30/06/2015

A Igreja Luterana pertence à mesma igreja cristã universal (católica) de todos os tempos


Este blog tem o propósito de expor temas relacionados à teologia luterana e, ao mesmo tempo, proporcionar recursos devocionais de acordo com o calendário litúrgico. Devido nossa subscrição “quia” das Confissões Luteranas, por vezes recebemos algumas críticas de irmãos de outras denominações cristãs, e até mesmo de luteranos, sobre tradições e ensinos conservados na Reforma do século XVI. Nestes casos, temos pacientemente exposto as razões de nossa fé e prática sempre respeitando a visão e opinião de nossos interlocutores. Quando o fazemos, nossa intenção é apenas demonstrar que a Igreja Luterana difere das demais denominações “protestantes” pelo simples fato de confessar que pertence à mesma igreja cristã universal (católica) de todos os tempos e, por isso, não aboliu tradições e cerimônias que acompanham a cristandade desde a antiguidade e que não são proibidas pelas Escrituras.

O trecho abaixo, retirado de um escrito do teólogo Hermann Sasse é muito esclarecedor neste sentido:

“A teologia Luterana difere da Reformada no que ela põe grande ênfase no fato de que a igreja evangélica não é outra, mas a mesma Igreja Católica medieval purificada de certas heresias e abusos. A teologia Luterana reconhece que pertence à mesma igreja visível a qual Tomás de Aquino e Bernardo de Claraval, Agostinho e Tertuliano, Atanásio e Irineu uma vez pertenceram. A igreja evangélica ortodoxa é a legitima continuação da Igreja Católica medieval, não a igreja do Concílio de Trento e [Primeiro] Concilio Vaticano que renunciaram a verdade evangélica quando rejeitaram a Reforma. Não obstante, a igreja evangélica ortodoxa é verdadeiramente idêntica à Igreja Católica ortodoxa de todos os tempos. E assim como por sua natureza, a Igreja Reformada enfatiza sua forte oposição à igreja medieval, assim também por sua natureza, a Igreja Luterana necessita que ela insista na unidade e identidade com a Igreja Católica até o limite mais remoto possível. Não foi mera diplomacia político-eclesiástica que ditou a enfática declaração na Confissão de Augsburgo, de que os ensinamentos dos Evangélicos eram idênticos àqueles da Igreja Católica ortodoxa de todas as épocas e, não foi romantismo ou falso conservadorismo que tornou nossa igreja preocupada em reter o tanto quanto possível da lei canônica antiga e se apegar firmemente às formas antigas de culto.”

- Hermann Sasse (1895-1976) teólogo luterano confessional (Here We Stand: nature and character of the Lutheran faith. New York: Harper, 1938. p 110-111)

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