Martinho Lutero, por Lucas Cranach, o Velho, em 1529. |
Reflexão de Martinho Lutero sobre a leitura do Antigo Testamento (Isaías 35.1-10) para o Terceiro Domingo no Advento
“Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais”. (v. 4)
Se alguém está demasiadamente temeroso de que não é um eleito de Deus, ou se é tentado por causa de sua eleição, deve dar graças por esse temor e ficar contente por ter medo, pois pode saber com toda certeza que Deus não pode mentir, ele que disse: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado”, isto é, o espírito desesperado. “Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus” (Salmo 51.17). Que está atemorizado, isso ele o sabe de experiência própria. Portanto, deve lançar-se resolutamente na veracidade de Deus que faz a promessa: deve esquecer, esquecer mesmo a ameaça de Deus, e então será salvo e eleito.
Quem ainda não tem o espírito purificado não deve entregar-se a esse tipo de meditação, para que não caia no abismo do terror e do desespero. Mas deve, antes, purificar seu coração pela contemplação das feridas de Cristo.
Este é um vinho bastante forte e a mais completa refeição, a comida pesada dos perfeitos, ou seja, teologia no sentido real da palavra, da qual o apóstolo fala em Coríntios 2.6: “Expomos sabedoria entre os experimentados”. Eu, porém, sou criança pequena que precisa de leite. Que siga meu exemplo aquele que, juntamente comigo, é criança pequena. Certeza suficiente temos nas feridas de Cristo.
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