Parábola do Fariseu e o Publicano |
O Senhor, no Seu ensinamento, manda-nos orar isoladamente, na solidão ou mesmo em lugares retirados, até mesmo no nosso quarto (Mt 14.23; 6.6), o que se coaduna melhor com a fé. Sabemos que Deus está presente em todo o lado, que ouve e vê todos os homens, que o olhar da Sua majestade soberana penetra até no segredo. Com efeito, está escrito: “Será que Eu sou Deus só ao perto e não sou Deus ao longe? [...] Poderá alguém ocultar-se em lugares escondidos sem que Eu o veja? [...] Não sou Eu que encho o céu e a terra?” (Jr 23.23-24)
O homem de oração, irmãos bem amados, não deve ignorar como o publicano rezava no Templo, em comparação com o fariseu. O cobrador de impostos não levantava os olhos ao céu com descaramento, não erguia as mãos com insolência. Batia no peito, reconhecia os seus pecados interiores e escondidos, implorava o socorro da misericórdia divina. O fariseu, pelo contrário, fiava-se em si mesmo. E foi o publicano que mereceu ser reconhecido como justo. Porque rezava sem colocar a sua esperança de salvação na sua própria inocência, visto que ninguém é inocente. Rezava confessando os seus pecados, e a sua oração foi atendida por Aquele que perdoa aos humildes.
-- São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago (A Oração do Senhor, §§ 4, 6)
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