“O
Evangelho segundo S. Mateus 2. 1-11”
O Santo Evangelho para este dia lembra que, “tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém” (Mateus 2.1). Movidos por um ardente desejo, estes magos se aventuram em uma perigosa e cansativa viagem, passando entre povos e lugares desconhecidos. E quando chegam em Jerusalém, começam a perguntar: “Onde está recém-nascido Rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mateus 2.2).
O objetivo da viagem deles não era investigar se havia ou não nascido o Rei dos Judeus. Pela pergunta que eles fazem, fica evidente que eles não procuram uma certeza ao término da viagem. Na verdade, certeza eles já tinham antes de viajar. E por isso, estão convictos: O Rei veio! Ele nasceu! Portanto, é um menininho. Onde ele está? Nós vimos a sua estrela!
Sua estrela! A estrela de Belém! Foi ela que despertou, motivou e conduziu os magos até a Judeia? De certa forma, sim. Porém, muito mais no sentido de ser um sinal de algo maior. Afinal, somente a aparição da estrela em si não bastaria – não importa quão grandioso tenha sido aquele fenômeno no céu – Ela Jamais levaria os magos até a terra dos judeus para adorar o Rei que havia nascido.
Mas, então, como eles sabiam que o Rei havia chegado? Os magos do oriente eram estudiosos das estrelas, e como bons estudiosos, se dedicavam a conhecer todas as profecias antigas relacionadas as estrelas. E, por isso, é muito provável que uma dessas profecias tenha chamado a atenção deles. Como, por exemplo, Isaías 60: 1-3, que diz: “Levante-se, resplandeça, porque já vem a sua luz, e a glória do Senhor está raiando sobre você. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão envolve os povos; mas sobre você aparece resplandecente o Senhor, e a sua glória já está brilhando sobre você. As nações se encaminham para a sua luz, ó Jerusalém, e os reis são atraídos para o resplendor do seu amanhecer”. Ou ainda, aquela que associava o aparecimento de uma estrela singular com o nascimento do verdadeiro Rei de Israel. Esta profecia está registrada em Números 24:17 e diz assim: “Eu o vejo, porém não agora; eu o contemplo, mas não de perto. Uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro”.
A estrela, sem dúvida, foi um sinal enviado por Deus para indicar o caminho aos magos; porém, o que levou aqueles estudiosos até a Judeia não foi a aparição da estrela; mas sim a Profecia, a Palavra de Deus. Pois sem a Profecia, sem a Palavra de Deus, aquela estrela – mesmo sendo grandiosa – seria somente mais um astro se manifestando na imensidão do firmamento. Ao chegarem em Belém, os magos “alegraram-se com grande júbilo” (Mateus 2.10). E entrando na casa, viram o Menino! E ao ver Jesus, o reconheceram, e assim, “prostraram-se e o adoraram” (Mateus 2.11).
A imagem final dessa história vocês conhecem bem. Presentes são trazidos diante do Menino: “ouro, incenso e mirra” – são ofertas; afinal, somente oferta aquele que é movido pela Palavra e que reconhece o Senhor Jesus Cristo como o seu Rei. Deste modo, se você não sente o desejo de ofertar diante do Senhor, cuidado; pois o seu problema não é com relação a dinheiro ou bens, na verdade, é um problema de confiança no Senhor Jesus Cristo. Os magos não tiveram esse problema, pois movidos pela Palavra de Deus, eles foram até o Menino, reconheceram ser ele o Rei Prometido, e ofertaram do melhor que eles tinham. E fizeram tudo isso em alegria e gratidão! Afinal, eles sabiam, e nós também precisamos ter isso em nossa mente e em nosso coração: “As riquezas e a glória vêm unicamente do Senhor” (1Crônicas 29:12).
E por favor, não digam que os magos tiveram privilégios que hoje não temos. Pois o mesmo guia, isto é, a Palavra de Deus, que despertou, motivou e conduziu os magos até a presença real de Jesus Cristo, é o que hoje continua sendo o grande guia que nos conduz a presença real deste mesmo Senhor e Salvador. Por isso, todos nós, aqui na Casa de Deus, também nos prostamos, adoramos e ofertamos; pois “o Senhor, a quem buscamos, vem e está aqui” (Malaquias 3:1).
Para concluir esta homilia, eu afirmo a todos vocês que aqui estão: Nossa jornada como filhos de Deus continua e é longa; porém, temos um guia para o nosso caminhar: A Palavra de Deus, aquela que é a “lâmpada para os nossos pés, e a luz para os nossos caminhos” (Salmo 119.105). E movidos por esta Palavra, “da qual eu fui constituído Ministro, e tenho o privilégio e a Graça de pregar” (Efésios 3: 7-8), nós podemos ter a plena certeza de que não há outro lugar para estar a não ser diante daquele que é o Rei dos Reis, o Menino de Belém – Jesus Cristo, nossa Salvação!
Amém!
Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Igreja Luterana Santíssima Trindade em Naviraí/MS
A Epifania de nosso Senhor, 2025 AD
Nenhum comentário:
Postar um comentário