11/06/2024

Em Cristo temos a mesma consolação que consolou os apóstolos

 Ilustração de Kelly Klages em We All Believe in One True God (Tobias Clausnitzer, Kloria Publishing, 2018)

Hoje nosso calendário santoral lembra Barnabé, mencionado especialmente nos capítulos 4 (vv. 36-37), 9 (vv. 26-30), 11 (vv. 19-30), 13 e 15 (vv. 36-40) de Atos dos Apóstolos,

Uma bela e inspiradora canção de Guilherme Kerr tornou a história de Barnabé bem conhecida no meio cristão evangélico. O refrão dizia assim:

"Era o seu nome Barnabé, natural de Chipre,

Também chamado de José da Consolação,

Homem bom e piedoso, cheio de temor e fé,

Homem de Deus."

Sim! Barnabé foi um homem de Deus. Nós também somos homens e mulheres de Deus. E, assim como Barnabé, e todos os santos na glória, também somos pecadores, falhos e necessitados da misericórdia e perdão divino, como escreveu o reformador Lutero neste trecho destacado do volume 10 das Obras Selecionadas:

"Não devemos atribuir aos apóstolos tamanha santidade como se não pudessem pecar. Lucas relata no cap. 15 de Atos que entre Paulo e Barnabé houve uma desavença tão violenta que vieram a separar-se, depois de terem sido separados para o ministério do Evangelho entre os gentios e já terem percorrido muitas regiões em que anunciaram o Evangelho. Aqui, ou Paulo ou Barnabé, se excedeu. Essa discórdia que separou esses companheiros, antes, tão unidos, deve ter sido muito veemente. É o que o texto também sugere. Tais exemplos foram escritos para o nosso conforto, pois somos plenamente consolados quando ouvimos que também tão grandes santos pecam. Esse consolo nos querem arrebatar aqueles que negam que os santos possam pecar. [...] A tais exemplos, as fracas e tímidas consciências devem dar a máxima importância, para que, por intermédio deles, aprendam a compreender melhor o que oram, quando dizem: "Perdoa-nos", etc., e entendam melhor o artigo da remissão dos pecados em que os apóstolos e todos os santos creram. E, juntamente, conosco oraram: "Pai nosso", etc. Os apóstolos não tinham nenhuma vantagem sobre nós, exceto o apostolado. Nós possuímos os mesmos bens que eles, a saber, o mesmo Cristo, o mesmo Batismo, a mesma Palavra, a mesma remissão dos pecados. De todos esses bens, também eles careciam e por eles foram santificados e salvos, como nós."

(Comentário da Epístola aos Gálatas, 1935, em Obras Selecionadas de Lutero, vol. 10, págs. 120-121)

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