“A Última Ceia” (c. 1525), Mestre de Portillo |
Para as pessoas que não sofrem desgraça, não experimentam medo ou não sentem seu infortúnio, este santo sacramento pouco ou nenhum proveito traz; é que foi dado exclusivamente àqueles que necessitam de consolo e força, que têm um coração pusilânime, que estão com a consciência amedrontada, que padecem tentação de pecados ou já caíram nela. O que haveria ele de efetuar nos espíritos livres e seguros que não necessitam dele nem o desejam? Pois a mãe de Deus diz: “Ele enche de bens apenas os famintos e conforta os amedrontados.” (Lc 1.53.1) [...] Jesus nos ensina que este sacramento é força e consolo para as pessoas entristecidas e amedrontadas pelo pecado e pelo mal. E o que também diz Santo Agostinho: “Este alimento procura somente uma alma faminta e de nada foge tanto quanto de uma alma saciada e repleta, que não precisa dele.”( Enarr. in psalm. XXI, in: Migne PL 36.178).
-- Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Um Sermão sobre o Venerabilíssimo Sacramento do Santo e Verdadeiro Corpo de Cristo e sobre as irmandades, OSel I, 432)
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