19/06/2023

A SAGRADA LITURGIA ~ Confissão de Pecados

 


CONFISSÃO DE PECADOS

Após a Invocação do Nome do Senhor, a Sagrada Liturgia nos dirige para o momento de Confissão dos pecados e da Santa Absolvição.

Por que podemos confessar os nossos pecados a Deus? Antes de qualquer coisa, porque somos seus filhos e herdeiros por causa do Santo Batismo. E essa verdade foi trazida novamente a nós por meio das palavras iniciais do Culto Divino: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Atrelado a isso, podemos nos aproximar de Deus para confessar os nossos pecados porque ele se coloca diante de nós para ouvir nossa confissão e estender o seu perdão – como ressalta os versículos iniciais deste momento litúrgico.

Ao observar o Hinário Luterano, identificamos estes consoladores e motivadores textos da Palavra de nosso Deus: “O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra” (Salmo 124:8). “Eu disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Salmo 32:5).

O que esses versículos nos ensinam nesse momento? Somos batizados pelo Senhor e reunidos em seu Nome. Mas, quem é este Deus que está no meio de nós? Salmo 124:8bO Senhor que fez o céu e a terra”. E como sabemos que, sendo nós pecadores, podemos nos aproximar nele e buscar nele o perdão? Salmo 124:8O nosso socorro está no Nome dele”. Sabendo disso, nós então seguimos o exemplo do Rei Davi e com a mesma confiança que ele teve “confessamos ao Senhor as nossas transgressões” na certeza de que ele “perdoa a iniquidade de nosso pecado” (Salmo 32:5).

Ainda cabe mais uma observação sobre este momento de Confissão de Pecados: A quem estamos confessando os nossos pecados? Ao Ministro do Senhor ou ao próprio Senhor?

O Catecismo Menor do bem-aventurado Dr. Martinho, que é um dos Documentos Confessionais da Igreja Luterana, que nós subscrevemos de forma incondicional, ensina a respeito disso que “a confissão compreende duas partes: primeiro, que confessemos os nossos pecados; segundo, que aceitemos a absolvição do confessor como de Deus mesmo, sem duvidar de modo algum, mas crendo firmemente que por ela os pecados são perdoados perante Deus no céu” (Cm V).

A partir disso, compreende-se que a confissão é feita ao Ministro, e não há problema quanto a isso porque ele está ali “em lugar e pela autoridade” do Senhor. Desse modo, a confissão feita a ele é certamente uma confissão feita ao próprio Senhor.

Um conhecido exemplo de confissão dos pecados a um Ministro do Senhor, e que vale a pena ser ressaltado por tudo o que a envolve, ocorre no Antigo Testamento com o Rei Davi diante do Profeta Natan (2Samuel 12: 1-13).


Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Igreja Luterana Santíssima Trindade
Naviraí/MS, 2023 AD


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