30/06/2014

Evangelho do Dia – Festa de São Pedro e São Paulo, Apóstolos

“A Virgem e o Menino com os Santos Pedro e Paulo” (1608-09), Giuseppe Cesari (1568-1640)
Evangelho segundo S. Mateus 16.13-19

13 Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?
 14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.
 15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
 16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
 17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.
 18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
 19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa de São Pedro e São Paulo, Apóstolos – 29 de junho

“Santos Pedro e Paulo” (c. 1616), Jusepe de Ribera (1591–1652)

A festa de São Pedro e São Paulo é, provavelmente, a mais antiga das observâncias dos santos (meados do séc. III). Uma antiga tradição assegura que estes dois pilares da Igreja do Novo Testamento foram martirizados no mesmo dia, em Roma, durante a perseguição de Nero. Além desta comemoração conjunta de seus martírios, ambos os apóstolos são comemorados separadamente: São Pedro em 18 de janeiro, por sua confissão de Jesus como o Cristo (S. Mateus 16.13-16) e São Paulo em 25 de janeiro, por sua conversão (Atos 9.1-19). O Novo Testamento nos diz muito sobre os dois apóstolos. São Pedro esteve com Jesus desde o início de seu ministério e serviu como líder entre os discípulos. Apesar de sua fé inabalável, a Escritura também registra algumas de suas faltas, como a sua repreensão por Jesus (S. Mateus 16.21-23) e sua tríplice negação de seu Senhor (S. Mateus 26.69-75). Após a ascensão de Jesus, São Pedro continuou como líder na Igreja (Atos 1.15, 2.14, 15.7). São Paulo, um devoto judeu, também conhecido como Saulo, entrou em cena como um perseguidor da Igreja. Depois de sua milagrosa conversão, na qual o próprio Cristo ressuscitado lhe apareceu, São Paulo tornou-se um grande pregador da graça de Deus. Durante suas três viagens missionárias (Atos 13-14; 16-18; 18-21), São Paulo viajou por toda a atual Turquia e Grécia. O relato do Novo Testamento de sua vida termina com São Paulo sob prisão domiciliar em Roma (Atos 28.16), mas a tradição diz que ele foi para a Espanha, antes de regressar a Roma.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Primeira Leitura: Atos 15.1-12 (13-21)
† Salmo: Salmo 46 (antífona v. 11)
† Epístola: Gálatas 2.1-10
† Santo Evangelho: São Mateus 16.13-19

ORAÇÃO DO DIA:

Misericordioso e eterno Deus, teus Santos Apóstolos Pedro e Paulo receberam graça e vigor para sacrificar suas vidas por amor de teu Filho. Fortalece-nos pelo teu Espírito Santo para que possamos confessar tua verdade e estarmos sempre prontos a dar a vida por aquele que deu a sua vida por nós, o mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 476)

28/06/2014

Terceiro Domingo após Pentecostes – 29 de junho de 2014 (Próprio 8 – Ano A)


O Senhor Jesus traz divisão na Terra para o bem da paz com Deus no céu

Os falsos profetas pregam o que seus ouvintes querem ouvir, prometendo paz, mesmo quando o Senhor anuncia "guerra, mal e peste" (Jeremias 28.8). Se o Senhor enviou verdadeiramente o profeta, "só ao cumprir-se a sua palavra, será conhecido como profeta, de fato, enviado do Senhor" (Jeremias 28.9). A pregação da Lei de Deus é dura, pois confronta o pecado, trazendo-o à luz e tornando-o “excessivamente maligno”, operando, desse modo, a morte no pecador (Romanos 7.13). Mas, através de nosso batismo em Cristo, "estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos" (Romanos 7.6). Agora nós pertencemos àquele "que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus" (Romanos 7.4). Pertencer a ele nos coloca em conflito com o mundo e nos separa de todos os laços terrenos, não apenas de nossa família, mas cada pessoa de sua própria vida, pois Cristo não veio "trazer paz, mas espada" (Mateus 10.34). No entanto, quem toma a sua cruz para seguir a Cristo e perde a vida por amor de Cristo, encontra uma nova vida nele (Mateus 10.38-39).

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Jeremias 28.5-9
† Salmo: Salmo 119.153-160 (antífona v. 154)
† Epístola: Romanos 7.1-13
† Santo Evangelho: S. Mateus 10.34-42

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, pela ação do teu Espírito Santo concede que possamos ouvir com alegria a tua Palavra proclamada entre nós e seguir as tuas orientações; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: Ilustração do Profeta Jeremias pregando.

Comemoração de Irineu de Lyon, Pastor - 28 de junho


Santo Irineu (c. 130-200 d. C.) nasceu em Esmirna (atual İzmir, Turquia), estudou em Roma e mais tarde tornou-se pastor em Lyon, na França. Por volta do ano 177, quando Irineu estava fora da cidade, uma perseguição feroz aos cristãos levou ao martírio de seu bispo. Quando retornou a Lyon, Irineu foi eleito e aclamado bispo. A sua obra escrita mais importante foi o tratado “Contra as heresias”, no qual condena principalmente o gnosticismo, que desprezava a criação de Deus como boa. Em oposição, Irineu confessou que Deus redimiu a sua criação através da encarnação do Filho. Irineu também afirmou os ensinos das Escrituras como sendo normativos para a Igreja.

LEITURAS:

† Salmo 145.8-13
† Provérbios 8.6-11 
† 2 Timóteo 2.22b-26
† São Lucas 11.33-36

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-Poderoso, tu mantiveste teu servo Irineu com vigor para confessar a verdade contra todo vento de doutrina vã. Por tua misericórdia, mantêm-nos firmes na fé verdadeira, para que caminhemos fielmente em paz no caminho que conduz à vida eterna; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 472)

27/06/2014

Cirilo de Alexandria, confessor e defensor da fé ortodoxa

“Nosso Senhor Jesus Cristo e o Patriarca Cirilo de Alexandria”, pintura digital por Mina Anton (Egito)
Hoje a igreja cristã lembra São Cirilo de Alexandria, Bispo e Confessor:

Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos. (Salmo 116.15)
Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram. (Hb 13.7)

Cirilo é citado nos documentos confessionais luteranos e aparece também em escritos como “De duabus naturis” (As Duas Naturezas em Cristo), de Martin Chemnitz.
Cirilo foi um grande defensor da ortodoxia e batalhador contra as heresias. Assim como o Doutor Lutero, Cirilo era muito vezes árido e apaixonado em suas polêmicas, mas era o zelo pela casa de Deus (a Igreja) que o consumia.
Cirilo combateu a heresia de Nestório que afirmava o falso ensino de que não há comunhão das naturezas humana e divina na pessoa de Cristo, que Maria não é Mãe de Deus (Theotokos) e que de acordo com a sua natureza humana Cristo é Filho de Deus apenas por adoção.

Oremos: Aceita, ó Senhor, a nossa ação de graças neste dia por teu servo Cirilo, e concede que todos os ministros e despenseiros dos teus mistérios propiciem a teus fiéis, pela palavra e exemplo, a instrução que é da tua graça; mediante Jesus Cristo, teu filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém. (Brotherhood Prayer Book)

Comemoração de São Cirilo de Alexandria, Pastor e Confessor - 27 de junho


São Cirilo (c. 376-444) tornou-se bispo de Alexandria, no Egito, em 412. Ao longo de seu ministério, defendeu uma série de doutrinas ortodoxas, entre elas o ensinamento de que Maria, a mãe de Jesus, “acertadamente é chamada Mãe de Deus e verdadeiramente o é” (Fórmula de Concórdia, Epítome VIII, 12), sendo corretamente denominada “Theotokos”, a “portadora de Deus”. Em 431 o Concílio de Éfeso afirmou este ensino de que o Filho de Maria é também verdadeiro Deus. Os escritos de Cirilo sobre as doutrinas da Trindade e da pessoa de Cristo revelam que ele é um dos teólogos mais competentes de seu tempo. A Cristologia de Cirilo influenciou concílios posteriores e constituiu uma fonte primária para os escritos confessionais luteranos.

ORAÇÃO DO DIA:

Pai Celestial, teu servo Cirilo proclamou firmemente teu Filho, Jesus Cristo, como sendo um, totalmente Deus e totalmente homem. Por tua infinita misericórdia, mantêm-nos constantes na fé e na adoração de teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 469)

26/06/2014

Comemoração do Santo Profeta Jeremias - 26 de junho


O Santo Profeta Jeremias é contado como um dos quatro profetas “maiores” do Antigo Testamento, junto com Isaías, Ezequiel e Daniel. Seu nome significa “Yahweh (o Senhor) estabelece (ou exalta)".

O profeta Jeremias era filho de Hilquias, um dos sacerdotes da cidade de Anatote, no território da tribo de Benjamim e atuou como profeta de Deus no reino de Judá, por volta de 627 a 582 a. C. Como profeta previu, testemunhou e presenciou o cerco babilônico e possivelmente a destruição de Jerusalém em 587 a. C. Em sua pregação, frequentemente utilizava símbolos, como um galho de amendoeira (Jeremias 1.11-14), jarra de vinho (13.12-14) e um oleiro trabalhando (18.1-17). Todo o seu ministério profético era um sermão, comunicando através de palavras e atos a ira de Deus para com seu povo rebelde. Jeremias sofreu repetida rejeição e perseguição de seus compatriotas, mas sabendo que a força de Deus estava consigo, expressava-se livremente e com firmeza. Reis o encarceraram, o flagelaram, ameaçavam-no de morte constantemente e queimavam seus escritos. Mas Deus o fortaleceu e o impulsionou a seguir pregando até seus últimos dias. Até onde se pode saber, Jeremias morreu no Egito, pra onde fora levado à força. Ele é lembrado e honrado pelo destemido chamado do povo de Deus ao arrependimento.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, por intermédio do profeta Jeremias, tu continuaste o modelo profético de ensinar seu povo na verdadeira fé e a demonstrar através dos milagres a tua presença na criação para curá-la de sua fragilidade. Concede que tua Igreja possa ver em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta dos últimos tempos cujos ensinamentos e milagres continuam na tua Igreja através da medicina curativa do Evangelho e dos Sacramentos, através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 466)

25/06/2014

Os luteranos são católicos?

Pintura de 1561 no altar da Igreja de Torslunde (Dinamarca), construída por volta do ano de 1100, ilustrando um culto luterano após a Reforma. 
Em 25 de junho de 1530, os reformadores luteranos apresentaram a Confissão de Augsburgo (CA) ao imperador Carlos V, demonstrando que os luteranos são os verdadeiros católicos.
Veja o artigo XXI da CA: "Isto é, mais ou menos, a suma da doutrina entre nós. Pode ver-se que nela nada existe que divirja das Escrituras, ou da igreja católica." Leia também a tradução de um excerto do artigo de Mathew Block:

"[...] Ser católico é ser herdeiro da fé apostólica. É estar enraizado firmemente no ensinamento dos Apóstolos, como registrado para nós nas Escrituras, a imutável Palavra de Deus.
[...] o corpo da igreja que aceita as Escrituras como a única fonte de autoridade na Igreja e ainda reconhece a tradição da Igreja como um princípio interpretativo normativo para a compreensão das Escrituras pode justamente chamar-se católico. É neste sentido que os luteranos se confessam herdeiros da tradição católica. "Visto as igrejas entre nós não dissentirem da igreja católica em nenhum artigo de fé", declara Melanchthon na Confissão de Augsburgo. "Pode ver-se que nela nada existe que divirja das Escrituras, ou da igreja católica, ou da Igreja Romana, até onde nos é conhecida dos escritores."
Séculos mais tarde, Herman Sasse afirmaria o mesmo: "Não foi mera diplomacia eclesiástico-política que ditou a enfática asserção na Confissão de Augsburgo de que os ensinamentos dos evangélicos eram idênticos aos da Igreja Católica Ortodoxa de todos os tempos", escreve ele . "O teólogo luterano reconhece que pertence à mesma igreja visível a qual Tomás de Aquino e Bernardo de Claraval, Agostinho e Tertuliano, Atanásio e Irineu uma vez pertenceram."
Sendo assim, os luteranos confessionais são católicos? Sim. E sempre seremos, contanto que nos apeguemos às tradições dos Apóstolos, escritas nas Escrituras e fielmente transmitidas a nós pela Igreja. Consequentemente, não posso deixar de pensar que aqueles que buscam um "Futuro Protestante" devem, de fato, olhar para o Passado Protestante. Está procurando uma igreja que recebe fielmente a tradição católica ao proclamar claramente a autoridade das Escrituras? Está procurando uma igreja que é tanto sacramental quanto devotada à salvação pela graça somente pela fé? Está procurando, em outras palavras, por uma Igreja Católica Evangélica? Ela já existe. É chamada luteranismo."

-- Mathew Block, editor da revista The Canadian Lutheran da Igreja Luterana do Canadá. (Artigo "Are Lutherans Catholic?", publicado em firstthings.com)


DESCRIÇÃO DA IMAGEM:

A imagem é de um folheto comemorativo do Terceiro Centenário da Confissão de Augsburgo no ano de 1830. A ilustração foi litografada naquele ano pelo pintor, desenhista e litógrafo alemão Friedrich August Fricke (1784-1858) e seus traços lembram o estilo neogótico que florescia na época.

No rodapé do folheto encontramos a seguinte inscrição: "Arrangiert und verlegt von Mag. Heinrich Gottlieb Kreussler, Archidiaconus in Wurzen". O folheto foi produzido a pedido de Heinrich Gottlieb Kreussler (1782-1847), que era arquidiácono na localidade de Wurzen, no distrito de Leipzig. 

A título de conhecimento, diácono (diakon) era o título dignatário dado a um teólogo ordenado nas igrejas luteranas da Alemanha. Aquele que tinha responsabilidade sobre outros diáconos era denominado arquidiácono/arcediago (archidiakon/erzdiakon) ou protodiácono (protodiakon), havendo também a figura do 'subdiakon'. Em virtude da ordenação, eles eram uma espécie de "pastor auxiliar" (geistliche), exercendo os mesmos ofícios de um pastor. Tinham um significado diferente do diácono na igreja reformada (que servia na assistência aos pobres) e na igreja católica romana (que era um estágio da ordenação sacerdotal). Até o século XIX, nas igrejas luteranas da Alemanha, somente o principal teólogo (haupttheologe) ou pregador (hauptprediger) chamado por uma comunidade era quem detinha o título de pastor (pfarrer/pastor). O teólogo luterano Johann Hinrich Wichern (1808-1881), tido como criador da Coroa de Advento, é considerado um dos precursores da concepção atual de diaconia no âmbito das igrejas luteranas.

Voltando ao folheto da Confissão de Augsburgo, ali estão retratados importantes personagens da Reforma:

LADO ESQUERDO:
Frederico III (Frederico, o Sábio), Eleitor da Saxônia
João I (João, o Firme / o Constante), Eleitor da Saxônia
João Frederico I (João, o Longânimo / o Magnânimo), Eleitor da Saxônia
Carlos V, Imperador Romano-Germânico (Carlos I de Espanha)
Filipe I, Landgrave de Hesse
Gustavo Adolfo, Rei da Suécia

MEIO:
Martinho Lutero, teólogo
Filipe Melanchthon, teólogo
Johannes Brentius (Johannes Brenz), teólogo
Justus Jonas (abaixo), teólogo

LADO DIREITO:
Georgius Spalatinus, teólogo
Johannes Bugenhagen, teólogo
Andreas Osiander, teólogo
Erhard Schnepfius, teólogo
Johannes Agricola, teólogo
Gregor von Brück (Gregorius Henisch / Pontanus), teólogo e jurista

Ainda no centro estão retratadas a Dieta de Augsbusgo (acima) 
e uma vista da cidade de Augsburgo (abaixo)

As inscrições no folheto dizem:

ACIMA:
"Herr, erhalte uns Dein Wort denn Dein Wort ist unsers Herzens Freud und Trost." (Jeremias 15.16)

"Himmel und Erde werden vergehn; aber meine Worte vergehn nicht." (Lucas 21.33)

ABAIXO:
Eine feste Burg ist unser Gott! (Castelo Forte é o nosso Deus!)

Die Herbergabe der Augsburgischen Confession den 25 Juny 1530 (A Apresentação da Confissão de Augsburg em 25 de junho de 1530)

Comemoração da Apresentação da Confissão de Augsburgo, A.D. 1530 – 25 de junho


A Confissão de Augsburgo (Confessio Augustana), a principal declaração de fé da teologia de Martinho Lutero e dos reformadores luteranos, foi escrita em grande parte por Philip Melanchthon. Na sua essência, ela confessa a justificação de pecadores somente pela graça, somente através da fé, somente por causa de Cristo. Assinada por líderes de muitas cidades e regiões alemãs, a Confissão foi formalmente apresentada ao Sacro Imperador Romano Carlos V, em Augsburgo (Alemanha), em 25 de junho de 1530. Algumas semanas depois, autoridades católico-romanas rejeitaram a Confissão, que Melanchthon defendeu na Apologia da Confissão de Augsburgo (1531). Em 1580, o Confissão de Augsburgo Inalterada foi incluída no Livro de Concórdia.

LEITURAS:

† Salmo 46
† Isaías 55.6-11
† Romanos 10.5-17
† São João 15.1-11

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, tu preservaste o ensino da Igreja apostólica através da confissão da verdadeira fé em Augsburgo. Continue a lançar os brilhantes raios de tua luz sobre a tua Igreja a fim de que nós, sendo instruídos na doutrina dos bem-aventurados apóstolos, possamos andar na luz da tua verdade e, finalmente, alcançar a luz da vida eterna; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 462-463)

24/06/2014

Evangelho do Dia – Festa da Natividade de São João Batista

“O Nascimento de São João Batista” (c. 1454), Giovanni di Paolo (1403–1482)
Evangelho segundo S. Lucas 1.57-80

57 A Isabel cumpriu-se o tempo de dar à luz, e teve um filho.
 58 Ouviram os seus vizinhos e parentes que o Senhor usara de grande misericórdia para com ela e participaram do seu regozijo.
 59 Sucedeu que, no oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias.
 60 De modo nenhum! Respondeu sua mãe. Pelo contrário, ele deve ser chamado João.
 61 Disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que tenha este nome.
 62 E perguntaram, por acenos, ao pai do menino que nome queria que lhe dessem.
 63 Então, pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se admiraram.
 64 Imediatamente, a boca se lhe abriu, e, desimpedida a língua, falava louvando a Deus.
 65 Sucedeu que todos os seus vizinhos ficaram possuídos de temor, e por toda a região montanhosa da Judeia foram divulgadas estas coisas.
 66 Todos os que as ouviram guardavam-nas no coração, dizendo: Que virá a ser, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
 67 Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo:
 68 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo,
 69 e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo,
 70 como prometera, desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas,
 71 para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam;
 72 para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança
 73 e do juramento que fez a Abraão, o nosso pai,
 74 de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor,
 75 em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.
 76 Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos,
 77 para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados,
 78 graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas,
 79 para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
 80 O menino crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a Israel.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa da Natividade de São João Batista – 24 de junho

“Nascimento de São João Batista” (1530-40), Gregório Lopes (c. 1490 - 1550)
São João Batista, filho de Zacarias e Isabel, nasceu numa família sacerdotal. Seu nascimento foi milagrosamente anunciado a seu pai por um anjo do Senhor (S. Lucas 1.5-23). Conforme a indicação de Lucas, Isabel estava no sexto mês de gestação de João, que foi fixado pela Igreja três meses após a Anunciação de Nosso Senhor e seis meses antes do Natal de Jesus. Por ocasião de seu nascimento, seu pai já idoso proclamou um belo hino de louvor (S. Lucas 1.67-79). Este hino é intitulado Benedictus e serve como o tradicional Cântico evangélico na Oração da Manhã (Laudes matutinas) da Igreja. Os eventos da vida de S. João e seus ensinamentos são conhecidos a partir de relatos em todos os quatro Evangelhos. No deserto da Judeia, próximo do Rio Jordão, São João Batista começou a pregar um chamado ao arrependimento e ao batismo, e dizia à multidão: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (S. João 1.29). S. João denunciou a vida imoral dos governantes herodianos, de modo que Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, mandou prendê-lo e encarcerá-lo na grande fortaleza de Macaeros (Maqueronte), perto do Mar Morto. Lá Herodes mandou decapitá-lo (S. Marcos 6.17-29). O seu martírio é celebrado em 29 de agosto, com outra festa litúrgica. S. João é lembrado e honrado como aquele que, com sua pregação, apontou para o “Cordeiro de Deus” e “preparou o caminho” para a vinda do Messias.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 40.1-5
† Salmo: Salmo 85.(1-6) 7-13 (antífona v. 9)
† Epístola: Atos dos Apóstolos 13.13-26
† Santo Evangelho: São Lucas 1.57-80

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, através de São João Batista, o precursor de Cristo, tu proclamaste a salvação. Agora concede que possamos conhecer esta salvação e servi-lo em santidade e justiça todos os dias da nossa vida; através de nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 459-460)

23/06/2014

Comemoração da fundação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, A.D. 1904 – 24 de junho


As raízes da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) remontam ao século XIX, quando imigrantes alemães se estabeleceram no Brasil, buscando uma nova vida, trazendo em suas bagagens a Bíblia e o Catecismo de Lutero. Em 1900, missionários da Igreja Luterana – Sínodo Missouri vieram ao Sul do Brasil prestar atendimento pastoral aos imigrantes. No dia 1º de julho de 1900 foi fundada a Comunidade São João no atual município de Morro Redondo/RS, a primeira congregação do Sínodo. Em 24 de junho de 1904, dia da Natividade de São João Batista e dia anterior à comemoração da Apresentação da Confissão de Augsburgo, aconteceu a constituição da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, durante a Conferência Geral de Pastores e Delegados Leigos realizada na atual cidade de São Pedro do Sul, região central do Rio Grande do Sul.

LEITURAS:

Salmo 125
1 Pedro 1.18-25
São Lucas 4.14-21

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que prometeste estar com a tua Igreja para sempre, oramos pela tua bênção contínua sobre todos aqueles que se reúnem neste Sínodo. Habita continuamente entre nós com a tua Santa Palavra e Sacramentos, fortalece nossa comunhão nos laços do amor e da paz e aumenta nosso testemunho fiel da tua salvação; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

22/06/2014

Evangelho Dominical – Segundo Domingo após Pentecostes (Próprio 7 – Ano A)

“Exortação aos Apóstolos” (entre 1886 e 1894), James Tissot (1836–1902) - Brooklyn Museum
Evangelho segundo S. Mateus 10.5a, 21-33

5a A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções:
21 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão.
 22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.
 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem.
 24 O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor.
 25 Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?
 26 Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido.
 27 O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz; e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados.
 28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.
 29 Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai.
 30 E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados.
 31 Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais.
 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus;
 33 mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

20/06/2014

Segundo Domingo após Pentecostes – 22 de junho de 2014 (Próprio 7 – Ano A)

“Jesus Envia os Doze Apóstolos”, Master of Choirs
Libertos do pecado e da morte, vivemos agora diante de Deus na Justiça de Cristo

O resultado do pecado é a morte, "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 6.23). Ele nos libertou da escravidão do pecado e nos tornou "vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Romanos 6.11). Assim, não estamos mais sob a condenação da lei, mas vivemos "debaixo da graça" (Romanos 6.14). Tão grande é a nossa coragem diante dos "que matam o corpo e não podem matar a alma" (Mateus 10.28) que, ainda que sejamos "odiados de todos" e difamados pelo mundo por causa do nome de Cristo (Mateus 10.22, 25), permanecemos sob os cuidados de nosso Pai Celestial, que conta "até os cabelos todos da cabeça" e nos estima mais "do que muitos pardais" (Mateus 10.30-31). Pela Palavra de Cristo, nos tornamos semelhantes a ele, nosso Mestre e Senhor, no qual perseveramos até o fim e seremos salvos (Mateus 10.22, 25). Ele está conosco "como um poderoso guerreiro" que venceu seus inimigos (Jr 20.11). Pela justiça da fé ele livra nossos “pensamentos e o coração”, nosso corpo e alma "da mão dos malfeitores" e nos introduz na terra dos vivos (Jeremias 20.12-13). — LCMS Lectionary Summaries.

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Jeremias 20.7-13
† Salmo: Salmo 91.1-10 (11-16) (antífona v. 1)
† Epístola: Romanos 6.12-23
† Santo Evangelho: S. Mateus 10.5a, 21-33

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que em tua permanente presença, sempre estás conosco, mantém-nos conscientes das tuas misericórdias diárias, a fim de podermos viver seguros e contentes em teu amor eterno; através de Jesus cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.
Culto Luterano: Lecionários (Editora Concórdia) 

19/06/2014

A fé católica


E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na Unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância.

-- O Símbolo de Atanásio - Livro de Concórdia: As confissões da Igreja Evangélica Luterana. 5. ed. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1997. p. 20.

15/06/2014

Evangelho Dominical – A Santíssima Trindade (Ano A)


Evangelho segundo S. Mateus 28.16-20

16   Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara.
17   E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
18   Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
19   Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20   ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

14/06/2014

Domingo da Santíssima Trindade – 15 de junho de 2014 (Ano A)

Imagem da Santíssima Trindade impressa na Alemanha (fim do séc. XIX, pintor desconhecido)


O Santo Deus Triúno nos recria à imagem e semelhança de Cristo Jesus

O Santo Deus Triúno "criou os céus e a terra" e "eis que era muito bom" (Gn 1.1, 31). No entanto, depois de Adão e Eva caírem em pecado e mergulharem a boa criação de Deus em decadência e morte, o Filho de Deus seria "entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus" para ser crucificado e morto “por mãos de iníquos" (Atos 2.23). Assim como Jesus recebeu “do Pai a promessa do Espírito Santo” (Atos 2.33), assim também ele levanta todos os batizados e derrama o Espírito sobre eles através da pregação do seu Evangelho. Ele envia seus apóstolos para "fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" e "ensinando-os a guardar tudo o que [ele tem] ordenado" (Mateus 28.19-20). Através deste batismo e ensino   Evangelho e Sacramentos   o Santo Deus Triúno nos recria à imagem e semelhança de seu Filho encarnado, Jesus Cristo, e eis que tudo é "muito bom" (Gn 1.31).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Primeira Leitura: Gênesis 1.1 – 2.4a
† Salmo: Salmo 8 (antífona v. 9)
† Segunda Leitura: Atos 2.14a, 22–36
† Santo Evangelho: S. Mateus 28.16-20

ORAÇÃO DO DIA:

Onipotente e eterno Deus, que deste a nós, teus servos, a graça de reconhecermos a glória da eterna Trindade na confissão da verdadeira fé e adorarmos a Unidade no poder da Majestade Divina, suplicamos-te que nos conserves firmes nesta fé e sempre nos defendas de todas as adversidades, tu que vives e reinas, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.

O Credo Atanasiano

O Credo Atanasiano, também conhecido como Quicumque Vult (seu início em latim), é um dos três grandes credos ecumênicos da igreja cristã. Lutero o considerou "a maior produção da igreja desde os tempos dos apóstolos". Seu valor está em apresentar claramente os atributos divinos de cada uma das pessoas da Santíssima Trindade e testemunhar a fé na perfeita igualdade das três pessoas. É apropriado como Confissão de Fé para a Festa da Santíssima Trindade.

O CREDO ATANASIANO
A Confissão Cristã da Santíssima Trindade

Logo no início do século IV surgiu um novo ensinamento que afirmava que Jesus não era Deus verdadeiro. Ário, um pastor do norte da África que propôs esta teoria, foi extremamente persuasivo, e logo a polêmica estava tão difundida que um concílio da igreja foi chamado para resolver a questão. Como resultado dessa reunião, em 325 d. C., surgiu o Credo Niceno, que confessa claramente que Jesus é verdadeiro Deus. Esse Credo, que foi ampliada em 381 d.C., a fim de defender a divindade do Espírito Santo, ainda é muito utilizado hoje como uma confissão da fé trinitária.
Apesar da clareza do Credo de Niceia, a controvérsia continuou por algum tempo. Perto do final do século V, um outro credo foi escrito que expunha maravilhosamente o mistério da Trindade de uma forma que nenhum outro credo havia feito. Embora atribuído a Atanásio, um oponente de Ário no século IV, este credo anônimo surgiu claramente numa fase posterior do debate.
O Credo de Atanásio proclama que os seus ensinamentos sobre a Santíssima Trindade e a encarnação de nosso Senhor são a fé católica (universal, cristã). Em outras palavras, que é isso que a verdadeira igreja de todos os tempos e todos os lugares confessa. Passados mais de quinze séculos, a igreja continua a confessar essa verdade, confiante que o Deus triúno, Pai, Filho, e Espírito Santo, se entregou para a nossa salvação.

  1. Aquele que quiser ser salvo, antes de tudo deverá ter a verdadeira fé cristã*.
  2. Aquele que não a conservar em sua totalidade e pureza, sem dúvida perecerá eternamente.
  3. E a verdadeira fé cristã* é esta,
  4. que honremos um único Deus na Trindade e a Trindade na Unidade, não confundido as pessoas nem dividindo a sustância divina.
  5. Pois uma é a pessoa do pessoa do Pai, outra a do Filho e outra a do Espírito Santo;
  6. mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único Deus, iguais em glória e majestade eterna.
  7. Qual o Pai, tal o Filho, tal o Espírito Santo.
  8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
  9. O Pai é incomensurável, o Filho é incomensurável, o Espírito Santo é incomensurável.
  10. O Pai é eterno, O Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
  11. Contudo, não são três Eternos, mas um único Eterno.
  12. Do mesmo modo, não três Incriados, nem três Incomensuráveis, mas um único Incriado e um único incomensurável.
  13. Da mesma maneira, o Pai é todo-poderoso, o Filho é todo-poderoso, o Espírito Santo é todo-poderoso;
  14. contudo, não são três Todo-poderosos, mas um único Todo-poderoso.
  15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus;
  16. todavia, não são três Deuses, mas um único Deus.
  17. Deste modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor;
  18. entretanto, não são três Senhores, mas um único Senhor.
  19. Visto que, segundo a verdade cristã, nos importa confessar cada pessoa por sua vez como sendo Deus e Senhor, é-nos proibido pela fé cristã* dizer que há três Deus e três Senhores.
  20. O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado.
  21. O Filho provém apenas do Pai, não foi feito, nem criado, mas gerado.
  22. O Espírito Santo não foi feito,nem criado, nem gerado pelo Pai pelo Filho, mas deles procede.
  23. Logo, é um único Pai, não são três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
  24. E nesta Trindade nenhuma pessoa é anterior ou posterior, nenhuma maior ou menor.
  25. mas todas as três pessoas são coeterna e iguais entre si; de modo que, como foi dito, em tudo seja honrada a Trindade na Unidade e a Unidade na Trindade.
  26. Portanto, quem quiser ser salvo, deverá pensar assim da Trindade.
  27. Entretanto, é necessário para a salvação eterna crer também fielmente na humanação de nosso Senhor Jesus Cristo.
  28. Esta é, portanto, a fé verdadeira: crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem.
  29. É Deus da substância do Pai, gerado antes dos tempos, e Homem da substância de sua mãe, nascido no tempo;
  30. Deus perfeito e Homem perfeito, subsistindo em alma racional e carne humana.
  31. Igual ao Pai segundo a divindade e menor do que o Pai segundo a sua humanidade.
  32. Ainda que é Deus e Homem, nem por isso são dois, mas um único Cristo.
  33. Um só, não pela transformação da divindade em humanidade, mas mediante a recepção da humanidade na divindade.
  34. É, de fato, um só, não pela fusão das duas substâncias, mas por unidade de pessoa.
  35. Pois, assim como corpo e alma racional constituem um único homem, Deus e homem é um único Cristo,
  36. o qual padeceu pela nossa salvação, desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos.
  37. Subiu ao céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
  38. E quando vier, todos os homens hão de ressuscitar com os seus corpos e dar contas de seus próprios atos,
  39. e aqueles que fizeram o bem irão para a vida eterna, mas aqueles que fizeram o mal, para o fogo eterno.
  40. Esta é a verdadeira fé cristã*. Aquele que não crer com firmeza e fidelidade, não poderá ser salvo.
* Cristã: o texto antigo diz “católica”, que significa toda a Igreja que confessa a totalidade da doutrina cristã. 

Clique aqui para baixar o impresso para o Culto Divino com divisão de leituras para o pastor, comunidade, homens e mulheres, além de um pequeno histórico sobre o Credo Atanasiano.

Comemoração do Santo Profeta Eliseu - 14 de junho

Ícone russo do profeta Eliseu (séc. XVIII, Mosteiro Kizhi, Russia)

Eliseu, filho de Safate, da tribo de Issacar, foi o profeta de Deus no reino do norte de Israel por volta de 849-786 a. C. Depois de ver seu mentor Elias elevado ao céu, Eliseu assumiu o ofício profético e tomou o manto de seu antecessor. Assim como Elias, Eliseu desempenhou um papel ativo nos assuntos políticos. Ele também realizou muitos milagres, como a cura da lepra de Naamã, o comandante do exército sírio (2 Reis 5.1-27) e a restauração da vida do filho de uma mulher sunamita (2 Reis 4.8-37). Uma voz oponente ao culto a Baal, Eliseu fez jus ao seu nome, que significa “meu Deus é salvação”.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai Celestial, por intermédio do profeta Eliseu, tu continuaste o modelo profético de ensinar teu povo na verdadeira fé e a demonstrar através dos milagres a tua presença na criação para curá-la de sua fragilidade. Concede que tua Igreja possa ver em teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o profeta dos últimos tempos cujos ensinamentos e milagres continuam na tua Igreja através da medicina curativa do Evangelho e dos Sacramentos; através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 430-431)

O casamento de Martinho e Catarina

Casamento de Martinho Lutero e Catarina von Bora, ilustração de Friedrich Paul Thumann (1834-1908).

No dia 13 de junho de 1525 Martinho Lutero e Catarina von Bora casaram-se no Convento Negro dos Agostinianos em Wittenberg, na Alemanha. O casamento aconteceu numa terça-feira, conforme costume da época. Apenas alguns seletos convidados estavam presentes naquela ocasião. Johannes Bugenhagen, que era o pároco local, oficiou a cerimônia. O advogado Johann Apel serviu como testemunha oficial pela Universidade de Wittenberg. Justus Jonas, grande amigo de Lutero e prepósito da igreja do Castelo, também foi testemunha. Lucas Cranach e sua esposa Barbara serviram como representantes do conselho da cidade e talvez estivessem representando os pais de Catarina. Uma cerimônia pública mais formal e uma festa de casamento ocorreram duas semanas depois, em 27 de junho, ato ao qual compareceram também os pais de Lutero. Na ocasião, o príncipe-eleitor presenteou os cônjuges com o Convento dos Agostinianos, que lhes serviu de moradia. Como um presente da cidade, os recém-casados receberam 20 florins e um barril de cerveja escura. Dizem que até mesmo o Cardeal Alberto de Brandemburgo, um dos adversários mais duros de Lutero, enviou 20 florins. Deus ainda abençoou o casamento com seis filhos: Hans, nascido em 1526, Elisabeth (1527), Madalena (1529), Martinho (1531), Paulo (1533) e Margarete (1534).

12/06/2014

Comemoração do Concílio Ecumênico de Niceia, A.D. 325 - 12 de junho

Ícone retratando o Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia.

O primeiro Concílio da Igreja Cristã foi convocado em Niceia (atual İznik, Turquia) no início do verão de 325 pelo imperador romano Constantino. O imperador presidiu a abertura do Concílio. O grande tema foi a controvérsia ariana em curso. O Concílio pronunciou-se contra os arianos, que ensinavam que Jesus não era o eterno Filho de Deus, mas que era criado pelo Pai e chamado de Filho de Deus por causa de sua justiça. Os principais oponentes dos arianos eram Alexandre, bispo de Alexandria, e Atanásio, seu diácono. O Concílio confessou a eterna divindade de Jesus e adotou a versão mais antiga do Credo Niceno, que foi aprovado em sua totalidade no Concílio de Constantinopla em 381.

ORAÇÃO DO DIA: 

Senhor Deus, Pai Celestial, no primeiro Concílio Ecumênico de Niceia, a tua Igreja corajosamente confessou que crê em um só Senhor Jesus Cristo, como sendo de uma só substância com o Pai. Concede-nos coragem de confessar a fé salvadora com tua Igreja por todos os séculos, através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 425)

11/06/2014

Evangelho do Dia – Festa de São Barnabé, Apóstolo

“Apóstolos enviados a pregar”, Irmãos  Limbourg (Herman, Jean, Paul) em "Les très riches heures du Duc de Berry", Folio 122v.
Evangelho segundo S. Marcos 6.7-13

7 Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos.
 8 Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro;
 9 que fossem calçados de sandálias e não usassem duas túnicas.
 10 E recomendou-lhes: Quando entrardes nalguma casa, permanecei aí até vos retirardes do lugar.
 11 Se nalgum lugar não vos receberem nem vos ouvirem, ao sairdes dali, sacudi o pó dos pés, em testemunho contra eles.
 12 Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse;
 13 expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa de São Barnabé, Apóstolo – 11 de junho


São Barnabé era um levita de Chipre, que vendeu um terreno e deu os rendimentos para a comunidade cristã primitiva em Jerusalém (Atos 4.36-37). São Paulo nos informa que ele era primo de João Marcos (Colossenses 4.10). Barnabé foi enviado pela Igreja de Jerusalém para supervisionar a jovem Igreja em Antioquia (Atos 11.22). Enquanto estava lá, ele foi para Tarso e trouxe Paulo de volta a Antioquia para ajudá-lo (Atos 11.25-26). Foi esta Igreja em Antioquia que comissionou e enviou Barnabé e Paulo na primeira viagem missionária (Atos 13.2-3). No entanto, quando chegou o momento da segunda viagem missionária, Barnabé e Paulo discordaram sobre levar João Marcos juntamente com eles. Barnabé tomou Marcos e foi para Chipre; Paulo tomou Silas e seguiu para o norte pela Síria e Cilícia (Atos 15.36-41). Nada mais se sabe sobre as atividades de Barnabé, exceto que ele era aparentemente conhecido dos Coríntios (1 Coríntios 9.6). A tradição conta que Barnabé morreu como um mártir em Chipre ao ser apedrejado.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 42.5-12
† Salmo: Salmo 112 (antífona v. 1)
† Epístola: Atos 11.19-30; 13.1-3
† Santo Evangelho: São Marcos 6.7-13

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, teu servo fiel Barnabé não procurou sua própria fama, mas dedicou generosamente sua vida e propriedade para o encorajamento dos apóstolos e do ministério deles. Concede que possamos seguir seu exemplo com vidas dedicadas à caridade e à proclamação do Evangelho; através de teu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. 

FonteTreasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 422)

09/06/2014

Jesus é o Senhor


Qual é a razão do Pentecostes? São Paulo nos declara em 1 Coríntios 12.3:  "E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo."

08/06/2014

Pentecoste – o Babel invertido!


Pentecoste – o Babel invertido! – Babel significa ira – Pentecoste significa graça; Babel significa juízo – Pentecoste significa salvação; Babel fecha os ouvidos para a mensagem de Deus – Pentecoste abre-os; Babel confunde as línguas dos homens – Pentecoste faz com que elas de comum acordo proclamem as grandezas de Deus. Este é o significado supremo do dia de Pentecoste: Deus manda pregar seu Evangelho a todo mundo; sua Igreja pode espalhar-se através de todo o mundo: todos os homens têm a oportunidade de ouvir a mensagem da graça de Deus em suas próprias línguas; homens são aparelhados pelo Espírito para levar esta mensagem, não obstante as dificuldades imensas, porque são movidos a declarar: "Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos": Cristo ressuscitou e salvou o mundo!

-- Johannes H. Rottmann (Atos dos Apóstolos no Contexto do Século XX. Porto Alegre: Concórdia Editora, 1979, p. 66)

A Igreja do Espírito Santo

“Pentecostes”, em “les Très Riches Heures du Duc Berry”, Folio 79r, Musée Conde Chantilly (França)
Nessa santa e alegre festa de pentecostes comemoramos agradecidos a nosso amado Senhor o grande e infinito benefício que nos demonstrou na terra, ao revelar a nós, pobres homens, desde o céu, sua santa e querida palavra – não uma palavra qualquer, mas uma palavra especial e diferente, contrária à lei de Moisés. Pois nesse dia começou o reino de Cristo, por intermédio dos apóstolos, e foi revelado a todo mundo por meio do evangelho. Sem dúvida, em sua pessoa, Cristo teve o seu reino desde a eternidade; hoje, no dia de pentecostes, porém, ele foi revelado a todo o mundo pelo Espírito Santo, por meio dos apóstolos. Tal revelação veio a nós com grande coragem, destemor e alegria por parte daqueles pobres pecadores, os apóstolos, os mesmos que antes abandonaram e negaram a Cristo, por medo, e que eram tímidos, assustados e desesperados.
Hoje, no dia de pentecostes, teve início o alegre, bem-aventurado e amável reino de Cristo, cheio de alegria, coragem e certeza.

- Bem-aventurado Martinho Lutero, doutor e reformador da igreja.

Fonte: Castelo Forte: Devoções Diárias 1983 (São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1983)

Evangelho Dominical – Dia de Pentecostes (Ano A)

“Pentecostes” (sec. XVII), Luis Tristán (Toledo, 1585 - 1624), Museu de Belas Artes, Bucareste, Romênia

Evangelho segundo S. João 7.37-39

37 No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
 38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
 39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

07/06/2014

Festa de Pentecostes – 8 de junho de 2014 (Ano A)

Pentecostes (Bruges, c. 1489)
O Senhor Jesus Ressuscitado derrama o Espírito Santo

“Tirando do Espírito que estava sobre" Moisés, o Senhor "o pôs sobre aqueles setenta anciãos” de Israel (Nm 11.25) e eles "profetizavam” no arraial (Nm 11.26). Da mesma forma, nosso Senhor Jesus ressuscitado derramou o seu Espírito Santo na Festa de Pentecostes — o quinquagésimo dia e "Oitavo Domingo" de Páscoa. Quando "veio do céu um som, como de um vento impetuoso" e “línguas, como de fogo”, apareceram e pousaram sobre cada um dos doze Apóstolos, então "todos ficaram cheios do Espírito Santo" e proclamaram as "grandezas de Deus" (Atos 2.2-4, 11). O Senhor Jesus concede este mesmo Espírito à sua Igreja na terra para proclamá-lo glorificado na cruz e ressuscitado vitoriosamente da sepultura por nós pecadores. De seu coração aberto, nosso Senhor crucificado e ressuscitado derrama o Seu Espírito Santo em "rios de água viva" (João 7.38) e convida a todos que têm sede para que venham à ele e bebam livremente (João 7.37). Através desta obra doadora de vida do Espírito Santo, ouvimos nossos pastores "falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus" (Atos 2.11) e "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Atos 2.21).

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Números 11.24-30
† Salmo: Salmo 25.1-15 (antífona v. 4)
† Epístola: Atos 2.1-21
† Santo Evangelho: S. João 7.37-39

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, neste dia mais uma vez ensinaste os corações de teu povo fiel ao enviar-lhe a luz de teu Espírito Santo. Concede-nos, em nossos dias, o mesmo Espírito, para termos a correta compreensão de todas as coisas e sempre nos alegrarmos na tua santa consolação; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Evangelho do Dia – Véspera de Pentecostes

Pentecostes, no Livro de Horas (uso de Rheims), França, c. 1490 (MMW, 10 F 17 59r)


Evangelho segundo S. João 14.8-21

8   Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
9   Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10   Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.
11   Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
12   Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
13   E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
14   Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
15   Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
16   E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,
17   o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
18   Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.
19   Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
20   Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.
21   Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Véspera de Pentecostes – 7 de junho de 2014 (Ano A)

Pentecostes, Louis Galloche (1670-1761)

Nosso Senhor nos torna seu povo santo e nos sela com o seu Espírito

No Sinai, "acampou Israel em frente do monte" e “subiu Moisés a Deus” (Ex 19.2-3). Através de Moisés Deus deu a Lei e selou sua Aliança através do sacrifício. O Senhor tornou Israel sua "propriedade peculiar dentre todos os povos", bem como um “reino de sacerdotes e nação santa" (Ex 19.5-6), se ouvissem a sua voz e fizessem o que ele havia falado. Nestes últimos dias, ele nos falou por seu Filho, que veio até nós e subiu a Deus pelo caminho da sua morte e ressurreição. Ele cumpriu a Lei e derramou o seu próprio sangue, como a Nova Aliança. Portanto, "a fim de que o Pai seja glorificado no Filho", ele fará tudo o que pedirmos em seu Nome (João 14.13-14). Ele dá "outro Consolador ... o Espírito da verdade" para estar conosco para sempre (João 14.16-17). O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza e intercede por nós "com gemidos inexprimíveis" (Rm 8.26). Agora nós oramos com confiança, enquanto esperamos ansiosamente "a revelação dos filhos de Deus" (Rm 8.19). — Traduzido e adaptado de LCMS Lectionary Summaries.

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Êxodo 19.1-9
† Salmo: Salmo 113 (antífona v. 3)
† Epístola: Romanos 8.12-17 (22-27)
† Santo Evangelho: S. João 14.8-21

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso e sempre vivo, que cumpriste tua promessa ao enviar o presente do Espírito Santo para reunir os discípulos de todas as nações na cruz e na ressurreição de teu Filho Jesus Cristo, propaga este presente por todos os lugares da terra pela pregação do Evangelho; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia) 

05/06/2014

São Bonifácio e o Carvalho de Thor

São Bonifácio derrubando o Carvalho de Thor. Ilustração de H.v. Hess, em Vaterländische Geschichtsbilder, publicado por Piloty & Loehle, Munique (1911)
Hoje a Igreja Luterana lembra São Bonifácio, missionário do povo germânico, com ação de graças ao Deus Triúno.
Uma das maiores façanhas no trabalho missionário de São Bonifácio ocorreu perto da atual cidade de Fritzlar no norte Hesse (Alemanha), no ano de 723, quando ele cortou um carvalho sagrado dedicado a Thor (ou Donar), o deus nórdico e germânico do trovão. Árvores sagradas eram veneradas pelos povos germânicos pré-cristãos. Quando Bonifácio começou a golpear o carvalho, um forte vento ajudou a derrubar a árvore, como que milagrosamente. Visto que o missionário não fora atingido por um raio de Thor, os moradores concordaram que o Deus dos cristãos era supremo e foram batizados. Num gesto simbólico, mas também prático, Bonifácio utilizou a madeira do grande carvalho na construção de uma capela dedicada a São Pedro Apóstolo.

Comemoração de São Bonifácio de Mainz, Missionário aos Povos Germânicos - 5 de junho

“São Bonifácio” (c. 1630), Cornelis Bloemaert (1603-1684)
São Bonifácio nasceu no final do século VII, na Inglaterra. Embora tenha sido educado, tornado-se monge e sido ordenado presbítero na Inglaterra, Bonifácio foi inspirado pelo exemplo de outros a se tornar um missionário. Em 719 foi enviado à Germânia, onde Bonifácio dedicou-se a plantar, organizar e reformar igrejas e mosteiros em Hesse, Turíngia e Baviera. Depois de se tornar arcebispo, Bonifácio foi designado para a Sé de Mainz, em 743. Dez anos depois, ele renunciou ao cargo para se engajar no trabalho missionário na Holanda. Em 5 de junho de 754, dia de Pentecostes, enquanto aguardavam um grupo de convertidos para a confirmação, Bonifácio e seus companheiros foram assassinados por um grupo de pagãos frísios armados. Bonifácio é conhecido como o “Apóstolo e Missionário dos Povos Germânicos”.

LEITURAS:

† Salmo 115.1-8
† Miqueias 4.1-2
† Atos 20.17-28
† São Lucas 24.44-53

ORAMOS:

† Pela igreja na Alemanha e Holanda;
† Pelos governos da Alemanha e Holanda;
† Por todos aqueles que instruem na fé;
† Por coragem diante das adversidades;
† Pelos missionários, especialmente aqueles cujas vidas estão em perigo.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, tu chamaste Bonifácio para ser uma testemunha e mártir na Alemanha, e através de sua obra e sofrimento tu levantaste um povo para sua possessão. Derrama o teu Espírito Santo sobre a tua Igreja em todas as terras, para que através do serviço e sacrifício de muitos teu santo nome seja glorificado e teu reino alargado; através de Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Biografia e Coleta: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 406)
Leituras bíblicas: Holy Women, Holy Men: Celebrating the Saints (New York: Church Publishing Incorporated, 2010. p. 409)

01/06/2014

Evangelho Dominical – Sétimo Domingo de Páscoa (Ano A)

A Oração Sacerdotal de Jesus

Evangelho segundo S. João 17.1–11

1 Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti,
 2 assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.
 3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
 4 Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;
 5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.
 6 Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.
 7 Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;
 8 porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.
 9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;
 10 ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado.
 11 Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós.

- Bíblia Sagrada J. F. de Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Sétimo Domingo de Páscoa – 1 de junho de 2014 (Ano A)

“Última Ceia” (1896), Pascal Dagnan-Bouveret (1852-1929)

Nosso Senhor Jesus está conosco no Cenáculo da sua Igreja na Terra

Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus orou por seus Apóstolos e por sua Igreja na terra. "É chegada a hora" em que o Pai iria glorificar seu Filho pela Cruz (João 17.1). Através do derramamento de seu sangue, ele traria o perdão para os pecados do mundo e em sua Ressurreição e Ascensão ele iria unir todos os cristãos com o Pai "para que eles sejam um" com Deus (João 17.11). Ele manifestou seu Nome aos Apóstolos e deu-lhes as palavras do Pai para falar em seu Nome. O testemunho apostólico de sua Cruz e Ressurreição (Atos 1.21-22) reúne discípulos "unanimemente" no único Corpo de Cristo (Atos 1.14). Perseverando “unânimes em oração", eles esperam no Senhor no "cenáculo" (Atos 1.13-14 ), o local da sua Santa Ceia. Fortalecidos pelo Evangelho, os cristãos carregam a cruz de Cristo em paciência e paz, regozijando-se em compartilhar seu sofrimento, "para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" (1 Pedro 4.13).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Atos 1.12–26
† Salmo: Salmo 68.1-10 (antífona v. 32)
† Epístola: 1 Pedro 4.12–19; 5.6–11
† Santo Evangelho: S. João 17.1–11

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Rei da Glória, Senhor dos exércitos, que estás elevado em triunfo acima de todos os céus, não nos deixes sem consolo mas, como prometeste, envia-nos o Espírito da verdade que vem do Pai; pois tu vives e reinas com ele e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.