A música é uma preciosa e boa dádiva de Deus. Entre os reformadores do século 16, Lutero se destaca como aquele que se dedicou tanto ao pensamento teológico quanto à música para ser cantada na igreja e no lar.
A devoção e estima de Lutero pela música é muito perceptível numa carta que escreveu em 1530 ao maestro e compositor Ludovico Senfl:
“Não há dúvida de que há muitas sementes de boa qualidade na mente daqueles que são movidos pela música. Aqueles, no entanto, que não se sentem tocados pela música, eu acredito que certamente são como tocos e blocos de pedra. Pois nós sabemos que a música. . . é detestável e insuportável para os demônios. De fato, julgo claramente, e não hesito em afirmar, que fora a teologia não há arte que possa ser equiparada à música, pois, exceto a teologia, somente a música produz o que de outra forma só a teologia dá, a saber, uma disposição calma e alegre. Prova manifesta disso é que o diabo, o criador de preocupações entristecedores e ansiedades inquietantes, foge ao som da música da mesma forma como foge da palavra da teologia. Esta é a razão pela qual os profetas não fizeram uso de outra arte, a não ser a música. Eles não expuseram sua teologia como geometria, nem como aritmética, nem como astronomia, mas como música, de modo que mantiveram a teologia e a música fortemente conectadas e proclamaram a verdade por meio de salmos e canções. . . . Meu amor pela música é abundante e transbordante, pois muitas vezes me revigorou e me libertou de grandes aborrecimentos.”
- Bem-aventurado Martinho Lutero, doutor e reformador da igreja, em Carta a Ludovico Senfl (Coburg, 4 de outubro de 1530). Fonte: Luther Works 49:427-428.
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