31/05/2021

A Visitação - 31 de maio (ou 2 de julho)


A Festa da Visitação celebra o dia em que a Bem-aventurada Virgem Maria visitou sua prima Isabel, quando ambas estavam grávidas, e João Batista estremeceu no ventre de Isabel. A cor litúrgica é branca. O Lecionário Luterano classifica a Visitação como uma das “festas principais de Cristo”. As leituras apontadas no Lecionário Luterano são Isaías 11.1-5, Salmo 138, Romanos 12.9-16 e Lucas 1.39-45 (46-56). Neste dia oramos:

Todo-poderoso Deus,
tu escolheste a Virgem Maria para ser a mãe de teu Filho
e tornou conhecido através dela o teu gracioso afeto para com os pobres, humildes e desprezados.
Concede que possamos receber a tua Palavra com humildade e fé,
e assim nos tornemos um com Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor,
que vive e reina contigo e o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre
. Amém.

O Magnificat é o hino de louvor que Maria entoou naquela ocasião e que nós também cantamos no Ofício das Vésperas:

A minha alma engrandece ao Senhor,
e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,
porque ele contemplou na humildade da sua serva.
Pois desde agora todas as gerações me considerarão bem-aventurada,
porque o Poderoso me fez grandes coisas.
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia vai de geração em geração  sobre os que o temem.
Agiu com o seu braço valorosamente;
dispersou os que no coração alimentavam pensamentos soberbos.
Derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia,
a favor de Abraão e de sua descendência para sempre,
como prometera aos nossos pais.

A Festa da Visitação tem sua origem em Bizâncio, mas se tornou parte do calendário da igreja universal somente em 1389 em meio a tentativas de curar o Grande Cisma. Originalmente a festa era observada apenas no dia 2 de julho. Depois da reforma ecumênica do Ano da Igreja que aconteceu após o Concílio Vaticano II, a maioria das igrejas cristãs celebram a Visitação no dia 31 de maio. Desta forma a Visitação acontece antes da Festa da Natividade de São João Batista (24 de junho) para melhor harmonizar com a narrativa do Evangelho, ordenando-se os eventos historicamente. No entanto, a celebração da Visitação no dia 2 de julho, demonstra que o calendário da igreja não se preocupa com a sincronia história em primeiro lugar, mas em celebrar os mistérios de nossa fé nas datas diversas. É por isso que, diferente da maioria das igrejas luteranas, que celebram a Transfiguração como fechamento do período da Epifania, a Igreja Luterana da Suécia e as Igrejas Ortodoxa e Romana observam a Transfiguração no dia 6 de agosto, mesmo já tendo passado a Ressureição e Ascenção de Jesus. Ou seja, mesmo que o Concílio Vaticano II tenha puxado a Visitação para uma data anterior ao Nascimento de João Batista, os dias festivos na igreja não obedecem necessariamente a uma ordem cronológica como aparentemente encontramos no Ciclo Temporal do Ano da Igreja.

Via de regra as igrejas luteranas admitem as duas datas para a Festa da Visitação. Isso depende do calendário e lecionário que a congregação esteja utilizando. Desde a Reforma a Igreja Luterana utilizou um lecionário anual, também conhecido como Histórico ou Tradicional. Mesmo com as reformas pós Concílio Vaticano II que introduziram o lecionário de três anos, o antigo lecionário não caiu em desuso nas Igrejas Luteranas. Hoje a maioria das igrejas luteranas reconhecem o valor de ambos os calendários e lecionários e os colocam em pé de igualdade, podendo ser utilizados de acordo com a liberdade de cada congregação. No entanto, nas igrejas luteranas confessionais da Alemanha o antigo lecionário é o único utilizado, sendo quase totalmente ignorado o Lecionário Trienal.

30/05/2021

O SINAL DA CRUZ

 


A Graça de nosso Senhor Jesus T Cristo e o Amor do Pai e a Comunhão do Espírito Santo sejam com todos, hoje e sempre!

Hoje estamos celebrando a Solenidade da Santíssima Trindade, uma data extremamente importante da Igreja Cristã, onde somos lembrado quem é o Deus que nós adoramos. E, ensinados pelo Credo Atanasiano, nós “honramos um Único Deus na Trindade e a Trindade na Unidade”.

Certamente, explicar a Doutrina da Santíssima Trindade de forma racional é uma tarefa impossível. Afinal, esta Doutrina é um Mistério de Deus. E justamente por ser um Mistério de Deus não precisamos nos desesperar em querer explicar ou obter uma explicação. Antes, como certa vez escreveu Felipe Melanchton, colaborador de Martinho Lutero na Reforma da Igreja, “os Mistérios de Deus não devem ser investigados, mas devem ser adorados e honrados”.

A Solenidade da Santíssima Trindade, portanto, é um dia de honra e adoração. E uma das formas de realizarmos isso é justamente testemunhando a respeito deste Deus que cremos, ensinamos e confessamos. E, sem dúvida alguma, uma das formas mais belas de testemunharmos a Santíssima Trindade e a Obra da Salvação é através do Sinal da Cruz.

Mas, o que este sinal realmente significa? Qual a sua origem? Existe alguma base bíblica e teológica para ele? Vale a pena nos persignarmos dizendo as palavras da Santíssima Trindade em forma de cruz?

Estas perguntas são importantes porque quando olhamos para os nossos materiais de Culto e Ensino vamos perceber que eles estão repletos de indicações a respeito do Sinal da Cruz. Observe:

 

a) No Hinário Luterano, logo no início das Ordens Litúrgicas há a seguinte indicação: “Em lembrança do seu Batismo todos poderão fazer o Sinal da Cruz”.

b) No Catecismo Menor, ao ensinar as Orações da Manhã e da Noite, Martinho Lutero recomenda: “Ao acordar, ou, antes de se recolher, faça o Sinal da Santa Cruz”.

c)  No Livro de Liturgias, é dito que o oficiante, ao celebrar o Santo Batismo, deve marcar aquele que está sendo Batizado com “o Sinal da Cruz tanto no rosto quanto no coração, em afirmação do seu resgate por Cristo”.

 

Estes são somente alguns exemplos que mostram para nós que o Sinal da Cruz não é algo pecaminoso, nem errado e muito menos proibido. Pelo contrário, ao que parece, é um sinal que acompanha a vida do cristão em todo o tempo.

Sabendo de tudo isso, agora podemos responder as questões levantadas anteriormente: Há alguma base bíblica e teológica para este sinal? Qual o significado dele? Qual a sua origem? E por que ele é usado pelos cristãos?

 A resposta para estas questões se inicia com descobertas arqueológicas. Em 1873, no Monte das Oliveiras, foram encontradas inscrições em sepulcros que remontam a época de Jesus, e estas estavam acompanhadas do Sinal da Cruz. Já em 1945, túmulos do século I d.C. foram encontrados contendo também o Sinal da Cruz. Portanto, estas descobertas evidenciam que os primeiros cristãos, de alguma forma, já usavam o Sinal da Cruz e se identificam com ele. Mas, por quê?

Existem dois textos bíblicos que nos auxiliam neste ponto e, provavelmente foram os incentivos que os primeiros cristãos tiveram para o uso do Sinal da Cruz.

 

a) Ezequiel 9: 1-6 = Que sinal é este que foi marcado na testa das pessoas e os preservaram da matança? Apesar de nossas traduções para o português não especificarem que sinal era este, o Texto Hebraico, o Original do Antigo Testamento deixa bem claro. No verso 4, ele diz: “faça um ‘tau’ na testa dos homens”. O ‘tau’ é a última letra do Alfabeto Hebraico e sua forma é parecida com uma cruz. Portanto, um tipo de Sinal da Cruz estava sendo marcado sobre o povo no tempo do Profeta Ezequiel. Este sinal, naquele momento foi um selo de propriedade de Deus. E obviamente, tinha a intenção de apontar para Cristo e sua Obra Redentora na Cruz.

b) Apocalipse 7: 1-4 = O Apóstolo João vê aqueles que foram selados por Deus como sendo sua propriedade, marcados com um sinal em sua testa. Aliando, portanto este texto com a referência de Ezequiel 9, os primeiros cristãos costumeiramente faziam o Sinal da Cruz, lembrando que eram batizados e redimidos por Cristo.


O Sinal da Cruz, portanto, não é algo que veio do nada, não é mera superstição e também não é algo restrito a Igreja Romana. Há uma base bíblica e teológica que motivou os cristãos em toda a história a fazerem uso deste belíssimo Sinal como marca de que são “propriedade exclusiva de Deus” por meio da Obra de Cristo. Além disso, este Sinal usado com as palavras batismais em referência a Santíssima Trindade, testemunha quem é este Deus que pertencemos. Não um deus qualquer, mas é o “Pai e Filho e Espírito Santo”.

Vocês, meus irmãos, portanto, podem tranquilamente fazer o Sinal da Cruz, como sugere nosso hinário, ensina o nosso catecismo e fala nosso livro de liturgias. Não há problema algum em usar este sinal. No entanto, mesmo havendo uma base bíblica, teológica e histórica para o seu uso, não existe nenhuma obrigação em fazê-lo. Deste modo, se você não tem o costume ou não se sente a vontade em fazer, não precisa ser constrangido com isso. Porém, não deve, de forma alguma, considerar errado aquele que faz, pois como pudemos perceber até aqui, o Sinal da Cruz é uma belíssima marca que nos recorda o nosso resgate por Cristo na Cruz e, ao mesmo tempo, é um grandioso testemunho do Deus que nós cristãos, cremos, ensinamos e confessamos: a Santíssima Trindade, Deus “Pai e Filho e Espírito Santo”.

Amém!

Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Igreja Luterana em Naviraí/MS
Solenidade da Santíssima Trindade – 30 de Maio, 2021 AD

 

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29/05/2021

A Santíssima Trindade – Ano B (30 de maio de 2021)



Isaías 6.1-8
Atos 2.14a, 22-36
João 3.1-17

A Glória do Senhor dos Exércitos brilha em misericórdia, perdão e salvação

Quando Isaías viu “o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”, ele clamou e confessou que era um “homem de lábios impuros”. Se até mesmo os santos anjos cobrem o rosto na presença do “Rei, o Senhor dos Exércitos”, como poderiam humanos pecadores comparecer diante dele? (Is 6.1-5). No entanto, a glória do Senhor é a graça salvadora, e com “uma brasa viva” do altar o anjo tocou os lábios de Isaías, removendo sua culpa (Is 6.6-7). Da mesma forma, do altar da cruz de Cristo, pelo ministério do Evangelho, “toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). Pois Cristo Jesus foi crucificado, morto e sepultado “conforme o plano determinado e a presciência de Deus” e “Deus o ressuscitou, livrando-o da agonia da morte” (At 2.23-24). “Tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo” (At 2.33), Jesus levantou o mundo decaído ao derramar seu Espírito doador da vida sobre os pecadores por intermédio de seus Meios da Graça terrenos. Foi para dar este dom salvífico que Deus enviou o seu Filho ao mundo, “para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16-17).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, que deste-nos a graça de conhecer a glória da eterna Trindade pela confissão da verdadeira fé e de adorarmos a Unidade no poder da Majestade Divina, mantém-nos firmes nesta fé e defende-nos de todas as adversidades; pois tu, ó Pai, Filho e Espírito Santo, vives e reinas, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

25/05/2021

Terça-feira de Pentecostes



Isaías 32.14–20
Atos 8.14–17
João 10.1–10

O Senhor Jesus crucificado e ressurreto pastoreia seu rebanho com sua Palavra e seu Espírito Santo

Com divino amor, o grande Bom Pastor Jesus Cristo entregou a sua vida pelas ovelhas, para que nele “tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10). Agora ele derrama o Espírito Santo sobre a sua igreja e, assim, dá vida ao seu rebanho por meio do ministério do seu Evangelho. Ele chama as ovelhas pela pregação de sua Palavra, “e elas o seguem, porque reconhecem a voz dele” (Jo 10.3-4). Assim, de Jerusalém a Samaria, até os confins da terra, os ministros de Cristo foram enviados para pregar e orar, para que todos recebam a Palavra e o Espírito de Deus em comunhão com a sua Igreja, una, santa, católica e apostólica (At 8.14–15, 17). É desta forma que “o deserto se tornará em pomar” onde frutificam a retidão e a justiça, e o povo de Deus habitará para sempre “em moradas bem seguras e em lugares quietos e tranquilos” (Is 32.15–18). Pois eles entram no aprisco pela fé em Cristo, e encontram pastagem na comunhão de seu Corpo (Jo 10.9).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso e sempre vivo, que cumpriste tua promessa ao enviar o presente do Espírito Santo para reunir os discípulos de todas as nações na cruz e na ressurreição de teu Filho Jesus Cristo, propaga este presente por todos os lugares da terra pela pregação do Evangelho; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

24/05/2021

Segunda-feira de Pentecostes (24 de maio de 2021)


Isaías 57.15-21

Atos 10.34a, 42-48
João 3.16-21

O Espírito Santo vem a todos os povos

São Pedro foi o primeiro a falar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo, ao pregar a Cornélio e sua família o mesmo dom do Espírito Santo que Deus havia concedido aos santos Apóstolos e a bem-aventurada Maria no dia de Pentecostes, purificando-lhes os corações pela fé. Na sua pregação na casa de Cornélio o santo apóstolo reconhece “que Deus não faz acepção de pessoas”(At 10.34), de forma que quando Pedro ainda falava “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo” (At 10.44,45). O resultado é que aqueles estrangeiros também foram batizados e contados no povo de Deus. A ação do Espírito Santo testemunha que todos estão salvos através da obra redentora de Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus (Jo 3.16-18). 

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que deste teu Espírito Santo aos apóstolos, concede-nos este mesmo Espírito para que possamos viver em fé e permanecer em paz; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

23/05/2021

DOMINGO DE PENTECOSTES

 


Atos dos Apóstolos 2: 1-21, 37-39

          A Graça de nosso Senhor Jesus T Cristo e o Amor do Pai e a Comunhão do Espírito Santo sejam com todos, hoje e sempre!

          Em uma manhã de Pentecostes, quando os discípulos de Jesus estavam reunidos em um mesmo lugar, veio do céu um som, como de um vento que soprava fortemente, e todos puderam ver algo como chamas pousando sobre eles. Desse modo, o SENHOR cumpriu a sua promessa, derramando seu Espírito sobre os discípulos como se fossem línguas de fogo, e ali “todos ficaram cheios do Espírito Santo” (Atos 2:4).

           Sem dúvida, aquela manhã foi marcante. Os Apóstolos de nosso SENHOR proclamaram o Evangelho em vários idiomas, e assim, todas as pessoas que estavam reunidas em Jerusalém puderam ouvir a Mensagem de Salvação. Naquele dia, as profecias anunciadas pelo santo profeta Joel se cumpriram e a Festa de Pentecostes ganhou um novo e definitivo significado.

  Realmente, o milagre que ocorreu naquele dia foi único, e daquela forma nunca mais aconteceu novamente. Nunca mais o derramamento do Espírito Santo se deu exatamente igual àquele dia de Pentecostes. No entanto, isso não quer dizer que o Espírito Santo não foi mais derramado ou deixou de atuar em nossas vidas como o fez na vida dos Apóstolos.

    Quando S. Pedro, cheio do Espírito Santo, começou a pregar, ele não convidou o povo ali reunido – e todas as gerações – a esperarem por um novo acontecimento como aquele; mas ele apontou e mostrou onde todos podem receber o Espírito Santo: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos seus pecados, e vocês receberão o dom do Espírito Santo!” (Atos 2:38).

           Ao ouvirem a Palavra, por intermédio do Apóstolo, milhares de pessoas – adultos e crianças – foram batizadas “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (S. Mateus 28:20). E por isso, receberam o Dom do Espírito Santo.

   E por falar no Dom do Espírito Santo, você sabe o que é isso? O Apóstolo Paulo nos ajuda, ao dizer: “nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1Coríntios 2:12). Ou seja, este Dom é algo que vem de Deus e nos faz reconhecer aquilo que nos é dado gratuitamente ele. Portanto, o Dom do Espírito Santo só pode ser a Fé Salvadora, pois “pela Graça somos salvos, mediante a Fé; e isto não vem de nós, é Dom de Deus” (Efésios 2:8).

 O dia de Pentecoste, portanto, nos ensina duas coisas maravilhosas:

 1) não esperemos um evento extraordinário como este registrado em Atos para a nossa vida e nem acreditemos naqueles que dizem que experiências assim continuam ocorrendo, pois a forma como o Espírito Santo foi derramado sobre os Apóstolos em Atos 2 foi um evento único e próprio.

 2) Como S. Pedro ensinou naquele dia, o Espírito Santo continua sendo derramado sobre nós não mais através de línguas de fogo, mas através da água unida à Palavra de Deus – no Santo Batismo. E ali, naquele momento que também é marcante e singular, nós recebemos o Dom do Espírito Santo – a Fé salvadora, que nos leva a viver e anunciar em nossos idiomas, dentro de nossas capacidades e vocações, a Graça de Deus a todos ao nosso redor.

 O seu Batismo é também o Pentecoste sendo realizado em sua vida – é ali que você recebe o perdão dos pecados e o Dom do Espírito Santo. Por isso, não se deixe enganar por experiências espirituais duvidosas ou línguas estranhas como alguns pregam e ensinam por aí. Apegue-se a Palavra de Deus, lembre e confie no seu Batismo, pois foi ali que Deus derramou o seu Espírito sobre você e lhe abençoou com o melhor presente de todos: a Fé salvadora, que leva você a confiar na Graça de Deus e lhe garante a Vida Eterna!

 Amém!

        

Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Igreja Luterana em Naviraí/MS
Dia de Pentecostes – 22 de Maio, 2021 AD

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O Dia de Pentecostes (23 de maio de 2021)



Ezequiel 37.1-14
Atos 2.1-21
João 15.26–27; 16.4b-15

O Espírito Santo traz os mortos à vida pela justiça de Cristo

Depois de voltar para seu Pai pela vida da cruz e ressurreição, Cristo Jesus envia “o Consolador” para a sua Igreja, isto é, “o Espírito da verdade” que procede do Pai. O Espírito testifica de Cristo e o glorifica recebendo o que é de Cristo e anunciando isso ao mundo na pregação do arrependimento para o perdão dos pecados (Jo 15.26; 16.7, 14). O Espírito Santo convence o mundo do pecado pela palavra da Lei, perdoa os pecados e justifica os pecadores pela Palavra do Evangelho e concede a fé que diz “Amém” a esta justiça de Deus (Jo 16.8-11). Portanto, o Senhor derrama seu Espírito sobre os apóstolos para que o Espírito seja dado a toda a sua Igreja por meio da sua pregação. À medida que as multidões todas as nações são reunidas por “aquela voz”, isto é, pela pregação das “grandezas de Deus” em Cristo Jesus, Deus o Pai derrama o Espírito de seu Filho “sobre toda a humanidade” (At 2.6, 11, 17). O Senhor Deus sopra sobre os mortos para que vivam, pois assim o Senhor falou e ele o cumprirá (Ez 37.5–14).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, neste dia mais uma vez ensinaste os corações de teu povo fiel ao enviar-lhe a luz de teu Espírito Santo. Concede-nos, em nossos dias, o mesmo Espírito, para termos a correta compreensão de todas as coisas e sempre nos alegrarmos na tua santa consolação; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.


— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).


22/05/2021

Véspera de Pentecostes (22 de maio de 2021)



Êxodo 19.1–9
Romanos 8.12–17 (22–27)
João 14.8–21

O Senhor faz de nós sua nação santa e nos sela com seu Espírito

“Israel acampou em frente ao monte” Sinai e “Moisés subiu para encontrar-se com Deus” (Êx 19.2-3). Por meio de Moisés, Deus entregou a Lei para o seu povo e selou sua aliança com sangue. O Senhor prometeu que Israel seria sua “propriedade peculiar dentre todos os povos”, bem como “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êx 19.5-6), caso eles ouvissem atentamente a voz do Senhor e guardassem a sua aliança. Nestes últimos dias, Deus falou conosco por meio do seu Filho, que desceu a nós e subiu para o Pai pela via de sua morte e ressurreição. Ele cumpriu a Lei e derramou seu sangue como mediador da nova aliança. Portanto, ele fará o que pedirmos em seu nome, “a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13-14). Ele dá “outro Consolador”, que “é o Espírito da verdade” para estar conosco para sempre (Jo 14.16-17). “O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza” e “intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Agora oramos com fé e com “ardente expectativa” aguardamos “a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19), “pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus Todo-poderoso e sempre vivo, que cumpriste tua promessa ao enviar o presente do Espírito Santo para reunir os discípulos de todas as nações na cruz e na ressurreição de teu Filho Jesus Cristo, propaga este presente por todos os lugares da terra pela pregação do Evangelho; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).


A expectativa pelo Espírito Santo

 Uma característica destes dias após a Ascensão de Cristo é a expectativa pelo Espírito Santo. Essa espera culmina no Pentecostes. Por isso, é apropriado a realização de um culto noturno (Véspera) como uma preparação final para o Pentecostes.

Os textos bíblicos de Pentecostes falam do Espírito Santo como uma promessa e um dom enviado a nós como defensor, ajudador e consolador.  Por meio do Espírito, Cristo está constantemente presente na sua igreja. O Espírito une todos os cristãos na Igreja de Cristo, de modo que eles têm um só Senhor e uma só fé.  Por isso mesmo, a mensagem do Pentecostes é um contraponto à confusão da Torre de Babel.



15/05/2021

Sétimo Domingo de Páscoa – Ano B (16 de maio de 2021)


Atos 1.12-26

1 João 5.9-15

João 17.11b-19

Nosso Grande Sumo Sacerdote nos guarda no nome de seu Pai

Como um misericordioso e grande Sumo Sacerdote, Cristo Jesus intercede por seus discípulos na véspera da sua Paixão. Ele ora para que seu Pai os guarde do Maligno e os proteja em seu nome (Jo 17.11–12, 15). Junto com sua oração, o próprio Cristo vai diretamente ao Pai através de seu sacrifício na cruz, santificando-se assim por amor de seus discípulos, “para que eles também sejam santificados na verdade” (Jo 17.19). Com este mesmo objetivo, Jesus fala a seus discípulos que continuam no mundo e lhes dá a Palavra de seu Pai, ou seja, ele próprio, o Verbo encarnado. Os apóstolos de Jesus, por sua vez, escreveram essas coisas “a vocês que creem no nome do Filho de Deus para que saibam que têm a vida eterna” (1Jo 5.13). Pois “esta vida está no seu Filho”, o qual Deus nos tem dado pela sua Palavra, de maneira que todo aquele que “tem o Filho tem a vida” (1Jo 5.11–12). Por intermédio desse testemunho apostólico, discípulos de Jesus são congregados como um só Corpo em Cristo, “unânimes em oração” e esperando no Senhor no “cenáculo” da sua Santa Igreja na terra (At 1.13-14 )

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Rei da Glória, Senhor dos exércitos, que estás elevado em triunfo acima de todos os céus, não nos deixes sem consolo mas, como prometeste, envia-nos o Espírito da verdade que vem do Pai; pois tu vives e reinas com ele e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

13/05/2021

A Ascensão de Nosso Senhor – 13 de maio de 2021


Atos 1.1–11
Salmo 47
Efésios 1.15–23
Lucas 24.44–53

O Dia da Ascensão é a celebração da coroação de nosso Senhor, na qual ele é proclamado Rei do universo. A ascensão de Jesus ao Pai é a sua entrada para a existência superior que ultrapassa os limites do tempo e do espaço, não estando mais vinculado às limitações de seu estado de humilhação. Jesus agora está sentado à destra de Deus, o que significa que Ele está em toda parte, tendo novamente assumido o poder e a autoridade que eram desde o início dos tempos, conforme Lutero corretamente ensinou. Mesmo assim, nosso Senhor está presente conosco que permanecemos limitados pelo tempo e pelo espaço. Ele está conosco como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, exercendo seu governo na Igreja pelos meios da graça que ele mesmo estabeleceu: sua Palavra e seus Sacramentos. Nós, mortais, por esses meios de graça podemos acolher o Rei do universo e receber uma vislumbre da festa por vir.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, assim como teu unigênito Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, ascendeu aos céus, que também possamos ascender em coração e mente e continuamente habitar ali com ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House, 2009. p. 301–302)


A ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR

 


Atos dos Apóstolos 1: 1-11

 A Graça de nosso Senhor Jesus T Cristo e o Amor do Pai e a Comunhão do Espírito Santo sejam com todos! 

Em sua Ascensão, Jesus Cristo foi embora e somente estará verdadeiramente conosco de novo quando vier no Último Dia? Sem dúvida alguma, esta é uma boa questão. Afinal, o relato da Ascensão de nosso Senhor parece deixar algumas dúvidas sobre “onde Jesus agora está”. Continua conosco ou está enclausurado nos céus até o Último Dia? 

S. Lucas, ao escrever Atos dos Apóstolos, destaca que na Ascensão do Senhor, enquanto os seus discípulos olhavam para cima, dois anjos surgiram e disseram a eles: “Jesus foi levado do meio de vocês para o céu” (Atos 1:11). No entanto, antes de sua gloriosa Ascensão, Jesus reuniu os seus discípulos e disse a eles, dentre outras coisas, o seguinte: “Eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (S. Mateus 28:20). Ora, Jesus está no céu como falaram os anjos ou está conosco como ele mesmo prometeu? 

Antes de dar a resposta, quero chamar a atenção de vocês para um detalhe muito importante que está presente no relato da Ascensão de nosso Senhor. Observe em sua Bíblia Atos 1:9 e veja como exatamente aconteceu a Ascensão de Jesus: “Ele foi elevado as alturas, à vista dos discípulos, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos”. Por que S. Lucas fez questão de destacar isso? Ele poderia simplesmente ter dito que Jesus foi levado ao céu. Mas, não! Ele chama atenção para o fato de que Jesus, em toda a sua Glória foi encoberto por uma nuvem! 

Este destaque é dado porque uma nuvem encobrindo o Senhor em Glória não era algo inédito. Na verdade, em muitos momentos da história até aquele ponto esta cena ocorreu. Observem dois exemplos:

Durante a saída do Povo de Israel do Egito rumo a Terra Prometida, uma “coluna de nuvem os guiava durante o dia” (Êxodo 13:21b) e, sabe quem estava encoberto nesta nuvem e ia adiante do povo? “O SENHOR” (Êxodo 13:21a). Ou seja, mesmo que os israelitas não podiam enxergar Deus com os seus olhos, aquela nuvem concedia a certeza da presença real do Senhor. Estava encoberto? Sim! Mas, estava ali!

Quando Salomão dedicou o Templo a Deus, uma “nuvem encheu a Casa do SENHOR, de maneira que nem os sacerdotes puderam permanecer ali, por causa da nuvem, porque a Glória do SENHOR encheu aquele lugar” (1Reis 8: 10-11).

O que significava a presença daquela nuvem no Templo? Salomão explica: “O SENHOR declarou que habitaria em trevas espessas. Na verdade, edifiquei uma Casa para tua morada, lugar para tua eterna habitação” (1Reis 8: 12-13). O que os olhos do povo enxergavam? Uma nuvem. Mas, aquela nuvem encobria o SENHOR e, ver ela enchendo o Templo era sinal da presença real do Senhor naquele lugar.

Meus irmãos, nas Sagradas Escrituras, uma nuvem que encobre Deus não é sinal de sua ausência. Pelo contrário, a nuvem sempre é uma garantia da Presença Real do Senhor! Portanto, em sua gloriosa Ascensão, Jesus não entrou em um foguete e foi embora para milhões e milhões de quilômetros distantes de nós. Não! Na verdade, o que foi embora naquele dia, foi somente a visão do Senhor por parte de nós, seres humanos. Portanto, estar encoberto por uma nuvem significa que Jesus não está mais dentro dos nossos limites comuns. Porém, continua verdadeiramente conosco.

Mas onde? Cristo agora está presente para nós e conosco de uma forma diferente de antes da sua Ascensão, e esta forma nós chamamos de Presença Sacramental. Onde está Jesus? Ele está verdadeiramente presente nos Meios da Graça, a saber, a Santa Palavra, a Santa Absolvição, o Santo Batismo e a Santa Ceia.

Este fato ainda deixa vocês um pouco confusos: Ele está no céu ou está aqui conosco? E a resposta, meus irmãos, é que A Ascensão de Jesus provocou um milagre extraordinário: ela sobrepôs o céu e a terra onde quer que Jesus esteja. O que isto quer dizer? A Ascensão não foi um momento em que Jesus foi levado embora para o céu e agora está longe de nós. Pelo contrário, a Ascensão de Jesus trouxe o céu para perto de nós. Sua Ascensão fez do céu um lar para nós. E por isso, agora, todas as vezes em que ouvimos a Palavra, recebemos a Absolvição, celebramos o Santo Batismo ou participamos da Santa Ceia temos o privilégio de desfrutar da Glória de Deus, de desfrutar do próprio Céu.

Jesus Cristo ascendeu ao céu! E um dia virá novamente glória! Porém, enquanto este dia não chega, ele derrama sobre nossas vidas gotas do céu através da Palavra e dos Sacramentos e, por causas destas gotas de Graça nós podemos seguir nossos dias na certeza que sim, Jesus está cumprindo em nossa vida aquilo que prometeu: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos”.

A nuvem de Glória e de Graça que enche a Casa do Senhor e preenche nossas vidas com a certeza de sua presença real junto a nós hoje é a Palavra e os Sacramentos! Neles, nós podemos ter a mesma certeza do povo de Israel no passado: O Senhor verdadeiramente está conosco!

Amém!

Rev. Helvécio J. Batista Jr.

Igreja Luterana em Naviraí/MS

No dia da Ascensão do Senhor, 2021 AD


08/05/2021

Sexto Domingo de Páscoa – Ano B (9 de maio de 2021)

Atos 10.34-48

1 João 5.1–8
João 15.9–17

O Senhor Jesus está com a sua Igreja no Ministério Apostólico do Evangelho

O Senhor Jesus crucificado e ressurreto está com a sua Igreja por meio da palavra de seus apóstolos, que são “testemunhas de tudo o que ele fez”. Jesus foi ungido por Deus “com o Espírito Santo e com poder” e ele “andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo”, e assim também aconteceu com aqueles a quem ele enviou a “pregar ao povo” (At 10.38–42). O Espírito Santo é concedido àqueles que ouvem essa pregação apostólica, que são “batizados em nome de Jesus Cristo”, de modo “que, por meio do seu nome, todo o que nele crê recebe remissão dos pecados” (At 10.43-44, 48 ). Pois assim como Jesus veio por meio da água do seu Batismo e pelo sangue da sua Paixão, assim também o Espírito dá testemunho da verdade “com a água e o sangue” no ministério apostólico do Evangelho (1 Jo 5.6-7) . Através desses meios, Cristo Jesus nos fala, para que a sua alegria esteja em nós e para que nossa alegria “seja completa”. Com este propósito, ele designou os apóstolos para que “que vão e deem fruto” a fim de tornar conhecida a sua amizade divina para conosco (Jo 15.11, 15–16).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, doador de tudo que é bom, pela tua santa inspiração concede que possamos pensar naquelas coisas que são corretas e pela tua misericordiosa direção possamos realizá-las; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

01/05/2021

Quinto Domingo de Páscoa – Ano B (2 de maio de 2021)


Atos 8.26-40
1 João 4.1-11 (12-21)
João 15.1–8

Jesus Cristo é a Videira Verdadeira que dá muitos frutos em nós

“Deus é amor”, e se manifestou a nós enviando “o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1Jo 4.9, 16). Pelo ministério do Evangelho, ele nos tem “dado do seu Espírito” para crermos e confessarmos “que Jesus Cristo veio em carne”. Desta forma, “permanecemos nele e ele em nós” e “amamo-nos uns aos outros” (1Jo 4.2, 7, 13). Esse amor divino é exemplificado na “mensagem de Jesus” que Filipe anunciou ao eunuco etíope. E quando “chegaram a certo lugar onde havia água”, o eunuco foi batizado no Evangelho que Filipe havia pregado (At 8.35–38). Assim aquele etíope foi enxertado na “videira verdadeira”, Jesus Cristo (Jo 15.1), assim como nós também fomos. Já estamos “limpos por causa da Palavra” que Cristo nos falou (Jo 15.3) e “por meio da lavagem de água pela palavra” (cf. Ef 5.26). Agora permanecemos em Cristo pela fé no seu perdão. Cristo “dá muito fruto” em nós ao permanecer em nosso corpo e alma com com seu próprio corpo e sangue (Jo 15.4-5).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que fazes as mentes dos teus fiéis terem a mesma vontade, concede que possamos amar o que ordenas e desejar o que prometes, a fim de que, em meio às muitas mudanças deste mundo, nossos corações possam estar fixados onde se encontram as verdadeiras alegrias; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

São Filipe e São Tiago, Apóstolos (1º de maio)


Filipe nasceu em Betsaida, a mesma vila de pescadores nas margens da Galileia de onde vieram Pedro e André. Ele foi um dos primeiros discípulos a seguir Jesus e trouxe Natanael (às vezes identificado com Bartolomeu) ao Senhor (Jo 1.43-51). Além do registro de seu chamado, da história de Natanael e da menção junto com os outros Apóstolos, os únicos outros incidentes de sua vida registrados nos Evangelhos são a ocasião em que alguns gregos vieram a ele solicitando ajuda para terem uma conversa com Jesus (Jo 12.20-22) e o momento em que Jesus perguntou a Filipe como eles seriam capazes de alimentar as multidões (Jo 6.5-7). Segundo a tradição, depois do Pentecostes Filipe foi primeiro para a Cítia para pregar o Evangelho, onde foi notavelmente bem-sucedido e depois para a Frígia, onde permaneceu até sua morte. Diz-se que encontrou a morte na cidade de Hierápolis na Frígia (na atual Turquia) por crucificação e apedrejamento, de acordo com alguns relatos. Tiago, filho de Alfeu é geralmente chamado de Tiago “o Menor”, para distingui-lo de São Tiago “o Maior” (irmão de São João) e de Tiago de Jerusalém (irmão do Senhor). A única menção de Tiago na Bíblia, além de seu nome nas listas apostólicas, é a afirmação de que sua mãe Maria foi uma das presentes na crucificação (Mt 27.55 e Mc 15.40), o que também nos diz que ele tinha um irmão chamado José ou a forma grega do nome (Joses). — Philip H. Pfatteicher. The New Book of Festivals and Commemorations (Fortress Press)

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, o teu Filho se revelou a Filipe e Tiago e deu-lhes o conhecimento da vida eterna. Concedei-nos reconhecer perfeitamente o teu Filho, Jesus Cristo, como o caminho, a verdade e a vida, e firmemente andar no caminho que conduz à vida eterna; mediante o mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia)