23/10/2018

23 de outubro - São Tiago de Jerusalém, Irmão de Jesus e Mártir


Ícone de Tiago de Jerusalém segurando um pergaminho com primeiras palavras do Pai Nosso em aramaico.
Cor litúrgica: Vermelha

† Atos 15.12-22a
† Salmo 133 (antífona vers. 1)
† Tiago 1.1-12
† Mateus 13.54-58


São Tiago de Jerusalém (ou “Tiago, o Justo”) é citado por São Paulo como “o irmão do Senhor” (Gl 1.19). Alguns teólogos modernos acreditam que Tiago era filho de José e Maria e, portanto, um irmão biológico de Jesus. Mas, durante a maior parte da história da Igreja (e ainda hoje), o termo “irmão” usado por Paulo é interpretado como “primo” ou “parente”, sendo Tiago considerado o filho de uma irmã viúva de José ou Maria, que morava com eles. Assim como outros familiares de nosso Senhor (exceto sua mãe), Tiago não cria em Jesus até sua ressurreição (Jo 7.3-5; 1 Co 15.7). Depois de se tornar um cristão, Tiago foi elevado a uma posição de liderança dentro da primeira comunidade cristã. Especialmente após a saída de São Pedro de Jerusalém, Tiago foi reconhecido como bispo da Igreja naquela cidade santa (At 12.17; 15.12 ss.). Segundo o historiador Josefo, Tiago foi martirizado em 62 d. C., ao ser apedrejado até a morte pelos saduceus. Tiago foi o autor da Epístola no Novo Testamento que leva o seu nome. Nela, ele exorta seus leitores a permanecerem firmes na única e verdadeira fé, mesmo diante de sofrimento e tentação, e a viverem pela fé a vida que há em Cristo Jesus. Tal fé, ele deixa claro, é uma coisa operante e ativa, que nunca cessa de fazer o bem, confessar o Evangelho através de palavras e ações, e apoia sua vida, agora e para sempre, na cruz.

ORAÇÃO DO DIA:

Pai Celestial, pastor do teu povo, tu levantaste Tiago, o Justo, irmão de nosso Senhor, para liderar e orientar a tua Igreja. Concede que possamos seguir o seu exemplo de oração e reconciliação e sermos fortalecido pelo testemunho de sua morte; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 841-842)

Um comentário:

  1. "durante a maior parte da história da Igreja (e ainda hoje), o termo “irmão” usado por Paulo é interpretado como “primo” ou “parente”, sendo Tiago considerado o filho de uma irmã viúva de José ou Maria"

    Será! O próprio Eusebio que tu citou, não interpretava assim. Quando Ele fala do martírio de Tiago (bispo de JERUSALÉM) Ele o chama de IRMÃO DE JESUS. Vejamos:

    "Ao apelar Paulo ao César e ser enviado por Festo à cidade de Roma, os judeus, frustrada a
    esperança que os induziu a conspirar contra ele, voltaram-se contra TIAGO, O IRMÃO DO SENHOR,
    a quem os apóstolos tinham confiado o trono episcopal de Jerusalém…"
    (HE: III, XXIII. 1)

    Quando Eusébio trada dos parentes do senhor, ele chama judas de seu IRMÃO SEGUNDO A CARNE:

    "Da família do Senhor viviam ainda os netos de JUDAS, SEU IRMÃO SEGUNDO A CARNE, aos quais
    delataram por serem da família de Davi. O evocatus conduziu-os à presença do césar Domiciano, porque este, assim como Herodes, temia a vinda de Cristo."
    (HE: III, XX. 1)

    Eusébio também cita como referência o historiadores contemporâneo Josefo:

    Depois de todas estas coisas, seria bom não ignorar o próprio Josefo – que tanto material
    forneceu para a obra que tens entre as mãos...
    (HE: III IX. 1)

    "Tiago não cria em Jesus até sua ressurreição (Jo 7.3-5; 1 Co 15.7). Depois de se tornar um cristão, Tiago foi elevado a uma posição de liderança dentro da primeira comunidade cristã."

    Exatamente, por isso não era Tiago listado na lista dos doze apóstolos (Mateus 10:2-4). Ele só veio a se converter depois da ressurreição de Cristo.

    Além do mas o próprio Paulo, que por duas vezes se referiu aos irmãos de Jesus como sendo adelphos (Gl.1:19; 1Co.9:5) e que nunca se referiu a eles como anepsios, também tinha essa opção por anepsios pronta e totalmente disponível, prova disso é que ele a emprega em Colossenses 4:10:

    "Aristarco, meu companheiro de prisão, envia-lhes saudações, bem como Marcos, primo de Barnabé. Vocês receberam instruções a respeito de Marcos, e se ele for visitá-los, recebam-no" (Colossenses 4:10)

    Paulo diz que Marcos era primo (anepsios) de Barnabé, mas ele mesmo não se refere aos irmãos de Jesus como primos (anepsios), mas como “irmãos” (adelphos), e não em sentido figurado, pois ele os distingue dentre os demais discípulos e apóstolos:

    "Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?" (1ª Coríntios 9:5)


    Católicos apóstolos deixaram de aplicar uma palavra que seria ideal se os irmãos de Cristo fossem apenas primos, isto é, parentes sanguíneos próximos, mas não irmãos. E essa omissão não se deu pelo fato dos evangelistas terem preferido fazer “
    "uso do aramaico", pois o próprio Lucas a aplica em seu evangelho:

    "Também Isabel, sua parenta, terá um filho na velhice; aquela que diziam ser estéril já está em seu sexto mês de gestação" (Lucas 1:36)

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