20/12/2024

Catarina von Bora: esposa e parceira de Lutero na Reforma

Serenata para Catarina. Gravura (c. 1890), de Paul Poetzsch

Catarina von Bora nasceu em 29 de janeiro de 1499, filha de um nobre saxão empobrecido, em Lippendorf. Aos seis anos de idade, ela passou a frequentar a escola do convento beneditino em Brehna, onde Catarina aprendeu a leitura, a escrita, a aritmética e o latim. A partir de 1509, ela viveu no convento cisterciense Marienthron, em Nimbschen, onde fez seus votos em 1515. 

Inspirada pelos escritos dos reformadores, ela foi uma das doze freiras a deixar o convento na Sexta-feira Santa de 1523. De acordo com a tradição, o comerciante de Torgau, Leonard Koppe, contrabandeou as freiras cistercienses para fora do convento, escondidas em barris de peixe. De Torgau, as mulheres viajaram para Wittenberg, onde foram alojadas em boas famílias de classe média e depois se casaram.

Durante esse período, Catarina von Bora morou e trabalhou na casa do pintor Lucas Cranach. Após rejeitar sem hesitação a proposta do professor de Wittenberg Caspar Glatz, Catarina acabou se casando com Martinho Lutero em 13 de junho de 1525.

Casamento de Lutero e Catarina (Gravura séc. XIX)

Após o casamento, o casal foi morar no antigo Convento Negro em Wittenberg, onde viviam com seus filhos, parentes, estudantes, convidados e empregados. Catarina era uma mulher empreendedora e contribuiu significativamente para a prosperidade da família. Além da grande casa, ela administrava uma chácara, mantinha uma cervejaria e arrendava uma criação de peixes no Elba. 

Lutero e Catarina. Schmahendes Flugblatt (c. 1550)

Ao longo dos 20 anos de casamento, ela deu à luz seis filhos: Johannes, o Hans (1526-1575), Elisabeth (1527-1528), Magdalena (1529-1942), Martin (1531-1965), Paul (1533-1593) e Margarete (1534-1570). De personalidade forte, Catarina não foi apenas uma esposa para Lutero, mas também uma de suas parceiras mais importantes. Ele não apenas a chamava de “minha querida” ou “minha estrela da manhã de Wittenberg”, mas também de “meu Senhor Käthe” em virtude de seu protagonismo na casa.

Lar dos Lutero. Gravura (1847), de Gustav König (1808-1869)

Em seu testamento, Lutero nomeou Catarina como sua única herdeira e guardiã de seus filhos. Esse testamento incomum contradizia a lei da época, segundo a qual era necessário nomear um tutor para a esposa viúva. O testamento foi contestado e a família perdeu importantes fontes de renda.

Em setembro de 1552, Catarina von Bora fugiu da peste com sua filha Margarete e deixou Wittenberg. No caminho para Torgau, Catarina se feriu em um acidente na carroça. Ela morreu em 20 de dezembro de 1552 em decorrência do acidente e foi sepultada com honras na Igreja de Santa Maria em Torgau.

Lutero e sua família. Gravura (1839), de Christian Franz Gottlieb Stang


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