31/10/2019

Cristo é o centro da mensagem da Reforma

O Rev. Fred Herman Lindemann (1896–1985) foi um teólogo e pastor luterano do Sínodo Missouri que publicou várias obras sobre os sermões de acordo com o Ano da Igreja. Em um dos comentários sobre a Festa da Reforma ele destaca:
“É oportuno lembrar o povo luterano que, assim como todas as demais festividades do Ano Eclesiástico, a Festa da Reforma é observada para a glória de Deus e não para glorificar Lutero ou a Igreja Luterana ou qualquer ramo dela. Nem é propósito da observância criticar os males do papado. Antes, o objetivo é agradecer e louvar a Deus pelas bênçãos da Reforma. A pessoa de Lutero vai aparecer, obviamente, mas ele foi apenas o instrumento que Deus utilizou para fazer grandes coisas em benefício de sua Igreja. Por esta razão, é muito louvável que a Festa da Reforma não seja observada no dia do nascimento de Lutero, pois somente ao Senhor Jesus Cristo e a São João Batista são concedidas a honra de terem sua natividade comemorada pela Igreja. Se alguém quer comemorar o aniversário de Lutero, isso pode ser feito sem subtrair outro Domingo do Período da Trindade [após Pentecostes], especialmente se a Festa da Reforma tiver sido observada apenas um ou dois domingos antes.” (The Sermons and The Propers IV: Trinity Season — Second Half. St. Louis: Concordia Publishing House, 1958. p. 134–135)

Christus am Kreuz mit Luther und Melanchthon” (1850–1851) de August von Kloeber (1793–1864)
A centralidade da obra de Cristo na mensagem da Reforma também está expressa no mural “Christus am Kreuz mit Luther und Melanchthon” (1850–1851) pintado por August von Kloeber (1793–1864) no arco (chamado luneta ou tímpano) acima da porta da Igreja do Castelo. Em primeiro plano é retratado Jesus Cristo crucificado, o centro da pregação. Lutero é retratado no lado esquerdo da cruz, ajoelhado e segurando sua tradução do Novo Testamento do grego para alemão em 1522, como expressão da fonte de toda doutrina. Do lado direito está Philipp Melanchthon, teólogo e amigo de Lutero, um dos principais protagonistas da Reforma, que segura a Confissão de Augsburgo (Confessio Augustana) escrita por ele em 1530 e que foi a primeira apresentação pública oficial dos princípios da Reforma Luterana. A cena de fundo é da Wittenberg medieval às margens do rio Elba, com a Igreja do Castelo à esquerda e a Igreja de Santa Maria ao centro.

A Igreja de Todos os Santos em Wittenberg, é também chamada de Schlosskirche (Igreja do Castelo) para distinguir da Stadtkirche (Igreja da Cidade) que é a Igreja de Santa Maria. Ambas as igrejas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco, juntamente com a Lutherhaus (casa de Lutero) e a Melanchthonhaus (casa de Philipp Melanchthon). A Igreja de Santa Maria é conhecida como a igreja que Lutero pregou seus famosos sermões Invocavit depois de deixar o Castelo de Wartburg, onde fora mantido em segurança pelo príncipe Federico da Saxônia.

A porta da Igreja do Castelo em Wittenberg
A Igreja do Castelo é a igreja na qual Lutero afixou suas 95 Teses em 31 de outubro de 1517, marcando o início da Reforma. Nesta igreja também estão os túmulos de Lutero e Melanchthon. A porta da igreja não é a mesma do tempo de Lutero. As portas originais foram queimadas e destruídas durante a Guerra dos Sete Anos (1756–1763). Em 1857, o rei Frederico Guilherme IV da Prússia mandou instalar a porta atual em bronze com a gravação das 95 Teses de Lutero. Esta porta foi inaugurada 1858, por ocasião do 375º aniversário do nascimento de Lutero.


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