10/10/2021

09 de Outubro ~ Dia do S. Patriarca Abraão

 


Salmo 105: 1-6 + Hebreus 11: 8-10, 17-19 + S. Lucas 20: 37-38

ABRAÃO

 

Nascido em Ur dos caldeus por volta de 2.000 AC, Abrão – como seu nome originalmente era, recebeu um chamado do Senhor: “Saia da sua terra, e da casa de seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei” (Gênesis 12:1). Junto deste chamado, Deus também fez a seguinte promessa a Abrão: “Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o amaldiçoar” (Gênesis 12: 2-3a).  Além disso, o Eterno ainda legou a Abrão a maior de todas as promessas, aquela que inclui ele, sua família e toda a terra: “Abrão, em você – em sua semente – serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3b).

 

Aos 75 anos, Abrão ouviu e guardou a Palavra do Senhor, e assim começou sua jornada. Ele parou por um tempo em Harã, mas finalmente chegou em Canaã. Com ele estava Sarai, sua mulher e também Ló, seu sobrinho.

 

A princípio, Abrão chegou a pensar que seu Ló seria seu herdeiro prometido, mas o Senhor deixou claro que nem Ló e nem seu servo Eliezer seriam seus herdeiros. Em vez disso, Deus explicou a Abrão: “Aquele que será gerado por você, esse será o seu herdeiro” (Gênesis 15:4). E para fortalece Abrão, completou o Altíssimo: “Olhe para os céus e conte as estrelas, se puder contá-las. Assim será a sua posteridade” (Gênesis 15:5). Diz as Sagradas Escrituras: “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi atribuído para Justiça” (Gênesis 15:6).

 

 Abrão, no entanto, é um ser humano, e como todos, possui fragilidades. E vendo o tempo passar e nada acontecer, se cansou de esperar pela promessa do Senhor e em acordo com sua mulher, decidiu cuidar do assunto à sua maneira:  Sarai deu sua serva, Agar, nos braços de Abrão, ele “teve relações com Agar, e ela ficou grávida” (Gênesis 16:3). E desta relação, que depois provocou muitas intrigas e conflitos entre Abrão e sua mulher, nasceu Ismael.

 

O Senhor, porém, deixou bem claro que Ismael não era aquele  que havia sido prometido, pois de Sarai e Abrão é que nasceria o filho. E para mais uma vez reafirmar sua promessa, ele mudou o nome de Abrão: “Esta é a minha aliança com você: você será pai de muitas nações. E o seu nome não será mais Abrão, e sim Abraão, porque eu o constituí pai de uma multidão” (Gênesis 17:5). Do mesmo modo, Deus também mudou o nome de Sarai para Sara, que significa “Princesa”.

 

Abraão, diante de todas estas Palavras, prostrou-se em terra e riu, dizendo consigo mesmo: “Pode nascer um filho a um homem de cem anos? E será que Sara, com seus noventa anos, ainda poderá dar à luz?” (Gênesis 17:17).

 

O Senhor, porém, é o Deus do impossível. E quando toda a engenhosidade humana falhou, ele visitou o velho Abraão e disse a ele: “Certamente voltarei a você daqui um ano; e Sara, a sua mulher, dará à luz um filho” (Gênesis 18:10). Ouvindo isso à porta de sua tenda, Sara também riu em seu íntimo, como antes havia feito Abraão. E por isso, o Senhor decretou que a criança se chamaria Isaac, que quer dizer “Riso”. E assim aconteceu, exatamente como o Eterno havia prometido.

 

Alguns anos depois, o Senhor veio novamente a Abraão e lhe disse algo terrível: “Abraão, pegue o seu filho, seu único filho, Isaac, a quem você ama, e vá a terra de Moriá. Ali, ofereça-o em holocausto, sobre um dos montes, que eu lhe mostrar” (Gênesis 22:2). Como assim? Depois de tudo, as promessas de Deus falharão? Como ele pede o sacrifício de Isaac se ele havia prometido que Abraão será o pai de uma multidão através de Isaac? Abraão, surpreendentemente, age de forma totalmente obediente: Ele pega Isaac bem cedo e vai para o lugar indicado por Deus. Mas, Isaac percebeu que faltava alguma coisa naquela jornada: “Meu pai! Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gênesis 22:7). Abraão, com uma firmeza incrível, o responde: “Meu filho, Deus proverá para si o cordeiro” (Gênesis 22:8).

 

Embora Abraão, em obediência ao Altíssimo, estivesse realmente preparado para sacrificar a criança, ele também confiava plenamente em seu coração que Deus ressuscitaria o menino dos mortos para cumprir suas promessas. Sem dúvida, uma Fé que é exemplo para toda a humanidade.

 

No último instante, com Isaac já amarrado e deitado no altar para ser sacrificado, algo extraordinário acontece: o Anjo do Senhor – o Filho de Deus pré encarnado, lhe diz: Abraão! Não estenda a mão sobre o menino e não faça nada a ele, pois agora sei que você teme a Deus, porque não me negou o seu filho” (Gênesis 22:12). Isaac foi poupado e um carneiro, preso pelo chifre entre os arbustos, foi oferecido em seu lugar.

 

Hoje, quase 4.000 anos depois de todas estas histórias, podemos olhar para a vida de Abraão e aprender com suas falhas; como por exemplo, em tentar resolver as coisas por conta própria, ou em achar que é possível fazer as promessas de Deus acontecerem da nossa forma. Não! Deus não pode ser domesticado!

 

Mas acima de tudo isso, podemos aprender com Abraão a respeito da importância em obedecer e crer no Eterno, mesmo quando humanamente e racionalmente falando, tudo pareça ser ou apontar para o contrário.

 

Por fim, a vida e a Fé de Abraão nos dão um consolo extraordinário: Deus age na vida dos seus, Deus acompanha os seus e, como se isso já fosse o ápice de tudo, da semente de Abraão, de sua linhagem, Deus fez nascer o seu Filho Unigênito – Jesus Cristo – que um dia, naquela mesma região, subiu um monte para ser o Cordeiro oferecido em sacrifício por todos nós; o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

 

Amém!

Rev. Helvécio José Batista Júnior
Igreja Luterana em Naviraí/MS
09 de Outubro, 2021 AD


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