30/10/2020

Dia da Reforma - 31 de outubro


Apocalipse 14.6–7
Salmo 46
Romanos 3.19–28
João 8.31–36 ou Mateus 11.12–19


Em 31 de outubro de 1517, um monge agostiniano postou noventa e cinco declarações para discussão na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. O Dr. Martinho Lutero esperava que a publicação de suas teses trouxesse um debate acadêmico sobre o arrependimento, a venda de indulgências e outros assuntos de interesse dentro da Igreja Católica Romana. No entanto, Roma acabou excomungando Lutero, julgando-o um herege. As reformas de Lutero, centradas no ensino de que o crente é justificado pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, desencadearam reformas religiosas não apenas nos estados germânicos, mas também em muitos países europeus. Em 1667, o eleitor João Jorge II da Saxônia oficializou o costume de comemorar a postagem das Noventa e Cinco Teses de Lutero em 31 de outubro.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e gracioso Senhor,
derrama o teu Espírito Santo sobre o teu povo fiel.
Mantém-nos firmes em tua graça e verdade,
protege e livra-nos em momentos de tentação,
defende-nos contra todos os inimigos
e concede à tua Igreja a tua paz salvadora;
através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor,
que vive e reina contigo e o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre.

Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 868)

Imagem: Lutero afixa as 95 Teses, por Julius Hübner (1806–1882)

31 de Outubro – Dia da Reforma Luterana


LEITURA BÍBLICA

Então Jesus disse para os que creram nele: — Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. (João 8.31-32 NTLH)

HINO: Castelo Forte (Hinário Luterano 165)

Castelo forte é nosso Deus,
defesa e boa espada;
da angústia livra desde os céus
nossa alma atribulada.
Investe Satã
com hábil afã
e sabe lutar
com força e ardil sem par;
igual não há na terra.

Sem força para combater,
teríamos perdido.
Por nós batalha e irá vencer
quem Deus tem escolhido.
Quem é vencedor?
Jesus Redentor,
o próprio Jeová,
pois outro Deus não há;
triunfará na luta.

O mundo venham assaltar
demônios mil, furiosos,
jamais nos podem assombrar,
seremos vitoriosos.
Do mundo o opressor,
com todo rigor
julgado ele está;
vencido cairá
por uma só palavra.

O Verbo eterno ficará,
sabemos com certeza,
e nada nos perturbará
com Cristo por defesa.
Se vierem roubar
os bens, vida e o lar —
que tudo se vá!
Proveito não lhes dá.
O céu é nossa herança.

29/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte VIII)

 


CREDO

            Agora que ouvimos a Palavra de Deus, que a Voz do Senhor foi proclamada aos nossos ouvidos e corações, agora que ele próprio, através da leitura e da pregação das Sagradas Escrituras, nos quebrantou e nos converteu, nós podemos dizer: “Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra... E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus... E no Espírito Santo, Senhor e Doador da vida, o qual procede do Pai e do Filho, que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado” (Credo Niceno). Com os Credos Ecumênicos, usados pela Igreja a quase 2.000 anos, nós temos o privilégio de confessar e testemunhar a Fé que o próprio Deus colocou em nossos corações. Além disso, seguimos o ensinamento do próprio Jesus, conforme registrado no Evangelho segundo S. Mateus 10:32: “todo aquele que me confessar diante dos outros, também eu o confessarei diante do meu Pai, que está nos céus”.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

28/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte VII)

 


AS SAGRADAS ESCRITURAS

            A Sagrada Liturgia para o Culto Divino é repleta de citações, paráfrases e versículos bíblicos. Mesmo assim, ela reserva um momento muito especial para a Leitura e a Reflexão de textos bíblicos, tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento, revelando para nós a plenitude da Palavra de Deus. Em meio a este verdadeiro banquete das Sagradas Escrituras, que segue com o Santo Evangelho para o dia e a Santa Pregação, o povo de Deus entoa “aleluias”, que nada mais é do que uma declaração de alegria e adoração ao Senhor. Afinal, no Culto Divino estamos tão felizes e agradecidos por Deus estar conosco e falando conosco através de sua Palavra que só podemos exaltar: “O Senhor é tremendo, Louvado seja o Senhor, Aleluia!” (Salmo 111:1). 

        Aqui também é importante ressaltar que, pelo fato de a Igreja seguir leituras previamente indicadas nos Lecionários “Trienal” e “Anual”, ela consegue transmitir o todo dos ensinamentos das Sagradas Escrituras a cada ano aos seus fiéis.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

 

27/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte VI)

 


KYRIE ELEISON e GLORIA IN EXCELSIS DEO

            As ruas do mundo antigo estavam cheias de mendigos que abordavam aqueles que passavam. Esses mendigos eram totalmente desfavorecidos e, por isso, dependiam da misericórdia de alguém ou alguns que se compadecessem deles. Para isso, havia uma arte de mendigar: ao invés de serem agressivos ou exigente, aqueles mendigos apelavam para aqueles que passavam, clamando: “Kyrie Eleison!” – “Senhor, Misericórdia!”. 

                Quando a Sagrada Liturgia nos leva a clamar dessa mesma maneira, ela nos auxilia a jamais esquecermos que enquanto estamos nesta vida continuamos a ser simultaneamente justos e pecadores. Isto significa que, mesmo após termos sido abençoados com o Perdão de Deus e, por causa disso, o glorificado pela Santa Comunhão com ele que o Culto Divino está proporcionando, continuamos no “mundo”, ainda vivemos neste “vale de lágrimas”, permanecemos totalmente dependentes da ajuda graciosa de nosso Senhor. E sendo assim, não podemos perder de vista esta realidade e, então, como fez aquele cego e mendigo, ao ouvir que Jesus estava próximo – conforme o Evangelho segundo S. Marcos 10:47 – clamar: “Senhor, Misericórdia!”. O Hinário Luterano indica este texto bíblico especialmente neste momento para que através destas palavras possamos olhar para nós mesmos e vermos que, enquanto estamos nesta vida, sofremos, choramos, nos angustiamos e dia-após-dia nos damos conta que não somos tão fortes quanto imaginávamos e é assim que, então, reconhecemos que sempre precisamos de ajuda, que em todos os momentos precisamos de alguém que possa agir misericordiosamente para conosco. 

                A Sagrada Liturgia não somente nos ensina isso, mas também revela a resposta para este clamor: Da mesma forma como Jesus chegou até aquele homem e teve misericórdia dele, nós também podemos ter a certeza que o mesmo ele faz para conosco. E isto é revelado para nós com as palavras dos anjos de Deus por ocasião do nascimento de Jesus: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (S. Lucas 2.14). Essas mesmas palavras agora são ditas na Sagradas Liturgias para termos a tranquilidade e a certeza que este mesmo Deus, este mesmo Emanuel, de fato, também está conosco misericordiosamente. Jesus não apenas esteve aqui nesse mundo e foi misericordioso somente para com as pessoas há 2.000 anos atrás. Hoje ele também está com a gente! Hoje ele continua agindo misericordiosamente para com todos nós! Por tudo isso, o “Gloria in Excelsis”, conforme aponta o Hinário Luterano ainda lembra as palavras de São João Batista, ao ver Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (S. João 1.29).

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica
/ES

26/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte V)

 


INTROITO

            A Sagrada Liturgia do Culto Divino, após nos lembrar quem somos e quem o Senhor é, nos conduzir pelo reconhecimento de nossa natureza pecaminosa e nos consolar com a Santa Absolvição por parte do próprio Deus através de um Ministro devidamente ordenado e chamado; nos coloca agora diante de uma exposição gigantesca da Palavra de Deus. E isto se inicia de forma muito especial com o Introito – ou a “introdução” da temática do Culto – que normalmente é composto pelo Salmo do Dia seguido pelo “Gloria Patri” – um cântico de louvor e gratidão à Santíssima Trindade, onde se declara e confessa que aquela comunhão íntima e bem-aventurada do ser humano com o Senhor antes da queda, “no princípio”, plena e perfeita, “agora é”, no Culto Divino, por causa do Perdão dos pecados, “e por todo o sempre há de ser”, na Vida Eterna com este Senhor! Além disso, o Introito nos leva a reconhecer que tudo provém do Senhor e, por isso, conforme Apocalipse 1:4 e 4:11, aquele que “era, que é e que sempre será” é o único digno “de receber a glória, a honra e o poder”.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

25/10/2020

Vigésimo Primeiro Domingo após Pentecostes – 25 de outubro de 2020 (Ano A – Próprio 25)

Levítico 19.1-2,15-18
Salmo 1
1 Tessalonicenses 2.1-13
Mateus 22.34-46

Em divino e santo amor, o Senhor Jesus nos santifica pelo Evangelho da sua Cruz

O povo de Deus deve ser santo assim como Ele é santo. Por isso, devemos temer, amar e confiar nele acima de todas as coisas, e nessa fé cada um “ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (Lv 19.18). Esta fé em Deus e este amor ao próximo são os dois grandes mandamentos dos quais “dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.40). O Senhor, nosso Deus, cumpriu sua Lei em nosso lugar - em seu grande amor por nós, de todo seu coração, alma e mente, e num corpo de carne e sangue como o nosso. O Senhor de Davi tornou-se o Filho de Davi, para que todos os nossos inimigos fossem colocados debaixo dos seus pés e para que Nele possamos ser exaltados à mão direita de Deus (Mt 22.43-45). Por isso os seus servos carregam sua cruz em fé e amor. Por causa do Evangelho os servos de Cristo sofrem perseguição por suas obras, suportando suas dificuldades com mansidão, “assim como uma mãe que acaricia os próprios filhos” (1 Ts 2.7). Da mesma forma e com muito afeto, os servos de Cristo exortam, consolam e admoestam o próximo “como um pai trata os seus filhos” (1 Ts 2.11-12).

ORAÇÃO DO DIA:
 
Ó Deus, que nos ordenaste amar a ti acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos, concede-nos o Espírito para pensar e fazer o que é agradável a ti, a fim de que nossa fé em ti nunca vacile e nosso amor uns pelos outros nunca enfraqueça; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Moisés e Arão com as Tábuas da Lei (c. 1692), por artista desconhecido (Jewish Museum London)

22/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte IV)

 


A SANTA ABSOLVIÇÃO

            Confessamos o nosso pecado – tiramos as sandálias dos pés – e agora podemos ouvir a Palavra de Deus através de um Ministro chamado e ordenado: “Perdoado está o teu pecado!”. Mas, um Ministro é um ser humano e pecador, como que ele pode dizer “Eu te perdoo”? Mesmo ele dizendo que é “em nome do Senhor” isso não soa estranho ou errado? A resposta para estas questões se encontra no texto bíblico indicado para este momento litúrgico em nosso Hinário Luterano: S. João 20: 19-23. Este texto revela que Jesus instituiu a Santa Absolvição para que nós tenhamos certeza do seu perdão. Além disso, um Ministro devidamente chamado e ordenado pode perdoar os pecados em Nome do Senhor não porque ele tenha um poder sobrenatural, mas porque o próprio Senhor o enviou para fazer isso: perdoar pecados! Em outras palavras, naquele momento, de forma muito especial, temos o próprio Deus perdoando pessoalmente você! 

            Agora sim estamos devidamente preparados para ouvir a Palavra de Deus. E sabe onde isso acontece? Em terra Santa, em solo Sagrado. Pois o Culto Divino é o Serviço de Deus – é algo Santo! E a Liturgia é Sagrada porque nos direciona por uma terra que é sagrada, uma terra onde a presença e a ação do Senhor é concreta e real!

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do SENHOR na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

21/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte III)

 


CONFISSÃO DE PECADOS

    Observe no Hinário Luterano que toda esta parte inicial do Culto Divino – que corresponde a Invocação do Nome do Senhor, a Alocução Confessional, a Confissão de Pecados e a Santa Absolvição – é denominada de “Preparação”. Mas, por que ou para que esta “Preparação”? Há um texto bíblico que nos ajuda a compreender esta definição: Êxodo 3. Neste texto acontece o episódio da “sarça ardente”, onde Deus aparece para Moisés. No entanto, diz o texto, “quando o SENHOR viu que Moisés se aproximava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: — Moisés! Moisés! Ele respondeu: — Eis-me aqui! Deus continuou: — Não se aproxime! Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que você está é terra santa” (Êxodo 3: 4-5). 

        A presença de Deus em meio a sarça fazia dali um lugar sagrado, e as sandálias, naquela época, por carregar as sujeiras do dia-a-dia eram associadas a impureza. Hoje, por assim dizer, o Culto Divino é uma Sarça Ardente para nós – o Senhor vem falar conosco, sua presença é real. Mas, somos impuros por causa de nossa natureza pecaminosa. Então, não podemos ficar? Pelo contrário, reconhecemos e confessamos os nossos pecados para podermos ficar e ouvir a Palavra de Deus! Confessamos os nossos pecados – tiramos as sandálias dos pés – e assim somos preparados para ouvir a Palavra de Deus através de um ministro chamado e ordenado. A “Preparação” conclui com este Ministro proclamando em nome do Senhor: “Perdoado está o teu pecado!

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

20/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte II)



ALOCUÇÃO CONFESSIONAL

        Após a Invocação do Nome do Senhor, a Sagrada Liturgia nos dirige para a Confissão dos pecados e a Santa Absolvição. E este momento importante e especial se inicia com o que chamamos de “Alocução ou Exortação Confessional”. Mas, o que é isso? A alocução ou exortação nada mais é do que um lembrete e reconhecimento de quem Deus é e de quem nós somos. Afinal, somente com este reconhecimento podemos perceber nossa real situação e condição nesta vida e diante do Senhor. Para tanto, a Sagrada Liturgia – conforme você pode conferir no Hinário Luterano – procura nos ensinar que o Deus que derramou sobre nós o Santo Batismo e nos fez seus filhos é, de fato, “nosso refúgio e fortaleza, o socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46:1). Ao mesmo tempo, somos lembrados de nossa condição pecaminosa e impura. Portanto, “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a Verdade não está em nós” (1João 1:8).  

        E será que podemos nos aproximar de Deus e lhe pedir perdão? Sim! Porque somos seus filhos, batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, que agora podem recorrer ao seu socorro e em seu amor se refugiar. Por isso, apesar de sermos pecaminosos e impuros, podemos dizer – com toda a confiança – durante este momento de alocução: “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1João 1:9). E verdadeiramente assim o fará!

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Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

19/10/2020

A SAGRADA LITURGIA (Parte I)


 

INVOCAÇÃO DO SANTO NOME DO SENHOR

            A Sagrada Liturgia do Culto Divino começa com uma lembrança: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Hinário Luterano, p. 01). De que devemos nos lembrar? O texto bíblico indicado no Hinário Luterano nos ajuda: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (S. Mateus 28:19) – A instituição do Santo Batismo. Ou seja, o Culto Divino se inicia com a lembrança de que somos batizados pelo Senhor. Além disso, estas palavras são também um testemunho de Fé. Mas, o que estamos testemunhando? Novamente, o Hinário Luterano nos ajuda. Entre colchetes há um segundo texto indicado: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (S. Mateus 18:20). Assim, quando dizemos as palavras iniciais da Sagrada Liturgia, confessamos que o principal no Culto Divino não somos nós, nem o ministro, nem os músicos, cantores, etc. Tudo isso possui uma função instrumental. O mais importante no Culto Divino é a real presença do Senhor! 

        Aqui, ainda cabe ressaltar o valor do sinal da cruz e da fonte batismal: o sinal da cruz testemunha que o principal em nossas vidas é aquele que nos salvou na cruz; por isso, somos marcados por ela. A fonte batismal também é um testemunho; se ela está em qualquer lugar ou largada e escondida, isto pode refletir um descaso com Instituição do Santo Batismo. Por outro lado, a centralidade e a valorização da fonte batismal nos ajudam a perceber e testemunha para outros que, de fato, assim como Cristo nos reconciliou com o Pai através do Santo Batismo, hoje ele continua real e verdadeiramente presente entre nós quando somos reunidos em seu Nome.

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Rev. Helvécio J. Batista Júnior
Ministro do Senhor na Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES

18/10/2020

Vigésimo Domingo após Pentecostes - 18 de outubro de 2020 (Ano A — Próprio 24)

 

Isaías 45.1–7
Salmo 96.1–9 (10–13)
1 Tessalonicenses 1.1–10
Mateus 22.15–22

Pela cruz de Cristo somos recriados à imagem de Deus

Conspirando contra Jesus, os fariseus “consultaram entre si como o surpreenderiam em alguma palavra”, então lhe perguntaram sobre o pagamento de tributos a César (Mt 22.15). O Senhor apontou a moeda do tributo e respondeu que devemos dar “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21). Porém se as moedas com a imagem de César devem ser dadas a César, então o homem — que é feito à imagem de Deus — deve ser entregue ao Senhor. Esse tributo é pago por nós pelo Senhor Jesus, a imagem de Deus na carne, através de seu sacrifício na cruz. E a partir de sua cruz, como o ungido do Senhor, Ele reina como o verdadeiro Senhor sobre todas as nações “desde o nascente do sol, e desde o poente” (Is 45.6). O Senhor chamou uma vez e ungiu Ciro “para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis” (Is 45.1). Agora pela pregação do Evangelho “em poder, e no Espírito Santo” (1 Ts 1.5), os estrangeiros de todo o mundo são convertidos a Deus, para servirem “o Deus vivo e verdadeiro” (1 Ts 1.9–10).


ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, protetor de todos que confiam em ti,
tem misericórdia de nós a fim de que,
tendo a ti como aquele que nos governa e orienta,
possamos passar através das coisas deste mundo
de tal forma que não percamos as eternas;
através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor,
que vive e reina contigo e o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre.

Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Almeida Revista e Atualizada (RA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

10/10/2020

Décimo Nono Domingo após Pentecostes - 11 de outubro de 2020 (Ano A – Próprio 23)


Isaías 25.6-9
Salmo 23
Filipenses 4.4-13
Mateus 22.1-14

Vestidos com a justiça de Cristo, participamos de sua festa de casamento

Pela sua cruz e ressurreição o Senhor tragou a morte para sempre, e pelo seu Evangelho “o Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o vexame do seu povo” (Is 25.8). Por isso, “na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25.9). O Senhor dos Exércitos dará no seu monte – aqui na sua Igreja na terra, assim como no reino dos céus – “um banquete para todos os povos”, que “será um banquete de carnes suculentas e vinhos envelhecidos” (Is 25.6). Esta é a “festa de casamento” real do Filho de Deus, na qual “tudo está pronto” (Mt 22.1, 4). Assim, seus servos são enviados pelas estradas e encruzilhadas para convidar e reunir a todos que encontrarem, sejam “maus e bons”, para encher de convidados a sala do banquete (Mt 22.8–10). No Santo Batismo, o Senhor veste a todos com a “veste nupcial” de sua perfeita justiça (Mt 22.11). Portanto, “não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças” e “alegrem-se sempre no Senhor” (Fp 4.4-6).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que nos convidas a crer em ti para nossa salvação, trata conosco, não com a severidade do teu juízo, mas com a grandeza da tua misericórdia; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: “Kommt, alles ist bereit” (Vem, está tudo pronto), por Rezka Arnuš (Eslovênia).

04/10/2020

Décimo Oitavo Domingo após Pentecostes - 4 de outubro de 2020 (Ano A - Próprio 22)


Isaías 5.1-7
Salmo 80.7-19
Filipenses 3.4b-14
Mateus 21.33-46

A Videira verdadeira redime a vinha do Senhor dos Exércitos

A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel” (Is 5.7), a qual Ele plantou “numa colina fértil” (Is 5.1). O Senhor fez tudo por sua vinha, não apenas limpando as pedras e plantando “as melhores mudas de videira”, mas também construindo no meio da vinha “uma torre” de seus profetas e “um lagar” de seu sacerdócio (Is 5.2). Mas quando o Senhor “esperava que desse uvas boas”, encontrava apenas “uvas bravas” de opressão e injustiça (Is 5.2, 7). O Senhor Jesus também descreveu a infidelidade daqueles que foram chamados para cuidar de sua vinha (Mt 21.33–35). Mas nisso Ele também descreve sua cruz e dolorosa Paixão (Mt 21.38-39), pela qual Jesus resgatou a vinha para si. Jesus é a Videira verdadeira que foi plantada na terra pela morte, mas pela sua ressurreição produz “os frutos no tempo certo” (Mt 21.41). Entre as uvas boas da Videira verdadeira está o apóstolo Paulo. Outrora um perseguidor zeloso da Igreja, ele sofreu a perda de “todas as coisas” para “ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria”, e assim “conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição” (Fp 3.8-10).

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil.