30/11/2019

30 de novembro - Santo André, Apóstolo

 

Santo André, irmão de Simão Pedro, nasceu no vilarejo de Betsaida da Galileia. Originalmente um discípulo de São João Batista, André depois se tornou o primeiro dos discípulos de Jesus (João 1.35-40). Seu nome aparece regularmente nos Evangelhos próximo ao topo nas listas dos Doze. Foi ele quem apresentou pela primeira vez o seu irmão Simão a Jesus (João 1.41-42). Ele foi, no verdadeiro sentido, o primeiro missionário em sua casa, assim como o primeiro missionário aos estrangeiros (João 12.20-22). A tradição diz que André foi martirizado através da crucificação em uma cruz em forma de X. Em 357 d.C., o seu corpo teria sido levado para a Igreja dos Santos Apóstolos em Constantinopla e, posteriormente, removido para a catedral de Amalfi, na Itália. Séculos depois André se tornou o santo patrono da Escócia. O Dia de São André determina o início do Ano da Igreja Ocidental, já que o primeiro domingo do Advento é sempre no domingo mais próximo ao dia de Santo André.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, por tua graça, o apóstolo André obedeceu ao chamado de teu Filho para ser um discípulo. Concede-nos também seguir no coração e vida o mesmo Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 969)

Imagem: Santo André, por Jusepe de Ribera (1630-1632), Museo Nacional del Prado

29/11/2019

Calendário do Ano Litúrgico 2020

O povo de Deus no antigo Israel celebrava muitas festas durante todo o ano. Muitas destas festas estavam relacionadas a agricultura, mas no fundo eram uma lembrança da ação criadora e salvífica de Deus. Com a expansão e a estruturação da Igreja Cristã, adotou-se o mesmo padrão estabelecido no Antigo Testamento de celebrar os poderosos atos de salvação que Deus completou em seu povo através de seu Filho Jesus Cristo. Sendo assim, os cristãos celebram ao longo de um ano todo o mistério de Cristo, desde a encarnação e natividade até a ascensão, o pentecostes e a expectativa da parusia do Senhor. Tais celebrações festivas foram, ao longo do tempo, sendo estruturadas em um calendário chamado de ano da igreja. É também conhecido como ano eclesiástico, ano litúrgico ou ano cristão.
Na Idade Média era usado o termo latino ordo anni circuli (ordem do ciclo anual) para designar os dias festivos da igreja. Estudiosos da heortologia (estudo do ano litúrgico) alegam que o pastor luterano Johannes Pomarius introduziu o termo "ano da igreja" (Kirchenjahr) entre 1585 e 1589. O abade francês Próspero Guéranger popularizou o termo "ano litúrgico" (année liturgique) em 1841.
 
O Ano da Igreja é composto basicamente de três estações: Tempo de Natal (os períodos de Advento, Natal e Epifania), Tempo de Páscoa (os períodos de Quaresma, Semana Santa, Páscoa e Pentecostes) e o Tempo da Igreja ou Tempo Comum, que são o período após Pentecostes. Através destes ciclos temporais, celebramos os eventos graciosos da vida de nosso Senhor: sua anunciação, visitação, natividade, circuncisão, epifania, batismo, transfiguração, paixão, ressurreição e ascensão.
 
Ao vivenciarmos o Ano Litúrgico na em nossa devoção semanal na igreja e diária no lar, testemunhamos através da Palavra lida, cantada e pregada, aqueles eventos pelos quais Cristo conquistou nossa salvação.

Leituras bíblicas para o novo Ano da Igreja






Para cada Domingo ou Dias Festivos são listadas uma leitura do Antigo Testamento, uma leitura das Epístolas e outra leitura do Evangelho, além de uma porção dos Salmos para ser cantado ou lido no Introito do Culto. É a partir destas leituras que o pastor proclama a Palavra de Deus no culto.

Neste novo Ano da Igreja será possível também observar duas festividades no culto dominical. A Purificação de Maria e A Apresentação de Jesus (2 de fevereiro) e Dia de Todos os Santos (1º de novembro) cairão num domingo. E, por serem festas principais de Cristo, "normalmente são observadas quando ocorrem num domingo", conforme nota sobre os dias festivos no Hinário Luterano e no Lecionário da IELB.

29 de novembro — Noé


Noé, filho de Lameque (Gn 5.30), foi instruído por Deus a construir uma arca, na sua família iria encontrar proteção das águas destrutivas de um dilúvio devastador que Deus advertiu que viria. Noé construiu a arca e as chuvas desceram. A terra inteira foi inundada destruindo “toda substância que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal” (Gn 7.23). Depois que as águas do dilúvio baixaram, a arca repousou sobre o monte Ararate. Quando Noé certificou que estavam seguros, e Deus confirmou isso, ele e sua família e todos os animais desembarcaram. Depois Noé construiu um altar e ofereceu um sacrifício de ação de graças a Deus por ter salvado sua família da destruição. Um arco-íris no céu foi declarado por Deus para ser um sinal de sua promessa de que nunca mais um dilúvio semelhante destruiria a terra inteira (Gn 8.20-22; 9.8-17). Noé é lembrado e homenageado por sua obediência, crendo que Deus faria o que disse que faria.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, de acordo com teu estrito juízo tu condenaste o mundo descrente através do dilúvio, ainda conforme a tua grande misericórdia tu preservaste o crente Noé e sua família, oito almas ao todo. Concede que sejamos mantidos seguros e protegidos na santa arca da Igreja Cristã, a fim de que, com todos os crentes em tua promessa, sejamos declarados dignos da vida eterna, através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 965-966)

28/11/2019

Dia de Ação de Graças


28 de novembro de 2019

Cor litúrgica: Branca

Deuteronômio 8.1-10
Salmo 67 (antífona v. 7)
Filipenses 4.6-20 ou 1 Timóteo 2.1-4
Lucas 17.11-19


Louvamos a Deus que mantém a vida por meio da Sua Palavra

Nosso povo celebra com ação de graças pela abundante colheita da terra, pelo cultivo do trigo e grãos, tudo sob o manto de cuidado do onipotente Deus. “O ser humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” (Dt 8.1-10). A Igreja é o vaso através do qual a Palavra de Deus penetra no mundo com sua Lei e Evangelho. É esta Palavra divina que proclama Jesus como a única fonte de vida, saúde e plenitude. Jesus cura os leprosos com Sua Palavra: “Vão e apresentem-se aos sacerdotes” (Lc 17.14). Dos dez leprosos que foram purificados, apenas um volta para expressar ação de graças a Jesus. A verdadeira gratidão procede de um coração sustentado pela fé. Jesus pede àquele samaritano: “Levante-se e vá; a sua fé salvou você” (Lc 17.19). Da mesma forma, fortalecidos em nossa fé através das bênçãos do batismo e Eucaristia, somos enviados do Culto Divino para sermos agradecidos em todas as circunstâncias, seja fartura e fome, abundância e necessidade (Fp 4.6-20).

ORAÇÃO DO DIA:

Onipotente Deus, nosso Pai celestial, cujas misericórdias se renovam cada manha e que, apesar de não merecermos a tua bondade, provês abundantemente todas as necessidades do corpo e da alma, concede-nos, te rogamos, teu Espírito Santo, para que reconheçamos sinceramente a tua misericordiosa mercê para conosco, demos graça por todos os teus benefícios e te sirvamos com voluntária obediência; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive, e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Die Ernte [A Colheita] (1847), por Ferdinand Georg Waldmüller (1793 - 1865)

24/11/2019

Cantata de Bach para o Último domingo do ano da Igreja






Wachet auf, ruft uns die StimmeBWV 140 (Acordai, chama-nos a voz, em alemão) é uma cantata de Johann Sebastian Bach que estreou em 25 de novembro de 1731 na Thomaskirche em Leipzig.[1] Escrita para trompa, 2 oboés, taille (um instrumento semelhante ao oboé da caccia, hoje muitas vezes substituído por um corne inglês), violino piccolo, violino, violabaixo contínuo, e coro com sopranotenor e baixo solistas.
Esta cantata é baseada no coral do mesmo nome de Philipp Nicolai. Este hino luterano continua popular hoje, tanto em seu original alemão como em uma variedade de traduções. O texto se baseia na parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13), é uma leitura programada no hinário luterano para o 27º domingo após a Trindade[2], como este domingo ocorre somente no ano da igreja, quando a Páscoa é muito cedo, a cantata é executada raramente.[3] A raridade da ocasião para a qual foi composta faz dela uma das poucas cantatas cuja data de composição é definitivamente conhecida.

No moderno Lecionário Comum Revisado, porém, a leitura está marcada para o domingo apropriado, ou o 32º domingo após Pentecostes, no primeiro ano do ciclo de três anos.[4] Assim, o hino ou a cantata são comumente realizadas nas igrejas. O texto e seus temas escatológicos também são comumente associados a domingos do início do Advento.

I. Coral
Wachet auf, ruft uns die Stimme
Der Wächter sehr hoch auf der Zinne,
Wach auf, du Stadt Jerusalem!
Mitternacht heißt diese Stunde;
Sie rufen uns mit hellem Munde:
Wo seid ihr klugen Jungfrauen?
Wohl auf, der Bräutgam kömmt;
Steht auf, die Lampen nehmt! Alleluja!
Macht euch bereit
Zu der Hochzeit,
Ihr müsset ihm entgegen gehn!

II. Recitativ
Er kommt, er kommt,
Der Bräutgam kommt!
Ihr Töchter Zions, kommt heraus,
Sein Ausgang eilet aus der Höhe
In euer Mutter Haus.
Der Bräutgam kommt, der einem Rehe
Und jungen Hirsche gleich
Auf denen Hügeln springt
Und euch das Mahl der Hochzeit bringt.
Wacht auf, ermuntert euch!
Den Bräutgam zu empfangen!
Dort, sehet, kommt er hergegangen.

III. Ária (duet)
Sopran: Wenn kömmst du, mein Heil?
Bass: Ich komme, dein Teil.
Sopran:Ich warte mit brennendem Öle.
Eröffne den Saal Zum himmlischen Mahl
Bass:Ich öffne den Saal Zum himmlischen Mahl
Alma: Quando chegarás, minha salvação?
Jesus: Estou chegando, parte de ti que sou.
Sopran: Komm, Jesu!
Bass: Komm, liebliche Seele!

IV. Coral
Zion hört die Wächter singen,
Das Herz tut ihr vor Freuden springen,
Sie wachet und steht eilend auf.
Ihr Freund kommt vom Himmel prächtig,
Von Gnaden stark, von Wahrheit mächtig,
Ihr Licht wird hell, ihr Stern geht auf.
Nun komm, du werte Kron,
Herr Jesu, Gottes Sohn!
Hosianna!
Wir folgen all
Zum Freudensaal
Und halten mit das Abendmahl.

V. Recitativ
So geh herein zu mir,
Du mir erwählte Braut!
Ich habe mich mit dir
Von Ewigkeit vertraut.
Dich will ich auf mein Herz,
Auf meinem Arm gleich wie ein Siegel setzen
Und dein betrübtes Aug ergötzen.
Vergiß, o Seele, nun
Die Angst, den Schmerz,
Den du erdulden müssen;
Auf meiner Linken sollst du ruhn,
Und meine Rechte soll dich küssen.

VI. Aria (duet)
Seele:Mein Freund ist mein,
Bass:Und ich bin sein,
beide:Die Liebe soll nichts scheiden.
Seele:Ich will mit dir in Himmels Rosen weiden,
Bass:du sollst mit mir in Himmels Rosen weiden,
beide:Da Freude die Fülle, da Wonne wird sein.

VII. Coral
Gloria sei dir gesungen
Mit Menschen- und englischen Zungen,
Mit Harfen und mit Zimbeln schon.
Von zwölf Perlen sind die Pforten,
An deiner Stadt sind wir Konsorten
Der Engel hoch um deinen Thron.
Kein Aug hat je gespürt,
Kein Ohr hat je gehört
Solche Freude.
Des sind wir froh,
Io, io!
Ewig in dulci jubilo.

I. Coral
Despertai, chama-nos a voz
Do vigia do alto da muralha.
Despertai, Jerusalém!
Os sinos batem a meia-noite
E chamam-nos com bocas brilhantes:
Onde estais, virgens prudentes?
Celebrai, o noivo está vindo.
Levantai-vos, pegai vossas lâmpadas! Aleluia!
Preparai-vos
para as bodas
Deveis encontrá-lo!

II. Recitativo
Ele está vindo, ele está vindo,
O noivo está vindo!
Saí, ó filhas de Sião!
Ele vem correndo do alto
para a casa de vossa mãe.
O noivo está vindo, tal como um corço,
Tal como um jovem cervo
A saltar pelas colinas
Trazendo a ceia matrimonial.
Despertai,
Alegrai-vos para receber o noivo
Ali, vede, ele está chegando!

III. Ária (dueto)
Soprano: Se você vem, minha salvação?
Bass: Eu sou a tua parte.
Soprano: Espero com queima de petróleo.
Abra o salão para o banquete celestial
Bass: Eu abro a sala para o banquete celestial
Alma: chegarás Quando, Minha Salvação?
Jesus: Estou chegando, sou parte de ti que.
Soprano: Vem, Jesus!
Bass: Vem, alma doce!

IV. Coral
Sião ouve o vigia cantar.
O coração pula de alegria.
Ela desperta e levanta-se apressada.
Magnífico, seu amigo vem do Céu;
A graça o faz forte,
A verdade o faz poderoso.
A luz de Sião fulge, sua estrela sobe.
Venha, pois, preciosa coroa,
Senhor Jesus, filho de Deus.
Hosana!
Seguimos todos
Ao salão da celebração e tomamos parte na ceia.

V. Recitativo
Entra, pois, e vem até mim
Ó noiva que escolhi!
Confio-me a ti
Por toda a eternidade!
Por-te-ei em meu coração
E em meu braço como a um selo
E deleitarei teus olhos perturbados.
Esquece, ó alma, pois,
O medo e a dor
Que tiveste que sentir.
Repousarás em minha mão esquerda
E minha mão direita te beijará.

VI. Aria (dueto)
Alma:Meu amigo me pertence!
Jesus:E eu sou teu.
Ambos:Nada se interporá entre nosso amor!
Alma:Deleitar-me-ei com as rosas do Céu contigo.
Jesus:Deleitar-te-ás com as rosas do Céu comigo.
Ambos:Lá haverá plena alegria e delícias!

VII. Coral
Que tua glória seja cantada
Por línguas de homens e de anjos
Com harpas e címbalos.
De doze pérolas são as portas
Da tua cidade; somos semelhantes
Aos anjos que cercam teu trono.
Nenhum olho sentiu,
Nenhuma orelha ouviu
Alegria como essa
Que gozamos.
Io io
Para sempre em doce júbilo!

Hino especial para o Domingo do Cristo Rei



1.     A Cristo coroai, Cordeiro vencedor!
Ouvi, dos coros celestiais, dos anjos, o louvor.
Erguei vibrante voz de todo coração,
louvando àquele que morreu e deu-vos salvação.
2.     A Cristo coroai, seu lado e mãos olhai,
das suas chagas o esplendor e a glória contemplai.
Nem anjos lá do céu o podem compreender:
que o próprio Filho de Deus Pai pelo homem vá morrer.
3.     A Cristo coroai, a vida nos doou.
e a fim de dar-nos salvação, da tumba triunfou.
Cantemos seu poder: morreu, mas ressurgiu
a vida eterna nos ganhou e a morte destruiu.
4.     A Cristo coroai, dos tempos é Senhor,
e do universo imenso é Deus, eterno Criador.
Ao grande Redentor, que deu-nos salvação,
eternamente tributai louvor e adoração!







Oração e o Evangelho do dia para a celebração do Domingo do Cristo rei




Oração:
Senhor Jesus Cristo, que reinas entre nós pela Pregação da tua Cruz, perdoa as ofensas do Teu povo a fim de que, sendo governados por tua generosa bondade, entremos afinal em teu paraíso eterno; pois Tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Aclamação do Santo Evangelho
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Aleluia. Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Aleluia.
Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Proclamação do Santo Evangelho conforme São Lucas
Glórias a ti, Senhor.
 Seguia-o numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam. Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram. Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos! Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco? E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda. Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes. O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido. Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: Este é o Rei dos Judeus. Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.
Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

Glorias a ti, ó Cristo.









23/11/2019

23 de novembro — Clemente de Roma, Pastor


Clemente (c. 35-100 d. C.) é lembrado por ter estabelecido o modelo de autoridade apostólica que regeu a Igreja cristã durante os séculos I e II. Também insistiu sobre a manutenção de Cristo como núcleo da adoração e do alcance da Igreja. Em uma carta aos cristãos de Corinto, enfatizou a centralidade da morte e ressurreição de Jesus: “Tenhamos os olhos fixos no sangue de Cristo, e compreendamos como é precioso ao seu Pai. Derramado pela nossa salvação, trouxe ao mundo a graça do arrependimento” (1 Clemente 7.4). Antes de sofrer o martírio por afogamento, Clemente manifestou um amor constante, semelhante ao de Cristo, pelo povo redimido de Deus, servindo de inspiração para futuras gerações continuarem a construir a Igreja sobre o fundamento dos profetas e apóstolos, com Cristo como única pedra angular.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, teu servo Clemente de Roma, chamou a Igreja de Corinto ao arrependimento e à fé a fim de uni-los no amor de Cristo. Concede que tua Igreja esteja ancorada na tua verdade, pela presença do Espírito Santo e mantida irrepreensível no teu serviço até a vinda de nosso Senhor Jesus, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 944)

19/11/2019

19 de novembro - Isabel da Hungria


Isabel nasceu em Pressburgo (Hungria) em 1207, filha do rei André II e Gertrudes. Aos 14 anos de idade, Isabel tornou-se esposa de Luís da Turíngia (Alemanha), a quem tinha sido prometida como noiva num casamento político arranjado. Ela tinha um espírito de generosidade e caridade cristã e o lar que ela criou para o marido e os três filhos no Castelo de Wartburg em Eisenach era conhecido pela hospitalidade e amor familiar. Isabel frequentemente supervisionava o cuidado dos doentes e necessitados e uma vez até colocou um leproso em sua própria cama. Ao ficar viúva aos 20 anos, Isabel providenciou a manutenção dos filhos e iniciou uma vida austera como freira da Ordem de São Francisco. Sua vida abnegada lhe acarretou problemas de saúde e uma morte precoce em 1231, aos 24 anos. Isabel é lembrada por seu altruísmo e também por muitos hospitais que levam seu nome em todo o mundo.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Rei, cuja herança não é deste mundo, suscita em nós a humildade e benevolente caridade de Isabel da Hungria. Ela desprezou sua coroa de joias ao pensar na coroa de espinhos que seu Salvador usou por amor a ela e a nós, a fim de que vivamos uma vida de sacrifício, agradável aos teus olhos e digna do nome de teu Filho, Jesus Cristo, que com o Espírito Santo reina contigo para sempre no reino eterno. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 929)

Imagem: Sainte Élisabeth de Hongrie visite les pauvres de l'hospice qu'elle avait fondé (1866), por Raymond Balze (1818–1909) - musée des Beaux-Arts de Lyon

17/11/2019

Vigésimo Terceiro Domingo após Pentecostes (Ano C - Próprio 28)


17 de novembro de 2019

Malaquias 4.1-6
Salmo 98
2 Tessalonicenses 3.(1-5)6-13
Lucas 21.5-28 (29-36)


O plano divino de redenção triunfa sobre a destruição e violência deste mundo

Há sinais da vinda do Senhor por toda parte: a cruz que marca a Sua Igreja, a violência e a morte do mundo pecaminoso e o estremecimento da ordem natural. “Haverá grande aflição na terra” (Lc 21.23), mas os fiéis sabem “que está próximo o reino de Deus” (Lc 21.31). Portanto, “fiquem de cabeça erguida, porque a redenção de vocês se aproxima” (Lc 21.28). Estejam acordados e alertas, e prestem atenção às palavras de Cristo, as quais “não passarão” (Lc 21.33). Então “nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” para vocês (Ml 4.2). O Senhor envia Seus pregadores do arrependimento no espírito e poder de Elias “antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR” (Ml 4.5), a fim de conduzir “o coração de vocês ao amor de Deus e à perseverança de Cristo” (2Ts 3.5). Apesar de vocês serem muitas vezes infiéis, “o Senhor é fiel” e através da pregação da Sua Palavra, “ele os fortalecerá e os guardará do Maligno” (2Ts 3.3). Portanto, “não se cansem de fazer o bem” (2Ts 3.13). Em meio à calamidade, creiam no Senhor Jesus Cristo.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Senhor, Deus Todo-poderoso e sempre vivo, que fizeste promessas extraordinariamente grandes e preciosas àqueles que confiam em ti, dirige e governa nossos corações e mentes pelo teu Espírito Santo, para que vivamos e habitemos para sempre com teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano — Lecionários (Editora Concórdia).


16 de novembro — Wilhelm Mahler, Pastor


Carl Wilhelm (William) Gustav Mahler nasceu em 1870 em Polkwitz (Polkowice, em polonês), na época em que esta pequena cidade da atual Polônia pertencia à Prússia e depois Alemanha. Imigrou para os EUA e graduou-se em Teologia em St. Louis em 1893. No ano seguinte, casou-se com Louisa Catenhusen no Condado de Cass, no estado norte-americano de Nebraska. Em 1901 o Rev. Mahler foi enviando pelo Sínodo Missouri ao Brasil para dar continuidade ao trabalho missionário do Rev. Broders. Foi o primeiro presidente da IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil), de 1904 a 1910. Criou em 1903 a primeira revista oficial do Sínodo, chamada Evangelisch-Lutherisches Kirchenblatt für Süd-Amerika. Quando o Seminário Concórdia abriu suas portas em Porto Alegre, o Rev. Mahler foi o seu primeiro diretor, ocupando também a cadeira de professor na ocasião de seu retorno aos Estados Unidos em 1914. Rendemos graças a Deus por este servo que muito contribuiu para um ensino e liturgia confessional luterana na América do Sul.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, rendemos graças por teu servo W. Mahler, a quem tu chamastes para pregar o Evangelho no Brasil. Levanta nesta e em toda a terra evangelistas e arautos do teu reino, para que a tua Igreja proclame as insondáveis riquezas de nosso Salvador Jesus Cristo; que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

14/11/2019

14 de novembro — Justiniano, Imperador Cristão e Confessor de Cristo


Justiniano foi imperador do Oriente de 527 a 565 d. C., quando o Império Romano estava em declínio. Com sua formosa e hábil esposa Teodora, devolveu esplendor e majestade à corte bizantina. Durante seu reinado, o Império experimentou um renascimento, devido, em grande parte, à seu ímpeto, inteligência e fortes convicções religiosas. Justiniano também tentou levar unidade a uma igreja dividida. Era um defensor do cristianismo ortodoxo e buscou um acordo entre as partes nas controvérsias cristológicas daquele tempo que estavam debatendo a relação entre as naturezas divina e humana na pessoa de Cristo. O Quinto Concílio Ecumênico de Constantinopla no ano de 533 foi realizado durante o seu reinado e tratou esta controvérsia. Justiniano morreu nos seus oitenta anos, sem ver realizado seu desejo de um império que fosse solidamente cristão e ortodoxo.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, por meio da governança de líderes cristãos como o Imperador Justiniano, seu nome é livremente confessado em nossa nação e em todo o mundo. Concede que possamos continuar a escolher líderes fidedignos que lhe servem fielmente em nossa geração e tomar decisões sábias que contribuem para o bem-estar geral do seu povo, através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 912)

Imagem: Justiniano em mosaico na Basílica de São Vital (Ravena, Itália)

13/11/2019

Bo Giertz: O fundamento da fé cristã


Durante suas sinceras tentativas de se tornar completamente livre do pecado, a pessoa faz a humilhante descoberta de que é realmente muito pior do que sempre imaginou.

Isto acontece bastante com os pecados exteriores palpáveis. Aqueles dos quais eu posso, pelo menos até certo ponto, me libertar. Mas por trás deles descubro outra coisa da qual sou incapaz de me livrar, e é a isso que nossos antepassados chamavam de depravação e corrupção pecaminosa inerente, que está firmemente enraizada na minha própria natureza.

Quero ser limpo, absolutamente puro, mas descubro que há um espírito imundo em meu ser mais íntimo, que me zomba e me tortura, o qual sou incapaz de afastá-lo. Nos momentos mais solenes da minha vida, mesmo na própria igreja, ele pode trazer os mais repulsivos trapos imundos de seu estoque vil e lançá-los entre os meus pensamentos. Ele frustra todos os esforços possíveis quando eu quero afugentá-lo. Ele faz parte do meu próprio ser. Essa é a terrível verdade.

Ou talvez meu pecado assolador seja outro. Quero me tornar completamente verdadeiro e honesto - e vejo em meu ser um poder horrível, o qual me torna completamente desonesto e falso. Em todo caso, isso apenas me leva a ser um pouco melhor do que eu sou. Eu até faço minha confissão de pecados mais profunda e "mais cristã" ou mais cuidadosa e mais branda do que deveria ter sido.

Ou então eu quero ser totalmente altruísta e amoroso. Afinal de contas, não sou eu quem viverá mais, mas Cristo viverá em mim. Mas descubro que estou completamente mergulhado em egoísmo e orgulho. Se fiz algo de bom em segredo, continuo discreto e espero que isto, de alguma forma, se torne conhecido e falado. Talvez um dia recebo notícias de que algum parente está morrendo e, em meio à tristeza, penso em verificar quanto eu posso herdar. O orgulho me segue até o aposento de oração. Eu aprecio minha própria oração. Talvez eu me admire pelo meu fervor ou pelas minhas palavras apropriadas, humildes e bonitas diante de Nosso Senhor!

A tudo isso também pode ser agregado uma nova inércia na oração e um novo ataque de tentações, que eu pensava que haviam sido superados há muito tempo. A alegria inicial foi totalmente perdida. Sinto-me tão esgotado, relutante e mundano como nunca. Se eu for honesto comigo mesmo, devo admitir que muitas vezes preferiria ler o jornal do que a Bíblia e passar uma hora em conversa fiada com uma pessoa qualquer do que quinze minutos em oração a Deus.

Nesta situação, a pessoa começa a entender toda a terrível verdade de Romanos 7: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio... Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo... Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?"

Agora há uma grave crise na vida de fé da pessoa. Agora será necessário um verdadeiro auto-domínio para ler a Bíblia. Afinal de contas, parece que a pessoa só encontra novas provas de que não é digna de ser cristã. Sente quase vergonha de orar a Deus. Tantas vezes pediu perdão e força para vencer que dificilmente imagina ser capaz de pedir novamente. Ao mesmo tempo, o tentador semeia ressentimentos ocultos contra Deus, porque Ele não ajuda a pessoa a vencer, muito embora queira viver no caminho reto e estreito. Na alma brota o princípio de uma desconfiança de Deus, uma dúvida murmuradora de que Ele realmente exista e deseja intervir na vida da pessoa.

É precisamente neste ponto que muitas pessoas desistem. Geralmente, primeiro a pessoa se afasta da Mesa do Senhor - se alguma vez já foi um comungante fiel - e depois vem o descuido e negligência em relação à leitura da Bíblia e à vida de oração. Então, quando estiver assim enfraquecida, o inimigo da alma arma uma armadilha e, antes mesmo de perceber como isso aconteceu, a pessoa se envolve em pecados manifestos, como por exemplo, na esfera sexual. Dessa forma, a pessoa cai em densas trevas e abandona o cristianismo em total desconfiança ou com amargura desafiadora...

Outras pessoas, apesar de tudo, não são capazes de se libertar de Deus. Elas sabem que estão totalmente sem esperança, mas, ao mesmo tempo, sabem que Cristo está totalmente correto em suas exigências. De alguma forma, elas conseguem se dar bem com sua consciência ferida. Elas sentem que é desonesto usar o nome de cristão, mas, mesmo assim, não podem renunciá-lo. Estas pessoas querem ser cristãs, mas não podem. Essa é a tortura da alma.

Para todas essas pessoas, isto agora deve ser dito de forma clara e sincera: Lembre-se de que até mesmo isso é obra de Deus. O que você está passando agora, todo cristãos verdadeiramente convertido antes que você teve que passar. Nossos antepassados chamaram isso de despertar [tomar ciência], e eles sabiam exatamente que momento difícil isto é. É difícil - e mesmo assim você tem motivos para se alegrar, e aqui um  Cura d'almas (Seelsorger) pode dizer com alegria e ênfase: Deus te abençoe! Isso que aconteceu com você prova que Deus tem estado e está trabalhando em você. Ele está levando seu trabalho adiante e avante. Que a alegria, a edificação e o poder que você sentiu no início já tenha sucumbido e dado lugar à experiência humilhante da sua própria fraqueza, isso não é um retrocesso no seu cristianismo, mas é um grande passo à frente. É justamente porque você ouviu o chamado e realmente se conectou a Deus que lhe foi permitido experimentar isso. Agora você aprendeu o que de outra forma nunca teria aprendido, a saber, o que é ser escravizado pelo pecado. Possivelmente, agora você comece a perceber que este é realmente o tipo de situação na qual nós precisamos ser salvos, porque não podemos salvar a nós mesmos. Como tal, você de fato chegou aos portões do reino dos céus. Agora resta a você passar por eles. Quando Deus já o humilhou e permitiu que você visse o quão pouco você é capaz de si mesmo, isto é para que você finalmente comece a descobrir o que Deus fez por nós, que, no final das contas, é muito mais importante do que tudo o que poderíamos fazer por Deus. Continue orando e fazendo uso da Palavra, mas não leia apenas os últimos capítulos de Paulo e não ouça apenas as exigências do sermão, mas mergulhe com toda a seriedade na mensagem sobre a expiação, porque, em última análise, para nós tudo depende dessa mensagem. Determine passar por todo o Novo Testamento, a fim de ver e meditar sobre o que significa que Deus deu a seu Filho para expiação do pecado, pecado pelo qual não podemos pagar ou mesmo erradicar... Por fim, está claro também para você que o fundamento para a nossa fé cristã, para a aliança que o Deus vivo fez conosco no batismo, não é realmente a nossa justiça, o nosso arrependimento ou o nosso cumprimento de seus santos requisitos, mas é a incrível misericórdia de Deus, sua graça imerecida e a obra expiatória de nosso Senhor Jesus Cristo no Gólgota.

Bispo Bo Giertz (Life by Drowning: Enlightenment through Law and Gospel. Cambridge: The Evangelical Lutheran Church of England, 2013. pág. 14-16)

12/11/2019

12 de novembro — Christian J. Broders, Pastor e Missionário


Hoje lembramos a agradecemos a Deus por Christian James Broders, Pastor e Missionário. Ele foi um dos pais fundadores da IELB, juntamente com Louis Lochner, Carl Wilhelm Gustav Mahler e John Hartmeister. O Rev. Broders nasceu em 1867 em New Orleans, Louisiana (EUA) e veio ao Brasil em 1900 comissionado pelo Sínodo Evangélico Luterano de Missouri para um trabalho missionário entre os imigrantes luteranos alemães e seus descendentes no sul do Brasil. Fruto de suas incursões missionárias, é fundada em 1º julho de 1900, a primeira congregação da IELB, chamada "Comunidade Evangélica Luterana São João", na Colônia São Pedro (atualmente, município de Morro Redondo). Sua atuação influenciou fortemente o caráter confessional da IELB e seu compromisso com uma autêntica identidade luterana.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, rendemos graças por teu servo C. J. Broders, a quem tu chamastes para pregar o Evangelho no Brasil. Levanta nesta e em toda a terra evangelistas e arautos do teu reino, para que a tua Igreja proclame as insondáveis riquezas de nosso Salvador Jesus Cristo; que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

11/11/2019

11 de novembro — Martinho de Tours, Pastor


Martinho nasceu em uma família pagã na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316 d. C. e cresceu na Lombardia (Itália). Vindo à fé cristã na juventude, ele iniciou uma carreira no exército romano. Mas sentindo um chamado para uma vocação na igreja, Martinho deixou o exército e tornou-se monge, afirmando ser “soldado de Cristo”. Consequentemente, Martinho foi nomeado bispo de Tours, na Gália ocidental (França). Ele é lembrado por seu estilo de vida simples e sua determinação em compartilhar o Evangelho por todas as regiões rurais da Gália. Casualmente, no Dia de São Martinho, em 1483, o filho de Hans e Margarette Lutero, com apenas um dia de idade, foi batizado e recebeu o nome de “Martinho” Lutero.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus dos Exércitos, teu servo Martinho, o soldado, incorporou o espírito de sacrifício. Ele tornou-se bispo na tua Igreja para defender a fé católica. Concede-nos a graça de seguir os seus passos para que quando nosso Senhor retornar possamos estar trajados com a veste batismal da justiça e da paz; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 903)

Imagem: São Martinho de Tours (Église Saint-Martin Louvie-Juzon, França)

09/11/2019

Vigésimo Segundo Domingo após Pentecostes (Ano C – Próprio 27)


10 de novembro de 2019

Êxodo 3.1–15
Salmo 148
2 Tessalonicenses 2.1–8, 13–17
Lucas 20.27–40


O Deus Triúno detém o mal e vence a morte com a ressurreição


Os cristãos vivem como “filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lc 20.36), pois o Senhor nosso “Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos” (Lc 20.38). Aqueles “que dizem não haver ressurreição” (Lc 20.27) não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus, mas os fiéis batizados sabem “que os mortos ressuscitam” (Lc 20.37). O Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, conheceu os sofrimentos de Israel e desceu “a fim de livrá-lo” (Ex 3.8). Moisés revelou ao povo escolhido por Deus o nome de Yahweh, o nome pelo qual Deus é “lembrado de geração em geração” (Ex 3.15). Por isso o apóstolo São Paulo adverte contra o anticristo, que se opõe à sagrada lembrança do nome divino e que se levanta contra a Deus, “a ponto de assentar-se no santuário de Deus” (2 Ts 2.4). Este homem da iniquidade pratica e prega “a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça” (2 Ts 2.9,10). Contudo, os cristãos são consolados pela vinda do Senhor Jesus, que mata o anticristo e refuta sua falsa doutrina “com o sopro de sua boca” (2 Ts 2.8). Mediante a Sua pregação, o Senhor chama seus escolhidos para que “fiquem firmes e guardem as tradições que lhes foram ensinadas” (2 Ts 2.15). Ouça, receba e creia na promessa divina de amor, “eterna consolação e boa esperança” (2 Ts 2.16).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus vivo, teu grande poder é tornado conhecido principalmente ao mostrar misericórdia e piedade. Concede-nos a totalidade da tua graça para nos agarrarmos às tuas promessas e vivermos para sempre em tua presença; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia).

Imagem: Moisés e a sarça ardente, por Andreas Brugger (1737-1812)

9 de novembro - Martin Chemnitz, Pastor e Confessor



Ao lado de Martinho Lutero, Martin Chemnitz (1522-1586) é considerado o mais importante teólogo na história da Igreja Luterana. Chemnitz reunia uma inteligência intensa e um conhecimento quase abrangente das Escrituras e dos Pais da Igreja com um amor genuíno pela igreja. Quando irromperam diversas divergências doutrinárias após a morte de Lutero, em 1546, Chemnitz decidiu entregar-se inteiramente à restauração da unidade na Igreja Luterana. Ele se tornou o espírito conducente e principal autor da Fórmula de Concórdia de 1577, que apaziguou as disputas doutrinárias com base nas Escrituras e, em grande medida, conseguiu restaurar a unidade entre os luteranos. Chemnitz também escreveu os quatro volumes do Examen Concilii Tridentini [Exame do Concílio de Trento] (1565-1573), no qual submeteu rigorosamente ao juízo das Escrituras e dos Pais da Igreja antiga os ensinamentos deste Concílio Católico Romano. O Examen tornou-se a réplica luterana definitiva ao Concílio de Trento, bem como uma exposição minuciosa da fé da Confissão de Augsburgo. Chemnitz foi uma verdadeira dádiva de Deus para a Igreja, tanto como um teólogo quanto clérigo.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, por meio do ensino de Martin Chemnitz tu nos prepara para a vinda de teu Filho para buscar sua Noiva, a Igreja, a fim de que, com toda a congregação dos redimidos, possamos, finalmente, entrar em tua eterna festa de casamento; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 896-897)

08/11/2019

8 de novembro - Johannes von Staupitz, Confessor de Lutero


Johannes von Staupitz (c. 1469-1524), vigário-geral da Ordem Agostiniana na Alemanha e amigo de Martinho Lutero, nasceu na Saxônia. Estudou nas universidades de Leipzig e Colônia e prestou serviços na faculdade em Colônia. Em 1503, foi chamado por Frederico, o Sábio, para ser reitor da faculdade de teologia na recém-fundada Universidade de Wittenberg. Lá Staupitz incentivou Lutero a obter um doutorado em teologia e nomeou Lutero como seu sucessor para professor de Bíblia na universidade. Durante as primeiras lutas de Lutero para compreender a graça de Deus, foi Staupitz quem aconselhou Lutero a focar em Cristo e não em si próprio.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso, eterno Deus, por nossos muitos pecados merecemos justamente a condenação eterna. Em tua misericórdia, enviaste teu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que conquistou para nós o perdão dos pecados e a salvação eterna. Concede-nos uma confissão verdadeira, para que mortos para o pecado, possamos ouvir as doces palavras da Absolvição de nosso confessor, como Lutero ouviu de seu pastor Johannes von Staupitz, e sermos libertados de todos os nossos pecados, através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 893)

06/11/2019

Bo Giertz: o verdadeiro arrependimento


"O verdadeiro arrependimento consiste, de acordo com a marcante descrição do catecismo, de três coisas: que confessamos de todo o coração nossos pecados, sentimos tristeza por causa do pecado e desejamos ser libertos dos pecados.

A primeira coisa é confessá-los. Pode demorar um pouco até que Deus me faça confessar um pecado específico. Durante muito tempo, procuro desculpá-lo ou escondê-lo pelas costas dos outros. Mas no final, isso não pode continuar. Eu devo ceder à consciência e à Palavra. Se eu me recuso a fazer isso, toda a minha vida espiritual murcha. Aqui é muito importante ser precavido e honesto na leitura da Bíblia.

A segunda coisa é ter tristeza por causa do pecado. Não é necessário apresentar uma desculpa cortês diante de Nosso Senhor. O arrependimento é sempre uma verdadeira tristeza por ter sido contra Deus. Enquanto isso, é importante lembrar que essa tristeza pelo pecado é muito diferente com diferentes pessoas. Só levará à artificialidade e à desonestidade se tentarmos forçar um certo grau de tristeza. Da mesma forma, deve-se também ter muito cuidado com o guia espiritual que verifica a autenticidade do arrependimento de acordo com o grau de agitação emocional ou mesmo conforme as lágrimas que uma pessoa pode de fato apresentar. Não é correto que alguém será convertido porque chorou satisfatoriamente. Além disso, a inclinação de uma pessoa para lamentar o pecado pode tornar-se uma forma perigosa de jactância espiritual. A pessoa convive com a miséria em vez de lutar resolutamente contra ela.

O sinal mais seguro de um arrependimento sincero nunca é a tristeza pelo pecado, mas meu desejo de ser liberto dele. Uma pessoa arrependida não apenas evita o pecado em si, mas também aquilo que nossos antepassados, em sua linguagem marcante, chamavam de “oportunidades para pecar”, isto é, tudo aquilo que pode se tornar uma tentação naqueles pontos que eu sei, por experiência, que tenho minhas fraquezas: certas companhias, certas leituras, certos lazeres ou trabalhos. Aqui ninguém deve vir com a conversa de que alguém que tem responsabilidade missionária deve estar lá fora entre as pessoas. Isto porque não se pode evangelizar neste tipo de situação sem ter aquela fé que vence o mundo - e tal fé ninguém tem ainda."

Bispo Bo Giertz
(Life by Drowning: Enlightenment through Law and Gospel. Cambridge: The Evangelical Lutheran Church of England, 2013. pág. 12–13)

02/11/2019

2 de novembro - Dia de Finados


No Dia de Finados lembramos “todos os fiéis defuntos” (omnium fidelium defunctorum), ou seja, todos aqueles que partiram na fé em Cristo e aguardam a ressurreição da carne (cf. Credo Apostólico).

Damos graças a Deus por todos nossos entes queridos e todos aqueles que partiram e que de várias maneiras e em muitas circunstâncias, foram instrumentos de Deus na transmissão e fortalecimento de nossa fé. Por isso, são “bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (Apocalipse 13.14).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, contigo estão todos os que adormeceram confiando em ti e nas tuas promessas em Cristo, pois agora descansam aliviados da carga do pecado. Agradecemos-te pela tua presença amorosa na vida de todos aqueles que perseveraram na fé até o fim e pedimos que permitas que os nossos caminhos e os daqueles que já partiram se encontrem na mansão que preparaste para os que confiam em teu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

01/11/2019

Quem tem a última palavra?




Você já viu duas pessoas discutindo? Ou já entrou numa discussão? Qual é objetivo dos participantes? O objetivo é dizer a última palavra e mostrar que sempre esteve certo. A morte é algo tão trágico em nossas vidas que quando deparamos com ela imaginamos que ela deu a palavra final.
Aqui está a diferença em ser um santo de Cristo, em confiar em Jesus como Salvador: quem tem a última palavra não é a morte, muito pelo contrário, quem tem a última Palavra é Cristo. O Evangelho de hoje nos afirma: “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5.24). No último culto, culto que foi celebrado a reforma, falei que Cristo é a Palavra de Deus que se fez carne. E ouvir Cristo, confiar nele de todo o coração, faz diferença em nossas vidas. Cristo tem a última palavra e Ele diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crer em mim, ainda que esteja morto, viverá.”
Normalmente o pastor luterano vai com a família enlutada até a cova. Ele vai junto à cova para nos fazer um convite, aliás, um convite muito especial. Ele nos convida a fecharmos os nossos ouvidos para o grito silencioso da morte e ouvirmos a Palavra final de Cristo. Diante da cova, o pastor convida a desviarmos os nossos olhares do que vemos e colocarmos os nossos olhares para a esperança de todos os santos: a ressurreição.
O pastor dirá as seguintes palavras: “Nada trouxemos a este mundo, e nada levaremos dele. O Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor. 'Não queremos, porém irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem' (1 Tessalonicenses 4.13,14). Visto que o Deus onipotente, em sua sábia providência, decidiu levar deste mundo a alma de seu servo falecido (nome da pessoa), entregamos seu corpo para ser sepultado. Terra à terra, cinza à cinza, pó ao pó – na esperança da ressurreição para a vida eterna, por nosso Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso corpo mortal para torná-lo semelhante ao seu corpo glorioso, segundo o seu poder. Deus Pai que criou este corpo; Deus Filho, que com seu sangue redimiu este corpo, junto com a alma; Deus Espírito Santo, que pelo batismo santificou este corpo para ser seu templo, guarde estes restos mortais para o dia da ressurreição! Guarde estes restos mortais para ressurreição:

Que palavras maravilhosas ouvimos. A morte não tem a última palavra, quem tem é Cristo e Ele diz: 'Eu sou a ressurreição e a vida'".

Neste final de semana celebramos os santos de Cristo. Ou seja, celebramos todos aqueles que confiaram em Jesus como Salvador. Aos santos que estão vivos, lembre-se nós somos o corpo de Cristo, nós Cristãos somos a Igreja de Cristo. Aos santos que já estão com Cristo, afirmamos e confessamos que Cristo tem a Palavra final sobre a morte, pois, Ele é Senhor e doador da vida. Amém
 Que a paz de Deus que excede todo entendimento humano guarde as vossas mentes e corações para a vida eterna. Amém.