01/07/2016

Comemoração de Henrique Voes e João Esch, Mártires – 1 de julho

Os monges agostinianos Henrique Voes e João Esch sendo queimados, ilustração em “Atos e Monumentos” (9ª edição) de John Foxe.

Hoje lembramos dos santos Henrique Voes e João Esch, monges agostinianos que foram queimados no dia 1º de julho de 1523 por ensinar que somente a fé justifica. Esch e Voes foram os primeiros mártires da Reforma.

Esch e Voes eram monges do Mosteiro de Santo Agostinho, em Antuérpia (atual Bélgica). Em 1522, quando os monges daquele mosteiro professaram publicamente a doutrina luterana, todos eles foram presos e interrogados. Quando os monges perceberam que corriam o risco de serem queimados vivos, caso não se retratassem, todos voltaram atrás, exceto João Esch, Henrique Voes e Lampertus Thorn. Os monges que se retrataram foram liberados, mas não voltaram ao mosteiro, que, na verdade foi demolido, depois de ser declarado contaminado.
Esch, Voes e Thorn, ainda mantidos em custódia, foram interrogados novamente pelo tribunal da Inquisição eclesiástica, mas se recusaram a se retratar. Foram então entregues ao tribunal secular e condenado à morte. Depois de serem levados para Bruxelas para serem executados, Voes e Esch recusaram-se a renunciar ao luteranismo diante de novas tentativas de retratação. Thorn pediu um prazo de quatro dias para estudar as escrituras com respeito aos seus pontos de vista, por isso não foi executado juntamente com Esch e Voes. Esch e Voes foram sumariamente entregues ao carrasco e queimados vivos numa estaca na praça do mercado de Bruxelas, acusados de Lutherije (ideias luteranas). No entanto, as acusações contra eles não foram lidas em voz alta como era a prática corrente, pois as autoridades estavam preocupadas que isso poderia espalhar as ideias luteranas entre as testemunhas públicas ou que estas ideias poderiam ser a ignição de um protesto.
Ao saber da execução de Esch e Voes, Martinho Lutero escreveu o que é tido, não somente como seu primeiro hino, mas também o primeiro hino da Reforma. “Ein neues Lied wir heben an” (Um novo cântico entoamos) provavelmente foi composto no início de agosto de 1523 com 12 estrofes sobre os dois mártires de Bruxelas que não negaram a sua fé e não temeram a morte na fogueira, mas corajosamente recitavam o Credo Apostólico e cantavam uma antiga doxologia da Igreja, Te Deum Laudamus (A ti, ó Deus, louvamos).

Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos. (Salmo 116.15)

Nenhum comentário:

Postar um comentário