20/11/2018

Promessas de Deus


Com certeza Deus faz promessas ao seu povo. Mas ao mesmo tempo ele também os prova e exercita na fé, ensina que eles deveriam viver mais pela Palavra do que pelo pão, como Moisés testifica em Deuteronômio 8.3-4: “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem”.

É preciso ter o cuidado de não abrir mão do fato de que Deus faz promessas e protela as coisas prometidas, e que Ele nos prova com escassez de coisas para nos instruir na fé na promessa e para que essa fé seja fortalecida e possamos aprender a crer em Deus não apenas em tempos de prosperidade, quando as coisas estão aí, mas também na adversidade, quando faltam as coisas...

Conhecer e compreender Deus quando faz uma promessa é o principal tópico de toda a Sagrada Escritura. Ele ajuda e traz apoio mesmo com a realização efetiva de sua promessa e quando ela é cumprida. Mas, antes disso, ele disciplina a fé na promessa por meio da carência das coisas de que necessitamos. Ele faz isso para aprendermos a confiar nele e não tentá-lo. Os judeus o tentaram. Quando Deus não os supriu imediatamente com tudo de acordo com seu gosto e prescrição, eles rapidamente correram atrás de deuses estranhos. "Não esperaram o seu conselho" (Sl 106: 13). Eles não esperaram.

Tantas exortações são colocadas contra essa impaciência nos profetas e nos salmos. Assim Habacuque 2.3 afirma: “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará”. No Salmo 27.14 lemos: “Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor”. Mas os judeus não observaram isso. Nem desejavam aprender. Portanto, eles escolheram outras formas de adoração e procuraram por deuses como Astarote e Baal, para ajudá-los ali e agora, sem fé em uma promessa, para que pudessem sentir a ajuda e segurá-la com as mãos. Assim dizem orgulhosa e obstinadamente a Jeremias: “Faremos tudo o que desejamos fazer...” (44.17); isto é, "Não vamos ouvir a sua Palavra..." É como se eles estivessem dizendo: "Queremos ter um deus que nos ouça de imediato e nos dê o que queremos, não um deus que protela a ajuda".

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja, nas Preleções acerca do Gênesis, cap. 49 (1544).

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