25/06/2018

25 de Junho - Apresentação da Confissão de Augsburgo




Introdução:

            Em 25 de Junho de 1530, os Luteranos – liderados por Filipe Melanchton, amigo e colaborador de Lutero – apresentaram na cidade de Augsburgo, na Alemanha, diante do imperador Carlos V, a sua confissão de Fé. Esta se tornou conhecida como Confissão de Augsburgo que, por apresentar as verdades fundamentais da Fé Cristã, não se coloca como um credo particular dos Luteranos, mas uma confissão de Fé de todos os cristãos, em que através dos seus artigos ensina que somos salvos pela Graça de Deus (Sola Gratia), mediante a Fé (Sola Fide), conforme a Sagrada Escritura (Sola Scriptura). Esta confissão, juntamente com os Credos ecumênicos e outros escritos confessionais do século XVI foram reunidos no Livro de Concórdia de 1580 – a exposição correta das Sagradas Escrituras, aquilo que como cristãos, cremos, ensinamos e confessamos.


Resumo dos principais Artigos da primeira parte:

            “Em primeiro lugar, ensina-se que há uma só essência divina, que é chamada Deus e verdadeiramente é Deus (Dt 6.4). E, todavia, há três pessoas nesta única essência divina: Pai e Filho e Espírito Santo (Mt 28.19), todas três uma única essência, eterna, indivisa, de incomensurável poder, sabedoria e bondade” (CA I).

            “Ensina-se, outrossim, que depois da queda de Adão, todos os homens naturalmente nascidos são concebidos e nascidos em pecado (Sl 51.5). Este pecado condena eternamente a quantos não renascem (Jo 3.3-6) pelo Batismo e pelo Espírito Santo” (CA II).

            “Ensina-se, também, que o Filho se fez homem, nascido da Virgem Maria (Is 7.14), e que as duas naturezas, divina e humana, inseparavelmente unidas em uma única pessoa, são um só Cristo (Lc 1.39-43), que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem” (CA III).

            “Ensina-se, ainda, que não podemos alcançar Perdão e Justiça diante de Deus por mérito ou obra nossos (Rm 3.10-12), porém, recebemos perdão dos pecados e nos tornamos justos pela Graça (Ef 2.8-9), por causa de Cristo, mediante a Fé” (CA IV).

            “Para recebermos essa Fé, instituiu Deus o Ofício da Pregação (Jo 20.21-23, Rm 10.14-15), dando-nos o Evangelho e os Sacramentos (1Co 4.1), pelos quais, como por meios, dá o seu Espírito, que opera a Fé” (CA V).

            “Ensina-se também que sempre haverá e permanecerá uma única santa Igreja Cristã (Mt 16.16-18), que é a congregação de todos os crentes (Ef 4.5), entre os quais o Evangelho é pregado puramente e os Sacramentos administrados de acordo com o Evangelho” (CA VII, VIII).

            “Do batismo se ensina que é necessário (1Pe 3. 18-21) pois oferece Graça (Tt 3. 4-7); que também se devem batizar as crianças (At 2. 38-39), as quais, são entregues a Deus e a ele se tornam agradáveis” (CA IX).

            “Da Ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na Ceia (Mt 26. 26-28) sob o pão e do vinho (1Co 11. 20-26) e são nela distribuídos e recebidos” (CA X).

            “Da Confissão se ensina que se deve conservar a Absolvição Particular, não a deixando cair em desuso na Igreja (Tg 5.16), ainda que nela seja desnecessário enumerar (Sl 19.12) todos os pecados. Mas que estimule o arrependimento e se receba o perdão” (CA XI e XII).

            “Ensina-se, ainda, que os Sacramentos foram instituídos para serem sinais e testemunhos da vontade divina para conosco, com o fim de que, por eles, se desperte e fortaleça a nossa Fé (Mc 16.16, Mt 26.28, Mt 16.19). Assim, se ensina que, sem chamado regular (2Co 5.20), ninguém deve publicamente ensinar ou pregar ou administrar os Sacramentos na Igreja” (CA XIII e XIV).

            “Ensina-se, também, que toda autoridade no mundo e todos os governos e leis ordenados são boas, criadas e instituídas por Deus (Rm 13. 1-7), e que cristãos podem, sem pecado, ocupar o cargo de autoridade. Por isso, os cristãos têm o dever de estar sujeitos à autoridade (1Tm 2. 1-2) obedecer (At 5.29) em tudo o que não envolva pecado” (CA XVI).

            “Também se ensina que Cristo voltará no último dia para julgar (Mt 25. 31-34), e ressuscitará todos os mortos (Jo 5. 28-29), dará aos crentes vida eterna, e condenará os descrentes ao castigo eternos” (CA XVII).

            “Ensina-se, além disso, que o homem tem, até certo ponto, livre arbítrio para viver exteriormente de maneira honesta e escolher entre aquilo que a razão compreende (1Co 2.14). Todavia, sem a Graça e o auxílio do Espírito Santo (Jo 6.44), o homem é incapaz de temer a Deus de coração, ou crer (2Co 3. 4-6), ou expulsar de si mesmo as más concupiscências inatas” (CA XVIII).

            “Sobre os santos (Sl 149), se ensina que devemos lembrar-nos deles (Hb 13.7), para fortalecer a nossa Fé ao vermos como receberam Graça e foram ajudados pela Fé (Hb 12. 1-2); e, também tomemos exemplo de suas obras. Entretanto, não se prova pela Escritura (1Tm 2. 3-6) que se devem invoca-los ou procurar auxílio junto a eles” (CA XXI).


Conclusão:

            Este é o resumo do que é ensinado em nossas Igrejas para instrução na Palavra de Deus e consolo e vida dos fiéis. Por isso, tudo o que cremos, ensinamos e confessamos está fundamentado na Escritura e não se opõe a Igreja Cristo de todos os tempos. Desse modo, os confessores luteranos, testemunharam sua Fé não como uma nova seita ou uma igreja separatista, mas, como a una, sancta e apostólica Igreja Cristã.

            Continuemos hoje, a preservar as verdades da Escritura em nossa vida e em nossas congregações, tendo a certeza que mesmo diante dos ataques e tentações do mundo, do diabo e de nossa própria carne, “a Palavra do SENHOR permanece para sempre” (Is 40.3).


Rev. Helvécio José Batista Júnior
Ministro do Senhor nas Igrejas Luteranas "Bom Pastor" e "Cristo Rei" em Cariacica/ES

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