Santa Isabel da Hungria |
Muitas das publicações que postamos aqui têm sua fonte no Treasury, especialmente aquelas relativas à comemoração dos santos da igreja, que fazem parte da grande nuvem de testemunhas que nos rodeia (Hb 12.1). Desta forma e no espírito da Confessio Augustana, nos lembramos em nossas devoções diárias destes santos “para fortalecer a nossa fé ao vermos como receberam graça e foram ajudados pela fé; e, além disso, a fim de que tomemos exemplo de suas boas obras, cada qual de acordo com sua vocação” (CA XIV).
Para hoje, dia de Santa Isabel, o Treasury oferece uma bela oração, pedindo a Deus: “Poderoso Rei, cuja herança não é deste mundo, incute em nós a humildade e a benevolente caridade de Isabel da Hungria” (p. 929). Isabel é uma luz brilhante para o povo de Deus, apontando o caminho para acolhermos cada pessoa como sendo o próprio Cristo, e cada necessidade e sofrimento como sendo do próprio Cristo.
O Treasury ainda traz um trecho do comentário do Dr. Lutero sobre Gênesis 18.5: “… o próprio Deus está em nossa casa, está sendo alimentado em nossa casa, está deitado e descansando, todas as vezes que algum irmão piedoso no exílio por causa do Evangelho vem à nós e é recebido com hospitalidade por nós. Isso é chamado de amor fraternal ou caridade cristã. […] Se alguém crê sinceramente que está recebendo o próprio Senhor quando recebe um irmão pobre, não haveria necessidade de tais exortações ansiosas, zelosas e solícitas para fazer obras de amor. Nosso cofre, despensa e compaixão seriam abertos de uma vez em benefício dos irmãos. Não haveria nenhuma má vontade e juntamente com o piedoso Abraão correríamos ao encontro das pessoas miseráveis, as convidaríamos para entrar em nossas casas, apoderaríamos desta honra e distinção antes dos outros e diríamos: ‘Ó Senhor Jesus, vinde a mim. Desfruta meu pão, vinho, prata e ouro. Como isto está sendo bem investido por mim quando invisto em Ti!’ ” (pág. 928)
O que Lutero escreve aqui captura muito bem o espírito de Santa Isabel e também o que ele e sua esposa Catarina viveram. Eles sempre tiveram hóspedes à mesa: pastores que buscavam asilo, estudantes universitários, simpatizantes, amigos e afins. Coincidentemente, Santa Isabel e a família de Lutero ocuparam, em épocas distintas, a mesa casa, como célebres moradores do Castelo de Wartburgo. Ali Lutero recebia seus hóspedes assim como na Regra de São Bento, em que um monge quando recebia um estranho à porta, devia prostrar-se na frente do hóspede, pois Cristo é recebido na pessoa dele: "Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes" (Mt 25.35). As pessoas e discussões à mesa de Lutero eram tantas que os convidados tomaram notas do que finalmente veio a se tornar a volumosa coletânea de "Conversas à Mesa" (Tischreden, em alemão). Lutero tinha pouco senso de dinheiro e era desapegado. Lamentavelmente, após a sua morte, Catarina não tinha muito para viver.
Neste dia nos lembramos de Santa Isabel, e também de Martinho Lutero e sua esposa Catarina, como cristãos fiéis que acolheram em hospitalidade os peregrinos e damos graça a Deus que nos acolheu por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo e nos tornou herdeiros de seu reino celestial.
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