04/05/2013

Lutero: Como se deve orar

"Mãos em oração" (c. 1508), de Albrecht Dürer (1471–1528)

Às vezes sinto que, por causa de ocupações ou pensamentos alheios, fiquei frio ou perdi a vontade de orar. Pois a carne e o diabo estão constantemente dificultando e impedindo a oração. Nesses momentos pego meu pequeno saltério, vou para o meu quarto ou, conforme o dia e a hora, para a igreja, em meio às pessoas. E passo a falar para mim mesmo, oralmente, os dez mandamentos, o credo e, dependendo da minha disponibilidade de tempo, diversas citações de Cristo, de Paulo ou dos Salmos, tudo coisas como as fazem as crianças. É bom que, de manhã cedo, se faça da oração a primeira atividade, e de noite, a última. E cuide-se muito bem desses pensamentos falsos e enganosos que dizem: Espera um pouco, daqui a uma hora vou orar, antes ainda tenho que resolver isto ou aquilo. Porque com esses pensamentos a gente passa da oração para os afazeres que prendem e envolvem a gente a ponto de não mais sair oração o dia inteiro.

– Bem-aventurado Martinho Lutero (Como se deve orar: uma meditação sobre o Pai Nosso)

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