“A Lamentação” (1603), Domenichino (Domenico Zampieri, 1581–1641) |
Este é um grande serviço: tomam conta do corpo de Jesus sem vida e não temem o poder de Pilatos. Vão e fecham o sepulcro. Cristo descansa, Deus tem de agir. Assim foi o sepultamento de Jesus.
Deus, nosso Senhor, certamente permite que se honrem os mortos e não simplesmente se joguem fora como se faz com os cachorros. Porque o corpo cuja alma se fundamenta na palavra de Deus terá de ressuscitar. Porque vivemos não só de pão, mas de toda a palavra de Deus. Nisso baseia-se a ressurreição.
Agora, não devemos nos esquecer disto: Todas as mulheres, sim, todos os apóstolos duvidaram de Cristo e ninguém acreditou que ele ressuscitaria. É o que também disseram aqueles dois que estavam a caminho de Emaús. Pois, se tivessem tido alguma esperança, não o teriam embalsamado e deitado num sepulcro. E se isso tivesse sido obra humana, Deus não o teria feito e na Escritura esse dia também não teria chamado o grande dia. Este artigo é muito mais grandioso do que o primeiro, que diz que Deus criou os céus e a terra. E, também, ninguém pode ser salvo a menos que creia que Deus ressuscitou Jesus Cristo. Esta fé não é obra humana, mas é operada por Deu, como Paulo e as Escrituras repetidas vezes afirmam.
Agora, aquela palavra sobre seu domínio precisa se cumprir.
- Trecho de homilia do bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja.
Na pintura de “A Lamentação” (1603), de Domenichino (1581–1641), José de Arimateia é ilustrado com um turbante e com uma urna funerária. Os querubins apontam as chagas de Cristo e os pregos e coroa de espinhos.
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