31/05/2020

Dia de Pentecostes - 31 de maio de 2020 (Ano A)



Números 11.24–30 [ou Joel 2.28-32]
Salmo 25.1-15
Atos 2.1–21
João 7.37–39


O Senhor Jesus Ressurreto derrama o Espírito Santo

O Senhor desceu na nuvem e falou com Moisés. E, tirando do Espírito que estava sobre Moisés, o pôs sobre aqueles setenta anciãos. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram” no arraial (Nm 11.25). Da mesma forma, o nosso Senhor Jesus Ressurreto derramou o seu Espírito Santo na Festa de Pentecostes — o quinquagésimo dia e "Oitavo Domingo" de Páscoa. Quando “veio do céu um som, como de um vento impetuoso” e “línguas, como de fogo”, apareceram e pousaram sobre cada um dos doze apóstolos, “todos ficaram cheios do Espírito Santo” e proclamaram “as grandezas de Deus” (At 2.2-4, 11). O Senhor Jesus concede esse mesmo Espírito à sua Igreja na terra para proclamá-lo como aquele que, por nós pecadores, foi glorificado na cruz e vitoriosamente ressurgiu da sepultura. Do coração aberto de nosso Senhor crucificado e ressurreto flui seu Espírito Santo como “rios de água viva” (Jo 7.38) e todos que têm sede são convidados para que venham a ele e bebam à vontade (Jo 7.37). É por meio desta obra salvífica do Espírito Santo que ouvimos o ministro da Palavra “falar sobre as grandezas de Deus em nossas próprias línguas” (At 2.11), e “que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, neste dia mais uma vez ensinaste os corações de teu povo fiel ao enviar-lhe a luz de teu Espírito Santo. Concede-nos, em nossos dias, o mesmo Espírito, para termos a correta compreensão de todas as coisas e sempre nos alegrarmos na tua santa consolação; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.
Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Pentecostes, por Gaspar de Crayer (1584-1669)

30/05/2020

Véspera de Pentecostes (30 de maio de 2020)


Êxodo 19.1–9
Salmo 113
Romanos 8.12–17 (22–27)
João 14.8–21


O Senhor faz de nós sua nação santa e nos sela com seu Espírito

Israel acampou em frente ao monte” Sinai e “Moisés subiu para encontrar-se com Deus” (Êx 19.2-3). Por meio de Moisés, Deus entregou a Lei para o seu povo e selou sua aliança com sangue. O Senhor prometeu que Israel seria sua “propriedade peculiar dentre todos os povos”, bem como “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êx 19.5-6), caso eles ouvissem atentamente a voz do Senhor e guardassem a sua aliança. Nestes últimos dias, Deus falou conosco por meio do seu Filho, que desceu a nós e subiu para o Pai pela via de sua morte e ressurreição. Ele cumpriu a Lei e derramou seu sangue como mediador da nova aliança. Portanto, ele fará o que pedirmos em seu nome, “a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13-14). Ele dá “outro Consolador”, que “é o Espírito da verdade” para estar conosco para sempre (Jo 14.16-17). “O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza” e “intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Agora oramos com fé e com “ardente expectativa” aguardamos “a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19), “pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso e sempre vivo, que cumpriste tua promessa ao enviar o presente do Espírito Santo para reunir os discípulos de todas as nações na cruz e na ressurreição de teu Filho Jesus Cristo, propaga este presente por todos os lugares da terra pela pregação do Evangelho; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Moisés recebendo as tábuas da Lei no Monte Sinai (Escola Francesa, séc. XIX)

24/05/2020

Sétimo Domingo de Páscoa - 24 de maio de 2020 (Ano A)


Atos 1.12–26
Salmo 68.1–10
1 Pedro 4.12–19; 5.6-11
João 17.1–11


Nosso Senhor Jesus está conosco no Cenáculo da sua Igreja na Terra

No cenáculo, na mesma noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus orou por seus apóstolos e por sua Igreja na terra. “É chegada a hora” do Pai glorificar o Filho na cruz (Jo 17.1), “a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que” o Pai lhe deu (Jo 17.2). Através do derramamento de seu sangue, Jesus trouxe perdão pelos pecados do mundo e pela sua Ressurreição e Ascensão ele trouxe a unidade de todos os cristãos com o Pai “para que eles sejam um” (Jo 17.11). Cristo manifestou o nome do Pai e também transmitiu as palavras do Pai aos apóstolos para que eles falassem em seu nome (João 17.6-11). O testemunho apostólico da cruz e ressurreição de Cristo (At 1.21-22) reúne os discípulos “com um só propósito” no único Corpo de Cristo (At 1.14). Os apóstolos “perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele”, esperando no Senhor no mesmo lugar da sua última Ceia, “o cenáculo” (At 1.13-14). Confortados pelo Evangelho, os cristãos carregam a cruz de Cristo com paciência e paz, alegrando-se “na medida em que são coparticipantes dos sofrimentos de Cristo”, para que também se alegrem “na revelação de sua glória” (1Pe 4.13).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Rei da Glória, Senhor dos exércitos, que estás elevado em triunfo acima de todos os céus, não nos deixes sem consolo mas, como prometeste, envia-nos o Espírito da verdade que vem do Pai; pois tu vives e reinas com ele e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.
Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: A Ceia do Senhor, por Warner Sallman (1892 – 1968)

22/05/2020

Em sua Ascensão, Jesus foi embora e somente estará conosco de novo quando vier no último dia?


Infelizmente, muitos acreditam que naquele dia Jesus foi embora, está agora enclausurado no Céu, e somente estará verdadeiramente conosco de novo quando vier em glória no último dia. Porém, não é isso que ensinam as Sagradas Escrituras.

E para compreendermos a mensagem da Ascensão de nosso Senhor é importante olharmos para um detalhe muito importante que as vezes até passa desapercebido em nossa leitura do texto bíblico.

Abra a sua Bíblia em Atos 1.9, lá você encontrará registrado por São Lucas que “Jesus foi elevado as alturas, à vista dos discípulos, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos”. O que isso nos aponta? Jesus despareceu e somente teremos sua presença verdadeira de novo no último dia? Com todas as letras “Não”! Isso estaria ignorando completamente algo muito singular a respeito dessa nuvem que encobriu Jesus aos olhos dos discípulos.

Essa nuvem que encobre o Senhor dos olhos humanos aparece em todo o Antigo Testamento como uma manifestação visível da presença permanente de Deus. É uma nuvem de Glória! Você a encontra junto ao povo de Israel durante o Êxodo, você a vê encher o Templo no momento de sua dedicação por Salomão; e até mesmo esteve presente na transfiguração Jesus. Percebe? Não é uma nuvem da ausência do Senhor, mas sim uma garantia da presença de Deus.

Em sua gloriosa Ascensão, Jesus não se lançou em um foguete para milhares de quilômetro. Não mesmo! Ele, na verdade, se levantou um pouco acima da terra e uma nuvem o recebeu fora da vista de seus discípulos.

Tudo o que se foi naquele dia, foi somente a visão de Jesus. Portanto, a nuvem significa que ele não está mais dentro dos nossos limites comuns. Porém continua de uma forma muito especial verdadeiramente presente conosco. A ascensão, portanto, é essencial para a fé, porque sinaliza uma mudança na forma de como Deus, em Cristo, está continuamente presente com seu povo.

Se acreditamos que Jesus está confinado no Céu, então, fica fácil rejeitar sua presença real, por exemplo, na Santa Ceia. Mas, por favor, ouça o que o próprio Jesus disse antes de sua Ascensão: “Eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (S. Mateus 28.20). Essas palavras se tornam ainda mais preciosas para nós porque, por meio delas, entendemos que Cristo está vivo, governando e presente conosco.

Cristo agora está presente para nós e conosco em uma presença sacramental. Onde está Jesus? Ele está verdadeiramente presente nos Meios da Graça de Deus, a saber, a Palavra, a Absolvição, o Batismo e a Santa Ceia. Ele está realmente com os seus como o rei que possui todo poder e autoridade por meio de sua voz e presença reais. Ele está governando com o reino dos céus invadindo nossa história.

Aquela nuvem e a própria ascensão sinalizam que o céu e a terra agora se sobrepõem onde quer que Jesus, o Deus-homem esteja presente. O céu, então, não está longe. Pelo contrário, é manifesto na terra onde Cristo prometeu estar presente, a saber, na palavra e sacramentos, em sua santa igreja.

Por fim, a Ascensão não levou Jesus embora. Na verdade, trouxe o céu para perto. Sua Ascensão fez do céu um lar para nós que ainda andamos longe de casa.

Amém!
Rev. Helvécio J. Batista Júnior
Paróquia Evangélica Luterana Bom Pastor
Cariacica/ES



21/05/2020

Reflexão de Lutero para o Dia da Ascensão


Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”. (Salmo 110.1)

"Cristo está assentado nos céus, esperando até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. Este é o seu ofício propriamente dito. Ele não dorme, mas vigia por nós. Ele também não quer nenhum substituto, pois ele mesmo quer desincumbir-se desta tarefa. Quando alguém se dirige a ele, ele quer estar ali, pronto para ajudar. Se alguém está com algum problema, que se dirija a Cristo e receberá ajuda.

O dia do juízo final não chegou e os inimigos, a carne, o pecado, a morte, ainda permanecem. Mas, no dia derradeiro, Cristo entregará o reino ao Pai. Agora, ele governa os cristãos dentro de seus corações, consola-os na aflição, purifica-os e intercede por eles. No dia derradeiro, todos os seus cristãos reinarão com ele, assentados à direita de Deus. Só então, o último e real inimigo será esganado.

Aqui na terra ainda encontraremos fé vacilante, ansiedade pelo sustento e desespero sempre que Deus parece estar distante. Qual é o nosso consolo neste mundo? É Cristo, nosso sacerdote, que morreu por nós e cuida de nós, vê que nossos inimigos querem nos destruir. Por isso, ele os afasta e clama ao Pai que se coloque do nosso lado.

Quando percebemos isto em nossa consciência, temos acesso garantido ao Pai em toda e qualquer angústia. O que nos falta são olhos suficientemente fortes para podermos olhar através das nuvens, para dentro dos céus, e ter a certeza de que Cristo é nosso advogado."

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Sermão sobre Hebreus 8, WA 45:398s)

Fonte: Castelo Forte: Devoções Diárias 1983 (São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1983)

Imagem: Vitral da Ascensão (Saint James the Greater Church - Concord, North Carolina)

Ascensão: de olhos bem fixos no Jesus que irá voltar

A ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR
 
Arte: Fray Gabriel Chávez de La Mora
Subo para o meu Pai e o Pai de vocês, para o meu Deus e o Deus de vocês.” (João 20.17 NAA). Estas palavras que Jesus dirigiu a Maria Madalena na manhã de sua ressurreição agora se cumprem na Ascensão de Nosso Senhor.

O Cristo Ressurreto enche todas as coisas nos céus e na terra e governa tudo o que é visível e invisível. A Ascensão é a festa que celebra a subida de Cristo ao céu, onde está assentado no trono como aquele que tudo rege (Pantocrator).

Ao mesmo tempo em que Cristo está no meio da sua Igreja, à qual Ele se dá no pão e no vinho, ele também não pode ser contido pela grandeza do universo, como testemunhou o rei Salomão após a construção do templo em Jerusalém: "Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, muito menos este templo que eu edifiquei." (1 Reis 8.27 NAA)

Neste dia refletimos sobre a onipotência e onipresença do Deus que está conosco em qualquer momento e lugar de nossa vida ordinária. Mas este dia só estará completo ao cumprir-se a promessa: "Esse Jesus que foi levado do meio de vocês para o céu virá do modo como vocês o viram subir." (Atos 1.11 NAA) Por isso, não estamos com os olhos fixos no Jesus que a nuvem encobriu, mas voltamos os nossos olhos para o eschaton (fim), no Jesus que está vindo.

Em meio a esta pandemia global de Covid-19 e tantas outras tribulações que atravessamos neste vale de lágrimas, vamos lembrar que Jesus voltará e nos levará para o seu Reino. Nesta fé e confiança seremos consolados e também encorajados a servir a Deus e a amar uns aos outros.

Oremos:

Todo-poderoso Deus, assim como teu unigênito Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, ascendeu aos céus, que também possamos ascender em coração e mente e continuamente habitar ali com ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

A Ascensão de Nosso Senhor – 21 de maio de 2020


Atos 1.1–11
Salmo 47
Efésios 1.15–23
Lucas 24.44–53

O Senhor Jesus que ascendeu ao céu está sempre conosco em sua Igreja na Terra


Após ressuscitar dentre os mortos, o Senhor “Jesus se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus” (At 1.3). Ao ascender à mão direita do Pai, Jesus não deixou sua Igreja órfã, mas “a tudo enche em todas as coisas” no céu e na terra e concede dons aos seus discípulos (Ef 1.23). Ainda hoje Jesus continua "a fazer e a ensinar" (Atos 1.1) através de sua Igreja, pregando o “arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” (Lc 24.47), “até os confins da terra” (At 1.8). Mesmo que a nuvem tenha encobrido Jesus dos olhos de seus discípulos e ainda hoje ele permaneça oculto de nossa vista, cremos que Jesus permanece com o seu povo através do seu Evangelho e dos Sacramentos. Ele vem a nós pela Palavra de seus apóstolos, pela promessa de seu Pai e pelo poder do Espírito Santo, os quais ele derrama sobre a “igreja, a qual é o seu corpo” (Ef 1.22-23). Nesta santa Igreja Cristã, nós bendizemos a Deus e adoramos a Cristo com alegria, pois em sua Igreja ele nos abençoa com o perdão, nos eleva em suas mãos e nos faz assentar com ele “nas regiões celestiais” (Ef 1.20).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, assim como teu unigênito Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, ascendeu aos céus, que também possamos ascender em coração e mente e continuamente habitar ali com ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

16/05/2020

Sexto Domingo de Páscoa - 17 de maio de 2020 (Ano A)


Atos 17.16–31
Salmo 66.8–20
1 Pedro 3.13–22
João 14.15–21


O Senhor Jesus nos conforta com a pregação da sua ressurreição

“O Deus que … a todos dá vida, respiração e tudo mais” (At 17.24-25) deseja que todas as pessoas “o possam achar, ainda que não esteja longe de cada um de nós” (At 17.27). Mas em nossa ignorância pecaminosa, nós, seres humanos, acabamos nos voltamos para ídolos “trabalhados pela arte e imaginação do homem” (At 17.29). Por isso, Deus escolheu o Homem da Justiça, Jesus Cristo, “e deu certeza disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31). Porque Ele vive, nós também vivemos (Jo 14.19) em seu perdão, e assim o amamos e guardamos os seus mandamentos (Jo 14.15). O Senhor ressurreto não deixará “que fiquem órfãos” (Jo 14.18) os seus seguidores enquanto os prepara para sua Ascensão, mas “lhes dará outro Consolador”, o Espírito Santo, a fim de que esteja para sempre conosco (João 14.16) na pregação de “Jesus e a ressurreição” (At 17.18). Visto que “Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos” (1Pe 3.18), nós santificamos “a Cristo, como Senhor”, em nosso coração e estamos “sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da” nossa esperança (1Pe 3.15). Nosso Batismo “agora também salva”, sendo “o apelo por uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (1Pe 3.21).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, doador de tudo que é bom, pela tua santa inspiração concede que possamos pensar naquelas coisas que são corretas e pela tua misericordiosa direção possamos realizá-las; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Christus Consolator, por Ary Scheffer (1795–1858)

12/05/2020

Será que Dawn Brown tinha razão?


No apagar das velas de doze de maio de 2020, um dia quase frio, pelo menos em Curitiba, gostaria de destacar uma importante reunião que era quase desconhecida, marcada na memória histórica somente. Algo aconteceu e tirou esse evento da escuridão e a revestiu com cheiro de conspiração. Para quem gosta de uma boa conspiração, está aí um prato cheio. Quem deu o ar de conspiração foi o escritor Dan Brown, no livro O Código da Vinci. Agora, com essa dica, creio que muitos já mataram a charada: Concílio de Niceia, sim estou falando desse Concílio.

O que o senhor Dan Brawn afirmou sobre o Concílio de Niceia? A afirmação do senhor Brawn é que o Cristo, Filho de Deus, foi uma criação do Concílio de Niceia. Além de criar a divindade de Jesus, também criaram a Bíblia, ou seja, chancelaram o que era considerado divino e o que não era divino.

O que de fato é o Concílio de Niceia? A doutrina ariana, que defendia que Cristo não era verdadeiro Deus, mas sim a primeira de todas as criaturas, ganha destaque e grande destaque. Ário negava a divindade do Verbo. No Concílio não foi criado o conceito de Jesus como Filho de Deus, o que aconteceu foi rejeitar a doutrina que Ário pregava, a qual era contrária à fé cristã. No Concílio de Niceia foi defendido a verdade escriturística contra o erro.

Relatório da reunião: O “relatório” contra a doutrina errônea ariana pode ser lida no Credo Niceno, que traz detalhes defendendo a divindade de Jesus Cristo, o Verbo eterno de Deus. Gonzalez, historiador, a respeito do referido Credo, afirma: “o propósito da fórmula é excluir toda doutrina que queira dizer que o verbo é em algum sentido uma criatura. Podemos ver isto em primeiro lugar em frases como ‘Deus de Deus’; ‘luz de luz’. Mas podemos vê-lo também em outras frases, como quando o credo diz ‘gerado, não feito’. Observe que no princípio o mesmo credo tinha dito que o Pai era ‘criador de todas as coisas visíveis e invisíveis’. Portanto, dizendo que o Filho não é feito, o credo o excluí destas coisas ‘visíveis e invisíveis’ que o Pai fez.

Simplificando: Niceia foi um Concílio, de caráter universal, geral, que discutiu vários assuntos e um dos assuntos mais importantes foi defender a verdade escriturística de que o verbo era divino, em outras palavras, Jesus é verdadeiro ser divino.

Será que Dawn Brown tinha razão? Dawn Braw não tinha razão, pois o Concílio de Nicéia não criou a divindade de Jesus. Esse concílio defendeu a divindade contra a heresiana Ariana, pois Cristo é o verdadeiro Filho de Deus que rasgou o véu do templo e se encarnou como verdadeiro Deus para ser o Salvador de toda a humanidade. São Paulo afirma: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.5-8 na ARA).

Viva o Concílio de Niceia! Viva a fé que Cristo é verdadeiro Deus gerado do Pai desde a eternidade! Não nos esqueçamos que Ele também é verdadeiro homem nascido da Virgem Maria.

Credo Niceno: 1695 anos de história





Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
tanto das coisas visíveis como das invisíveis.

E em um só Senhor Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os mundos,
Deus de Deus, Luz de Luz,
verdadeiro Deus do verdadeiro Deus,
gerado, não criado,
de uma só substância com o Pai,
por quem todas as coisas foram feitas;
o qual por nós homens e pela nossa salvação
desceu do céu
e se encarnou pelo Espírito Santo
na virgem Maria
e foi feito homem;
foi também crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado;
e ao terceiro dia ressuscitou
segundo as Escrituras,
e subiu aos céus,
e está sentado à direita do Pai
e virá novamente em glória
a julgar os vivos e os mortos,
cujo reino não terá fim.

E no Espírito Santo,
Senhor e Doador da vida,
o qual procede do Pai e do Filho,
que juntamente com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado;
que falou pelos profetas.
E numa única santa Igreja Cristã* e Apostólica.
Confesso um só Batismo para remissão dos pecados,
e espero a ressurreição dos mortos
e a vida † do mundo vindouro.

Amém.


* Cristã: o texto antigo traz a palavra “católica”, que se refere a toda a Igreja que confessa a totalidade da doutrina cristã.
Texto litúrgico em uso na Igreja Evangélica Luterana do Brasil.

09/05/2020

Quinto Domingo de Páscoa – 10 de maio de 2020 (Ano A)


Atos 6.1–9; 7.2a, 51–60
Salmo 146
1 Pedro 2.2–10
João 14.1–14


O Senhor Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida

Só o Senhor Jesus ressurreto é “o caminho, e a verdade, e a vida”, e só por meio dele chegamos “ao Pai” (Jo 14.6). Assim Deus é “glorificado no Filho” e “aquele que crê” nele fará as obras de Cristo, porque ele vai ao Pai por nossa causa (Jo 14.12-14). Santo Estêvão, um “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (Atos 6.5), que “fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8), fez as obras de Cristo. Quando o acusaram injustamente e o condenaram à morte, Estêvão “fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus” (At 7.55). Nisto ele firmou sua esperança, por isso confiou seu espírito ao Senhor Jesus e ainda orou por seus algozes. Da mesma forma, todos os batizados são chamados pela fé a seguir o exemplo de Cristo Jesus, que mesmo tendo sido a pedra “rejeitada pelos homens”, era “eleita e preciosa” aos olhos de Deus (1Pe 2.4). Cristo é a pedra angular da “casa espiritual” do Pai e nós, “como pedras que vivem”, somos edificados sobre ele (1Pe 2.4-5).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que fazes as mentes dos teus fiéis terem a mesma vontade, concede que possamos amar o que ordenas e desejar o que prometes, a fim de que, em meio às muitas mudanças deste mundo, nossos corações possam estar fixados onde se encontram as verdadeiras alegrias; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Cristo Pantocrator (afresco na Basílica de São Nicolau em Tolentino, Itália)

03/05/2020

Quarto Domingo de Páscoa - 03 de maio de 2020 (Ano A)


Atos 2.42-47
Salmo 23
1 Pedro 2.19-25
João 10.1-10


O nosso Bom Pastor é o Senhor Jesus Cristo crucificado e ressurreto

Estávamos “desgarrados como ovelhas”, mas o Senhor Jesus Cristo voluntariamente sofreu e morreu por nós, “carregando ele mesmo, em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe 2.24-25). Pelas suas feridas nós fomos sarados (1Pe 2.24) e na sua Ressurreição ele nos reúne como nosso Bom Pastor, cuja justiça permite que todos “tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10). Agora, através de pastores que ele chama e envia em seu nome, Jesus nos guarda e nos mantém nos pastos verdejantes da sua Igreja, levando-nos para junto das águas tranquilas do nosso Batismo e preparando sua Mesa para nós. Através do Evangelho, Jesus nos chamou para sermos suas ovelhas amadas e nós ouvimos e reconhecemos a sua voz na pregação fiel do seu Evangelho e o seguimos pela fé (Jo 10.3, 4). Quando recebemos o seu Evangelho, também temos a unidade de todo o rebanho sob o único Bom Pastor, “na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, Pai misericordioso, visto que despertaste da morte o Pastor de teu rebanho, concede-nos teu Espírito Santo para que, ao ouvirmos a voz de nosso Pastor, possamos reconhecer aquele que chama a cada um de nós pelo nome e segui-lo por onde ele nos levar; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).
Imagem: Cristo, o Bom Pastor, por Escola Germânica (1917)

02/05/2020

Atanásio de Alexandria, Pastor e Confessor (2 de maio)


Hoje lembramos Atanásio de Alexandria, um dos grandes confessores da fé, que viveu entre os anos 296 a 373, nos primórdios da igreja cristã.

Abaixo, um trecho de “A Encarnação do Verbo”, um dos escritos mais significativos de Atanásio:

“Outrora, antes do advento divino do Salvador, os defuntos eram chorados porque destinados à corrupção. Entretanto, após ter o Salvador ressuscitado seu corpo, ela cessou de ser pavorosa. Os fiéis de Cristo calcam-na aos pés como um nada, e preferem morrer a renegar a fé em Cristo. Estão cientes de que ao falecerem não perecem, mas vivem, e a ressurreição os fará incorruptíveis.

E o diabo, que outrora pela morte insultava malignamente os homens, agora, uma vez supressas as dores da morte (cf. At 2,24) é o único verdadeiramente morto. Comprova tal afirmação o seguinte fato: Antes de crerem em Cristo, os homens olhavam a morte qual coisa terrível e dela tinham pavor. Ao contrário, uma vez acolhidas a fé e a doutrina, de tal modo desprezam a morte que se lançam ardorosamente para ela, e tornam-se testemunhas da vitória do Salvador sobre a morte através da ressurreição...

A morte, uma vez vencida e desonrada pelo Salvador, de mãos e pés amarrada, é pisoteada pelos que caminham em Cristo os quais lhe prestando testemunho, zombam da morte e insultam-na, repetindo as palavras da Escritura: “Morte, onde está a tua vitória? Inferno, onde está o teu aguilhão?” (1Cor 15,55)

O homem naturalmente receia a morte e a decomposição do corpo. Coisa estupenda! Quem se revestiu da fé na cruz, despreza este sentimento natural, e por causa de Cristo não tem medo da morte.”

- Atanásio de Alexandria (A Encarnação do Verbo 27,28)

Fonte: Patrística - Vol. 18. São Paulo: Paulus, 2014

01/05/2020

São Filipe e São Tiago, Apóstolos (1º de maio)


Isaías 30.18–21
Efésios 2.19–22
João 14.1–14


Filipe disse a Jesus: — Senhor, mostre-nos o Pai” (Jo 14.8). Filipe ainda não tinha reconhecido que o Pai é glorificado no Filho. O próprio Jesus disse certa vez: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Por isso, em seu Nome temos acesso ao Pai. Jesus “é o caminho, a verdade e a vida”; ninguém vai ao Pai senão por Ele (Jo 14.6). E todo aquele que nele crê fará também as obras que Ele faz e outras maiores fará (Jo 14.12). E assim fizeram Filipe e Tiago, apóstolos sobre cujo fundamento o edifício de Deus é edificado, “sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef 2.19–22). As palavras amorosas de Jesus dirigidas a Filipe e Tiago no Evangelho de hoje, eram as Palavras do Mestre a lhes dizer: “Este é o caminho; andem nele” (Is 30.20–21). Por isso, eles não ficaram com o coração angustiado (Jo 14.1) ao experimentarem o “pão de angústia e água de aflição” (Is 30.20). A tradição diz que Felipe, que no Evangelho de João leva judeus e gregos a Jesus, viajou para a Frígia, onde foi martirizado. Dizem que Tiago, o Menor, filho de Alfeu e cuja mãe Maria estava na crucificação (Mc 15.40), morreu ao ser serrado ao meio. Onde Cristo está, eles também estão, e nós também estaremos (Jo 14.3).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, o teu Filho se revelou a Filipe e Tiago e deu-lhes o conhecimento da vida eterna. Concede-nos reconhecer perfeitamente o teu Filho, Jesus Cristo, como o caminho, a verdade e a vida, e firmemente andar no caminho que conduz à vida eterna; mediante o mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (Feasts, Festivals and Occasions) editado pelo Rev. Sean Daenzer e publicado por LCMS Worship. Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Apóstolos Filipe e Tiago a caminho da pregação (1825-1827), por Francesco Hayez (1791-1882).