31/10/2013

A Reforma. Um ato de liberdade. Entrevista especial com Vítor Westhelle

Vítor Westhelle
“A Reforma criou foi um conceito de igreja pluricêntrica em que diferentes expressões são possíveis. Mas com isso também se estabelece um debate sobre convicções distintas. Contudo, nem tudo vale! Se existe um critério que define o movimento da Reforma, é aquilo que traz a Cristo. Este é o princípio fundamental”. A avaliação é de Vítor Westhelle, ao comentar os 496 anos do movimento reformista cristão, iniciado por Martinho Lutero no século XVI, ao publicar as 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517.

Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, o teólogo ressalta que, para os protestantes, “Cristo é o da cruz e do sofrimento, bem como da ressurreição. A tentação é sempre passar de lado ou por cima da cruz e evitar o labor do luto para celebrar uma ressurreição de um corpo desencarnado”. E acrescenta: “Esta talvez seja a ‘cruz’ que a Reforma tenha de carregar desde que a noção de prosperidade começou a ser difundida pelos pioneiros puritanos na América do Norte, como magistralmente mostrou Max Weber no seu clássico A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”.

Quase 500 anos depois da Reforma, Westhelle acentua que permanece entre os protestantes uma “atitude que dá vazão à liberdade”. E acrescenta: “As fixações das 95 teses de Lutero e suas iconografias apenas indicam um evento que nos faz rememorar que um ato de liberdade é possível. Não se trata de fantasmas de halloween, mas da presença encarnada de Deus, em todos os lugares e em todos os tempos”.

Vítor Westhelle é graduado em Teologia pela Escola Superior de Teologia – EST, de São Leopoldo, e mestre e doutor em Teologia pela Escola Luterana de Teologia de Chicago. De seus vários livros publicados, citamos O Deus Escandaloso. O uso e abuso da cruz (São Leopoldo: Editora Sinodal, 2008).

Confira a entrevista.

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