25/08/2014

São Bartolomeu, Apóstolo - 24 de agosto

“São Bartolomeu” (Pala di Sant Agostino, 1512-1523), Pietro Perugino (1446-1524)

Esta é uma festa da igreja do Oriente introduzida no Ocidente por volta do século VIII. A data pretendia recordar a remoção das relíquias do santo e comemorar a sua morte. A partir de uma comparação entre as narrativas do Evangelho é comum inferir que São Bartolomeu é a mesma pessoa que Natanael. Se isso for verdade, sua terra natal foi Caná da Galileia (João 21.2), e Natanael era o seu nome próprio e Bartolomeu um patronímico: Bar-Tolmai, filho de Tolmai, assim como São Pedro foi chamado Simão e Bar-Jona. São Jerônimo diz que Bartolomeu era o único dos Doze de nascimento nobre. Isso pode ser por causa da conjectura que se tornou uma tradição, de que o nome era derivado de Tolmai ou Talmai, rei de Gesur, cuja filha Maaca era uma esposa de Davi e mãe de Absalão (2 Samuel 3.3). Posteriormente, foi esquecido quem era Tolmai, e supôs-se que ele devia ser Ptolomeu, rei do Egito. A partir daí ganhou forma a fábula de que Bartolomeu era de estirpe real egípcia. São João fala dele sempre como Bartolomeu, enquanto os outros evangelistas o chamam de Natanael. Diz-se que teria sido o mais instruído entre os Doze, talvez um jovem rabino, um doutor da lei judaica. Filipe apresentou-o pela primeira vez a Cristo (João 1.43-51). Ambos eram provavelmente discípulos de João Batista. Segundo o relato de São João, Bartolomeu foi um dos sete que viu o Senhor ressuscitado nas margens do Mar de Tiberíades. A tradição nos diz que ele levou o Evangelho por vários países do Oriente, incluindo a Arábia e Pérsia, e ainda a remota Índia. Diz a lenda que ele sofreu o martírio sendo esfolado vivo ou esfolado antes de ser decapitado ou crucificado. Não parece haver traço de alguma conexão entre ele e o Evangelho apontado para a comemoração de sua vida e labor. É bem possível que a discussão da qual o santo Evangelho fala girava em torno dele, porque os outros discípulos olhavam para ele como tendo o direito de preeminência, se ele era o mais erudito e de descendência real, e se os outros lembravam que nosso Senhor disse sobre ele: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!” Somente de João Batista ele falou nesses termos elogiosos.

Introito: “Sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia. Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto.”

Coleta: “Todo-Poderoso Deus, que por meio de Teu Filho Jesus Cristo escolheste São Bartolomeu para ser um apóstolo para pregar o bendito Evangelho, concede à Tua Igreja mestres cada vez mais fiéis para proclamar a glória do Teu Nome.”

Epístola: 2 Coríntios 4.7-10.

Gradual: “Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Aleluia! Aleluia! Eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça. Aleluia!”

Evangelho: São Lucas 22.24-30.

Prefácio Próprio: “Pois, com poder, governas e proteges a Tua santa Igreja, a qual os bem-aventurados Apóstolos e Evangelistas instruíram na Tua divina e salvadora verdade.”

-- Fred H. Lindemann (The Sermons and The Propers III: - Trinity Season - First Half. St. Louis: Concordia Publishing House, 1958. pp. 51-52)

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