29/12/2018

Davi chama seus salmos de salmos de Israel



"Palavra de Davi, filho de Jessé; palavra do homem que foi exaltado, do ungido do Deus de Jacó, do suave salmista de Israel. O Espírito do Senhor fala por meio de mim; e a sua palavra está na minha língua." (2 Samuel 23.1-2)
 
O Salmo da congregação

A fé não descansa nem tira férias. Ela se manifesta, fala, prega. Com júbilo, ela se põe a compor lindos salmos, canta belos hinos para, com alegria, louvar e agradecer a Deus bem como mover os demais e ensinar-lhes. Agora, isto não se refere apenas à beleza e à suavidade dos salmos, sob o ponto de vista da gramática e da música, isto é, palavras ordenadas de forma graciosa e artística e canto ou música que soa bem e agrada aos ouvidos, bom texto e bela melodia. Antes, é quando se considera sua teologia e conteúdo espiritual que os salmos se revelam de fato belos e maravilhosos. É claro, a música ou melodia também ajudam, como criatura e dom de Deus que são, especialmente quando a congregação canta e quando se leva a coisa a sério.

Davi chama seus salmos de salmos de Israel. Não os atribui a si mesmo nem tampouco quer a honra tão-somente para si. Israel deve receber, julgar e reconhecê-los como seus. Pois é necessário que uma palavra ou hino seja aceita ou não pela casa de Deus ou pelo povo de Deus. Assim, nós, cristãos, falamos de nossos salmistas.

Santo Ambrósio compôs muitos hinos bonitos, os quais são hinos da igreja porque esta os aceitou e os usa como se ela própria os tivesse composto. Por isso não dizemos, “assim canta Ambrósio, Gregório, Prudêncio, Sedúlio”, mas, “assim canta a igreja cristã”. Pois trata-se apenas de hinos que Ambrósio, Sedúlio e outros cantam em conjunto com a igreja, e a igreja com eles. E quando eles morrem, a igreja, que permanece, continuará cantando os hinos que eles compuseram.

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Tratado sobre as últimas palavras de Davi, 1543)

Fonte: Castelo Forte: Devoções Diárias 1983, 05/05 (São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1983)

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