O Evangelho de nosso Senhor segundo S. Lucas 12: 49-53
Em nome do Pai e do + Filho e do Espírito Santo!
O Evangelho de nosso Senhor para este Domingo em que lembramos o “Dia dos Pais”, pode soar estranho aos nossos ouvidos. Afinal, Jesus categoricamente afirma: “Vocês pensam que vim para dar paz à terra? Eu afirmo a vocês que não; pelo contrário, vim para trazer divisão. Estarão divididos: pai contra filho, filho contra pai; mãe contra filha, filha contra mãe; sogra contra nora e nora contra sogra” (S. Lucas 12: 51 e 53).
Sem dúvida alguma, ao ouvirmos estas palavras, prontamente questionamos: Jesus “não veio dar paz a terra”? Mas os anjos, por ocasião de seu nascimento, não disseram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens”? Nós mesmos cantamos isso agora pouco. E outra: Jesus veio “trazer divisão”? “Pai contra filho, filho contra pai”? Como assim? Ele clamou em sua oração sacerdotal para “que todos sejamos um”. Será Jesus está se contradizendo no Evangelho para hoje ou, quem sabe, mudou de opinião?
Estas afirmações de nosso Senhor nos fazem ficar um tanto quanto perdidos e até incomodados. Entretanto, o que ele diz, conforme o Evangelho segundo S. Lucas 12 não contradiz com o restante das Sagradas Escrituras. Pelo contrário, até ajuda para que possamos compreender melhor a sua Obra em nosso favor.
Apesar de ser estranha e até incomodar, essa afirmação de Jesus é verídica. Afinal, mesmo sendo ele o “Príncipe da Paz”, sua vinda, seu Ensino e sua Obra Redentora na Cruz trazem divisão. Não porque este fosse o seu objetivo. Mas sim, pelo fato de que esta é a consequência natural de suas Palavras e de seus Atos.
O propósito da vinda de Cristo é a comunhão, ou melhor, a “reconciliação do ser humano com o Pai”, e desse forma, tudo o que ele realizou tem por objetivo final levar o ser humano “à Paz com Deus”. Porém, o ser humano, desde a Queda em Pecado, é “por natureza um ser pecador e inclinado ao mal”. E por causa disso, “não há verdadeiro amor e temor a Deus em seu coração”. Jesus Cristo, conhecendo perfeitamente essa condição do ser humano, constata que a sua Vinda, sua Pessoa e sua Obra não serão bem recebidas, e por causa disso, sua Presença neste mundo – mesmo sendo para conceder reconciliação e paz com Deus – causará divisão. Divisão em povos, divisão em religiões e até mesmo divisão na família.
O pecado, a incredulidade e a dureza do coração humano fazem com que a Misericordiosa Presença do Salvador entre nós seja motivo não de paz, mas sim, de divisão. Afinal, a recusa de muitos em relação a quem Jesus verdadeiramente é, e qual é a sua missão, faz com que a paz e a unidade sejam desejos impossíveis para nós alcançarmos.
Infelizmente, essa triste realidade atinge até mesmo nossos relacionamentos com aquelas pessoas mais próximas de nós. Pois em nosso próprio lar pode haver “aquele que confia no Senhor Jesus como seu único e suficiente Salvador” e “aquele que não vê importância nisso, ou que acredita que qualquer tipo de senhor serve ou que qualquer caminho que seja bom aos nossos olhos leva à um futuro bom”.
As Sagradas Escrituras deixam bem claro que as coisas não são assim. O próprio Jesus Cristo certa vez afirmou: “Eu sou o Caminho! Eu sou a Verdade! Eu sou a Vida!” Ou seja, “não existem caminhos, não existem verdades, não existem vidas”. E vocês sabem como isso, especialmente nos dias de hoje, é politicamente incorreto. Mas Jesus não está preocupado com isso. O desejo gracioso de seu coração é “que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade e sejam salvos”. Mesmo que para tanto, ele precise dizer coisas que não agradam muito aos nossos ouvidos. É por isso que ele, não tendo papas na língua, diz: “Eu vim trazer divisão: pai contra filho, filho contra pai!”.
E meus irmãos, vamos ser honestos com a realidade sobre nós mesmos e que está ao nosso redor: “Quantas família estão divididas por divergências a respeito da Fé. Quantos pais cristãos sofrem ao ver seus filhos virarem as costas para Jesus e para sua Igreja; quantos desses pais veem seus filhos abandonando a Fé que lhes foi dada através do Santo Batismo para viverem uma vida conforme a sua própria vontade, ignorando a Vontade de Deus? De igual modo, quantos filhos cristãos sofrem por não terem um pai que os conduza pelo Caminho do Senhor; quantos desses filhos veem seus pais, que deveriam ser exemplos, agirem de modo reprovável, rejeitando o Senhor e sua Palavra, e ainda negligenciando a ação de Deus?”
Essa realidade cruel, porém, verdadeira, gera uma única coisa: divisão! E isso é triste! Não é algo para se comemorar ou engrandecer. Pois aqueles que negam Jesus Cristo como sendo o “único Caminho, a única Verdade e a única Vida”, estão rejeitando o “Batismo pelo qual ele teve de passar por nós”, isto é, “seu sofrimento, sua morte e sua ressurreição”. Portanto, estes que viram as costas para o Senhor, para sua Obra e para a sua Palavra não poderão estar eternamente unidos com aqueles que serão salvos, pois o destino deste que negam o Salvador Jesus é somente um: a Condenação Eterna!
Por este motivo, o Evangelho de hoje, mesmo sendo duro e difícil de se ouvir, torna-se muito propício até mesmo para comemorarmos o “Dia dos Pais”. Afinal, ele desperta em nós a urgência de estarmos firmados e enraizados em Cristo Jesus e a necessidade de compartilharmos este Senhor para todos ao nosso redor, especialmente os mais próximos e que tanto amamos. É isto, por exemplo, o que nós ouvimos da Epístola aos Hebreus agora pouco: “A Fé verdadeira, criada e dada pelo Senhor, é passada de pai para filho, de família a família, de povo a povo” (Hebreus 11: 17-29).
Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Igreja Luterana em Naviraí/MS - 14 de Agosto, 2022 AD
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Deus seja louvado🙏✝️
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