"São João Batista testemunhando" (c. 1600), Annibale Carracci (1560–1609) |
“Não desprezo João Batista, antes, honro-o e o tenho em alta conta. Agora, faço diferença entre ele, seu ministério e sua vida, e Cristo do qual ele testifica. João é servo e escravo, não o Senhor. ele aponta e leva para a verdadeira luz, mas ele mesmo não é a luz. Seu ministério é maior e mais glorioso do que o dos profetas. Pois ele não profetiza a respeito do Senhor, dizendo que virá daqui a algum tempo ou em breve, mas aponta o dedo para ele no presente, dizendo: olhem, lá está ele. Por isso, tenho seu ministério em alta conta, sim, agradeço ao bondoso Deus por Ter-nos dado uma testemunha fiel, boca e dedo bem-aventurado como ele, que testifica da verdadeira luz e nos leva até ela, para que, assim, sejamos iluminados, e essa luz brilhe e reluza constantemente em nossos corações. Esse é o homem que aponta com o dedo para o Cordeiro de Deus. Agora, em se tratando de salvação, não quero nem posso depositar minha confiança em João, tampouco fiar-me em sua santidade, vida austera e voas obras. Pois ele não é o Cristo (como ele mesmo confessa), aquele que é a vida e a única luz dos homens. João é testemunha da luz. Através da seu ministério, ele nos ajuda a nos tornarmos filhos da luz. Por isso, ele resplandece e é uma luz maravilhosa.”
- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja
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