As bênçãos que nos foram dadas pela circuncisão de Cristo nos asseguram um abençoado Ano Novo
A circuncisão no Antigo Testamento significava salvação. Deus estabeleceu sua aliança com Abraão: "em ti", "na sua descendência" (Gn 12.1-3; 22.18), "que é Cristo" (Gl 3.16). Como um símbolo da aliança eterna de Deus e como meio de transmitir sua bênção, Deus deu o rito ou sacramento da circuncisão (Gn 17.9-14). A circuncisão indicava que o ser humano nasce em pecado, está por natureza sob a Lei e sua maldição (Gl 5.3), e esse pecado tinha que ser extirpado do coração pecaminoso e mau (Rm 2.29; 4.11). Isso é feito por nossa circuncisão através da fé em Cristo (Cl 2.11). Portanto, a circuncisão lembrava o povo da promessa divina de um Salvador e de salvação por meio dele. Era um sacramento, ou rito, pelo qual os judeus e os estrangeiros dentre os gentios (Êx 12.48) eram admitidos aos privilégios da aliança da família de Deus. Aquele que se recusava a ser circuncidado se separava do povo de Deus (Gn 17.12-14). A circuncisão do Antigo Testamento derivava seu poder santificador da obra expiatória de Cristo, da qual a circuncisão de Cristo foi uma importante parte.
A circuncisão de Cristo significava salvação. Ao ser circuncidado, Cristo, que não tinha pecado, se colocou no lugar do pecador para cumprir a Lei e sofrer a punição pelo pecado do ser humano (Gl. 4. 5). A circuncisão de Cristo foi o início de sua obediência ativa e passiva para redimir um mundo pecador, cuja redenção foi completada quando Cristo na cruz disse: "Está consumado". Não precisamos mais daquela circuncisão externa da carne, mas precisamos da circuncisão do coração (Rm 2.29) e daquela fé que atua pelo amor (Gl 5.6). Tudo o que Cristo adquiriu para nós em sua circuncisão, ele nos dá no Santo Batismo, o sacramento do Novo Testamento pelo qual o pecador é recebido no reino de Deus. No batismo, Deus nos torna filhos dele nesta vida e na eternidade (At 2.38; Gl 3.26, 27). Vamos, penitentemente, reconhecer nossos pecados, pela fé, aceitar sempre de novo a Cristo, nosso Salvador, e manifestar tal fé por uma vida piedosa. Assim, temos a certeza de um novo ano abençoado e podemos entrar nele com confiança e alegria, pois "aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou", também "nos dará graciosamente com ele todas as coisas" (Rm 8.32).
Fonte: John Henry Charles Fritz. The Festival of Christ's Circumcision (New Year's Day). Concordia Theological Monthly. Vol. 14, n. 12, 1943. p. 861-862.
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