“O
Evangelho segundo S. Lucas 21: 25-28”
Ouça, ó Povo de Sião: “O Pastor de Israel”, aquele que conduz os seus “como um rebanho”, mas que também está “entronizado acima dos querubins”, e que mostra todo o seu “resplendor” (Salmo 80:1) é o Senhor que veio, que vem e que virá!
Ele veio quando “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, ele vem “por meio da Palavra e dos Santos Sacramentos”, e ele virá “novamente em glória para julgar os vivos e os mortos”.
De baixo de todas estas vindas, todos estes adventos do Senhor, o profeta Malaquias, inspirado pelo Espírito Santo, escreve: “Eis que vem o dia, queimando como fornalha. Todos os soberbos e todos os que praticam o mal serão como a palha; o dia que vem os queimará, diz o Senhor dos Exércitos, de modo que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vocês que temem o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas!” (Malaquias 4: 1-2).
Isso se cumpriu na primeira vinda de nosso Senhor, pois ali muitos receberam a condenação por rejeitarem e desprezarem o “Sol da Justiça” e a “Salvação trazida por ele”. Infelizmente, isso também continua se cumprindo no curso da história, pois mesmo vindo ao encontro do pecador por meio da Pregação e do Ensino da Palavra e por meio do Santo Batismo, da Santa Absolvição e da Santa Ceia, muitos continuam virando as costas para o brilho resplandecente deste “Sol da Justiça” e para a “Salvação conquistada por ele e oferecida por ele”. É triste dizer, mas assim também será na última hora, quando este mesmo Senhor vier em glória e majestade, muitos não serão iluminados pelo “Sol da Justiça” e não receberão a “Salvação Eterna!”
Nós fazemos parte deste “muitos” que serão condenados? Eu não faço, e espero e oro para que nenhum de vocês também faça parte! Por isso, em nome e por ordem deste Senhor, eu devo anunciar a vocês a mesma Palavra que ele assim ensinou aos seus discípulos há quase dois mil anos atrás: Em sua vinda definitiva, “o Filho do Homem será visto descendo numa nuvem, com poder e grande glória. E quando isto acontecer, levantem-se e fiquem de cabeça erguida, pois a redenção de vocês se aproxima!” (Lucas 21: 27-28).
Este momento que tanto é aguardado, certamente será um dia “grande e terrível” (Malaquias 4:5a) para todos os que são maus e soberbos, para todos os que o rejeitaram e desprezaram, para todos aqueles que são pecadores impenitentes – que não vivem uma vida de arrependimento e fé. Porém, este “Dia do Senhor” (Malaquias 4:5b) será um dia glorioso, de grande “alegria e paz” (Romanos 15:13) para aqueles permaneceram firmados, enraizados e bem edificados no Senhor; aqueles que fazem parte do seu Corpo, do seu Povo, da sua Família; aqueles que são pecadores penitentes – ou seja, que reconhecem sua pecaminosidade, mas que também confiam na Graça de Deus, e por isso, procuram sempre viver uma vida de arrependimento e fé!
O Dia do Senhor ocorreu quando o Filho do Altíssimo repousou em uma humilde manjedoura na cidade de Belém. Entretanto, este Dia do Senhor acontece todas as vezes em que este mesmo Cristo repousa na Palavra e nos Sacramentos em seu Serviço Divino. Porém, este Dia do Senhor também é um dia que se aproxima! E para muitos ele será um “dia terrível”, um dia de choro e ranger de dentes, e no aproximar dele, “haverá pessoas que desmaiarão de terror pela expectativa das coisas que sobrevirão” (Lucas 21:26). Não é no meio destes que queremos estar, e a Graça de Deus nos consola dizendo e mostrando que não precisamos estar. Por quê? Porque “o nosso Deus” (Salmo 50:3) que virá, já veio e conquistou a Salvação para nós! Além disso, ele continua vindo graciosa e misericordiosamente na Palavra e nos Sacramentos para nos presentear desde agora com as bênçãos dessa Salvação! Portanto, para nós que já fomos salvos por ele e permanecemos nesta salvação alicerçados naquilo que ele amorosamente nos dá, não precisamos nos aterrorizar. Afinal, “aquele que começou esta boa obra em nós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus, o Senhor” (Filipenses 1:6).
Meus irmãos, não sejamos como aqueles que rejeitaram, rejeitam e rejeitarão o Senhor! Não sejamos maus e soberbos! Pelo contrário, confiemos e vivamos enraizados, firmados e edificados unicamente naquele que é o “Sol da Justiça”, aquele que “traz a Salvação nas suas asas”, o “Filho do Homem”. E para tanto, tenhamos alegria em estar sempre na “Casa do Senhor” (Salmo 122:1), porque não há nada melhor e mais significativo do que, confiando neste Senhor que veio, estar em todas as oportunidade o mais perto possível dele quando ele vem. Afinal, dessa forma não teremos receio, dúvida e muito menos medo do dia derradeiro, pois temos a tranquilidade de estar junto e fazer parte da Igreja, do Corpo, do Povo dele, o Povo de Sião, que espera ansiosa e confiantemente naquele que era, que é, e que sempre será!
Amém!
Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Igreja Luterana Santíssima Trindade em Naviraí/MS
II Domingo no Advento, 2024 AD
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