
Mateus 18.21-35

Perdoando assim como o Senhor nos perdoou

Ao ajustar contas conosco, nosso Senhor não age com furor, mas com compaixão. Ele não nos aprisiona como merecíamos, mas perdoa todas as nossas dívidas e nos liberta (Mt 18.23-27). Por isso, nosso Senhor ordena cada um de nós a ter “compaixão do seu conservo” e do íntimo de seu coração “perdoarem cada um a seu irmão” (Mt 18.33, 35). Através do perdão de nossos pecados pelo Senhor, nos tornamos livres para perdoar aqueles que pecam contra nós, pois Jesus foi entregue aos carcereiros em nosso lugar e pagou toda a nossa dívida com seu sangue. “Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8). Visto que todos nós iremos “comparecer diante do tribunal de Deus”, não devemos julgar nem desprezar nosso irmão (Rm 14.10), mas perdoá-lo com alegria. Pela graça de Deus, nosso irmão também “ficará em pé, porque o Senhor é poderoso para o manter em pé” (Rm 14.4). Apesar de pecarmos diariamente uns contra os outros, o desejo do Senhor é “que se conserve a vida de muita gente” (Gn 50.20). Jesus fala bondosamente ao nosso coração por intermédio de seu Evangelho e promete: “eu sustentarei vocês e os seus filhos” (Gn 50.21).

ORAÇÃO:

Ó Deus, nosso refúgio e fortaleza, autor de toda piedade, ouve as devotas orações de tua Igreja, especialmente em tempos de perseguição, e concede que possamos obter aquilo que pedimos em fé; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Parábola do Credor Incompassivo (ou Rei Creso recebendo tributo de um camponês lídio), 1629, por Claude Vignon (1593–1670)

05/09/2020

Décimo Quarto Domingo após Pentecostes - 6 de setembro de 2020 (Ano A – Próprio 18)



Ezequiel 33.7-9
Salmo 32.1-7
Romanos 13.1-10
Mateus 18.1-20


Vivendo como humildes filhinhos do Pai

A verdadeira grandeza não está na própria força e autossuficiência, mas na humildade igual a de uma criança. A fé que é grande como a de uma criança aceita todas as coisas boas como dádivas graciosas vindas de nosso Pai celestial. Aqueles que não tiverem uma fé como esta, “de maneira nenhuma entrarão no Reino dos Céus”, mas quem se humilhar como uma criança será “o maior no Reino dos Céus” (Mt 18.3-4). Merecemos ser “afogado na profundeza do mar” (Mt 18.6) por causa do nosso pecado, mas, ao invés disso, fomos afogados (“sepultados”) com Cristo no Santo Batismo e ressuscitamos para uma humilde e nova vida como filhos de Deus. O Senhor envia o seu atalaia para ouvirmos a palavra da sua boca, a fim de que não morramos em nossa iniquidade, mas sejamos convertidos de nosso orgulho e egoísmo para a vida (Ez 33.7–9). Desta forma, vivemos com humildade e fé diante de Deus e com amor ao próximo, pois “o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). Com um reverente temor a Deus, procuramos não fazer mal ao próximo, mas damos “a todos o que lhes é devido” (Rom. 13.7) e não ficamos “devendo nada a ninguém, exceto o amor de uns para com os outros” (Rm 13.8).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, de quem procede todo o bem, concede a nós, teus humildes servos, tua santa inspiração, a fim de colocarmos nossas mentes nas coisas que são corretas e realizá-las pela tua misericordiosa orientação; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Pintura no Mosteiro das Visitandinas (Betânia, Israel) – Foto de Gustavo Kralj/GaudiumpressImages.com