25/03/2018

Domingo de Ramos




O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 11. 1-10



Introdução

            O Santo Evangelho para o Domingo da Paixão (ou Domingo de Ramos) mostra que “Jesus entra de forma triunfal em Jerusalém, como Rei, aceitando publicamente os títulos messiânicos e cumprindo várias profecias do Antigos Testamento”. No entanto, “os discípulos e as multidões esperam que Jesus estabeleça um reino terreno”. Por isso, “eles celebram sua chegada em Jerusalém sem uma clara percepção do seu propósito: morrer pelos pecados do mundo”.

(Bíblia de Estudo da Reforma, pág. 1650)



Desenvolvimento

            Jesus poderia ter entrado em Jerusalém da forma como desejasse usando o seu poder. No entanto, cumprindo as profecias (Zacarias 9.9), ele entra montado num jumento que nunca havia sido montado. Isto é significativo, pois além de reencenar a recepção de um novo rei (1Reis 1. 32-40), o fato de Jesus entrar montado num jumento e não em um cavalo, por exemplo, diz algo sobre este rei, ele vem em paz e humildade (Filipenses 2. 5-8), e não em guerra ou para dominação. Além disso, animais nunca montados são especialmente utilizados para propósitos santos (Números 19.2). Toda esta cena é muito didática para o povo e os discípulos: quem estava entrando em Jerusalém não era um “qualquer” ou simplesmente “mais um”, era alguém diferenciado.

            O povo, apesar de não ter uma percepção totalmente correta do propósito de Jesus, observa e compreende que aquele era um momento distinto e que Jesus era, de fato, alguém especial. Isto fica muito claro quando eles estendem suas capas e mantos para Jesus passar, lembrando o momento de coroação de um rei, como ocorreu com Jeú (2Reis 9. 12-13). Além disso, ao lançar ramos, principalmente de palmeiras, estava-se dando um sentido também religioso para o episódio, pois isto normalmente acontecia em procissões, festas e celebrações religiosas (Salmo 118.27).        

            Conhecendo esses detalhes e aspectos da entrada de Jesus em Jerusalém, chegamos a um momento importante do acontecimento: as palavras de aclamação.

Ø  Hosana: “Salva-nos”. O povo clama por salvação (Salmo 118.25).

Ø  Bendito o que vem: “Bem-aventurado”. O povo reconhece alguém do SENHOR (Salmo 118.26).

Ø  Em Nome do Senhor: O Nome do Senhor carrega o seu ser e poder para salvar (Salmo 54.1).  

Ø  O Reino que vem, o reino de Davi: Jesus está sendo publicamente aclamado como o Messias prometido.



Conclusão

            Em Jerusalém, de fato, Jesus cumpre e realiza de forma plena toda a sua obra. Ele, através de suas palavras e ações, mostra a todos que veio para ser um servo, um servo que caminha para a cruz. Além disso, para ser Rei sobre todo o mundo, ele é coroado – não com uma coroa de ouro ou pedras preciosas – mas com uma coroa de espinhos, e ele faz isso para salvar o ser humano. Ou seja, a coroa que deveria ser colocada nos súditos, o Rei coloca em seu lugar. Por fim, os eventos que ocorrem entre a quinta-feira da Paixão e o domingo de Páscoa confirmam que aquele Jesus realmente não era um qualquer, mas era o próprio Deus encarnado, o Messias prometido, a revelação e consumação do Reino de Deus.

            Certamente, muitas pessoas que estavam na entrada de Jesus em Jerusalém não compreenderam todas estas coisas, assim como hoje muitos ainda não conseguem se atentar para isso. No entanto, apesar da inconstância e da falta de compreensão do ser humano, este Rei que vem é imutável em seu Amor e Misericórdia – por isso, ele morre por todos estes pecadores e os do mundo todo, sem exceção – afinal, ele vem (e assim ocorreu nos eventos da Semana Santa) para reconciliar Deus com o ser humano pecador!



Hinos apropriados

Ó povo redimido” (05 HL) e “Como hei de receber-te” (13 HL)


Rev. Helvécio José Batista Júnior

Ministro do SENHOR nas Igrejas Luteranas “Bom Pastor” e “Cristo Rei” em Cariacica/ES

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